Mostrando postagens com marcador Mercado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mercado. Mostrar todas as postagens

Artigo do dia

Banco Central independente de quem? por André Araújo

Sou testemunha viva da criação do BC - Banco Central - em 1966 por iniciativa de Roberto de Oliveira Campos. Nesse período eu era funcionário do BB - Banco do Brasil - e muitos dos meus colegas foram para o BC, Eu não fui porque tinha outro projeto encaminhado. Conheci e fui colega da turma pioneira do Banco Central de Denio Nogueira. A primeira leva de funcionários foi toda do BB.

Esse "mantra" de Banco Central independente vem da mesma vala comum dos economistas neoliberais "de cartilha", que não têm o mínimo conhecimento histórico do tema. NUNCA existiu um banco central POLITICAMENTE independente do Estado, no mundo real a história é outra.
Qual Estado digno desse nome abre mão do poder de comandar a economia? Ah, dirão os Tecos da vida, nos EUA o FED é independente da Casa Branca.
ERRADO. No meu pesado (quase um quilo) livro de 900 páginas MOEDA E PROSPERIDADE, Editora Top Books, trato em longos capítulos dos episódios da demissão "na marra" de dois Chairmen do Fed, Eugene Mayer em 1933 por Franklin Roosevelt e, em 1952, Thomas Mc Abe pelo Presidente Dwight Eisenhower. Ambos NÃO eram afinados com a política econômica do Presidente dos EUA. Sou amigo da neta de Eugene Meyer, Lally Weymouth, editora senior do jornal The Washington Post. Meyer foi depois o primeiro presidente do Banco Mundial, Roosevelt o demitiu porque ele não queria emitir moeda em grande escala para o New Deal, programa para enfrentar a Grande Depressão e o desemprego de 25%. Conheço os bastidores complexos dessa estória. Meyer era poderoso mas Roosevelt mandou ele desocupar a cadeira em uma hora e foi obedecido, ou seria possivel Meyer enfrentar o popular Presidente dos Estados Unidos?
Mas como assim, o Fed não é independente? É LENDA! O poder POLITICO do Presidente dos EUA vale 100, o do Chaiman do Fed vale 1 ou será que tem alguma lógica um burocrata sem NENHUM voto desafiar um Presidente da Nação com milhões de votos? ISSO NÃO EXISTE! O Poder Politico simpesmente NÃO PODE SER AFRONTADO por um burocrata sem votos. O Presidente dos Estados Unidos pede para o Chairman do Fed renunciar, o sujeito vai encarar? Vai ficar isolado do Governo? Claro que não. Então essa LENDA é teórica, para coxinhas da CBN, na vida política real não existe.
Nos EUA o mandato do Chiarman do Fed é DUPLO, assegurar estabilidade monetária e PLENO EMPREGO. Aqui querem a independência só com ESTABILIDADE MONETÁRIA, o que é MUITO FÁCIL, basta jogar a economia numa recessão, com alto desemprego, ninguém tem dinheiro, a inflação acaba.
Na hoje longa história do Banco Central do Brasil há dois periodos: de 1966 a 1994 o BC esteve a serviço do desenvolvimento economico do Brasil, de 1994 até hoje está a serviço do MERCADO FINANCEIRO. Hoje basicamante do Banco Itau, que arrendou o Banco Central como satélite do conglomerado.
É bem verdade que nos governos do PT o Banco Bradesco tinha poder superior ao Itau na regência do BC., são coisas da política e da simpatia.
Quando se fala HOJE em independência do Banco Central está se falando exatamento do quê?

Banca já aposta suas fichas no 2º turno entre Haddad e Bolsonaro

Bancos e agentes do mercado financeiro jogam suas fichas na disputa do segundo turno entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), sendo que a maioria vê Haddad como favorito.

A razão do candidato petista ser dado como futuro presidente do Brasil consiste basicamente no padrinho político:

Lula!

Esta é a análise fria dos homens da bufunfa.

Agradeço clique na propaganda dos anunciantes


Meta diária: obter três Clique nas propagandas dos anunciantes

Elio Gaspari - o mercado abandonou Temer


Resultado de imagem para abandonado

A primeira ideia foi a de se eleger Aécio Neves. Faltaram 3 milhões de votos (3%). Então veio a segunda chance, a de se derrubar Dilma Rousseff. Deu certo e Michel Temer foi para o Planalto com uma plataforma oposta à da campanha de Dilma, mas com uma base de apoio parlamentar quase idêntica.
 
O chamado "mercado" encantou-se com a restauração de Temer e seu projeto de reformas. Agora que o governo esfacela-se, a mesma turma que contribuiu para a queda de Dilma sonha com o que seriam as reformas de Rodrigo Maia. Sabem que a da Previdência sobrevive só no essencial: a criação de um limite mínimo de idade para a maioria das aposentadorias. A trabalhista está vendida às centrais sindicais que não vivem sem a unicidade e o imposto de um dia de trabalho da choldra.
 
O "mercado" começou a vender Temer, comprando Rodrigo Maia. Jogo jogado. A Lava Jato ensinou muitas coisas e talvez a principal tenha sido a exposição de como o andar de cima faz política com o caixa dois.
 
