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Um haikai

São
Três
Versos



Três sinais que é hora de recomeçar

Se você está nessa situação (abaixo) então é hora de começar de novo...

1) A outra parte não dá sinais de que está em sintonia com as suas intenções
A sua vontade é que o namoro evolua para o casamento, mas seu namorado se esquiva do assunto ou fala abertamente que casar não está nos planos imediatos dele. Você ocupa a mesma posição no trabalho há anos e percebe uma possibilidade de crescimento na empresa, mas sua chefia não valoriza seu trabalho. “Não adianta dar murro em ponta de faca. Para projetos darem certo, as duas partes precisam estar na mesma página”, diz Roberto.
2) Você pensa no assunto em ocasiões completamente distantes dele
O problema não sai de sua cabeça, você sofre por causa dele o dia todo. Se é algo relacionado ao trabalho, a parte sentimental é negligenciada; se é uma insatisfação com o parceiro, o rendimento no trabalho cai. “Ao perceber que o foco está distante do que está sendo feito e vivido naquele momento, o ideal é parar e avaliar. Certamente não vale mais a pena manter isso no seu dia a dia”, aconselha Gisele.
3) Sua insistência impede que boas oportunidades sejam aproveitadas
Muitas vezes, boas oportunidades de mudança surgem – um emprego em outra empresa, que lhe tiraria da ocupação que você detesta, um amigo interessado em sair com você, mas que nada fez porque você está comprometida com aquele cara que só lhe faz mal – e escapam porque você só se concentra em não desistir, em não passar a imagem de que não se esforçou o suficiente para dar certo. Passado um tempo, você se dá conta de que deixou de aproveitá-las e lamenta. O arrependimento é um forte sinal de que está na hora de abrir mão. “É o processo de autoconhecimento se manifestando”.

Brigulinks do dia

Por que a mídia apoia tão intensamente Aécio?

Uma visão mais romântica traria a seguinte resposta: porque há uma identidade entre a ideologia de Aécio e a dos donos das grandes companhias jornalísticas.Mas a verdade é bem menos romântica.Eleger Aécio, um amigo íntimo dos barões da imprensa, representa esplêndidas oportunidades econômicas.Nada contra isso – não fosse o fato de que estas oportunidades são à base de dinheiro público.Dinheiro

LULA: Para mim, não há questão pessoal com Aécio

 "A questão não é o Aécio, a questão é a filosofia de vida que o tucano tem, a visão de mundo. Pessoalmente, sou amigo do Aécio, sou é adversário político e ideológico. A vitória de Aécio é a volta daquilo que não deu certo, é a volta do mundo que não deu certo. E por isso que o sistema financeiro está ouriçado para ele ganhar as eleições, é por isso que o FMI, que estava tão escondidinho, voltou

Instrumentalização do judiciário brasileiro

Quem lê meu blog a algum tempo, sabe que desde sempre afirmo e reafirmo: O judiciário (minúsculo mesmo) é o mais corrupto dos poderes! Mais uma vez atos de um corrupto togado confirmam minha afirmação. A véspera da eleição presidencial MPF e um juiz marcam depoimento de réu confesso com a clara intenção de prejudicar a candidatura da presidente Dilma Roussef. A canalhice é

Quando a PF, o MPF, o Judiciário, a Mídia e a Bolsa interferem na eleição

Uma eleição de muitosEleição presidencial no Brasil pós-ditadura não se decide entre candidatos e respectivos partidosAs subidas e descidas da Bolsa e do dólar, a cada pesquisa ou a cada boato da eleição presidencial, mostram bem o que é a chamada "elite financeira" brasileira. E, por extensão, atingem a alardeada ética da imprensa, da TV e das rádios.As altas por euforia

É esse Brasil que você quer?

Então vote em Aécio Neves 

Entrevista de Lula a Mino Carta na revista Carta Capital

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Eu não incorporo algumas coisas no meu programa nem que a vaca tussa

"Muitas pessoas de outros partidos vieram para a nossa campanha. Quem está do lado do nosso adversário é porque respeita outro projeto que não é o nosso", disse.

A presidente reiterou que é contraria à independência do Banco Central e redução do papel dos bancos públicos no financiamento do crescimento econômico.

E "compreensível" Marina ter declarado apoio ao seu adversário "porque, no que se refere à economia, os programas de governo dos dois são bastante próximos".

A presidente também criticou a gestão de Aécio Neves no governo de Minas Gerais, especialmente no combate à mortalidade infantil. De acordo com ela, enquanto o governo federal reduziu em 33% as mortes infantis, Minas Gerais reduziu em apenas 19%.

"Estados do Nordeste como Bahia e Pernambuco reduziram mais. No Sudeste, São Paulo e Rio reduziram mais a mortalidade infantil do que Minas Gerais", disse Dilma.

Mais cedo, no Twitter, Dilma alfinetou a aliança. "Aqueles que estão comigo representam o meu projeto de país: de avanço. Os que estão do outro lado (PSDB) representam o retrocesso!".

Dilma destacou que "hoje o Brasil tem a menor taxa de desemprego de sua história". "Nós valorizamos o salário mínimo em 70%", disse. "Cada um, entre os dois projetos, tem um compromisso. O meu compromisso é e sempre será com o povo brasileiro!", enfatizou.

Para Dilma  "eles (PSDB) são a favor de reduzir o papel dos bancos públicos, que significa acabar com a Minha Casa Minha Vida". "Nós somos contra", escreveu.

Por que a mídia apoia tão intensamente Aécio?


Captura de Tela 2014-10-11 às 22.58.12

Uma visão mais romântica traria a seguinte resposta: porque há uma identidade entre a ideologia de Aécio e a dos donos das grandes companhias jornalísticas.

Mas a verdade é bem menos romântica.

Eleger Aécio, um amigo íntimo dos barões da imprensa, representa esplêndidas oportunidades econômicas.

Nada contra isso – não fosse o fato de que estas oportunidades são à base de dinheiro público.

Dinheiro seu, meu, de todos nós.

Primeiro, e acima de tudo, os bilhões da publicidade federal. Aqui, o PT cometeu um grande pecado, ao não fazer mudanças que beneficiassem a sociedade, e não perpetuassem privilégios de quatro ou cinco famílias.

No mundo dos negócios, você usa a expressão "base zero" para designar orçamentos que vão ser inteiramente refeitos.

Se isso fosse feito na publicidade federal, você se faria logo perguntas como a seguinte: faz sentido colocar 150 milhões de reais por ano no SBT?

Claro que não. Sobretudo na Era Digital, para a qual as estatais demoraram uma eternidade para acordar.

Mas a questão só foi aparecer quando Rachel Sheherazade defendeu entusiasmadamente justiceiros.

Numa concessão pública, e numa emissora bancada por dinheiro do contribuinte, Sheherazade contribuiu histericamente, todos os dias, para a causa da iniquidade no Brasil.

Sheherazade é símbolo de algo que vai muito além dela e do SBT. É um galho de uma árvore.

O mesmo quadro, amplificado, se repete na Globo. São 600 milhões de reais que, no fim, sustentam um jornalismo feito para manter as raízes que fizeram do Brasil um campeão da desigualdade.

É uma das maiores ironias do jornalismo político nacional que personagens como Jabor, Merval e tantos outros do gênero sejam, indiretamente, pagos com dinheiro público.

Compare tudo isso com o que faz a Fox de Murdoch nos Estados Unidos. O teor é de direita, mas nem a Fox é uma concessão e nem recebe fabulosas injeções de dinheiro público, pela publicidade.

Voltemos ao SBT, apenas porque começamos por lá. A partir da base zero, qual seria a quantia justa, em propaganda federal, a ser colocada na emissora de Sílvio Santos?

Um terço, um quarto do que vem sendo colocado? Campanhas de utilidade pública, tudo bem. Uso sensato de verbas em estatais que competem no mercado, como o Banco do Brasil.

E pronto. Não mais que isso.

Você romperia, assim, o duto que conduz, há décadas, dinheiro público para as grandes empresas jornalísticas – e logo para as contas pessoais de seus donos. Não é à toa que a família Marinho é a mais rica do Brasil.

Você daria também um choque de capitalismo na mídia, que sempre dependeu inteiramente do Estado para se sustentar. Não apenas com publicidade federal, estadual e municipal, mas também com empréstimos a juros maternais no BNDES e outros expedientes como a venda de livros e isenções fiscais. (Não incide imposto, para ficar num caso, sobre o papel usado em jornais e revistas.)

E tão importante quanto tudo que foi dito atrás: as empresas jornalísticas deixariam de ter um interesse tão brutal em quem está no Planalto.

Consequentemente, todas essas armações que se repetem quando bate medo nos donos da mídia de que os privilégios acabariam – porque já não faria diferença se o candidato A ou B se elegesse.

A sociedade apoiaria uma reforma no uso da publicidade governamental porque seria a principal beneficiária disso.

Com Dilma, talvez se faça alguma coisa para reduzir a dependência da mídia em relação ao governo, ou talvez não.

Com Aécio, certamente nada se fará.

É por isso que as empresas jornalísticas estão tão empenhadas em eleger Aécio.

(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

LULA: Para mim, não há questão pessoal com Aécio

 "A questão não é o Aécio, a questão é a filosofia de vida que o tucano tem, a visão de mundo. Pessoalmente, sou amigo do Aécio, sou é adversário político e ideológico. A vitória de Aécio é a volta daquilo que não deu certo, é a volta do mundo que não deu certo. E por isso que o sistema financeiro está ouriçado para ele ganhar as eleições, é por isso que o FMI, que estava tão escondidinho, voltou a dar palpite, porque não se sabe para onde vai a taxa de juros com o seu Arminio Fraga. Ou se esqueceu da taxa que eu encontrei, os números da inflação e do desemprego? E como as burras estavam vazias? O Brasil de hoje está infinitamente melhor do ponto de vista das finanças públicas, da dívida interna pública, da dívida bruta, da política de juros, da reserva. Quando eu cheguei, o Brasil devia 30 bilhões de dólares ao FMI. A gente tinha 30 bilhões de dólares na reserva, dos quais 16 bilhões ou 17 bilhões de dólares era o próprio FMI. Eu aprendi com a minha mãe que era analfabeta: "Meu filho, a gente não pode fazer dívida que a gente não pode pagar". Eu falei, sabe de uma coisa, eu não vou ficar devendo para o FMI para vir dar palpite na minha vida aqui. Eles querem que volte isso? Só porque o mercado quer mais. O mercado vai ganhar na medida em que a indústria ganhe, que os trabalhadores ganhem e a agricultura ganhe. E assim que a gente vai fazer um país feliz.

Instrumentalização do judiciário brasileiro


Quem lê meu blog a algum tempo, sabe que desde sempre afirmo e reafirmo:

O judiciário (minúsculo mesmo) é o mais corrupto dos poderes!

Mais uma vez atos de um corrupto togado confirmam minha afirmação.

A véspera da eleição presidencial MPF e um juiz marcam depoimento de réu confesso com a clara intenção de prejudicar a candidatura da presidente Dilma Roussef.

A canalhice é tanta que, sequer "vaza" denúncias contra aliado do tucano Aécio Neves. 

Será por essa "proteção" que a família Campos apoia o playboy mineroca?

Acredito que sim.

Dilma não aceitou fazer acordo para isso.

A presidente deixou bem claro:

"Que cada um responda pelos seus atos. E assuma suas responsabilidades. Não compactuamos com maus feitos. Comigo é Tolerância Zero com a corrupção!" 

E quanto ao juiz Sérgio Moro...

Ele veste toga de juiz, recebe benefícios, privilégios e salário de juiz, só não age como juiz.
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Quando a PF, o MPF, o Judiciário, a Mídia e a Bolsa interferem na eleição

Da Folha
JANIO DE FREITAS

Uma eleição de muitos

Eleição presidencial no Brasil pós-ditadura não se decide entre candidatos e respectivos partidos
As subidas e descidas da Bolsa e do dólar, a cada pesquisa ou a cada boato da eleição presidencial, mostram bem o que é a chamada "elite financeira" brasileira. E, por extensão, atingem a alardeada ética da imprensa, da TV e das rádios.
As altas por euforia e as quedas por desalento eleitoral são reações falsas. A Bolsa não espera mais do que um punhado de horas para provar a falsidade. E o faz do modo mais objetivo e inequívoco. Já no dia seguinte, a queda é sufocada por subidas, ou o inverso. Mas o motivo alegado para a reação na véspera não cessou, sendo frequente que até aumentasse, com resultados mais fortes do que o esperado das pesquisas e pelos boatos.
A eleição presidencial é transformada em pretexto, pelos manipuladores da Bolsa, para provocar os movimentos de alta e de baixa que alimentam o jogo especulativo, com as valorizações e depreciações de papéis que não precisam ser mais do que artificiosas. É o tal cassino, catedral do capitalismo que gira em torno de lucros com juros e renda de ações, não de produção. O capitalismo brasileiro.
Na imprensa, na TV e nas rádios, os movimentos da Bolsa a pretexto da eleição ganham o seu papel de influência eleitoral. As quedas e as subidas recebem destaque de fatos relevantes quando se prestam a significar repulsa por determinado candidato. Se a subida ou queda não trouxer tal possibilidade, a Bolsa terá o seu noticiário habitual.
Eleição presidencial no Brasil pós-ditadura não se decide entre candidatos e respectivos partidos. Integram a disputa os candidatos, os partidos, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e até a Bolsa de Valores. Imprensa, TV e rádios também, claro, mas em outro diapasão, porque participam das eleições como de tudo mais o tempo todo.
Registre-se a nota social, aliás, do Judiciário como debutante na disputa eleitoral, em par com o Ministério Público (também chamado de Procuradoria da República). Daí resultou a interessante coincidência, no calendário, entre o primeiro turno eleitoral e a delação premiada sob um novo sistema: o de sigilo judicial com alto-falante. E, ainda melhor, esta outra obra do acaso, que foi o primeiro depoimento judicial de um delator, com o previsível vazamento, logo no primeiro dia da disputa de segundo turno.
Já que as coincidências estão aí, convém repor no seu lugar aquela com que Fernando Henrique prova continuar querendo que se esqueça o que disse, por escrito ou de viva voz. Em entrevista a Mário Magalhães e a Josias de Souza, para o UOL, disse ele que "o PT está fincado nos menos informados, que coincide de serem os mais pobres".
Não há como negar a interpretação de que a frase atribui o voto no PT a inferioridades culturais e sociais, não existentes nos eleitores de outros partidos. Ninguém, portanto, entre os muitos que viram na frase uma divisão preconceituosa do eleitorado, mentiu sobre a autoria, a própria frase e o seu sentido, como Fernando Henrique os acusa com virulência. O blog do Mário Magalhães ainda remete para a entrevista.
Entre o Bolsa Família e a Bolsa de Valores, há mais do que uma disputa eleitoral entre os mal informados e os bem deformados.



É esse Brasil que você quer?

Então vote em Aécio Neves

Entrevista de Lula a Mino Carta na revista Carta Capital

CartaCapital

Entrevista

Lula está com a palavra para mostrar a real essência desta eleição

a Mino Carta

UMA IMPERIOSA CONTRADIÇÃO ESTÁ NO AR: Como Seria possível uma renovação se o tucanato pretende voltar ao passado, e disso não faz mistério? Como seria possível, de resto, que promessas de mudança pudessem ser postas em prática por conservadores empedernidos? Conservador conserva, diria o Chico Anysio de antigos tempos.

Não bastassem as antecipações de Arminio Fraga, candidato a ministro da Fazenda em caso de vitória tucana, a fornecer um trailer de puríssima marca neoliberal, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apressa-se a esclarecer, entre a ameaça e o didatismo, que quem vota Dilma além de pobre é desinformado. E qual seria a informação correta?

Fraga prontifica-se a informar o globo de um polo ao outro, no debate com Guido Mantega, mediado (mediado?) na Globo por Miriam Leitão: a crise econômica mundial acabou há cinco anos. Gostaríamos de imaginar, na nossa irredutível ousadia, o que pensam a respeito Angela Merkel, ou Barack Obama. Tendemos a acreditar que ambos os citados, e outros mais habilitados à citação, agradeceriam Fraga por sua oportuníssima revelação. Há incertezas quanto a existência de Deus, mas dúvidas não subsistem em relação a Fraga, seu profeta.

