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Roubo é isso aqui

bradesco compra operações do  hsbc no Brazil por 17,6  bilhões de irreais.

O que os ladrões que compraram o bamerindus não pagaram ao Fisco em (ah, antes de 2003 a gente não pode falar nada).

O roubo é completo.

Ladrão por ladrão não troco um banqueiro por um marinho bicudo, mora?

Pra não perder a oportunidade:

O judiciário é o mais corrupto dos poderes!





HSBC e seus comparsas humilham cpi

por Rodrigo Martins
Hervé Falciani, o denunciante do Swissleaks, está pronto para colaborar com as autoridades do País e repassar informações sobre os 8,6 mil brasileiros com contas secretas na filial do HSBC em Genebra, cujos depósitos entre 2006 e 2007 totalizavam 7 bilhões de dólares, cerca de 19 bilhões de reais. A CartaCapital, afirmou estar disposto a vir para o Brasil, mesmo correndo risco de ser preso, em virtude da inclusão de seu nome na lista de procurados da Interpol. Ofereceu, inclusive, a correspondente Leneide Duarte-Plon, que o entrevistou, para mediar o contato com ele. A contribuição de Falciani seria inestimável para a CPI do HSBC, que patina há quatro meses sem nem mesmo saber quem são os correntistas nativos que remeteram dinheiro ilegalmente para a Suíça.
Sem acesso às informações das autoridades francesas, que investigam o caso desde 2008, a CPI do HSBC só aprovou recentemente um requerimento para ouvi-lo por teleconferência. Há tempos, o senador Randolfe Rodrigues critica a letargia dos seus colegas na comissão. Após a última audiência, realizada em 16 de julho, cogita a possibilidade de abandonar a CPI, proposta por ele mesmo. Dias após o Supremo Tribunal Federal ratificar o poder da comissão para decretar a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos investigados, os senadores decidiram “desquebrar” os sigilos de seis deles. “Foi uma das ações mais desmoralizantes e vergonhosas do Congresso. A CPI foi assassinada”, protesta Rodrigues.
No Brasil, o escândalo é tratado com desdém desde a sua origem. Em 2008, Falciani, ex-funcionário do HSBC Private Bank, começou a vazar dados de contas secretas da instituição. Ele dispõe de informações sobre mais de 106 mil correntistas de 203 países, cujos depósitos somavam 100 bilhões de dólares na filial suíça do banco, conhecido refúgio de sonegadores, corruptos e narcotraficantes de todo o mundo. Desde então, Falciani colabora com o Ministério da Justiça e magistrados da França.
Apenas em fevereiro de 2015, após o diário francês Le Monde e o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo divulgar listas parciais dos titulares das contas, o Brasil esboçou interesse pelo caso. De lá para cá, as autoridades francesas decidiram compartilhar informações com a Receita Federal, o Ministério da Justiça e a Procuradoria Geral da República. Os dados não foram, porém, cedidos à CPI do HSBC.
Logo na primeira audiência da comissão, em 24 de março, Rodrigues propôs uma diligência à França, com o duplo objetivo de coletar o depoimento de Falciani e conversar pessoalmente com autoridades francesas, para justificar a necessidade de acesso às informações. A proposta jamais foi acolhida por seus colegas. “Claramente houve falta de disposição dos parlamentares em ter acesso a esse banco de dados. Na verdade, foi uma postura reativa mesmo”, lamenta o senador do PSOL. “A resistência em ouvir Falciani parece um caso único no mundo, em que o principal denunciante se apresenta para colaborar com uma apuração, mas os investigadores se negam a ouvi-lo.”
Enquanto as autoridades brasileiras tardam a procurá-lo, Falciani mantém estreita colaboração com autoridades de diferentes nações, entre elas Islândia, Índia e Argentina. Com base em sua lista, o Parlamento argentino iniciou, em abril, a convocação das empresas que controlavam cerca de 4 mil contas secretas do HSBC na Suíça. Um mês antes, Ricardo Echegaray, chefe da Administração Federal de Receita Pública, o Fisco do nosso vizinho do Cone Sul, exigiu da instituição financeira a devolução de ao menos 3,5 bilhões de dólares, a título de reparação ao “dano causado às finanças públicas”. No Brasil, a Receita e a PGR mantém a discrição nas investigações, enquanto a apuração no Senado permanece na estaca zero.
