A cena faz parte do lançamento do programa "Cidade Linda".
Doria Demagogo Junior posa de gari no primeiro dia de espetáculo
A cena faz parte do lançamento do programa "Cidade Linda".
Lixo
Frase do dia
BORIS CASOY SERÁ MESTRE DE CERIMÔNIA DO CONCURSO MISS GARI SÃO PAULO
A final será no dia sete de março.
Praças... de pedágio.
ISTO É UMA VERGONHA
Isso a 78 horas apenas, após sua postagem na rede.
A impressionante contagem de acessos mostra o tamanho da revolta popular contra o preconceito e o virulento ódio e desrespeito da Band a tão importante categoria de trabalhadores.
Para quem não acompanhou o caso, tudo começou no Jornal da Band do dia 31 de dezembro, edição apresentada por Boris Casoy.
A cada intervalo, alguém desejava votos de Feliz 2010.
Naquele, coube a dois garis fazer tais votos.
Assista aqui.
Por um vazamento de áudio, captou-se a voz do Boris na qual ele debocha e, da maneira mais inescrupulosa, desrespeitosa e desumana se refere pejorativamente ao garis, chamando-os de “m. de dois lixeiros. Do alto de suas vassouras, desejando felicidades”.
No dia seguinte, na maior cara de pau e sem demonstrar qualquer expressão de verdade e arrependimento, Boris pede desculpas aos garis. Os garis não aceitam. O Brasil também não.
Boris, sem nem um pudor e desprovido de qualquer resquício de grandeza moral e espiritual, verbaliza: “O mais baixo na escala do trabalho”.
Uma vergonha!
Um horror!!!
Certamente, Boris e a Band não gostam de gari.
Porque a sublime e importantíssima função desse trabalhador é retirar a sujeira, promover a limpeza.
Em contrapartida, a Band é adepta do jogo sujo, é na sujeira que ela habita porque a Band é membro do PIG.
E o PIG tem horror às camadas minoritárias e populares da sociedade, aos pobres e empobrecidos, aos menos escolarizados (que ele adora denominá-los analfabetos), entre estes estão os garis e o um cara chamado Luis Inácio LULA da Silva – que, coincidentemente, manifesta irrestrito apoio aos mais pobres como os garis.
Após tentar formalizar protesto contra as atitudes de Boris e da Band e não conseguir, O Conversa Afiada do Paulo Henrique Amorim publicou a seguinte carta do Sindicato dos Garis e Varredores de São Paulo:
Garis de São Paulo são humilhados duas vezes.
Não bastasse a frase desrespeitosa: “Que m …: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho”, captada pelo áudio aberto no encerramento de uma saudação de Feliz 2010 de garis e varredores, no dia 31 de Dezembro de 2009, na TV Bandeirantes, hoje (4/01/10), ao tentar entregar uma carta à Boris Casoy e à TV Bandeirantes, os diretores do Siemaco foram mais uma vez humilhados.
Uma jornalista que se apresentou como Albertina e se disse chefe de redação não quis, sequer, assinar o protocolo de recebimento. Não autorizou, inclusive, que os diretores do Siemaco, o Sindicato dos Garis e Varredores, entrassem nas dependências da TV Bandeirantes.
Atitude que confirma que a desculpa de Boris Casoy não passou de uma formalidade e que prevalece o preconceito e o tratamento desrespeitoso com a categoria, com os seus representantes legais e com os trabalhadores e trabalhadoras da limpeza urbana de São Paulo.
Por isso, publicamos esta “Carta aberta à população”, em busca de atitudes menos preconceituosas e para insistir na adoção de hábitos democráticos. Pois, os garis e varredores de São Paulo queriam provar para a TV Bandeirantes e para Boris Casoy que não aceitam a classificação desrespeitosa: “O mais baixo na escala do trabalho”.
O preconceito e a afronta aos mínimos hábitos democráticos se confirmam pelas atitudes da TV Bandeirantes em não receber nossa carta de protesto e pelo tratamento desrespeitoso da jornalista Albertina, subordinada a Boris Casoy.
