Sob muitos aspectos, a posse de Jair Bolsonaro foi um fiasco.
O primeiro deles é o público.
A equipe do presidente anunciou que colocaria na Praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios mais de 250 mil pessoas — havia assessores falando em 500 mil.
A ideia era quebrar o recorde de público na posse de Lula, em 2003 — 250 mil.
Na festa de Bolsonaro, segundo cálculo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), compareceram 115 mil.
O segundo fiasco foi o baixo comparecimento das autoridades de outros Estados.
Destacaram-se dois expoentes da direita mundial.
Benjamin Netanyahu, que enfrenta problemas políticos internos muito sérios em seu país, Israel, acusado de corrupção.
O outro é Victor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, comparado a Hitler.
Donald Trump, a quem Bolsonaro faz acenos de submissão, não veio, e seu representante, o secretário de Estado Mike Pompeo, ficou pouco tempo em Brasília.
Ele chegou por volta das 13 horas a Brasília, e fez uma postagem no Twitter:
“Ansioso para testemunhar a transferência pacífica de poder em uma das democracias mais fortes da América Latina.”
Mike Pompeo, no entanto, foi embora no início da noite. Teria permanecido no Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, apenas meia-hora, e saiu sem falar com a imprensa.
O presidente peruano, Martín Vizcarra, deixou Brasília ainda pela manhã, antes da posse. Sua assessoria informou que há uma crise política no país, e ele teve que retornar.
O presidente da Argentina, Maurício Macri, nem colocou os pés em Brasília.