O petista Paulo Rocha, presidente da CPI do HSBC, diz que os parlamentares optaram por não ir à França para aguardar o resultado de um pedido de compartilhamento de informações mediado pelo Ministério da Justiça e pela PGR. “Recebemos a negativa no início de julho. Se viajássemos para lá agora e voltássemos de mãos abanando, seríamos acusados de desperdiçar recursos públicos”, diz o senador, ao lembrar que o procurador-geral Rodrigo Janot comprometeu-se a enviar para a França um pedido de reconsideração. O peemedebista Ricardo Ferraço, relator da comissão, enfatiza que a lista de Falciani “foi obtida de forma ilegal”, e não teria validade jurídica no Brasil, a menos que tivesse a chancela do governo francês. “Há uma longa jurisprudência consolidada no STF, a chamada Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada, segundo a qual provas obtidas de forma ilegal ensejam a anulação de todo o processo”.
O curioso é que a lista de Falciani está na origem da quebra dos sigilos de 17 suspeitos pela CPI do HSBC. O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) confiou a relação de correntistas brasileiros a Fernando Rodrigues, do Grupo Folha. Até o momento, menos de 5% dos 8,6 mil titulares de contas secretas na Suíça foram revelados por ele. Integrante da mesma entidade desde 1997, o jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro Privataria Tucana, solicitou a lista completa. Em carta endereça a Marina Guevara, vice-presidente do ICIJ, comprometeu-se a “divulgar somente as chamadas contas sujas e não declaradas ao Fisco, na íntegra, aos demais colegas da imprensa”, o que Rodrigues jamais fez. Diante da recusa, Ribeiro Jr. desfilou-se do ICIJ. Pouco depois, o jornal O Globo também teve acesso aos dados, mas manteve a política de divulgar apenas o que lhe parecia mais conveniente.
A lista parcial revelada pelos escolhidos do ICIJ, que hoje soma cerca de 400 nomes, serviu de base para os senadores requisitarem informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou movimentações atípicas de 50 brasileiros com contas no HSBC de Genebra. Desse total, 17 tiveram a quebra do sigilo aprovada pela CPI, entre eles quatro integrantes da família de Jacob Barata, o “rei do ônibus” no Rio de Janeiro. Entre os poupados, figura Benjamin Steinbruch, principal acionista da Companhia Siderúrgica Nacional, que possuía, junto com familiares, 543 milhões de dólares em contas suspeitas na Suíça.
Apesar do aval do STF, a CPI do HSBC decidiu, em 16 de julho, reconsiderar a quebra dos sigilos da família Barata, de Jacks Rabinovich, ex-proprietário do Grupo Vicunha, e de Paula Queiroz, do grupo cearense Edson Queiroz. Os pedidos de “desquebra” venceram pelo placar de 7 a 1, uma irônica coincidência. Único a votar contra, Randolfe Rodrigues afirma que emissários da família Barata o procuraram pouco antes dessa audiência, mas um assessor tratou de blindá-lo. Já o relator da CPI fala em “precipitação anterior” dos parlamentares. Segundo ele, o Coaf informou que movimentação atípica não é sinônimo de conduta delituosa, e sim um “sinal de alerta”. Os seis que tiveram a quebra de sigilo reconsiderada, emenda Ferraço, comprovaram não ser alvo de investigação pela Receita.
“Minha última esperança é ver algum resultado da investigação conduzida pelo Ministério Público Federal, porque a blindagem na CPI é evidente”, diz Rodrigues, que pretende ir ao encontro de Falciani na Europa. “Se o Senado não aprovar, vou por conta própria.”
na Carta Capital

Combate a corrupção

Por que a Operação Zelote e o Suiçalão-HSBC não tem a mesma divulgação na mídia?
Tá respondido