 

Lula com os pobres que votam Dilma porque desinformados, diz FHC

Na linha das revelações, o Clube Militar informa que, com Dilma reeleita, o País estará à beira da sovietização. Há militares ainda dispostos a recorrer a terminologias emboloradas. Ao longo da campanha tucana, corroboradas pelos editoriais dos jornalões, desfraldaram termos mais contemporâneos. Imperdoável é ser "chavista", ou "bolivariano". Pois o único, indiscutível chavista brasileiro é Fernando Henrique Cardoso, que provocou a alteração constitucional destinada a permitir sua reeleição. E não hesitou para tanto em comprar votos de parlamentares da base governista, para forçá-lo a nomear Costa para a direção da estatal.

Era de esperar que a mídia nativa extraísse da manga a carta pretensamente letal. O déjàvu é próprio destas atribuladas vésperas eleitorais desde quando o PT apresenta um candidato à Presidência da República. Lula avisa: "Nunca fui submetido a qualquer gênero de chantagem por parte de congressistas. Fala-se de fatos que teriam ocorrido há dez anos, de sorte que, para averiguar a sua veracidade, seria preciso ouvir o então ministro das Relações Institucionais, o então chefe da Casa Civil, o presidente da Câmara, o líder do PT".

Tomados em conjunto, comportamentos e eventos dão razão a Lula quando afirma que esta eleição, antes ainda de confrontar Dilma e Aécio, coloca frente a frente dois projetos de Brasil, duas visões profundamente opostas devida, de mundo, de política, de fé.

MINO CARTA: Meu caro presidente e grande amigo, como é que você se sente ao se perceber pobre e desinformado?

LULA: Olha, eu na verdade me sinto muito ofendido com este preconceito que chega às raias do absurdo. Fernando Henrique Cardoso mostra o que uma parte da elite brasileira e, sobretudo, uma parte da elite paulista, incluindo a elite política, pensa do povo trabalhador deste País. Porque eles não têm preconceito contra o nordestino rico, contra o negro rico, é contra os pobres, contra quem trabalha. E, ao dizer que Dilma teve voto onde as pessoas são desinformadas, revela que o ex-presidente não tem noção da evolução política da classe mais pobre da sociedade.

MC: Política e econômica.

LULA: Não se dá apenas por conta dos programas sociais, do aumento do salário dos aposentados, do aumento do salário mínimo. E por conta da conquista da consciência da cidadania. Os brasileiros estão pensando mais. E muito esquisito que, quando o governo financiava os estudos de um jovem no exterior antes do Ciência sem Fronteiras, tratava-se de uma bolsa aceita

Não invoquemos, de todo modo, exames de consciência por parte da mídia nativa, postada de um lado so na qualidade de porta-voz da casa-grande. Neste exato instante ela transforma em peça eleitoral o vaza- mento de depoimentos secretos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, do doleiro Youssef e de sua contadora. Deles emerge uma complexa história, cujo ponto central seria a chantagem sofrida por  Lula, por parte de parlamentares da base por mundo, algo fantástico. Quando o governo cria uma bolsa para dar direito a crianças não morrerem de fome é assistencialismo, é retrocesso, é criar vagabundo. Imagem totalmente equivocada: certamente, o ex-presidente ficou com a imagem do Brasil que ele governou. Porque, quando ele governava, davam voto de cabresto, viviam à procura da frente de trabalho e de uma política assistencialista, por falta de política social invadiam supermercado. Agora não.

São respeitadas, e mesmo as mulheres que não trabalham ainda recebem aposentadoria rural, assim como os brasileiros a partir dos 65 anos recebem seu benefício. E sem dever favor ao governo.

MC: Esses benefícios vão muito além do Bolsa Família.

LULA: Mas muito além. O Bolsa Família é apenas uma parte dele. O que aconteceu com o crédito rural para a pequena propriedade, o que aconteceu com o microempreendedor, o que aconteceu com a aprovação da Lei Geral da Pequena e Média Empresa.

MC: E a abertura do crédito?

LULA: E a abertura do crédito consignado. Foram 60 milhões de contas bancárias abertas. Sabe o que é isso? E colocar uma Colômbia e meia no sistema financeiro brasileiro. As pessoas passaram a entrar no banco para negociar empréstimo, não apenas para pagar conta de luz. Mas observe quem também ganhou com isso. E muito. Foi a sociedade mais abastada. A classe média, em vez de ficar constrangida quando se fala de política social, deveria entender que, ao receber algum recurso, o pobre gasta. Para comer, para vestir, esse dinheiro retorna para o mercado no dia seguinte e quem ganha é a loja, o shopping, a fábrica, o agricultor. Certa vez, discuti com um cidadão que reclamava porque o Luz para Todos era mais uma política do Lula para ajudar o pobre e que eu só pensava no pobre. Eu lembrei a ele que, quando a gente levava o Luz para Todos, o beneficiado ligava três lâmpadas, comprava uma geladeira, 80% deles compravam um televisor. Ou seja, um simples programa chamado Luz para Todos, que levou energia para 15 milhões de brasileiros, resultou na venda de quase 4 milhões de mercadorias. Até empresas multinacionais ganharam muito com esse programa social. Sem contar os empregos criados. Mas, infelizmente, há ainda quem prefira ver indigentes nas ruas em lugar de gente humilde consumindo. E lamentável que um cientista político tão estudado como Fernando Henrique Cardoso tenha proferido um a frase tão agressiva contra eleitores brasileiros. Porque há sempre aquela ideia de que as pessoas que não votam do jeito que desejamos não sabem votar. Eu aprendi a respeitar o voto, contra ou a favor. Aprendi isso na fábrica. Aquele que votava contra a greve eu o respeitava tanto quanto quem votava a favor. O eleitor que vota em mim é tão importante quanto aquele que não vota. E um direito dele. Cabe a mim tentar convencê-lo. A elite brasileira levou cem anos para colocar 3,5 milhões de estudantes na universidade. Nós, em 12 anos, colocamos 7,2 milhões.

