Saber, a presidente Dilma já sabia, de tudo o que o governador Eduardo Campos vem falando do governo dela. Farpas, diatribes, críticas feitas pelo neto de Miguel Arraes chegam todos os dias ao gabinete da chefe do governo, levadas por ministros, assessores, aliados políticos e até, numa certa proporção, agentes da Abin.
Poucos duvidam, no palácio do Planalto, de que Eduardo Campos está em campanha, dentro daquele raciocínio malandro de que “eu não me decidi, não quero, mas o meu partido quer e me pressiona”. Ora, quem é o presidente e o próprio Partido Socialista Brasileiro senão ele mesmo?
De qualquer forma, Dilma terá viajado ontem à noite para o Vaticano carregada de mau humor, depois de haver lido nos jornais volumosos resumos da palestra de Eduardo Campos a sessenta empresários paulistas, na casa de um deles, esta semana. Porque mesmo em seu estilo sutil o governador desancou o governo. Se como aliado, comporta-se assim, imagine-se quando tornar-se independente e, até, oposicionista.
Ao dizer “dá para fazer muito mais” e acrescentar que “o país não começou ontem, nem com o partido A, B ou C”, o convidado da plutocracia paulista agride o que a administração do PT, desde o Lula, mais se orgulha. No caso, ignorando-se se certo ou errado, que mudaram o Brasil.
Campos foi adiante: