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O pacote Levy deixou a queda da selic para Temer chutar




Desde fins do ano passado se sabia que a queda da inflação já estava contratada a partir do segundo trimestre, na medida em que saíssem da contagem anual os impactos dos mega-reajustes tarifários do ano passado.

Ontem, o Copom (Comitê de Política Monetária) já poderia ter dado início à redução da Selic, devido ao fato das taxas estarem caindo no mercado futuro, acompanhando as projeções de queda da inflação. Deixou o pontapé da vitória para Michel Temer.

A queda, além disso, desmente esses mitos alimentadas pelo mercado, da inflação ter relação direta com desajustes fiscais. A não ser em períodos de emissão descontrolada de moeda, a inflação tem relação com fatores tradicionais, demanda, choques de oferta, choques de preços administrados.

Ontem, o Copom alertava que a inflação caíra, apesar dos desajustes fiscais, mas poderia voltar a subir se a questão fiscal não fossem bem equacionada. Os desajustes fiscais de 2015 foram o principal álibi para a elevação da Selic, que aprofundou os desajustes.

É evidente que há que se equilibrar as contas.

A maneira encontrada por Joaquim Levy, no entanto, conseguiu o extraordinário feito de jogar a economia na maior recessão da história, enfraquecer o governo e deixá-lo presa fácil do golpismo, e legar o trabalho "limpo" (a redução da Selic) para o sucessor.

Não faltaram avisos para os erros do tal pacote fiscal em pleno processo de queda da atividade econômica. Derrubou mais ainda o nível de atividade, inviabilizando qualquer equilíbrio das contas públicas sem a recriação de impostos.

Ao mesmo tempo, enfraqueceu de forma terminal o governo, inviabilizando qualquer acordo político. Vendeu para a presidente a fantasia de que se fizesse o mal de uma vez, a recuperação seria milagrosamente rápida. Em março do ano passado, a presidente estava convicta de que o pior já havia passado.

Todo o desenho mágico se baseava em uma suposição irreal. A queda da inflação levaria a uma inversão das taxas longas de juros. Quando isto ocorresse, os investidores milagrosamente sairiam de seus bunkers e irrigariam a economia com investimentos de longo prazo.

Esse visão milagreira atinge todos os economistas que saltam do livro-texto para o cargo de Ministro da Fazenda ou presidente do Banco Central. Em suas fabulações consideram que a vontade comanda a economia. Basta vontade política e persistência para todos os males serem vencidos.

Não entendem a economia como um organismo complexo, vivo, composto por agentes econômicos que se entrelaçam, sendo mutuamente afetados. Grandes choques afetam profundamente esse equilíbrio. Como não entendem esse jogo julgam que o equilíbrio será imediatamente recomposto com a entrada de um agente externo (os investimentos), como se o cenário econômico também não condicionasse suas decisões.

No ano passado, o choque fiscal veio acompanhado de um choque monetário inútil. Enquanto o choque fiscal derrubava a demanda, deixando as empresas amarradas a estoques, o choque monetário as impedia de retornar para o estágio anterior, de fazer uma travessia menos traumática para um patamar menor de vendas. Mesmo sabendo-se que a inflação era decorrente de choques tarifários, e cairia assim que o impacto desses choques saísse da contagem anual.

Os resultados óbvios foram as quedas recordes do PIB em 2015 e em 2016. É o mantra defensivo do mercado, de que pacote não foi bem sucedido porque Dilma Rousseff não lhe deu o respaldo necessário. Ela deu ao pacote o máximo que um governante poderia oferecer: seu próprio mandato.

Verdade seja dita: o canalha Josias de Souza manipula as palavras como poucos

Lê abaixo, com atenção, a mágica que o pena-paga faz para divulgar a vontade do patrão
Para se defender de Lula, Dilma defende Levy, por Josias de Souza




A esse ponto chegou o relacionamento entre Lula e Dilma: nesta segunda-feira, a presidente teve de defender um de seus principais auxiliares, o ministro Joaquim Levy, dos ataques de seu padrinho político. Fez isso por autopreservação, não propriamente por apreço a Levy, que já desprestigiou tantas vezes. “Acho extremamente nocivas as especulações, o que me obriga a vir a público para reforçar que Joaquim Levy fica onde está”, disse Dilma, na Turquia.
E quanto à tese de Lula segundo a qual o ministro da Fazenda tem ‘prazo de validade’? “Não concordo”, afirmou Dilma, em timbre peremptório. “Não só gosto muito do presidente Lula, como é público e notório, como o respeito. Mas não concordo, e não temos de concordar sobre tudo”, acrescentou a criatura, com a amizade pelo criador já meio cansada.
Joaquim Levy é, hoje, o que Aloizio Mercadante foi ontem. Alvejado por Lula, Mercadante foi defendido por Dilma inúmeras vezes. Até nota oficial madame mandou divulgar para assegurar que seu ministro preferido permaneceria na Casa Civil. Lula não se deu por achado. E Mercadante foi mandado de volta à pasta da Educação. Cedeu a poltrona a Jaques Wagner, como queria Lula.
No lugar de Levy, Lula quer acomodar Henrique Meirelles. Como presidente do Banco Central, Meirelles coabitou o gabinete de Lula com Dilma, então chefe da Casa Civil. Divergiam em matéria de economia. Nessa época, suprema ironia, Dilma discordava frontalmente do receituário de Meirelles, muito parecido com o do agora ministro Levy.
Conforme já comentado aqui, ao marchar sobre Levy, Lula inova: empurra para dentro da frigideira a própria Dilma. O morubixba do PT, que já dá as cartas na condução política do governo, quer privar Dilma até de nutrir a ilusão de que preside sua equipe econômica.
Numa tentativa desesperada de demarcar o seu terreno, Dilma deixa claro que não é precisamente contra a fritura. Ela própria já andou flambando Levy. A presidente apenas é contra ser fritada. Por isso resiste. Até quando?




