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Chico Anysio, o compositor


Chico Anysio na gravação do programa Ensaio, em 2003. Ao lado, a capa do LP estreia do “Baiano e Os Novos Caetanos”.

 O Brasil lamentou profundamente a partida do multifacetado artista Chico Anysio, ocorrida em 23 de março de 2012, no Rio de Janeiro. Chico encantou o país com seus mais de duzentos personagens, tornando-se um ícone do humor e da comédia. Mas o Chico Anysio, cantor e compositor, também encantou.
No início de sua carreira artística na Radio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, em meados dos anos 1950, Chico Anysio escreveu músicas como “Dona saudade”, composta com Hianto de Almeida.

Ouça abaixo, clicando no nome da música.

Dona saudade” (Chico Anysio / Hianto de Almeida) # Orlando Silva. Disco Odeon (14.006A), 1955.
  
Na década de 70, ao lado de Arnaud Rodrigues e Renato Piau, Chico Anysio criou o grupo “Baiano e os Novos Caetanos”, uma paródia de Caetano Veloso e dos Novos Baianos. Foram 4 LPs, lançados entre 1974 e 1985. O grande hit foi a divertida música - “Vô bate pá tu” - (Arnaud Rodrigues / Orlandino).
  

 Nascida nos anos 70 como uma sátira ao tropicalismo, a dupla formada por Baiano e Paulinho Boca de Profeta (personagens de Chico Anísio e Arnauld Rodrigues, respectivamente, no humorístico Chico City) trazia em suas canções letras divertidas e engajadas e um instrumental de primeira, com belos arranjos de violões, sanfonas e cavaquinhos, entre outros instrumentos.

 Neste post queremos homenagear Chico Anysio destacando sua faceta de compositor.

Não se avexe não” (Chico Anysio / Haydée Paula) # Dolores Duran.


A fia de Chico Brito” (Chico Anysio) # Dolores Duran.

De quem é essa morena” (Chico Anysio / Benito di Paula) # Benito di Paula.
Nicanor Belas Artes” (Chico Anysio / João Nogueira) # João Nogueira.


Rio antigo” (Chico Anysio / Renato Buzar) # Alcione.
  

Eu gosto da vida” (Chico Anysio / Hianto de Almeida) # Pery Ribeiro
  

Rancho da Praça Onze” (Chico Anysio / João Roberto Kelly) # Dalva de Oliveira



A música sempre está junto comigo”, Chico Anysio em entrevista ao programa Ensaio, em 2003.

Alvo do Studybook é estudantes

Table da Intel focado nos estudantes roda Android e Windows e tem chip Atom

O Studybook segue a proposta do Classmate PC, laptop da empresa desenvolvido para ajudar na educação dos alunos.

O Studybook terá uma tela de 7 polegadas com resolução de 1024x600 pixels, um processador Atom de 1.5GHz, terá 2GB de RAM, 32GB de armazenamento interno e poderá rodar tanto o Android quanto o Windows 7, de acordo com o TechWorld.

O aparelho pesará 525 gramas e será resistente a quedas. A bateria deve durar cerca de 5 horas em uso ativo - em comparação, a do iPad dura 10 horas.

Agora, a fabricante procura parceiros para viabilizar a distribuição do aparelho, que deve custar entre US$ 199 e US$ 299.
Reprodução

2º WebFor

Começa a manhã a 2ª edição do WebFor.

Confira abaixo a programação:

DIA 13/ABRIL/2012 – SEXTA-FEIRA
Local: Concha Acústica da UFC - Avenida da Universidade/Avenida 13 de Maio
17:00 hs – Início do credenciamento(crachás)
19:00 hs - Show com Diassis Martins e Tião Simpatia.
19:30 hs – Palestra: AI-5 Digital - José Dirceu, ex-ministro Governo Lula. 
21:00 hs – Cerimônia de entrega do Troféu WebFor 2012

DIA 14/ABRIL/2014 – SÁBADO - MANHÃ
Local: Gran Marquise Hotel - Avenida Beira-Mar, 3980 - Meireles/Mucuripe
09:00 hs – Apresentação de humor – (a confirmar)
09:20 hs: Sala Capitólio -  Zé Dirceu e os blogueiros progressistas (RESERVADO)
09:20 hs: Auditório Principal – Internet, os desafios da inclusão sociodigital e software no Brasil, e as mídias sociais.

