Quando a ministra Rosa Weber afirmou: “Quem vivencia o ilícito procura a sombra e o silêncio. O pagamento de propina não se faz perante holofotes. Ele aproveita todas as formas de dissimulação para sua execução”.
Ela falava por experiência própria.
Imagine se o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) fosse professor de uma Universidade pública com horário de aulas durante a semana. Ao eleger-se deputado, pretendesse passar o primeiro semestre em Brasília, e depois voltar a São Paulo.
Em vez de licenciar-se da Universidade, resolvesse trocar informalmente seus horários de aula com outros professores. Os colegas cobririam suas aulas no primeiro semestre, e ele substituiria as aulas dos colegas aos sábados no segundo semestre, fazendo a compensação.
Chega o segundo semestre e ele resolve continuar em Brasília, o que compromete o acordo com os colegas e torna impossível conciliar a manutenção deste emprego.
Então ele resolve pressionar a Universidade para mudar os horários de seu contrato de trabalho de forma a compatibilizar com sua agenda disponível só às sextas e sábados.
Como interpretaria essas condutas um Procurador-Geral da República, e como julgaria o STF, se fosse o caso?