MC: Tudo isso não aproveita a criação de um capitalismo oposto àquele precipitado pelo neoliberalismo?

LULA: Uma vez me perguntaram: Lula, você é operário e os banqueiros estão ganhando dinheiro no seu governo. Eu disse: eu prefiro que os banqueiros ganhem dinheiro porque, se eles não ganharem, vai ter que ganhar um Proer, é o Estado que passa a financiá-los outra vez. Eu quero que ganhe todo mundo. Fui dirigente sindical e sei que, quando o empresário perde, quem perde mais é o trabalhador, porque perde o seu emprego.

MC: Onde fica o FMI, que entrou na campanha?

LULA: Se você for analisar os números da economia do Brasil hoje, eles são aqueles que desejamos.

Também nós somos vítimas da crise mundial. Os números da Alemanha também são insatisfatórios, os EUA não conseguem se recuperar.

MC: Mas lá o problema não é interno, como no Brasil?

LULA: O Brasil foi o país que melhor soube tratar a crise. Em 2008, quando tudo começou, o governo já vinha com política de desenvolvimento do PAC e nós entendemos que o consumo não poderia arrefecer. E o que eu disse? Se você parar de comprar, a indústria para de produzir, a loja para de vender e você vai perder o emprego. Então é bom a gente comprar, fazer dívida de acordo com a nossa possibilidade de pagar e vamos tocar o barco para a frente. Está escrito: nós sustentávamos na reunião do G-20 que a melhor forma de enfrentar a crise seria não permitir a volta do protecionismo e incentivar o comércio no mundo. Se os países ricos estão estrangulados na sua capacidade de consumo e de endividamento, está na hora de começarem a fazer investimentos para os países pobres poderem consumir, criar indústria, comprar máquinas e se modernizar. Isso foi assinado, e lá estavam Obama, Sarkozy, Berlusconi, todo mundo. Acontece que o FMI só sabe dar palpite quando a crise é no Brasil ou na Bolívia. Quando a crise é nos Estados Unidos eles desapareceram. Na Europa desapareceram. Aliás, desapareceram tanto que nós tivemos de emprestar dinheiro para eles.

MC: Apesar disso, por que os investimentos no Brasil crescem?

LULA: Quem se preocupa com a economia pensa só nos números de crescimento. E importante crescer muito, está claro, mas este País já cresceu 10% e não gerou emprego. Nós agora continuamos gerando emprego, continuamos aumentando o salário mínimo e a renda do trabalhador. E Dilma disse muito bem: o trabalhador não vai arcar com uma crise feita pelos ricos no mundo. Isto é algo que temos de levar em conta a respeito do caráter do compromisso de Dilma. O Brasil é o país que tem o futuro mais garantido. Um país que tem a quantidade de investimento em obra de infraestrutura para ser feita, muitas já contratadas, um país que tem a perspectiva extraordinária do pré-sal, um país que decide que 75% do dinheiro dos royalties vai para a educação, é um país que está dizendo que o futuro já chegou. Não é jogando nas costas do povo um ajuste fiscal, cortando salários, dispensando funcionários. Esses que querem voltar, que dizem? Que para controlar a inflação tem de ter um pouco de desemprego. Pouco se importam com quem vai ficar desempregado. E o contrário do que a gente pensa. Um deles, aliás, acha que o salário mínimo cresceu demais, quando na verdade cresceu ainda aquém da necessidade da sobrevivência digna. Arminio Fraga, Aécio Neves, essa gente toda significa o retrocesso. E é isso que me preocupa. As pessoas não perceberam que é isso que está em disputa nesta eleição. Não é a Dilma contra o Aécio, não é PSDB contra PT, é mais do que isso. O que está em disputa são dois projetos de sociedade. O que era o Brasil antes de 2003? Como é que a elite brasileira tratou este país e tratou o povo trabalhador até eu chegar à Presidência? E quais são os dois projetos? Um é o projeto de que o País tem de ser governado apenas para uma parte da população, enquanto outra tem de ficar marginalizada. Segundo o nosso projeto, todo mundo tem direito de participar da riqueza produzida no Brasil. Temos de garantir que aqueles mais necessitados, mais debilitados economicamente, os mais frágeis do ponto de vista da sua formação profissional, tenham o direito de comer, de estudar, de dizer "eu sou brasileiro e não desisto nunca". E esse projeto que está em jogo.

MC: Mas não seria um projeto capitalista?

LULA: E lógico que é. E só recordar Henry Ford, que dizia: eu tenho de pagar bem os meus funcionários para que eles possam comprar o carro que eles produzem. E aqui no Brasil o pobre ter carro incomoda. Eu trabalhei a vida inteira e como operário nunca pude ter um carro. Meu primeiro carro foi uma Brasília.

