(...) Num país excelências e excrecências, claro! por Armando Coelho Neto
Este Texto e de responsabilidade da AA5ª - Associação Artigo 5º -, delegados e delegadas da Polícia Federal pela Democracia, da qual sou membro ativo.
Em tempos de Lava Jato, é no mesmo plano do "coaching" que as atividades de "compliance" surgem como o mais novo fetiche dos meios empresariais. Não basta ser, é preciso parecer limpinho, e fornecer essa imagem pública tem seu preço. Deve ser por isso que tem operador jurídico que sequer espera a aposentadoria ou exoneração para já anunciar publicamente seus futuros serviços na esfera privada. Sem contar o maravilhoso filão das delações premiadas.
No campo estatal, o mercado da moralidade também está aquecido. Muitos convites para palestras, premiações e “em-bi-eis”. Não só, têm-se ainda jantares de gala, diplomas honoris causae, badalações no exterior e até no Principado de Mônaco. Ah, somem-se campanhas publicitárias, “runnings” contra a corrupção, como o de Fortaleza, onde até os cones de rua foram roubados (furtados).
Esse perfil medíocre é enriquecido com abaixo-assinados, petições eletrônicas, vídeos de agentes públicos para canais do YouTube ou feitos para viralizarem no WhatsApp ou Facebook. Dez medidas contra a corrupção. Greves de fome (mesmo fakes). Anuncia-se que policiais federais estão montando, com seus candidatos a cargos eletivos, uma "bancada da lava-jato", sob o slogan "o brasileiro tem sede se mudança". Até o "japonês da federal" escreveu um livro de memórias. Timing é tudo!