Deixando-se 2017 de lado, vem aí 2018 e será preciso surgir um candidato capaz de enfrentar Lula (ou seu poste). Se o andar de cima parar de reclamar do Brasil, de seus políticos e da falta de quadros, poder-se-á sair da gramática que gera Temers, Aécios e Rodrigos. Basta que exponham seus quadros. Em 2014, só Armínio Fraga (com Aécio Neves) e Neca Setúbal (com Marina Silva) puseram a cara na vitrine.
 
Até o ano passado, a França parecia presa no dilema da falta de candidatos. Apareceu o meteoro Emmanuel Macron, fundou um movimento, elegeu-se e arrastou as fichas formando uma sólida maioria parlamentar. Antes de militar profissionalmente no Partido Socialista, Macron trabalhou no banco Rothschild. Nos últimos 50 anos a Maison Rothschild produziu dois presidentes da França. O outro foi Georges Pompidou (1969-1974). O andar de cima francês faz política na vitrine. O brasileiro passa férias na França e fala mal de Pindorama.

Também leia com muita atenção O golpe recoloca o Brasil no mapa da fome
Curta e Compartilhe***




Custom Search
AQUI TEM DE TUDO, PESQUISE, CLIQUE NO ANÚNCIO E FAÇA UM ÓTIMO NEGÓCIO!

Sai temer Entra maia...é trocar seis por meia dúzia



Quem ou o que
Gabriel Priolli no seu facebook

Sai Temer, entra Maia, livra Aécio, prende Geddel, tanto faz o fulano para o andamento do plano.
Quem governa o golpe é o impessoal "mercado" e, na hora de transformar a sua vontade em lei, todo golpista vota como ele quer.
Na próxima terça-feira, a proteção do trabalho será objetivamente extinta no Brasil, no maior retrocesso do país dos últimos 80 anos.
Nada mudará esse quadro, considerada a minoria das oposições no Congresso e a sua incapacidade de pressioná-lo de fora, desde "as ruas" ou desta estridente tribuna virtual.
Fulanizar o debate político e despersonalizar as maldades é perfeito para o golpe.
Quando o país se tocar disso, o serviço sujo já estará feito.
***




Custom Search
AQUI TEM DE TUDO, PESQUISE, CLIQUE NO ANÚNCIO E FAÇA UM ÓTIMO NEGÓCIO!

Mercado

Games fatura mais que cinema e música juntos
O mercado de jogos eletrônicos ainda cresce a um ritmo superior a 10% ao ano, em contraste com a média da economia (que no momento pode estar negativa). No mundo, os games já faturam mais que cinema e música, juntos. Os profissionais que produzem esses jogos têm geralmente alguma formação em computação gráfica, projeção em 3D, efeitos especiais ou mesmo na elaboração de sites de empresas para internet. Os cursos de formação são livres, ainda que já tenham reconhecimento pelo MEC. Duram geralmente dois anos. A universidade Full Sail, da Flórida, investiu em uma rede de cursos no Brasil, que já tem 12 unidades (oito no Rio, quatro em São Paulo), cada uma com uma média de 800 alunos. Um “geniozinho” de apenas 19 anos, de Nova Iguaçu, foi descoberto lá e acabou atraído para os Estados Unidos. Mas pode voltar. É que a namorada dele ficou por aqui e não está gostando muito dessa história.
por George Vitor - O Globo

Mercantilismo religioso


Topei hoje no Facebook com uma crítica ácida ao mercantilismo evangélico. A usuária da rede social faz referência ao perfume com cheiro de Cristo, às vassouras ungidas vendidas a mil reais, esperma de deus, loteamento no céu, etc… e ao Guaraná Jesus. Ela sugere o seguinte link: http://notificaja.blogspot.com.br/2015/03/guarana-jesus-vende-mais-que-coca-cola.html .
Para mim o "salgadinho evangélico" é imbatível.

Zé Dirceu: Rentistas, especuladores, mercado, ávidos cobram mais uma alta da Selic




Tudo igual. O roteiro é conhecido, o script manjado há muitos e muitos anos. O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) iniciou ontem a reunião que realiza a cada 45 dias e no início da noite, hoje, anuncia sua deliberação sobre a taxa básica de juros Selic.

“A expectativa de analistas e investidores do mercado é que a autoridade monetária opte por um novo aumento de 0,5 ponto percentual. Caso a projeção se confirme, a Selic, atualmente em 12,75%, chegará a 13,25% ao ano”. Notas como esta pipocavam nos jornais de ontem, dentro da velha estratégia dos interessados em plantar aumentos cada vez mais frequentes e maiores da Selic.

Quem “planta” esse tipo de notícia? Os de sempre, rentistas, especuladores, o chamado “mercado”, que se vale da mídia, transforma-a em seu porta-voz (não que ela se constranja em cumprir esse papel…muito pelo contrário) e antecede as reuniões do COPOM com os mais diversos prognósticos mas todos com um ponto em comum: a reunião do Comitê preveem e cobram não se encerrará sem que a Selic seja aumentada…

Para compreender melhor o resultado disso tudo, vocês não podem deixar de ler a análise do Luís Nassif, publicada no blog dele, no seu JornalGGN, sob o título “Os resultados iniciais do pacote Levy”. Está irrespondível. Governo, rentistas, especuladores, mercado podem não gostar, mas não têm como contestá-lo tal a objetividade com que ele faz esta análise.



Petrobras divulga balanço, 3,1 bilhões de lucro

Hoje 28/01/2015 a Petrobras divulgou o resultado do terceiro trimestre do ano passado,lucro de  3,1 bilhões de reaís.

Mas, acontece que hoje pela manhã a urubóloga e demais rapineiros do pig cobravam o prejuízo causado pela roubalheira patrocinada pela santa iniciativa privada.

Como quantificar esse "prejuízo"?

Usar o chutomêtro?

Realmente não sei.

Mas, que tal a Leitoa cobrar ou se sabe, dizer quanto foi o lucro da família Marinho com a sonegação da Globo?

O deus mercado não vai cobrar?


A corja como ela é

Empresários roubam o Estado e seus cúmplices, parceiros da e na iniciativa privada (imprensa), fazem da vítima o culpado. O exemplo da hora é a Petrobras. Pior, que gente honesta está defendendo a saída de Graça Foster para contornar a crise. Contornar a crise ou fortalecer os ladrões e entreguistas que desejam se apossar da empresa?

A presidente Dilma Roussef não deve cometer esse desatino, seria um erro imperdoável.

Quanto a desvalorização das ações da Petrobras?...

É chegada a hora de recomprar parte da empresa que os privatistas bicudos entregaram a preço de banana aos agiotas nacionais e internacionais.
Briguilinks>>>


Dilma Invocada: não mendigarei a indulgência do mercado

A assombração na urna
por Saul Leblon

Uma parcela majoritária dos brasileiros rejeita delegar o futuro do país aos candidatos dos mercados. Não é pouco. Mas está longe de encerrar a disputa.

Quando as urnas de outubro emitirem o seu veredito, sendo ele o que se espera, terá início um novo turno.

Ele desenhará um capítulo decisivo na história da luta progressista no Brasil.

É recomendável acalmar o país após um pleito encarniçado, aconselham setores do PT à Presidenta Dilma.

É verdade. A primeira obrigação de um Presidente vitorioso é desarmar os espíritos, reabrir canais de diálogo, propor uma agenda de negociação. Pacificar a crispação eleitoral.

Mas é preciso ter claro: repetir o que já vem sendo feito será pouco mais que mendigar indulgência aos mercados.

Eles não a concederão.

A menos que o vencedor adote o programa derrotado.

Não se trata, portanto, apenas de exercer um quarto e sucessivo mandato progressista em um país em desenvolvimento.

O ponto a reter é que estamos diante de desafios que prenunciam o ciclo mais delicado da trajetória nacional desde 2002.

A vitória nas urnas será um passo do caminho.

Entre outros recados, a reeleição de Dilma significará que uma parcela majoritária dos brasileiros se recusou a delegar a tarefa do futuro à livre escolha dos mercados.

Não é pouca coisa.

Dadas as condições da disputa, contra uma frente única conservadora local e global, em meio a uma crise internacional que se arrasta por seis anos, e considerando-se o desgaste inevitável de 12 anos de governos progressistas, chega a ser um feito histórico.

O safanão dos votos nos apetites plutocráticos, portanto, demarca as linhas de campo do jogo.

Mas está longe de encerrar a disputa.

O nome do jogo é construir uma alternativa à lógica dos puros-sangues cevados na alfafa rentista, que exaurem a sociedade, tem maioria no legislativo, detém meios financeiros para sabotar a economia e dispõem de um oligopólio midiático para acabrunhar as expectativas de toda a sociedade.

Indiferentes ao veredito das urnas, eles não cessarão de escoicear as estrebarias cobrando a validação da rédea solta que a vitória de Marina ou Aécio lhes facultaria.

Mudar essa correlação de forças é o turno histórico que começa imediatamente após a contagem do último voto em outubro.

Trata-se de encurtar a rédea do tropel xucro para devolver ao Estado e à sociedade a capacidade de mobilizar forças e recursos e assim coordenar o passo seguinte do país no século XXI.

O Brasil dispõe hoje de uma incontrastável rede de controles financeiros e ideológicos, públicos e privados, nativos e forâneos, com braços que se articulam de dentro e de fora do país, indo das universidades às consultorias de mercado, da prontidão midiática aos partidos políticos conservadores.

Esse redil articulado e eficiente trabalha sob prontidão máxima para não deixar escapar um objetivo central.

Qual?

Assegurar a valorização real à liquidez rentista, independente do seu custo social.

Garantir que anualmente se reserve algo como 3% do PIB em recursos fiscais ao pagamento de juros da dívida pública (cujo serviço efetivo atinge quase o dobro disso, somadas rolagens, vencimentos, capitalizações).

Esse é o dogma angular da catedral conservadora.

Foi sobretudo em torno dele que se estruturou a lengalenga do discurso da terceira via vocalizado pela doce Marina, assim como a promessa de resgate ‘dos fundamentos’, ecoada por Aécio e seus armínios.