MC: Eu tenho em mente alguns números. Por exemplo, investimento estrangeiro no Brasil: no tempo tucano, o máximo a que se chegou foi de 10 bilhões de dólares.

LULA: Uma vez, acho que chegou a 19 bilhões.

MC: As te ano, a previsão é de 67 bilhões. Mais do que no ano passado, que fechou com 64 bilhões.

LULA: Pois é, há quatro anos consecutivos nós só perdemos para a Rússia, China e EUA. Nós somos o quarto ou quinto país receptor de investimentos externos diretos.

MC: Mas será que os investidores estrangeiros são cretinos?

LULA: 64 bilhões, 65 bilhões, 67 bilhões… Todo ano nós crescemos mais. Significa que as pessoas de fora estão acreditando muito mais no Brasil do que alguns brasileiros. Porque há quem, neste momento eleitoral, fique brincando com a Bolsa de Valores, especulando, ganhando dinheiro, comprando e vendendo. E é importante o povo ficar atento. Eu fui candidato muitas vezes, perdi eleições muitas vezes, sei das safadezas que eles fazem com a Bolsa. E quer saber de uma coisa, sem radicalismo? Eu nunca pedi voto para o mercado. Eu não sei quantos votos tem esse mercado, o que sei é que o povo tem voto para ele que a gente tem de pedir voto. E eu quero voto do rico, da classe média, do profissional liberal, do sem-teto, do sem-terra, do com-terra, eu quero voto de todo mundo, porque todo mundo é brasileiro e tem de ser tratado com igualdade de condições. O que eu dizia e a Dilma diz: nós governamos este País para todo mundo, agora o braço do Estado tem de estar mais atento às pessoas mais necessitadas. E este país que precisamos fortalecer, onde todo mundo seja tratado com igualdade de condições, onde a escola seja efetivamente de qualidade. Através da educação se estabelece a oportunidade de ascensão social. Mas há quem não a queira, a possibilidade de ascensão oferecida a todo mundo. Uma vez, muito tempo atrás, almoçava com você, o Weffort, que era secretário-geral do PT, o Jacó Bittar, e eu fui ao banheiro e, ao voltar à mesa, passei diante de duas senhoras e ouvi: "Ele diz que é pobre, mas está comendo aqui onde a gente come". E o Jacó revidou: "E a senhora que vai pagar a conta dele? Sou eu que vou pagar a conta dele". O sociólogo Fernando Henrique Cardoso, quando pronunciou sua frase infeliz, retratou um sentimento histórico da elite brasileira, algo que vem desde o tempo da Coroa.

MC: Que sobra disso tudo se o PSDB volta ao poder?

LULA: Para mim, não há questão pessoal com Aécio. A questão não é o Aécio, a questão é afilosofia de vida que o tucano tem, a visão de mundo. Pessoalmente, sou amigo do Aécio, sou é adversário político e ideológico. A vitória de Aécio é a volta daquilo que não deu certo, é a volta do mundo que não deu certo. E por isso que o sistema financeiro está ouriçado para ele ganhar as eleições, é por isso que o FMI, que estava tão escondidinho, voltou a dar palpite, porque não se sabe para onde vai a taxa de juros com o seu Arminio Fraga. Ou se esqueceu da taxa que eu encontrei, os números da inflação e do desemprego? E como as burras estavam vazias? O Brasil de hoje está infinitamente melhor do ponto de vista das finanças públicas, da dívida interna pública, da dívida bruta, da política de juros, da reserva. Quando eu cheguei, o Brasil devia 30 bilhões de dólares ao FMI. A gente tinha 30 bilhões de dólares na reserva, dos quais 16 bilhões ou 17 bilhões de dólares era o próprio FMI. Eu aprendi com a minha mãe que era analfabeta: "Meu filho, a gente não pode fazer dívida que a gente não pode pagar". Eu falei, sabe de uma coisa, eu não vou ficar devendo para o FMI para vir dar palpite na minha vida aqui. Eles querem que volte isso? Só porque o mercado quer mais. O mercado vai ganhar na medida em que a indústria ganhe, que os trabalhadores ganhem e a agricultura ganhe. E assim que a gente vai fazer um país feliz.

*Esta entrevista foi publicada na revista Carta Capital ontem, 11 de outubro de 2014

Roberto Amaral, presidente do PSB apoia reeleição da presidente Dilma Roussef e divulga Carta Aberta

Mensagem aos militantes do PSB e ao povo brasileiro

A luta interna no PSB, latente há algum tempo e agora aberta, tem como cerne a definição do país que queremos e, por consequência, do Partido que queremos. A querela em torno da nova Executiva e o método patriarcal de escolha de seu próximo presidente são pretextos para sombrear as questões essenciais. Tampouco estão em jogo nossas críticas, seja ao governo Dilma, seja ao PT, seja à atrasada dicotomia PT-PSDB – denunciada, na campanha, por Eduardo e Marina como do puro e exclusivo interesse das forças que de fato dominam o país e decidem o poder.

Ao aliar-se acriticamente à candidatura Aécio Neves, o bloco que hoje controla o partido, porém, renega compromissos programáticos e estatutários, suspende o debate sobre o futuro do Brasil, joga no lixo o legado de seus fundadores – entre os quais me incluo – e menospreza o árduo esforço de construção de uma resistência de esquerda, socialista e democrática.

Esse caminhar tortuoso contradiz a oposição que o Partido sustentou ao longo do período de políticas neoliberais e desconhece sua própria contribuição nos últimos anos, quando, sob os governos Lula dirigiu de forma renovadora a política de ciência e tecnologia do Brasil e, na administração Dilma Rousseff, ocupou o Ministério da Integração Nacional.