SwissLeaks - A Suiça lava mais branco

Entrevista com Jean Ziegler no Estadão, o autor do livro A Suiça lava mais branco, publicado em 1990 (25 anos atrás). No século passado o escritor já afirmava: 
  • “A Suíça é o principal local de lavagem de dinheiro do nosso planeta, o local de reciclagem dos lucros da morte”.
  • Agora, com o caso SwissLeaks ele avisa: “É apenas a ponta do iceberg”.
  • “Existe uma corrupção institucional na Suíça. Na maioria dos países, o órgão que regula os bancos é uma entidade estatal. Na Suíça, trata-se de uma empresa semi-privada e que é paga pelos bancos. Uma agência que regula bancos bancada pelos bancos. Há ainda um segundo aspecto. A lista de pessoas com contas no HSBC já era de conhecimento das autoridades suíças desde 2012, quando a relação de contas circulou entre os governos. Berna sabia que o dinheiro vinha das drogas colombianas, da máfia, do terrorismo e da lavagem de dinheiro. Mas até hoje nenhum processo foi aberto”. 

Por Jamil Chade
Do Estadão



Alvo. Para Ziegler, fim do segredo bancário ainda está longe
“A Suíça é o principal local de lavagem de dinheiro do nosso planeta, o local de reciclagem dos lucros da morte.” O alerta bem que poderia ter sido feito pelas fontes que revelaram os segredos das 100 mil contas do banco HSBC na Suíça, o que criou um terremoto mundial. Mas, na verdade, a frase já foi dita há 25 anos na primeira página de um livro que já revelava tudo o que se vê agora.
Em A Suíça Lava Mais Branco, o suíço Jean Ziegler escancarava um cenário muito diferente da imagem que o país tentava transmitir ao mundo. Hoje, diante das provas do que ele mesmo já dizia, seu sentimento é de que o “tempo lhe garantiu justiça”. Mas, ele mesmo avisa: o HSBC é apenas a ponta do iceberg de um sistema inteiro de fraude. Provocador, Ziegler questiona como um país sem recursos naturais como a Suíça se transformou em um dos mais ricos do mundo. “Aqui, a matéria-prima se chama dinheiro estrangeiro”, disse. 
Em 1990, quando o livro saiu, Ziegler era membro do Parlamento Suíço. Em menos de um ano, seu livro foi alvo de nove processos legais e até hoje ele paga a multa de US$ 6 milhões que recebeu. O escritor foi acusado como “traidor” pelos demais políticos, sua imunidade parlamentar foi retirada, perdeu sua casa, foi atacado pela imprensa e diz ter sido até ameaçado de morte. A poderosa Associação dos Bancos Suíços rejeitou as acusações na época e garantiu que o sigilo bancário “não protegia criminosos”. A seguir, os principais trechos da entrevista: 
Um quarto de século depois que o sr. denunciou como os bancos suíços operavam, o HSBC está hoje no centro das atenções mundiais. Isso o surpreende?
Não. A história que estamos escutando é, no fundo, a normalidade helvética mais banal. Essa é apenas a normalidade banal e cotidiana da Suíça e a ponta do iceberg. E o pior é que vai continuar. 
Como assim?
Existe uma corrupção institucional na Suíça. Na maioria dos países, o órgão que regula os bancos é uma entidade estatal. Na Suíça, trata-se de uma empresa semi-privada e que é paga pelos bancos. Uma agência que regula bancos bancada pelos bancos. Há ainda um segundo aspecto. A lista de pessoas com contas no HSBC já era de conhecimento das autoridades suíças desde 2012, quando a relação de contas circulou entre os governos. Berna sabia que o dinheiro vinha das drogas colombianas, da máfia, do terrorismo e da lavagem de dinheiro. Mas até hoje nenhum processo foi aberto. 
Como um país que se apresenta como uma democracia perfeita vive uma situação dessas com seus bancos?