Economia: 2015 será ano de transição

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que 2015, em particular, é um ano de transição para a economia brasileira, de fortalecimento dos fundamentos macroeconômicos, em vista também da mudança do ambiente internacional e do entendimento das implicações dessas mudanças. Para ele, isso vai contribuir para a retomada do crescimento sustentável em breve.

 ALAN SAMPAIO/iG BRASILIA

Joaquim Levy, da Fazenda, admite possível recessão no primeiro trimestre Veja também Levy diz que Banco Central é claro na política de controle da inflação Taxação de grandes fortunas não traz muita vantagem, diz Levy Levy destacou três desafios centrais para o momento econômico pelo qual o país atravessa. O primeiro, apontou o ministro, é a estabilidade fiscal e monetária.

"Assim como o Plano Real nasceu de erros e acertos no combate da inflação ao longo das décadas anteriores, acredito que temos capacidade de retomar e consolidar a estabilidade macroeconômica com base na construção de um consenso nacional em prol da disciplina fiscal e do combate à inflação, condições fundamentais para a manutenção e ampliação de conquistas sociais e distributivas mais recentes. [Estou] esta semana conquistando apoio explícito das principais forças políticas do nosso país".

Em segundo, o ministro da Fazenda indicou a ideia de que o ajuste fiscal é também um ajuste econômico, que busca realinhar incentivos aos objetivos finais das políticas públicas.

"Não me refiro somente à política fiscal e monetária, mas também às políticas mais amplas, tanto trabalhistas, quanto previdenciária, aquelas que permitem a expansão do investimento e a segurança jurídica em todos os aspectos da vida econômica".

Por último, Levy destacou que os desafios anteriores não teriam sentido se não existisse uma visão de crescimento de longo prazo.

"Temos diante de nós o desafio maior exatamente de relançar um novo ciclo de crescimento em bases distintas em ambiente econômico mundial distinto e que envolverá, e aqui faço menção ao ministro do Planejamento , o esforço na área de infraestrutura e logística, com a participação do governo, mas não só da União, [mas também de] estados e municípios e principalmente do setor privado".

Levy acrescentou os desafios da educação e de outras áreas que são indispensáveis, não só para a estabilidade fiscal e monetária, mas para o próprio desenvolvimento da sociedade.

" Este governo desde o começo do ano tem se comprometido fortemente com uma ação indispensável para se criar as bases desse crescimento, que têm sido o equilíbrio das contas públicas.”

O ministro fez as declarações durante um pronunciamento, na noite de hoje (10), na comemoração dos 50 anos do Conselho Monetário Nacional (CMN), no prédio do ministério, no centro do Rio.

Também participaram da cerimônia, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Foram convidados, ainda, ex- ministros da Fazenda e do Planejamento e ex-presidentes do Banco Central. Entre eles Pedro Malan, Mailson da Nóbrega, Ernane Galveas e Fernando Milliet.

Embora tenha sido criado em dezembro de 64, o CMN, só foi instituído em 31 de março de 1965. Ele representa o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.

Jornaleco da Grobo elogia(?) Levy

- Superbonito: Após dizer que Joaquim Levy nem sempre faz as coisas da maneira mais fácil e efetiva, A Grobo listou uma lista com 45 defeitos do dessidente. "JOAQUIM usa modelos que não favorecem seus culotes — que, diga-se de passagem, são protuberantes", alfinetou, aproveitando para comentar as pontas duplas do topete GROBAL.
Ainda fez sérias denúncias. "Por vezes ele espirra e não coloca a mão na frente. Sem falar no hábito de cantarolar músicas do Trabuco errando sempre alguma parte da letra", desancou. Solícito, o Waack se comprometeu a elaborar um dossiê. "Estou aqui para somar", esclareceu.
No final de mais um dia em que emperraram as negociações sobre mentira diária, Heraldo deixou escapar algumas ameaças. "As cutículas de Eduardo Cunha são imensas. Um bife", declarou."E o Renan Calheiros tem caspas.