Os efeitos colaterais da ração rentista –uma taxa de retorno irreproduzível no investimento produtivo, nas mesmas condições de liquidez, segurança e rentabilidade– explicam em boa parte a anemia na formação bruta de capital fixo no país.

Com os desdobramentos sabidos.

O investimento (em máquinas, tecnologia) é a alavanca da inovação e da produtividade sistêmica.

Sem ele, a economia cresce pouco, a indústria murcha, os empregos de melhor qualidade escasseiam.

O país perde competitividade internacional. Seu mercado é invadido por importados.

Empregos, renda e impostos vazam para o exterior. Cadeias produtivas locais são corroídas, ademais de desequilibrar a contabilidade externa: hoje, mais de 1/5 da manufatura consumida no país é importada. O déficit cambial da indústria é de quase US$ 100 bi, o valor equivale a cerca de 25% das reservas brasileiras.

O conjunto favorece a arenga do ‘custo Brasil’, que em certa medida pretende compensar a atrofia do investimento com a hipertrofia da exploração dos assalariados.

Mas também com privatizações e sucateamento de serviços –recurso ortodoxo para emagrecer a máquina pública exposta a uma espiral de demandas que as receitas atrofiadas do baixo crescimento não dão conta de atender.

O saldo da condicionalidade rentista é tão compatível com o equilíbrio macroeconômico quanto enxugar o chão com a torneira aberta.

Não é uma questão técnica ou uma queda de braço apenas local.

Thomas Piketty que o diga.

A renda média da família norte-americana hoje é 8% inferior a existente em 2007, antes da crise. E já estava estagnada em relação ao nível de 1999.

Ou seja, há 15 anos a renda da classe média da nação mais rica da terra não cresce, enquanto nesse meio tempo a bocarra financeira já se empanturrou de lucros e bolhas suficientes para levar o capitalismo mundial a sua pior crise desde 1929.

Essa é a determinação central da luta de classe em nosso tempo, que tem na bomba norte-americana de sucção de capitais um abrigo seguro para o dinheiro arisco de todo o mundo.

É assim que a livre mobilidade dos capitais desautoriza as urnas e afronta governos progressistas em todo o planeta.

Ao mesmo tempo que impede o controle dos juros pelo Estado, sabota impostos e taxas que compensem a sua sangria no poder fiscal dos governos.

A ‘solução’ proposta pelo conservadorismo nas eleições presidenciais de 2014 consiste em resgatar o Estado mínimo, dar independência ao BC em relação à democracia, ‘flexibilizar’ a correção do poder de compra das famílias assalariadas.

Enfim, oficializar o descompromisso entre as urgências da população e as obrigações do Estado.

É forçoso repetir: se tudo ocorrer como se prenuncia, essa diretriz terá sido rechaçada nas urnas de 2014 no Brasil.

O desafio será substituí-la por uma coordenação –interna e de alianças internacionais– que propicie a delicada sintonia política entre a agenda do Bem-estar Social e a produtividade capaz de suportá-la.

A prioridade recente à infraestrutura e o impulso industrializante do pré-sal em toda cadeia de fornecedores da Petrobrás constituem trunfos invejáveis do Brasil na disputa pela competitividade em nosso tempo.

O conjunto, porém, ainda carece da legitimidade de um projeto ancorado em amplo escrutínio social, que dê ao governo meios políticos para agir além da margem incremental que desacredita o Estado e enerva a cidadania.

Hoje, esse debate sobre custos, prazos, metas, concessões, sacrifícios e salvaguardas flutua acima da sociedade, restrito à linguagem cifrada do jornalismo econômico conservador.

Será preciso politizá-lo, como Dilma e Lula começaram a fazer na campanha em relação ao BC independente, para explicitar escolhas e pactuar compromissos de curto, médio e logo prazo.

Embora a Presidenta Dilma tenha repelido a ideia de promover desemprego e castrar direitos trabalhistas –‘nem que a vaca tussa’, disse ela– para reduzir a inflação ou baixar custos’, hesita-se em transformar a encruzilhada brasileira em uma agenda de debate popular.

Tal blindagem permite que se difunda a confusão proposital entre eficiência e exploração.

Na vida real de uma nação, as urgências da sociedade, quando despolitizadas e tratadas em regime incremental de longo prazo, não raro levam ao desatino regressivo.

Massas de forças descomunais em conflitos insolúveis podem arrastar uma nação para correntezas incontroláveis, sujeitando-a a predadores ferozes.

Sacudir a agenda do futuro brasileiro a salvo da entropia do arrocho, requer uma alavanca capaz de irradiar impulsos tão fortes quanto aqueles derivados das assembleias históricas registradas no estádio da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo nos anos 80.

Não será o PT exaurido por 12 anos de governo que fará isso sozinho –ele próprio carente de um aggiornamento só crível se tiver forças dirigentes que o reconduzam a um mergulho de volta à organização de base dos movimentos sociais.

O terceiro turno das eleições de 2014 é uma tarefa para o engajamento democrático de amplas forças da sociedade brasileira, cujo catalisador pode ser a luta pela Constituinte da reforma política.

Nisso o destino do PT e o do desenvolvimento progressista se entrelaçam firmemente.

Por exemplo, no desafio de engajar politicamente 24 milhões de jovens brasileiros moradores das periferias urbanas.