Já em 1990 eu citei uma frase de Jean-Jacques Rousseau no meu livro: os ricos andam com a lei sempre dentro de seus bolsos. Mas a realidade é que existe uma explicação mais complexa. A Suíça é uma democracia onde não existe a ideia da incompatibilidade de funções no Parlamento. Ou seja, um deputado não ganha um salário para ser deputado. Apenas uma ajuda de custo e precisa manter seu emprego. E quem são os deputados suíços? Pequenos comerciantes, agricultores, profissionais liberais e até donas de casa. De repente, essas pessoas passaram a ser convidadas a fazer parte do conselho de empresas. Isso fez com que o Parlamento fosse colonizado por multinacionais e bancos. No Parlamento, quem sempre tem maioria são os bancos. 
E como isso dificulta qualquer tipo de ação de regulação?
No caso dos bancos, isso significa que as reformas do sistema financeiro praticamente não existem como iniciativas internas da Suíça. Dou um exemplo. Na crise financeira, o governo resgatou o UBS com US$ 61 bilhões. Agora, a ideia era de que o banco fosse reformado. Mas nada disso ocorreu. No Parlamento, foi impossível aprovar qualquer coisa que não seja antes aprovada pelos bancos. 
De onde vem esse poder dos bancos na Suíça?
A raiz disso é ainda o papel que tivemos na Segunda Guerra e a cumplicidade com o regime de Hitler. Desde então, temos as maiores fortunas do mundo. Hoje, 27% da riqueza global está na Suíça. Mas como é que podemos estar entre os dez maiores PIBs do mundo em termos per capita e viver num país sem recursos naturais? Aqui, a matéria-prima se chama dinheiro estrangeiro, que vem de fraudadores internacionais, dinheiro do crime ou dinheiro do sangue, que é como eu chamo o dinheiro das ditaduras. 
Mas os bancos tiveram de mudar recentemente, com novos controles.
O único golpe, ironicamente, veio dos EUA, que os ameaçou. Os bancos foram alertados que ou pagavam multas e mudavam suas práticas ou simplesmente Wall Street se fecharia a eles, o que significaria sua falência.
Diante da pressão americana, o segredo bancário vai sobreviver?
Essa é talvez a maior mentira de todas, a de que o segredo bancário está acabando. A Suíça foi obrigada a assinar um acordo internacional pelo qual está de acordo em trocar informações sobre correntistas a partir de 2018. Mas partidos já iniciaram uma campanha para realizar um referendo contra o acordo e não há qualquer garantia de que essa troca de informação vá ocorrer. Pior que isso, mesmo que a troca de informações ocorra, não será nada fácil saber quem está por trás de uma offshore com contas em Genebra e sede no Panamá. 
Como se sentem as autoridades suíças hoje, diante da pressão mundial?
Os suíços estão sofrendo muito. Para os calvinistas, ser criticado em público é um grande trauma. A reputação é tudo e se cultivou por décadas que eles faziam tudo sempre bem. De repente, agora se sabe que não e, por isso, eles sofrem psicologicamente. 
Qual foi a reação local quando o seu livro saiu?
Bom, fui alvo de nove processos e de uma campanha da imprensa contra a minha pessoa. Pela primeira vez desde 1939, o Parlamento retirou a imunidade de um deputado. 
O sr. foi ameaçado?
Sim. Mas não saberia dizer por quem. Meu filho era pequeno e tínhamos de caminhar com escolta até a escola. Meu carro foi sabotado na estrada entre Lyon e Genebra. Sofri outros dois ataques. Perdi uma casa e, até hoje, a conta que recebe o dinheiro da renda do livro está bloqueada.



PT quer investigar Swissleaks

VALMIR PRASCIDELLI PEDE CRIAÇÃO DE COMISSÃO EXTERNA NA CÂMARA FEDERAL PARA INVESTIGAR O SWISSLEAKS

O deputado federal Valmir Prascidelli (PT-SP) protocolou na tarde  desta sexta-feira, dia 20 de fevereiro, requerimento na Mesa Diretora da Câmara solicitando a formação de uma Comissão Externa do Legislativo para investigar SwissLeaks, nome pelo qual ficou conhecido o escândalo de evasão fiscal envolvendo o banco HSBC na Suíça.

Alan Souza - A "esperteza" de Fernando Rodrigues

Pra dizer o mínimo, esse Fernando Rodrigues é um espertalhão.