Convidados:
Andrea Wiegmann(Alemanha) A Blogosfera Brasileira vista por uma Brasileira no Exterior.
Sérgio Amadeu (SP) – A defesa de uma Internet livre e combativa e a banda larga.
Ivan Oliveira (CE) – Os desafios da inclusão sociodigital e software livre no Brasil.
Frederico Guimarães(MG) – Software Livre na educação
Marcelo D'Elia Branco(RS) - Cultura Digital
Preto Zezé(CE) – Favela e desenvolvimento em Redes Sociais.
Moderadores: Manuel Neto(CE) e Kelsen Bravos(CE)
12:00 hs – Intervalo – Almoço.

TARDE:
14:00 hs– Apresentação de Humor – Quitéria Estupefalda e Trup Tramas de Teatro.
Auditório Principal: Redes Sociais, PIG, Política e Comunicação no Brasil.

Convidados:
Messias Pontes(PCdoB/CE) – O papel da mídia contra os interesses da nação.
Jonas Valente(DF) – O direito à comunicação na América Latina e no Brasil.
Júlio César Araujo(CE) - O poder da rede: a (des)construção colaborativa da imagem de marcas e empresas no Twitter.
Marcelo Godoy(TVT-São Paulo) - tema a confirmar.
Ivonisio Mosca(CE)- Mídia Social e Movimento Político.
Moderadores: Geraldo Sales(CE) e Gláucia Lima(CE).
16:00 hs – Auditório Principal – Democratização da mídia brasileira e a liberdade de expressão.

Convidados:
Maximilien Arvelaizo - Embaixador da Venezuela no Brasil - A democratização da mídia na Venezuela.
Dep. André Vargas(PT /PR) – O PT e o Marco Regulatório das Comunicações.
Dep. Artur Bruno(PT/CE) – O trabalho da Frente Parlamentar pelo do Marco Regulatório das Comunicações.
Sen. Inácio Arruda(PCdoB) - O Senado e a luta pela Democratização das Comunicações.
Rosane Bertotti (SP) - Democratização da mídia.
Moderador: Deodato Ramalho(CE).
16:00 - Sala Capitólio - Twitteiros Culturais.

Convidados:
Fabrício Carpi, Cinthya Carina e José Luiz Goldfarb.
Organização: Armazém da Cultura
18:00 hs – Lançamento do livro da biografia de Luiz Gonzaga em Cordel, de Arievaldo Viana.Show musical regional - poetas populares.

DIA15/ABRIL/2012 – DOMINGO - MANHÃ
Local: Gran Marquise Hotel - Avenida Beira-Mar, 3980 - Meireles/Mucuripe
09:00 hs – Apresentação do humorista
09:20 hs - DESCONFERÊNCIA

Oficina 1 - Embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Arvelaizo - Governo Hugo Chavez e a imprensa venezuelana.

Oficina 2 - Frederico Guimarães(MG) e Uirá Porã(CE) e Manuel Neto(CE) – A política de Cultura Digital.

Oficina 3 – Maria Frô(SP) e Lola Aronovich(CE) – Estupro no BBB e marco regulatório; MP557 e o discurso das feministas.

Oficina 4 – Alberto Perdigão(CE)Emerson Damasceno(CE) e Alex Santana(CE) – Conexões globais e poder local: jornalismo, participação e democracia nos blogs do interior.

Oficina 5 – Altamiro Borges(SP)Marcelo Godoy(TVT-SP) e Prof. Evaldo Lima(CE) – Democratização da mídia e o AI-5 Digital.
10:20 - Auditório Principal: A explosão da blogosfera, o caso do livro Privataria Tucana e o silêncio da velha mídia.

Convidados:
Altamiro Borges(SP) – "Queremos falar: a luta pela liberdade de expressão e contra o monopólio midiático".
Conceição Oliveira(Maria Frô-SP) – Blogosfera – cobertura colaborativa na web.
Marcelo D'Elia Branco(RS) - O papel da blogosfera nas eleições.
Lila Dourado(CE) – A importância do cidadão nas mídias sociais.
Moderadores: Hebert Santos Lima(CE) e Íris Tavares(CE).
12:00 hs – Show musical: Tarcísio Sardinha e Grupo de Chorinho, Entrega de Certificados de participação.

