George Vidor – O Globo
O cenário mudou — e muito — mas não as apostas na alta da taxa básica de juros. O quadro desenhado pelo Banco Central na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) difere do atual, a começar pela trajetória da inflação, que voltou a se aproximar do centro da meta (4,5%). O superaquecimento está se esfumaçando rapidamente, como era provável.
A literatura econômica está cheia de exemplos de supostos superaquecimentos logo que crises agudas são superadas ou estancadas.
No caso do Brasil, como já havia uma demanda reprimida quando a crise financeira internacional se agravou em setembro de 2008, a reação seguinte foi de aceleração, deixando dúvida sobre se era um fenômeno passageiro ou mais duradouro. Os preços refletiram essa readaptação e ficou a impressão que a inflação poderia disparar, comprometendo as metas estabelecidas pelo governo (média de 4,5% e limite máximo de 6,5%).
Passada a agitação momentânea, os preços tendem a se acomodar, ainda que a economia brasileira, puxada principalmente por investimentos na infraestrutura, em bens de capital (máquinas, equipamentos, caminhões) e na construção civil, continue crescendo.
Isso tudo põe em questão todo o cenário traçado pelos analistas financeiros, de uma situação de demanda explosiva — muito acima da capacidade de produção — e inflação saindo de controle.
O que o Copom decidirá então na reunião da semana que vem? Uma alta de 0,75 ponto percentual elevará os juros básicos para 11% ao ano, o que pode ser um pouco exagerado diante do novo quadro (interno e externo). A Austrália, por via das dúvidas, não alterou seus juros básicos, mantendoos em 4,5% ao ano.
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Leia a integra da coluna de George Vidor, no jornal O GLOBO
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