Ele alega que repassou os dados à Receita Federal, e que divulgará em seu blog só os dados que despertem "interesse público" - lógico que ele é quem julga o que é interesse público ou não.

Daí ele divulgou só os nomes de envolvidos na Lava-Jato até agora. Achou que isso é do interesse público. E calou-se.

Alega que cabe à Receita fazer o trabalho e depois divulgar. Ele sabe que a Receita não pode divulgar nada que esteja apurando ou venha a apurar, por causa do sigilo fiscal...


Fernando Brito - Jornalista se demite por omissão no caso HSBC. E não é um brasileiro…

obornedcm

Não sei quem colocou, no Diário do Centro do Mundo,  a legenda na foto do jornalista inglês que se demitiu do conservador Telegraph, um dos principais jornais ingleses, que, revela o também britânico The Guardian,renunciou ao  cargo de principal comentarista político por considerar que os leitores estavam sendo fraudados na "cobertura" do escândalo das contas do HSBC na Suíça.

HSBC - O escândalo dos outros

Por Luciano Martins Costa
Do Observatório da Imprensa
Um dos maiores escândalos financeiros de todos os tempos se desenrola na Suíça e tem como epicentro o braço de finanças privadas do HSBC, banco britânico com origem em Hong Kong, e suas repercussões ecoam por quase todo o mundo. Menos no Brasil.
O pedido público de desculpas, distribuído pelo banco a toda a imprensa mundial, foi publicado no domingo (15/2) em jornais, revistas, portais e boletins especializados. No Brasil, pode-se ler uma nota na Folha de S. Paulo de segunda-feira (16/2) citando o assunto. Ainda assim, o texto curto do jornal paulista não faz referência à extensão do caso e, no que se refere ao Brasil, apenas observa que “na lista de contas secretas do banco vazada no Swiss Leaks há ao menos 11 pessoas ligadas ao escândalo da Petrobras”.
Swiss Leaks não é um endereço na internet: é o nome dado à investigação jornalística independente sobre a gigantesca operação de fraude fiscal de que é acusada a subsidiária do HSBC em Genebra. Mais de 180 bilhões de euros teriam passado pelas contas de 100 mil clientes e operadas por 20 mil empresas offshore em transações do banco no período até aqui investigado.
A reportagem foi produzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) a partir de vazamentos produzidos por um ex-funcionário do banco, o engenheiro de software Hervé Falciani, e entregue a autoridades da França em 2008 (ver aqui). Desde então, mais de 130 jornalistas vêm trabalhando na apuração dos dados, em 49 países.
Somente esse esforço jornalístico deveria merecer da imprensa brasileira muito mais do que uma nota curta perdida num pé de página ou o interesse restrito em nomes de empreiteiros e doleiros envolvidos na Operação Lava Jato. Se não fosse pela grandiosidade dos números, que revelam a extensão das fraudes que sustentam grandes fortunas por todo o mundo, seria de se esperar que um jornalismo minimamente objetivo se interessasse ao menos por um fato revelado na investigação: são muitos os milionários brasileiros citados nos documentos, e não apenas os 11 nomes ligados de alguma forma ao escândalo da Petrobras.
O mapa da lavagem
O que os jornais brasileiros temem revelar? Não erra quem imaginar que entre as 6.066 contas suspeitas de 8.667 clientes que ligam o banco suíço ao Brasil podem ser encontrados nomes surpreendentes. Sabe-se, por exemplo, que os donos do grupo argentino de comunicação Clarín estão na lista.
Para se ter uma ideia da extensão do escândalo, basta citar que as contas ilegais, pelas quais foram fraudados os tesouros de dezenas de países, incluem políticos da Inglaterra, Rússia, Ucrânia, Geórgia, Quênia, Romênia, Índia, Liechtenstein, México, Líbano, Tunísia, República do Congo, Ruanda, Zimbábue, Paraguai, Djibuti, Senegal, Venezuela, Filipinas e Argélia.
Trata-se de um mapa precioso para o rastreamento de dinheiro desviado por políticos corruptos, ditadores, além de contrabandistas de armas e diamantes e traficantes de drogas.
O banco privado onde circulava esse dinheiro era parte do conglomerado Republic Bank de Nova York, que foi comprado pelo grupo britânico do banqueiro Edmond Safra, judeu de origem libanesa que se naturalizou brasileiro. Safra morreu em dezembro de 1999, quando era finalizada a negociação, em um incêndio provocado por dois supostos assaltantes que invadiram seu luxuoso apartamento em Montecarlo.
O noticiário da época conta que Safra havia informado autoridades dos Estados Unidos que o Republic Bank estava sendo usado pela máfia russa para lavar dinheiro. O enredo inclui ainda agentes do serviço secreto israelense, que treinaram seus seguranças particulares, e outros detalhes instigantes, entre eles o fato de os supostos ladrões terem entrado e saído com facilidade de um dos edifícios mais protegidos da capital do principado de Mônaco.