Mais informações: Daniel Bezerra - coordenador geral do evento e secretário executivo do Barão de Itararé Núcleo Ceará- 85- 99640672 (TIM) - 85-81880965 (VIVO) #WebFor




Pig em pânico

O Editorial do O Globo: " Todos correm riscos com a CPI de Cachoeira ", é um primor de canalhice e hipocrisia. Cita partidos políticos, Executivo, Judiciário e empresários que temem o que pode ser revelado na CPMI. Mas, sobre a relação unha e carne entre o bicheiro e o Pig, alguma palavra? Nenhuma! Confira abaixo como age esta corja tucademopiganalhagolpista:

Todos correm riscos com a CPI de Cachoeira (Editorial)

O Globo
Diversos aspectos do escândalo surgido do relacionamento entre Carlos Augusto Ramos, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, e o senador Demóstenes Torres (GO), ex-DEM, justificam a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) entre Senado e Câmara.
O principal deles é que não se trata apenas de vasculhar o trabalho subterrâneo de lobby executado por Demóstenes, símbolo em ruínas da ética e dos bons costumes, e o bicheiro.
O que surge da apuração da Polícia Federal na Operação Monte Carlo é uma rede, tudo indica de grande extensão, tecida por Cachoeira para capturar favores e ter influência junto a empresários, políticos e com ramificações, ao que parece, nos três Poderes.
A CPI é de fato o melhor instrumento para se tentar jogar luz nesses porões, pelo poder que tem de quebrar sigilos e tomar depoimentos.
É preciso, afinal, investigar o mais grave caso conhecido de infiltração do crime organizado nas instituições. Ele ainda não é capaz de rivalizar com ocorrências italianas de contaminação da política pelas máfias locais, mas pode ser catalogado na mesma categoria.
Todos os partidos resolveram apoiar a comissão. Seria difícil o Congresso não ter esta reação diante do teor das revelações sobre os pluripartidários contatos de Cachoeira.
Mas, como em toda CPI, a situação tentará atingir a oposição e vice-versa. E como estilhaços devem atingir quase todas as legendas, melhor — raciocina-se — participar da CPI.
Pode animar o PT que o governador de Goiás, base de Cachoeira, Marcondes Perillo, seja tucano. E, como já foi avisado que era impossível não cruzar com o bicheiro pelo menos em espaços sociais, esperam-se revelações de ecléticos contatos de Cachoeira.
Mas na primeira leva de contaminados pela proximidade com o bicheiro, além de um deputado também tucano (Carlos Alberto Leréia), está um petista (Rubens Otoni) e outro do PP, base do governo (Sandes Junior).
O potencial de estragos é tamanho que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), já teve de afastar o chefe de gabinete, Cláudio Monteiro, também apanhado pelos grampos da PF em conversas comprometedoras com a turma do bicheiro.
Até no gabinete da ministra Ideli Salvatti já houve mal-estar, com a revelação da proximidade entre o chefe de Assuntos Federativos da pasta, Olavo Noleto, do PT goiano, e Wladimir Garcez, considerado o principal auxiliar do bicheiro.
Tudo isso antes de a CPI ser instalada. Por enquanto, o PT segurou Noleto.
Prometem-se momentos de especial tensão. Até pelo tempo que Carlinhos transita nos subterrâneos da política. Lembremo-nos do vídeo gravado em 2002 em que ele é achacado por Waldomiro Diniz, então presidente da Loterj, futuro assessor de José Dirceu na Casa Civil do governo Lula.
Naquela época, já existiam intensas negociações, com a participação do PT, para a legalização do jogo, em particular bingos e caça-níqueis, especialidade dos neobicheiros como Carlinhos.
Ao ser divulgado o vídeo, em 2004, pela “Época”, foi abortada uma operação para o Congresso abençoar a jogatina. Mas este objetivo continua a ser perseguido.
Volta-se a lembrar a antiga regra das CPIs: sabe-se como começa, não se sabe como termina.
Se os desdobramentos desagradarem ao Palácio, o governo, com sua maioria, esvaziará as investigações, como já fez algumas vezes. Será um desfecho ruim, pois a CPI de Cachoeira pode ajudar na faxina da vida pública, com dedetizações em todos os partidos.