Ao aliar-se à candidatura Aécio Neves, o PSB traiu a luta de Eduardo Campos, encampada após sua morte por Marina Silva, no sentido de enriquecer o debate programático pondo em xeque a nociva e artificial polarização entre PT e PSDB. A sociedade brasileira, ampla e multifacetada, não cabe nestas duas agremiações. Por isso mesmo e, coerentemente, votei, na companhia honrosa de Luiza Erundina, Lídice da Mata, Antonio Carlos Valadares, Glauber Braga, Joilson Cardoso, Kátia Born e Bruno da Mata, a favor da liberação dos militantes. O Senador Capiberibe votou em Dilma Rousseff.

Como honrar o legado do PSB optando pelo polo mais atrasado? Em momento crucial para o futuro do país, o debate interno do PSB restringiu-se à disputa rastaquera dos que buscam sinecuras e recompensas nos desvãos do Estado. Nas ante-salas de nossa sede em Brasília já se escolhem os ministros que o PSB ocuparia num eventual governo tucano. A tragédia do PT e de outros partidos a caminho da descaracterização ideológica não serviu de lição: nenhuma agremiação política pode prescindir da primazia do debate programático sério e aprofundado. Quem não aprende com a História condena-se a errar seguidamente.

Estamos em face de uma das fontes da crise brasileira: a visão pobre, míope, curta, dos processos históricos, visão na qual o acessório toma a vez do principal, o episódico substitui o estrutural, as miragens tomam o lugar da realidade. Diante da floresta, o medíocre contempla uma ou outra árvore. Perde a noção do rumo histórico.

Ao menosprezar seu próprio trajeto, ao ignorar as lições de seus fundadores – entre eles João Mangabeira, Antônio Houaiss, Jamil Haddad e Miguel Arraes –, o PSB renunciou à posição que lhe cabia na construção do socialismo do século XXI, o socialismo democrático, optando pela covarde rendição ao statu quo. Renunciou à luta pelas reformas que podem conduzir a sociedade a um patamar condizente com suas legítimas aspirações.

Qual o papel de um partido socialista no Brasil de hoje? Não será o de promover a conciliação com o capital em detrimento do trabalho; não será o de aceitar a pobreza e a exploração do homem pelo homem como fenômeno natural e irrecorrível; não será o de desaparelhar o Estado em favor do grande capital, nem renunciar à soberania e subordinar-se ao capital financeiro que construiu a crise de 2008 e construirá tantas outras quantas sejam necessárias à expansão do seu domínio, movendo mesmo guerras odientas para atender aos insaciáveis interesses monopolísticos.

O papel de um partido socialista no Brasil de hoje é o de impulsionar a redistribuição da riqueza, alargando as políticas sociais e promovendo a reforma agrária em larga escala; é o de proteger o patrimônio natural e cultural; é o de combater todas as formas de atentado à dignidade humana; é o de extinguir as desigualdades espaciais do desenvolvimento; é o de alargar as chances para uma juventude prenhe de aspirações; é o de garantir a segurança do cidadão, em particular aquele em situação de risco; é o de assegurar, através de tecnologias avançadas, a defesa militar contra a ganância estrangeira; é o de promover a aproximação com nossos vizinhos latino-americanos e africanos; é o de prover as possibilidades de escolher soberanamente suas parcerias internacionais. É o de aprofundar a democracia.

Como presidente do PSB, procurei manter-me equidistante das disputas, embora minha opção fosse publicamente conhecida. Assumi a Presidência do Partido no grave momento que se sucedeu à tragédia que nos levou Eduardo Campos; conduzi o Partido durante a honrada campanha de Marina Silva. Anunciados os números do primeiro turno, ouvi, como magistrado, todas as correntes e dirigi até o final a reunião da Comissão Executiva que escolheu o suicídio político-ideológico.

Recebi com bons modos a visita do candidato escolhido pela nova maioria. Cumprido o papel a que as circunstâncias me constrangeram, sinto-me livre para lutar pelo Brasil com o qual os brasileiros sonhamos, convencido de que o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff é, neste momento, a única alternativa para a esquerda socialista e democrática. Sem declinar das nossas diferenças, que nos colocaram em campanhas distintas no primeiro turno, o apoio a Dilma representa mais avanços e menos retrocessos, ou seja, é, nas atuais circunstâncias, a que mais contribui na direção do resgate de dívidas históricas com seu próprio povo, como também de sua inserção tão autônoma quanto possível no cenário global.

Denunciamos a estreiteza do maniqueísmo PT-PSBD, oferecemos nossa alternativa e fomos derrotados: prevaleceu a dicotomia, e diante dela cumpre optar. E a opção é clara para quem se mantém fiel aos princípios e à trajetória do PSB.

O Brasil não pode retroagir.

Convido todos, dentro e fora do PSB, a atuar comigo em defesa da sociedade brasileira, para integrar esse histórico movimento em defesa de um país desenvolvido, democrático e soberano.

Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2014.

Roberto Amaral, presidente do PSB.