Eis a íntegra da carta que tentamos entregar ao apresentador Boris Casoy e que fomos obrigados a protocolar na TV Bandeirantes, que também não nos recebeu:
Não aceitamos as desculpas do apresentador, que foram meramente formais ao ser pego ao manifestar o que pensa e que, infelizmente, reforça o preconceito de vários setores da sociedade contra os trabalhadores garis e varredores, responsáveis pela limpeza da nossa Capital.
O esforço que os trabalhadores e trabalhadoras fazem, apesar de enfrentarem atitudes preconceituosas como a expressa por Boris Casoy, muito nos orgulha pois sabemos que somos parte integrante da preservação da saúde pública de nossa querida São Paulo.
Moacyr Pereira, presidente do Siemaco-SP, Sindicato dos Garis e Varredores de São Paulo.”
A se recusar receber a correspondência do Sindicato dos Garis, a Band os efende duas vezes, na avaliação do jornalista Paulo Henrique Amorim.
Paulo Henrique encaminho ao Ministro das Comunicações, Hélio Costa, o e-mail do internauta Rogério.
Eis o e-mail:
Olha só o que eu acabei de receber por e mail!Acho uma idéia genial!Abrir processos na ANATEL contra a BAND e o BORIS é uma forma de denunciar o conteúdo da TV e ao mesmo tempo, o sequestro da Agência Reguladora pelos concessionários!
Não era bom publicar?
AbraçoRogério
O vídeo de Boris Casoy ofendendo os garis e os trabalhadores em geral é uma PROVA CONCRETA DO CONTEUDO ANTI-POPULAR QuE OS CONCESSIONÁRIOS DE TV PROPAGAM NO AR.
Até o momento da emissão deste e mail, O VIDEO JÁ TEVE 897.000 acessos em pouco mais de setenta e duas horas!É MUITA GENTE INDIGNADA!E ISSO PRECISA SE TRANSFORMAR EM AÇÃO CONCRETA, DEIXANDO DE SER MERA INDIGNAÇÃO!
Se você acessar aqui nesse link poderá acompanhar a contagem, que a essa altura já deve estar bem mais alta.
1) Quer ajudar a denunciar o conteúdo anti-popular dos atuais concessionários dos serviços públicos de televisão, que ferem a lei das comunicações!
Como? Enviando esse e-mail a todos que V. puder!
2) Quer ajudar a exigir uma investigação do governo federal sobre a atuação desses concessionários, que impõe às nossas crianças, jovens e à população em geral, um modo de pensar racista, preconceituoso, contra os mais pobres e contra tudo que for nacional e popular?
Como?
Entre agora na pagina de denúncias da ANATEL clicando no link abaixo e formule sua queixa contra a TV BAND e Boris Casoy, exigindo uma investigação rigorosa não só do caso dos garis, mas de uma possível orientação anti-popular, preconceituosa, exclusora e partidarizada da linha editorial da programação.
https://sistemas.anatel.gov.br/sis/LoginInternet.asp?codSistema=649&Pagina=http%3A%2F%2Ffocus%2Eanatel%2Egov%2Ebr%2Ffocus%2Ffaleconosco%2Fatendimento%2Easp%3F
Não esqueça de fazer uma cópia da denuncia e arquivá-la consigo.
E mande uma cópia da denuncia em formato Word ao amigo de quem V. recebeu esse e mail, para podermos fazer um acompanhamento paralelo da atuação da ANATEL, que como se sabe é uma agência reguladora com muitos compromissos com os concessionários e com um histórico de nenhuma punição contra as TVs, que na verdade quase mandam na Agência.
Vamos transformar isso em Vários Milhões de Processos contra a BAND e BORIS na ANATEL.
A ANATEL é uma instituição mantida com dinheiro PUBLICO, deve fiscalizar esse tipo de atitude e não encobri-la e fingir que não é com ela!
Mãos à Obra!Façamos algo realmente prático e concreto contra a MAFIA DAS TVS DO BRASIL, QUE DOMINAM OS CORAÇÕES E MENTES DE NOSSO POVO HÁ TANTAS DÉCADAS!
Não se omita!
Se a ANATEL não fizer nada, pediremos a demissão da Diretoria por prevaricação!
Ajude! É só assim que fortaleceremos as instituições democráticas!
MOVIMENTO BRASILEIRO PELA VERDADEIRA LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
O homem torna-se tudo ou nada...
'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'
Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da 'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida: Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz.
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.
O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. Omeu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.