Homofóbico é gay inrustido?


Novo estudo realizado por universidades dos Estados Unidos reforça o que o pai da psicanálise já tinha mostrado no século passado: pitboy homofóbico é gay reprimido
Formação reativa. Esse era o nome dado pelo psicanalista Sigmund Freud aos mecanismos de defesa psicológicos inconscientes de indivíduos que querem camuflar e proteger seus desejos ou sua sensibilidade. Para o desespero dos pitboys homofóbicos, uma nova pesquisa realizada nos Estados Unidos atesta: a homofobia é uma manifestação de pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo, mas reprimem esse sentimento.
Em outras palavras, ao ver um pitboy, desconfie. Para quem não sabe do que se trata, vale recorrer ao Santo Wikipédia: “O pitboy é um estereótipo ligado a indivíduos do sexo masculino, de grande porte físico e que habitualmente se envolvem em brigas. Dentre os elementos comuns ao estereótipo, estão o de frequentar academias de musculação e praticar artes marciais, bem como, ao que o próprio nome indica, possuidor cachorro da raça pitbull”. O comportamento quase sempre de aversão aos homossexuais partindo desse e de outros tipos é, no fundo, uma aversão a si mesmo, como dá a entender a pesquisa.
O novo estudo foi realizado pelas universidades de Rochester, Essex e Califórnia, nos Estados Unidos, e revela, em resumo, que o comportamento agressivo em relação aos homossexuais seria uma forma de reprimir o desejo sentido que, por uma série de motivos, o indivíduo considera errado. Entre esses motivos estaria a criação recebida dos pais, por exemplo. 
Publicada este mês no Journal of Personality and Social Psychology, a pesquisa foi composta por quatro experimentos, cada  um envolvendo em média 160 estudantes universitários, entre alemães e norte-americanos. Com o objetivo de demonstrar a atração sexual explícita e implícita dos participantes, os pesquisadores mediram a incoerência entre o que as pessoas diziam sobre sua orientação sexual e como eles reagiam durante uma tarefa.
Experimentos
No primeiro experimento, palavras e imagens eram mostradas aos participantes na tela de um computador. Os pesquisados deveriam classificar essas palavras e imagens como "gay" ou "hétero". Na segunda etapa, os estudantes foram incentivados a buscar fotos de pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto. Ambos os testes foram realizados para entender a atração sexual implícita.
Nos terceiro e quarto testes, os pesquisadores estudaram o tipo de criação familiar dos estudantes e suas opiniões políticas e crenças. Para medir o nível de homofobia no seio familiar, os participantes responderam questões como: "Seria perturbador para minha mãe descobrir que ela estava sozinha com uma lésbica" ou "Meu pai evita homens gays sempre que possível". 
A pesquisa fornece, enfim, novas evidências para apoiar a teoria psicanalítica de que a ansiedade, medo e aversão por pessoas homossexuais pode ser uma reação de quem se identifica com o grupo, mas não aceita isso. Segundo a pesquisa, são pessoas que reprimem e negam seus instintos e desejos por ter medo do julgamento alheio.
Amor próprio
O Secretario de Cultura da Associação em Defesa do Amor entre iguais (grupo Adamor), Jadson Ibrahim, considera que a homofobia é um comportamento de quem não tem amor próprio. “É um comportamento desprezível, que tem que ser desaprovado. Os homofóbicos são pessoas que não têm amor ao próximo e nem a si mesmo, que não aceitam as diferenças, querem que as pessoas sejam iguais”, avalia.
Ele considera ainda que os comportamentos homofóbicos já não são cabíveis em pleno século XXI, já que hoje está muito mais fácil “sair do armário”. “Eu não entendo como uma pessoa tem atração por outra se rebela e a agride”, questiona.
Jadson, que estuda artes cênicas e atua como transformista lembra com indignação que, recentemente, dois amigos seus foram espancados brutalmente em plena Estação Pirajá, em Salvador, porque estavam de mãos dadas. “Foi porque eles acharam bonito? Não! Foi porque eles têm o ódio dentro do coração deles. A homofobia é um ato desprezível”, lamenta-se.
Ajuda
A homofobia, assim como qualquer tipo de preconceito, pode ser uma reação comum de estranhamento diante das diferenças, mas há um limite. Quando levada a situações extremas, tal qual o espancamento citado pelo ativista do grupo Adamor, merece atenção e deve ser punida, pois é crime.
No entanto, creio que a pesquisa publicada pelo Journal of Personality and Social Psychology leva ao entendimento de que reações homofóbicas exageradas podem ser indícios de que a agressividade contra o outro pode ser, sobretudo, uma agressividade contra si mesmo. Homofóbicos radicais e pitboys inveterados podem ser pessoas precisando de ajuda psicológica para encontrar o equilíbrio. Afinal, todos nós temos algo de feminino e algo de masculino, de acordo com a teoria psicanalítica junguiana. É preciso um trabalho contínuo para equilibrar essas partes.
http://www.bahia247.com.br/pt/bahia247/culturaecomportamento/7638/Homofobia-Freud-j%C3%A1-explicava!.htm