Mas nada disso parece interessar a brava imprensa brasileira. A mídia nacional não parece curiosa, por exemplo, com o fato de que o Brasil é o nono país na lista dos maiores valores encontrados nas contas suspeitas: US$ 7 bilhões pertencentes a brasileiros ou estrangeiros com negócios no Brasil foram encontrados no HSBC Private Bank.
O texto da reportagem do ICIJ observa que nem todo dinheiro listado nos documentos é ilegal, mas autoridades de vários países estão examinando todos os negócios do banco.
No Brasil, o assunto é acompanhado apenas por um ou outro blogueiro: nossa imprensa entende que esse é um escândalo dos outros.

A estranha censura do Pig ao HSBC e Beto Richa (Psdb)

Sugestão do Johnny nos comentários do C Af
Do excelente artigo de Ricardo Melo, na Fel-lha (ver no ABC do C Af).

Não fosse por ele, o Safatle e o Janio de Freitas, melhor seria enterrar a “opinião” da Fel-lha na quarta-feira, no jazigo em que repousam as cinzas do Ataulfo Merval (também no ABC do C Af), aquele que chora.

Diz o Melo:
[...] É de estranhar, para dizer o mínimo, o laconismo com que a imprensa “mainstream” – 
aqui chamada de PiG, PHA – local vem tratando um dos maiores escândalos da história financeira mundial.
[...] O argumento de que o tema está distante do leitor nacional não resiste aos fatos: cerca de 9.000 clientes envolvidos na falcatrua são brasileiros; o HSBC é um dos maiores bancos a operar no país; e, pelo que a investigação conseguiu apurar, a roubalheira decolou depois da aquisição, pelo HSBC, de um banco e de uma holding de propriedade de Edmond Safra.
[...] Surpresa: o assunto praticamente desapareceu, a não ser quando encontraram supostas conexões com o pessoal da Lava Jato. Esquisito. E os outros milhares de correntistas brasileiros premiados, desapareceram? A história não fecha. Aliás, é a segunda vez que um trabalho do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos recebe tratamento desprezível no Brasil.

Há pouco tempo, a mesma equipe escancarou manobras tributárias de bancos e multinacionais, brasileiros incluídos, para fugir de impostos com operações em Luxemburgo. Uma das empresas acusadas na artimanha, a Pricewaterhouse, por acaso vem a ser uma das que aprovavam balanços podres de instituições protagonistas da crise de 2008. Hoje a Price examina a contabilidade da Petrobras…
***
PARANÁ NA MODA; E NA MÍDIA?

Curitiba viveu recentemente uma das maiores manifestações de sua história.
Foi na capital do Paraná. Mesmo Estado onde fica a Londrina do juiz Sérgio Moro, sede do antigo Bamerindus vendido a preço simbólico ao HSBC e do Banestado (Banco do Estado do Paraná), pivô da CPI que durante os anos 90 catapultou o doleiro Alberto Yousseff para manchetes. Mera coincidência, talvez.
Navalha
Como dizem amigos navegantes do Conversa Afiada:
Quem mandou o Monde entregar a lista à Fel-lha ?
Se o Lula, o Dirceu e a Dilma se escondessem no HSBC, o PiG abria tudo, como faz com as mentirinhas do Youssef.
E o COAF do Ministro Levy, vai mandar um e-mail ao HSBC ?
E o Juiz Moro, não está curioso ?