Eles representam cerca de 17% da população ,conforme estudo da Serasa Experian, divulgado esta semana, que traça o perfil de 11 segmentos que compõem o mosaico de renda da sociedade.

Hoje, a inserção desse contingente se dá, predominantemente, pelo rally do consumo.

Embora desfrutem de renda baixa, esse grupo de moços e moças entre 21 e 35 anos captou um quinto de todo o crédito liberado pelo sistema financeiro brasileiro.

Seu caso evidencia uma dimensão não mais adiável do terceiro turno à vista.

Nela, as forças progressistas vão se defrontar com seu principal fantasma e a mais grave omissão.

A abrangência das mutações econômicas e sociais registradas no país desde 2004 não se fez acompanhar de uma contrapartida no plano da representação política.

O economista Márcio Pochman, arguto observador desse assombração político, sugere que ele lança a luz mais esclarecedora sobre irrupção de protestos registrados nas ruas brasileiras em 2013.

Sua angulação expõe um flanco pouco debatido das políticas sociais desse período, na verdade, quase um tabu.

O carro-chefe delas, o decano Bolsa Família, chega hoje a 14 milhões de lares, reúne o formidável contingente de 50 milhões de beneficiados.

Não possui um único fórum próprio que os expresse.

O engajamento dos principais interessados talvez até barateasse a estrutura do programa, obsessão do conservadorismo que, todavia, vetou os comitês gestores formados por representações locais do Fome Zero, logo no início de 2003.

Do alto de seus 380 anos de casa grande e senzala, as elites brasileiras são acometidas de surtos psicóticos ao menor ensaio de organização democrática dos interesses populares.

‘Bolivarianismo’ , sapecam de bate pronto, como o fizeram agora contra a Politica de Participação Social do governo –um bem-vindo sinal de autocrítica do governo, ao lado da proposta de plebiscito pela Constituinte da reforma política.

Outros paradoxos associados às politicas e programas desenvolvidos nos últimos anos sugerem que o próprio PT se deixou amedrontar pelo preconceito conservador.

Cerca de 1,7 milhão de jovens beneficiados pelo Programa Universidade para Todos (PROUNI) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) somam 31% do total das matrículas no sistema privado de ensino superior no Brasil.

Todavia, pergunta Pochmann, onde estão as entidades estudantis revigoradas por esse aluvião de juventude popular no ensino superior?

Não acabou.

Mais de 20 milhões de trabalhadores conquistaram um emprego no mercado formal desde 2003. Mas e a taxa de sindicalização? Ela permanece estagnada, fuzila o economista.

O Programa Minha Casa Minha Vida completou cinco anos em abril tendo contratado 3,39 milhões de unidades (das quais, 1,68 milhão já foram entregues).

Mais de seis milhões de pessoas foram beneficiadas. Quantas associações de moradores foram estruturadas e participam da agenda urbana atualmente?

Assim por diante.

As perguntas incomodas de Márcio Pochmann –já listadas mais de uma vez neste espaço– indicam que certas dimensões do desafio do desenvolvimento foram perigosamente negligenciadas nos últimos anos.

Transformações democráticas fornecem, muitas vezes, a única alavanca capaz de remover obstáculos econômicos intransponíveis quando abordados no âmbito de sua própria lógica.

Por isso mesmo, o baixo incentivo ao engajamento dos contingentes ticados pelas políticas sociais nos últimos anos talvez tenha atingido seu ponto de saturação.

Os impasses sobrepostos na engrenagem do desenvolvimento brasileiro implicam romper estruturas anacrônicas e construir outras novas, ao mesmo tempo e com igual intensidade. Quase como atravessar um rio de dupla correnteza, uma puxando para cada lado.

Quem acha que pode haver equilíbrio macroeconômico nesse ambiente açoitado por ventos em litígio, acredita em fadas. A fada dos mercados autorreguláveis, por exemplo.

Mas quem acredita que é possível desencadear um novo ciclo de desenvolvimento sem um protagonista social que o conduza, incorre igualmente em perigosas ilusões.

O turno à vista após outubro oferece ao campo progressista a chance de se desfazer dessas miragens.

Talvez a derradeira oportunidade, para não ser engolido por elas.

Charge do dia

Abutre
Sinônimo:
Banqueiros, Agiotas, Rentistas
Tradução:
"Mercado"




Rodrigo Vianna

Dilma x mercado - A especulação casada

O IBOPE envolveu-se num episódio ate hoje nebuloso, durante as últimas eleições presidenciais: no fim de 2009, o presidente do instituto, Carlos Augusto Montenegro, disse que a então pré-candidata petista não conseguiria ultrapassar o teto de 15% dos votos.

Montenegro jamais mostrou quais eram os dados objetivos que o levaram a fazer tal afirmação. Àquela altura, a “previsão” parecia destinada a criar um fogo de barragem, impedindo que Dilma aparecesse como uma candidata viável: isso traria dificuldades para fechar alianças e também para obter doaçõe$ para a campanha.

Dilma, na época, passou como um trator pelas suposições de Montenegro. Mas a estranha previsão levantou (mais) uma nuvem de suspeitas sobre o instituto.
Agora, estamos a pouco mais de 6 meses de mais uma eleição. Dilma é favorita. A oposição – com seu braço midiático – parece desesperada para enfraquecer Dilma, e fazer com que ela (mesmo que vença) seja obrigada a assumir compromissos que impeçam um segundo mandato fora das regras do chamado “mercado”.

E é assim que, esta semana, o país assiste a mais uma onda de especulaçõe$. Mais uma vez o IBOPE aparece associado à boataria. Desde ontem, agências de notícias, rádios, jornais, sites e TVs martelam - em uníssono, como se fosse um discurso combinado - a seguinte série de informações: 1) uma pesquisa IBOPE (ainda em tabulação) apontaria redução nas intenções de voto de Dilma; 2) o “mercado” estaria satisfeito com isso (porque Dilma é vista como “intervencionista”, e o “mercado” gostaria que ela perdesse as eleições, ou ao menos ficasse mais fraca); 3) por isso, as ações de Petrobras e outras estatais estariam em alta na Bovespa. 

A especulação com papéis começou na quarta-feira e avançou para esta quinta (20/março). Desde quando iniciei a carreira como repórter, na TV Cultura lá no começo dos anos 90, aprendi que a quinta-feira é o dia dos boatos na Bolsa, dia de especular, de usar a mídia e embolsar algum.

Esta seria apenas mais uma quinta-feira de especulaçãoes e boatos. Só que dessa vez especula-se com papéis e índices do IBOPE. E$peculação casada, isso está claro. Mas e$peculação causada por quem?

A tucademopiganalhada é jennial

Por que os tucademos, seus estrategistas e porta-vozes na mídia fracassam nas tentativas de convencer a maioria dos eleitores brasileiro, e por isso já levaram  três surras de Lula?...

Porque nos trata como idiotas.

Ao contrário da fábula, sabiamos que o rei estava vestido. Eles insistiram em dizer que ele estava nu.

Um bom exemplo foi durante a crise econômica mundial de 2008/2009. Para enfrenta-la o presidente Lula além de tomar as providencias práticas possíveis, também injetou uma grande dose de otimismo e confiança nos agentes econômicos. Mostrou o rumo que o mercado deveria seguir.

Quando confiantemente afirmou: que a crise era uma marolinha...os especialistas, economistas, jornalistas e tucademos e cia caíram de pau em cima dele. Irresponsável, incompetente, demagogo, foram os adjetivos mais delicados que lhe impingiram. Charges, piadas e caricaturas sobre o assunto, choveram na web.

Pois muito bem, o tempo passou e o que leio hoje?

[...] Reeleito, construiu a mais espetacular recuperação já vista, passando a ocupar posto de ponta no panteão dos intocáveis. Mas o fez ao custo de muita mistificação sustentada em situação de céu de brigadeiro na economia, Dora Kramer

Que posso dizer sobre isto?...

Continuem nos tratando como idiotas. E nas urnas, elegendo "postes" demostraremos como vocês são jenniais. rsss

O mercado não fará nada por nós

A presidente Dilma acelera o passo do seu governo na mesma direção que Lula caminhou quando da crise de 2008: por o mercado, a banca e os recursos públicos a serviço do Brasil para nos proteger da crise européia-norte-americana.

Buscapé versus Google Shopping

Para série " A vida como ela é. As coisas como elas são".

O site Buscapé, líder brasileiro no seguimento de cotação de preços entrou na justiça contra o Google Shopping.

Traduzindo:

Querem garantir a "liderança" no tapetão.

E edwigesefinório!

Maconha

[...] e como seria o mercado?

MACONHA: E COMO SERIA O MERCADO?
                  
Coluna de sábado (02), de Cesar Maia, na Folha de SP.
         
1. Volta ao pregão brasileiro a legalização da maconha. Já não se trata da descriminalização do uso em pequenas quantidades, mas de excluir essa "droga leve" do rol dos delitos. Seria a mágica criação de um mercado, com demanda, mas sem oferta. Alguns avançam e sugerem plantar maconha familiar. São feitos vídeos com personalidades defendendo a legalização. As marchas são liberadas. Enquanto isso, na Holanda, onde o consumo em locais determinados é permitido, desde que com apresentação de carteirinha, o caminho é o inverso. A legislação está sendo revista. Reduzem-se as quantidades criminalizáveis. Proíbe-se o turista de comprar. E se inicia um processo de definição de maconha de alta intensidade tóxica, para proibi-la.
        
2. No Brasil, é tal espécie a que mais atrai. O "polígono da maconha", no Nordeste, é para festinhas. O que importa mesmo é a paraguaia, de maior intensidade, tipo "skank", com concentração de quase 20% em comparação aos 2,5% da maconha corrente. Os locais de venda em Amsterdã têm uma variedade de tipos, intensidade de THC, para o deleite dos consumidores. Enquanto isso, as pesquisas nacionais e regionais disponíveis mostram que de 80% a 90% das pessoas são contra a legalização da maconha, e que este número é menor entre as pessoas de maior renda, em bairros de classe média.
        
3. Nas favelas, a porcentagem de rejeição à legalização é a mais alta, superando os 90%. Bem, legalizar o consumo não é tarefa difícil. Mas basta uma lei. Contudo que não se arrisquem seus defensores a um plebiscito, pois tal caminho será intransponível. Seria bom perguntar aos defensores da legalização como se faz com a oferta. Afinal, demanda sem oferta seria mais uma extravagância brasileira. Se é para legalizar, então legalize-se tudo, respondem alguns. Pelas leis de mercado, com um produto tão atrativo para setores de renda mais alta, vai valer a pena parar de produzir arroz e feijão e trocar por maconha. O incentivo às hortas comunitárias incluiria a maconha? E a publicidade? Como a maconha paraguaia é mais atrativa, a de uso corrente deixaria de ser plantada a favor do tipo "skank".
        
4. Diria Antonieta: se não têm pão, plantem maconha. Os pontos de venda seriam liberados? Quiosques em praias, supermercados, lojas especializadas, ambulantes, "MacConha"? E as Igrejas, o que pensam? Haveria locais restritos para consumo, como na Holanda? Com carteirinha e marca de segurança, para não ser falsificada? O Paraguai, para não perder divisas, legalizaria também? E a Lei Seca seria adaptada? Como tributar? Após os vídeos, aguardemos o texto da longa lei, seu debate público, emendas, tramitação nas comissões, na Câmara e no Senado. Um curioso uso do tempo nacional.
por Cesar Mercado

Coluna Econômica

A volta da defesa da concorrência 
Na abertura da economia brasileira, nos anos 90, um dos pilares centrais deveria ser a reconstrução do sistema de defesa da concorrência.
Especialmente a partir do final do século 19, quando o capitalismo torna-se um sistema global e surgem as primeiras multinacionais, a repressão aos abusos do poder econômico tornou-se peça central do modelo.
O caso mais emblemático foi da Standard Oil, a grande multinacional criada por John Dwight Rockefeller. Para manter seu poder monopolista, recorreu a toda sorte de expedientes. Um movimento conduzido pela imprensa e por políticos norte-americanos decretou a divisão da empresa em um conjunto de empresas menores, acabando com seu poder de liquidar adversários.
***
Por abuso de poder econômico entenda-se desde exigir exclusividade dos clientes até baixar os preços além do razoável para quebrar os concorrentes. Presume-se que, depois de alijar os concorrentes do mercado, as empresas passem a praticar preços abusivos.
***
No Brasil, o papel de julgar casos de concorrência cabia ao CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico), mas também à Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça.
Desativado nos anos anteriores, período de fechamento de mercado e de defesa da produção nacional, o CADE foi reativado no governo FHC. Sua direção entregue ao economista Gesner de Oliveira.
Seguiu-se um período de discussão sobre os conceitos que deveriam vigorar na nova ordem econômica. Nos anos 70, uma escola de pensamento, oriunda da Universidade de Chicago, havia feito a defesa das grandes fusões, alegando que permitiram ganho de escala beneficiando os consumidores. Afastava a possibilidade de abuso no mercado, partindo da hipótese que, em um mercado aberto como o norte-americano, qualquer abuso permitiria a entrada rápida de novos competidores.
Essa questão entre os ganhos de escala dos grandes players e os riscos de controle de mercado permearam as primeiras discussões que precederam a montagem do novo sistema brasileiro.
***
Todo esse processo foi atropelado pelo mais vergonhoso episódio da história do CADE: a autorização para que a Ambev adquirisse a Cervejaria Antárctica. A compra atropelava todos os parâmetros fixados para a definição de controle de mercado. O CADE possuía um sistema de computação que permitia analisar a distância entre pontos de venda, um dos tópicos da análise da concentração econômica. O voto da relatora do processo substituiu o sistema por menções ao Guia Quatro Rodas.
Foi uma decisão política convalidada por Gesner que deu um parecer que chegou a envergonhar advogados da parte vencedora.
***
Agora, com a possível punição da Souza Cruz e da Phillip Morris, em um caso de abuso de poder econômico no mercado de cigarros, o sistema de defesa da concorrência tenta recuperar parte da credibilidade perdida. As duas empresas firmaram acordo com estabelecimentos comerciais exigindo exclusividade de propaganda e exposição dos produtos.

Livre Mercado

[...] O curioso pedido de respeito

Não entendo toda essa polêmica (nota) com relação ao preço da gasolina (o combustível sobe, não sobe...). Se temos a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), basta acionar seu mecanismo de compensação. Ela foi criada exatamente para evitar altas e baixas nos preços internos dos combustíveis em conseqüência da volatilidade do petróleo internacional.
O fato é que a reação do mercado surpreende. Diante do anúncio do ministro Wagner Rossi de uma política voltada ao etanol, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos automotores (ANFAVEA), Cledorvino Belini, já apressou-se em destacar que a entidade é "a favor do livre mercado". Ele criticou a decisão do governo de intervir no álcool - decisão não tomada, ainda, e que não será intervenção propriamente. 

"O empreendedor tem que escolher onde vai colocar os recursos. Na medida que se possa interferir, nosso receio é que haja uma inibição dos investimentos na área, principalmente na expansão da produção", completou Belini.

Muito curioso...