Kama Sutra dos pais

Existem muito mais posições, estas são apenas uma pequena mostra

Abre o jogo Cachoeira


Por Carlos Chagas

                                               Nem a CPI mista conseguirá iluminar todas as teias da rede de corrupção armada por Carlinhos Cachoeira em diversos estados e no Distrito Federal. Suas proporções são desconhecidas e envolvem políticos, partidos e governantes de diversos matizes. Governistas e oposicionistas tremem de medo diante das revelações que a investigação da Polícia Federal acumulou e que fatalmente servirá de roteiro para deputados e senadores.
                                             
O primeiro depoimento na CPI terá forçosamente que ser do próprio bicheiro, assessorado por um dos maiores criminalistas do país, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Pela lógica, Carlinhos Cachoeira será aconselhado a falar o menos possível, quem sabe apenas nome, idade e endereço. Escapar da prisão parece sua primeira preocupação, mas também inocentar cúmplices como o senador Demóstenes Torres e esse monte de funcionários federais e estaduais envolvidos e relacionados com ele. Alguns afastados, outros afastando-se, claro que também serão ouvidos. Sem exceção, buscarão eximir-se de qualquer culpa na liberação de contratos, tráfico de influência, recebimento de propinas e sucedâneos.
                                           
As gravações da Polícia Federal, com autorização do Judiciário, servirão como peça  principal  para as indagações parlamentares, ainda que cada senador ou deputado deva  atenuar a situação de correligionários e atormentar adversários. Será nesse particular que a CPI poderá contribuir para esclarecer aspectos da lambança orquestrada à sombra do poder público.
                                              
Carlinhos Cachoeira é a bola da vez, como já foram PC Farias, Delúbio Soares, Marcos Valério e outros. Se resolvesse abrir o jogo para evitar previsíveis punições futuras, prestaria grande serviço à causa do combate à impunidade. Obviamente, só no dia em que os elefantes voarem.
                                               
Em suma, a CPI é necessária na tentativa de elucidação dessa nova maracutaia nacional,  ainda que as reuniões paralelas do Conselho de Ética do Senado venham a ser mais profícuas, na medida em que poderão chegar à cassação do mandato de Demóstenes Torres.

