Provar que é bom a PF - Polícia Federal - o MPF - Ministério Público Federal - responsáveis para fazer isso, não provam. Mas, a mídia, a oposição e o justiceiro Moro condena desde sempre.
Até quando vão continuar condenando sem provas?...
O ponto essencial da Lava Jato ainda está para ser esclarecido, informa editorial da Folha intitulado "Doação ou Propina," publicado há dois dias.
Questão essencial numa investigação que teve início em 2006, o problema é tentar distinguir quem agiu dentro da lei e quem cometeu crimes. Não se sabe disso, ainda – nove anos depois das primeiras investigações da Lava Jato.
Não sou eu quem diz. Nem a Folha. É a Polícia Federal. E é um fato tão surpreendente que permite entender porque, na falta de elementos reais para sustentar o que diz, a acusação já esteja apelando para a velha teoria do domínio do fato, conforme denuncia Renato Mello Jorge da Silveira, que é somente vice-diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Vamos por partes. O jornal reconhece no editorial que "em relatórios enviados ao Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal diz que, em alguns casos, dispõe de "elementos iniciais" a indicar que a doação eleitoral foi utilizada como forma de corrupção."
Além de reconhecer essa dúvida crucial, o jornal lembra que a própria PF "ressalta a necessidade de aprofundar as análises."
Pois é assim, meus amigos.
Embora a oposição faça força para colocar o impeachment na agenda política – não conseguiu, mas não custa tentar – na vida real, quando é preciso encarar os fatos e as provas, a Polícia Federal não consegue sustentar uma denúncia. Fala que é preciso "aprofundar as análises."
Imagine quantas análises poderiam ser "aprofundadas" sobre quaquer coisa: o PSDB, a Polícia Federal...
Há dúvidas, sim.
E você, que pensava que, na dúvida, a Justiça beneficia o réu.
Nada disso.
"Prende-se primeiro para apurar depois," já observou, com amargura crescente, o ministro Marco Aurélio Mello.