Não é muito curioso isto? Quando vai haver qualquer ação do governo no setor, invocam o livre mercado; esquecem-se completamente dele quando querem socorro, leis e ajuda financeira. Aí não existe o livre mercado e correm atrás do Estado, BNDES, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, do Minstério de Ciência e Tecnologia, do Itamaraty...

Meus caros, não tem sentido em plena guerra comercial e cambial no contexto mundial, e frente a tanto protecionismo europeu e americano em relação aos seus produtos, ouvirmos uma entidade que representa o setor das montadoras falar de livre mercado!

E nos termos em que foi colocado pelo presidente da ANFAVEA. Como se estivéssemos no século XIX, ainda! Aliás, um setor regiamente salvo pelo governo durante a crise financeira internacional de 2008/09.

A gasolina, a Petrobras e a hipocrisia do mercado

A postagem abaixo dedico ao amigo Laguardia, um neoliberal entreguista de 4 costados, que tem como Deus ...o tal livre mercado.

Esta controvérsia sobre o “aumenta – não aumenta” da gasolina traz à tona uma questão interessante:
- E se a Petrobras tivesse sido privatizada como foi a Vale e entregue a um administrador competente como Roger Agnelli?
Bah!, como se diz no meu Rio Grande,  o preço da gasolina já estaria nas alturas, há tempos!
Os preços internacionais do petróleo chegaram ao nível mais alto dos últimos dois anos. Do início do ano para cá, o preço do barril no mercado de Londres cresceu cerca de 30% passando de 90 para 120 dólares.
O que os defensores da privatização acham que uma empresa particular estaria fazendo com os preços no mercado interno uma valorização no exterior? Manteria o preço para o consumidor brasileiro? Será que um executivo “competente” como o Sr. Agnelli já não teria sangrado o bolso da população e obtido os melhores lucros para a empresa?
E aí, aumentado assim o preço dos combustíveis o que aconteceria com a inflação,   D. Miriam Leitão?
Ela diz, em sua coluna: “Isso segura a inflação, mas por outro lado cria um artificialismo no mercado. O preço não cai quando o petróleo desce, nem sobe quando acontece o contrário. Mas outros produtos que não são vendidos ao público como o nafta e querosene de aviação sobem constantemente, mostrando a hipocrisia dessa política de 
preços.”

Faltou coragem de defender a volta da inflação via gasolina e de toda a cadeia de custos em que ela se envolve? Será que o “mercado” tem direito de fazer o Brasil voltar a viver a insegurança inflacionária? Será que os dogmas neoliberais são mais importante que a vida das pessoas?
Para eles, são.
Notem a perversidade com que o assunto está sendo tratado. 
A Petrobrás, que está segurando no lombo, pelos seus deveres com o Brasil os preços do combusível no mercado interno é culpada de tudo, seja de não aumentar seja da possibilidade e ter de faze-lo.
Olhe os dois gráficos deste post. O primeiro mostra a evolução do preço do petróleo dos últimos meses.
As linhas dispensam qualquer explicação e as razões do aumento estão publicadas todos os dias nos jornais com notícias da crise no mundo árabe. O segundo mostra um alinhamento dos preços praticados pela Petrobras nas refinarias ao longo de 2010, mostrando o   equilíbrio que a estatal manteve durante o ano passado com o preço internacional do petróleo.
Os aumentos do início do ano para cá ela está segurando no tranco. Tanto que hoje, o preço cobrado às distribuidoras – que não são monopólio estatal – está 23% abaixo do que é cobrado nos Estados Unidos, onde a gasolina também subiu, mas é sempre uma das mais baratas do mundo. Em 2009, a gasolina lá era 60% mais barata do que aqui.
Repito: O doutor Agnelli estaria segurando isso, estaria? O Bradesco iria segurar a peteca? E os japoneses da Mitsui, os investidores da bolsa de Nova York, a turma do “quero o meu primeiro”  aguentaria a rebordosa de não lucrar no curto prazo e seguir investindo?
Desculpem-me por estar falando assim, mas é duro ver como o conservadorismo e sua mídia no Brasil não têm o menor compromisso com tudo aquilo que eles dizem cultuar: estabilidade econômica,  liberdade de mercado,  livre formação de preços.
Exploram, no mais sórdido terrorismo as declarações do presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, que não disse nada além do óbvio: que se o preço internacional do petróleo se mantiver por muito tempo nos picos que alcançou terá que haver aumento da gasolina. E  nem sequer falou que esse aumento deve ser imediato,  mas se o preço internacional não ceder.
A Petrobrás é uma empresa e tem, sim, de ter equilíbrio econômico.
Equilíbrio, vejam bem. Algo muito diferente de ganância, de imediatismo, de precipitação. Na crise, antes de qualquer coisa, a Vale mandou, num peteleco, três mil trabalhadores para a rua. Se tivéssemos entregue a Petrobras, não estaríamos vendo o preço da gasolina subir, estaríamos vendo-o explodir.
Entregar, como fizemos com a Vale, um setor estratégico da economia como o petróleo aos interesses privados é entregar o próprio direito do povo brasileiro a estabilidade, ao emprego, a justiça e ao desenvolvimento.
O “mercado”, porém, é um deus sem pátria e sem alma.