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Lucas Mendes: Aos 79 anos, em Nova York, morreu a Newsweek. Estava frágil e decadente

A capa da última edição impressa é esta foto de Manhattan em preto e branco com o prédio da revista dominando o cenário. Bons tempos.

No universo das revistas semanais, a Newsweek nunca conseguiu superar a Time em prestígio, circulação e publicidade, mas durante mais de três décadas, a partir dos anos 60, ocupou um brilhante, ameaçador e lucrativo segundo lugar. A competição melhorou a Newsweek e melhorou a Time.

Até 1961, quando foi comprada por Philip Graham por US$ 15 milhões, a revista era um cemitério de talentos. Os donos do Washington Post injetaram verba, juventude e liberdade na Newsweek, que assumiu posições liberais em direitos civis, integração racial, feminismo, drogas, rock and roll, Aids, Vietnam e o Watergate.
Time era quadrada, a Newsweek, redonda.
Como parte do grupo Washington Post, que levantou a espionagem e o acobertamento da Casa Branca no escândalo Watergate, a Newsweekmordeu o osso e não largou.
Richard Nixon foi o presidente campeão das capas, 62 vezes, só superado pelo programa espacial, com 63. Jesus Cristo encapou 21 vezes. A revista se distinguiu em coberturas perigosas, e 12 dos seus jornalistas morreram em guerras e revoluções.
A Newsweek publicou sua primeira capa sobre Aids em 1983 anunciando uma epidemia e, quando ela chegou, ricos e celebridades gays esconderam as causas de suas mortes.
Newsweek, numa de suas premiadas matérias, contou como os parentes de Rudolf Nureyev, Liberace e outros famosos mentiam sobre a causa das mortes dos ídolos, todos gays enrustidos. O movimento gay exigia que saíssem dos armários.