Juiz e procuradores armaram depoimento de Paulo Roberto Costa

Por Tereza Cruvinel
A colaboração premiada foi instituída no Brasil para facilitar à Justiça a obtenção de provas na investigação de crimes e organizações criminosas. Mas sem apresentar provas, dois corruptos confessos e um juiz de primeira instância, que autorizou a gravação e divulgação de seus depoimentos, podem decidir a eleição presidencial. A alternância no poder é salutar para a democracia mas não pela criação de fatos destinados a afetar o resultado eleitoral.
Há uma sincronia entre as investigações das irregularidades na Petrobrás e a eleição presidencial em curso, que lembra a sintonia entre o julgamento dos réus do mensalão pelo STF e as eleições municipais de 2012.  O acordo de delação premiada com Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef foi firmado antes do primeiro turno mas os depoimentos foram programados para acontecerem logo depois.   O Juiz e os procuradores que o conduzem sabem o que estão fazendo.
E tanto sabem que recomendaram aos réus que, nos depoimentos gravados para serem divulgados, não mencionassem o nome de nenhuma autoridade com mandato eletivo. Se isso acontecesse, por força do foro privilegiado, o processo subiria imediatamente para a esfera do STF.  E ali o presidente já não é Joaquim Barbosa, mas Ricardo Lewandowski, que não transigiria com as formalidades legais e rituais, evitando que os procedimentos judiciais ganhassem conotação eleitoral, a favor ou contra qualquer força política.  Por isso Costa e Youssef falaram tanto em “agentes políticos” quando se referiam a figuras do PT, PP e PMDB que teriam relação com o esquema. Não se furtaram, porém, a mencionar três diretores da Petrobrás e o tesoureiro do PT, Vacari Neto, que não tendo mandatos, não forçam a mudança do processo para a instância superior. Os outros implicados serão citados mas eles podem ficar para depois. O alvo agora é o PT e a reeleição de Dilma Rousseff. E para isso, é bom que o processo continue na primeira instância.
A delação somente deve render vantagens aos delatores se as informações por eles fornecidas forem provadas e realmente contribuírem para o esclarecimento dos fatos.  Youssef e Costa não apresentaram provas do que disseram mas jogaram uma bomba de alta potência sobre a campanha eleitoral. Embora a figura da delação seja considerada um avanço pelo meio jurídico em geral, há críticas à sua adoção e principalmente, à frágil regulamentação de sua aplicação.
O presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, Augusto de Arruda Botelho, em artigo hoje na Folha de São Paulo, pede o fim do instituto, alegando que os réus são submetidos a “um sombrio e triste percurso” até optarem pela delação: prisões ilegais, depoimentos coercitivos, torturas psicológicas e ameaças a parentes, entre outros recursos utilizados para quebrar a moral dos investigados.  Este é um ponto de vista relacionado com a garantia democrática do direito de defesa.
Mas é também relevante o impacto das divulgação das delações premiadas – antes de provadas – sobre os processos sociais, entre eles o eleitoral.    A Lei 12.850/2013 estabelece que as informações obtidas através da colaboração premiada (este é o verdadeiro nome da coisa, na lei), não bastam para incriminar terceiros. Essa é uma cautela para evitar que o premiado invente informações contra outros para se beneficiar.  A lei teve esta preocupação com as supostas vitimas individuais dos delatores mas não considerou o impacto das denúncias sobre o coletivo e a vida social, nela incluído o processo eleitoral, questões de segurança ou mesmo de política externa.


Seu aprimoramento exigirá, em algum momento, que se regule melhor a questão da divulgação dos depoimentos, levando em conta o direito de terceiros e as circunstanciais sociais.  No caso presente, o candidato de oposição, que chegou ao segundo turno por sua própria força junto a parcela expressiva do eleitorado, dispensa a colaboração de fatos que podem tisnar a pureza do processo eleitoral.



O sábio aprende com os erros dos outros

Aprenda e ponha em prática a lição (abaixo) e você não terá do que se arrepender no seu leito de morte.

"Quando eu era jovem, e minha imaginação não tinha limites, sonhava mudar o mundo.

Quando fiquei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não mudaria: então restringi um pouco minhas ambições, e resolvi mudar apenas meu país. Mas o país também me parecia imutável.

No ocaso da vida, em uma última e desesperada tentativa, quis mudar minha família, mas eles não se interessavam nem um pouco, dizendo que eu sempre repeti os mesmos erros.

"Em meu leito de morte, enfim descobri: se eu tivesse começado por corrigir meus erros e mudar a mim mesmo, meu exemplo poderia transformar minha família. O exemplo de minha família talvez contagiasse a vizinhança, e assim eu teria sido capaz de melhorar meu bairro, minha cidade, o país, e - quem sabe? - mudar o mundo."

Escrito na lápide do túmulo de um bispo anglicano numa catedral na Inglaterra


Mensagem dominical de Paulo Coelho

O valor e o dinheiro

Ciccone German conta a história de um homem que, graças à sua imensa riqueza e sua infinita ambição, resolveu comprar tudo que estava ao seu alcance. Depois de encher suas muitas casas de roupas, móveis, automóveis, joias, o homem resolveu comprar outras coisas.

Comprou a ética e a moral, e neste momento foi criada a corrupção.

Comprou a solidariedade e a generosidade - e então a indiferença foi criada.

Comprou a justiça e suas leis - fazendo nascer na mesma hora a impunidade.

Comprou o amor e os sentimentos, e surgiu a dor e o remorso.

O homem mais poderoso do mundo comprou todos os bens materiais que queria possuir, e todos os valores que desejava dominar. Até que um dia, já embriagado por tanto poder, resolveu comprar a si mesmo.

Apesar de todo o dinheiro, não conseguiu realizar seu intento. Então, a partir deste momento, criou-se na consciência da Terra um único bem que nenhuma pessoa pode colocar um preço: seu próprio valor.