É com política que se ganha a juventude


Por Clarissa Alves da Cunha – Vice-Presidente da UNE.
Sabíamos que a primeira presidenta da história do Brasil teria uma tarefa árdua pela frente, mesmo se ganhasse com facilidade as eleições presidenciais. Substituir o presidente mais popular da história não é tarefa simples, mesmo que conte com total apoio deste líder.
No campo econômico e social, o governo Dilma não vem comprometendo os avanços conquistados no governo Lula. Mesmo a taxa de juros tendo aumentado no começo do governo, hoje apresenta uma tendência de queda e se dirige para a taxa media mundial. O principal problema do governo Dilma é a política. O país segue com muita lentidão na socialização do poder.
É preciso contextualizar essa dificuldade. Tivemos um segundo turno eleitoral com uma politização à direita através de uma pauta obscurantista e religiosa. Esse movimento dificultou a consolidação de uma agenda progressista do governo Dilma. O resultado disso foi que os representantes religiosos ganharam mais espaço. Por outro lado, a insuficiência de diálogo democrático do governo não conseguiu transmitir à sociedade um debate mais progressista sobre os grandes temas. Muito menos construir projetos nesse sentido.
Na sua estratégia institucional, o governo Dilma tenta diminuir a influência de caciques de partidos da base aliada. Ao que tudo indica, se trata de uma aposta política que altera a forma de relações entre governo e partidos da base. Algo que sempre desejamos que o governo Lula fizesse e que obviamente gera enfretamentos e retaliações.
A ousadia do governo Dilma é mais do que elogiável, devendo ser entendida e apoiada. Porém, o ponto problemático é não fazer o enfrentamento com os setores da direita no plano da cultura política e na afirmação de uma agenda nacional que contribua para isso.
É necessário debater a urgência de uma reforma política, da legalização do aborto, do combate à homofobia e principalmente deixar claro que o neoliberalismo é algo que deve ser rechaçado enquanto projeto. Apesar de ser importantíssimo, não basta dizer que 40,3 milhões de pessoas adentraram à classe C e que os países centrais vão mal. É necessário dizer porque isto aconteceu, que a presença do Estado foi fundamental, que os mitos neoliberais da auto regulação do mercado, rechaçados no Brasil e adotados na Europa e Estados Unidos, levou a resultados tão dissonantes em um mesmo período.
A politização das pautas é fundamental principalmente para se atingir um setor que não estava plenamente convencido da eleição de Dilma, em especial no primeiro turno: a juventude. Travar debates ideológicos e adotar medidas democratizantes nas políticas de livre sexualidade, de drogas e cultura (sexo, drogas e rock`n roll) que mais diretamente ganham a atenção da juventude, em especial a parcela progressista dela. Isso é algo que deveria ser central no governo Dilma e é justamente um dos aspectos mais negligenciados por ele.
Não me refiro especificamente à adoção de políticas públicas para a juventude. Apesar da conservadora adoção da política de internação compulsória de usuários de crack, no geral governo vai bem nesta área. Trata-se na verdade de entrar com espírito valente para disputar os valores neoliberais hegemônicos desde os anos 90 e bombardeados cotidianamente em nossas cabeças.
Primeiramente é essencial que o governo considere os fatores de poder para além do poder institucional. Neste sentido, a mídia, os movimentos sociais clássicos e os novos movimentos progressistas são agentes fundamentais para esta disputa. Todos estes fatores nos levam claramente à pauta da democratização da comunicação e do acesso aos bens culturais, principalmente através da principal ferramenta de comunicação utilizada pela juventude, a internet.
A política de democratização da internet e do acesso de bens culturais através dela são fundamentais para a disputa de valores da juventude. Não só por quebrar o monopólio da grande mídia empresarial, o debate da democratização da internet, relativização dos direitos autorais e acesso ao livre conhecimento é um debate que em si próprio faz a disputa ideológica contra o neoliberalismo.
Nós jovens adoramos ter acesso a filmes e seriados na internet de graça, baixar músicas gratuitamente, ver clipes no youtube e principalmente entendemos a tão falada cultura hacker, pois crescemos com ela. Ou seja, se nosso projeto é a democratização dos bens de comunicação e dos bens imateriais por ser claramente antineoliberal, ganhar a juventude para isto não é uma tarefa árdua.
No entanto, o exemplo mais desmobilizador, vem justamente de dentro do governo. O Ministério da Cultura, que no governo Lula avançou consideravelmente à esquerda, acabou se tornando o grande defensor dos valores mais neoliberais e que atingem mais diretamente à juventude no governo Dilma.
A ministra da cultura Ana de Hollanda ao proferir a frase de que “a internet, a Pirataria, a circulação livre e sem rigor vai matar a Cultura Brasileira” não traduz a verdade, bem como reforça os valores mais neoliberais, dignos do PSDB e do Senador Azeredo, autor do tão combatido projeto de controle da internet que ganhou o apelido de AI-5 Digital.
A disputa de valores na sociedade, e na juventude especialmente, só pode se dar mediante a politização do debate. Devemos reforçar as mídias alternativas e a rede de blogueiros progressistas que contrapõe o poder de legitimação midiática aos quais a direita tem acesso. A adoção pelo governo Dilma de uma nova tática para disputar esses valores deve acontecer imediatamente, antes que seja tarde. Um bom começo seria modificar radicalmente essa política do Ministério da Cultura.