Paulo Henrique Amorim

A Onestidade tucana é idêntica a Suiça

Leiam com atenção a notícia publicada no Restadão:

O banco HSBC ajudou mais de 8,7 mil brasileiros a depositar US$ 7 bilhões em contas secretas na Suíça. Os dados fazem parte de documentos bancários que revelam como a instituição teve um papel ativo em facilitar a abertura de contas, sem perguntar a origem do dinheiro — o que, em muitos casos, ajudou a evadir impostos.
No mundo, o banco auxiliou mais de 100 mil clientes a levar para a Suíça suas fortunas, nem sempre declaradas em seus países. A lista desses clientes é um exemplo de como o sistema bancário do país alpino lucrou ao manter contas de criminosos, traficantes, ditadores e milionários que optaram por não pagar impostos ou pilharam seus países.
No caso do HSBC, o Brasil é o quarto país com maior número de clientes na lista das contas secretas. Entre as personalidades brasileiras estava Edmond Safra. No mundo, a lista conta com nomes como Fernando Alonso, Emilio Botin, David Bowie, Tina Turner ou o Rei Abdallah, da Jordânia.
A lista incluí desde traficantes de drogas, de armas, ditadores até nomes famosos do mundo da música e do esporte, num total de US$ 100 bilhões. Os documentos são apenas uma parte do que seria o sistema bancário suíço, duramente criticado por autoridades de todo o mundo por permitir a existência de contas secretas e ser uma espécie de “buraco negro” no sistema financeiro internacional.
Os documentos foram colhidos pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo e revelam a frequência pela qual personalidades viajavam para a Genebra para consultar suas contas e administrar suas fortunas.
No caso do Brasil, as contas registradas existem desde os anos 70 e o período avaliado perdura até o ano de 2006. Na maior das contas, os documentos apontam para mais de US$ 300 milhões em apenas um nome.
Pelos documentos, porém, o que se revela é que o crime organizado sul-americano usou as contas do HSBC para lavar dinheiro da droga e não se exclui que parte das contas tinham relações com organizações criminosas.
Os papeis foram obtidos a partir de uma lista roubada dos escritórios do banco em Genebra por um ex-funcionário, Hervé Falciani, em 2008 e entregue para as autoridades francesas.
Atingindo todas as partes do mundo, a lista das contas traz pessoas como Gennady Timchenko, um bilionário russo associado ao presidente Vladimir Putin e que hoje é alvo de sanções da UE pela guerra na Ucrânia.
A lista também aponta contas em nome de assistentes do ex-presidente do Haiti, Jean Claude “Baby Doc” Duvalier, e de Rami Makhlouf, um primo e aliado do presidente da Síria, Bashar al Assad.
Outro nome é a de Li Xiaolin, filha do ex-primeiro ministro chinês Li Peng, responsável pela repressão na Praça Tiananmen, além de príncipes e de membros da monarquia de toda a Europa.
Em uma resposta oficial, o HSBC indica que reconhece que os controles sobre a origem do dinheiro no passado nem sempre foram corretos. Mas garante que, desde 2007, o banco “tomou passos significativos para implementar reformas e expulsar clientes que não atendiam aos padrões HSBC”.
Segundo o banco, como resultado disso, a instituição na Suíça perdeu quase 70% de seus clientes desde 2007.

Capital ilegal pego com a mão na botija apela por ordem legal

O título parece um paradoxo e é. O capital adora um sigilo para poder circular livremente pelo mundo, e, principalmente, escapar de taxações, mas se arrepia quando seus dados são descobertos e se tornam passíveis de fiscalização pelos Estados, a quem costumam ludibriar. E apela até para questões legais, como se o que fizesse não fosse burlar constamente as leis.
Valor reproduz hoje uma história incrível, publicada originalmente pelo The Wall Street Journal, em que dois funcionários da área de private banking do HSBC forneciam uma extensa lista de clientes com contas na Suíça, oferecidas por e-mail anônimo com o sugestivo assunto “Evasão fiscal, lista de clientes disponível.” Contuna>>>

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