Zé Dirceu | O ministro e sua lógica

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, experiente e obstinado, traça com sua régua a linha de mudanças que levará o Brasil, segundo ele, a recuperar a confiança dos mercados. Repete, assim,  um mantra do mercado e do candidato tucano a Presidência da República na campanha do ano passado, senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Ele expõe essa sua linha e fala sobre ela numa entrevista publicada hoje na Folha de S.Paulo. Sua receita é antiga e segundo ele funciona:  corte de gastos, aumento de juros do BNDES e da taxa Selic com um consequente aumento brutal dos juros ao consumidor, no crediário e para os cliente dos bancos, do cartão de crédito e do cheque especial.
Sua receita tem mais: uma redução drástica da renúncia fiscal, correção dos preços dos combustíveis e da energia, aumento dos impostos CIDE e PIS-COFINS, redução dos gastos com seguro desemprego, abono salarial e pensão por morte. Mais, aumento das alíquotas da contribuição previdenciária por faturamento (ou opção pelos 20% da folha de pagamento); aumento do – IOF – Imposto sobre Operações Financeiras, do imposto de importação e  redução da alíquota do REINTEGRA (programa também relacionado à exportações).
Como vemos um pacote e tanto! Nada de uma maior progressividade do imposto de renda das pessoas físicas, nada de um imposto financeiro ao exemplo da CPMF, nada de taxação sobre as fortunas, heranças e doações, nada de imposto sobre o rentismo…Pelo contrário juros de 12,75% na Selic  conforme a elevação decidida esta semana pelo Banco Central (BC). Aumento determinado mesmo com a inflação em queda e numa economia em recessão ou com crescimento menor que 1%.
Um pacote e tanto! Mas que não responde às perguntas da nação
Seu roteiro, ou pacote, propõe aumento de impostos, sim, mas não sobre o patrimônio e a riqueza, não sobre a renda financeira ou os lucros extraordinários do capital financeiro. E nada de reformas ou mudanças que afetem o andar de cima.
A conta fica mesmo para o andar de baixo, seja nos cortes do orçamento, que afetam programas na educação (como o FIES e o PRONATEC), o  Minha Casa Minha Vida e a saúde, seja nas mudanças – ainda que algumas necessárias – no seguro desemprego, no abono salarial e nas pensões por morte.
Com a queda da demanda, do crédito e dos investimentos, teremos um crescimento econômico e arrecadação menores, com um esforço fiscal maior para o superavit de 1,2%. Haverá, então, desemprego e queda da renda.
A pergunta que não quer calar é: todo esse esforço fiscal e político, a um custo social e político para o governo e seu partido, o PT, tem como objetivo retomar o crescimento? Em que direção e em que bases?
As reformas tributária e política reclamadas pelo país serão feitas?

Cesar Maia: O que quer Levy?

O que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy quer com sua entrevista ao Financial Time, hegemonia ou sair atirando?

1. Em Davos, o ministro Joaquim Levy reproduziu, de forma enfática, os princípios daquilo que os setores políticos mais a esquerda apelidaram de neoliberalismo. Com a experiência governamental que tem e seu nível de conhecimento interno e externo, há que se perguntar qual o objetivo dessas declarações. Os que apoiam o ministro esperavam que ele tivesse mais habilidade, evitando confundir o governo com ele. Ou seja: deveria escrever as medidas e deixá-las ser divulgadas pelo Palácio do Planalto, entrando em cena apenas para explicá-las em nome do governo.
            
2. (G1, 23) 2.1. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o atual modelo de auxílio-desemprego do país está "completamente ultrapassado". A declaração foi dada em entrevista ao jornal "Financial Times", no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Em inglês, Levy utilizou a expressão "out-of-date" (em tradução livre, obsoleto ou ultrapassado) para se referir ao sistema de benefícios previdenciários. Ele citou a necessidade de "livrar-se de subsídios e ajustar os preços" como providências imediatas de sua política fiscal.  No fim do ano passado, o acesso a auxílios previdenciários como pensão por morte e seguro-desemprego ficou mais rigoroso após a edição de medidas provisórias. A medida pode ser considerada uma “minirreforma previdenciária”, parte do pacote do "período de austeridade" anunciado pelo ministro.  As novas regras para a obtenção do seguro-desemprego passam a valer a partir de março e podem restringir o acesso de mais de 2 milhões de trabalhadores, segundo cálculo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
           
2.2. Levy também reconheceu que o período de ajuste pode impactar no crescimento econômico. "Acredito que a economia parada não pode ser descartada como uma possibilidade, embora o PIB no Brasil seja resiliente", afirmou à publicação.  Ainda sobre a política de cortes e ajuste fiscal, o ministro acrescentou que "assim que sua equipe colocar a casa em ordem, a reação será positiva", referindo-se à necessidade de estimular a demanda e resgatar a confiança do mercado. Ele reconheceu, contudo, que as medidas anticíclicas têm suas limitações.
          
3. (Folha de SP, 24) As novas declarações de Levy foram mal recebidas pelas centrais sindicais, que vêm tentando negociar alterações nas medidas. Para Ricardo Patah, presidente da UGT, o ministro da Fazenda mostrou desconhecer a realidade brasileira. Miguel Torres, presidente da Força Sindical, afirmou que "ultrapassadas são as ideias do Levy, que acredita que ajustes devem ser feitos cortando direitos e implementando políticas restritivas que penalizam apenas os trabalhadores". Reação semelhante veio da CUT. "Isso mostra que ele desconhece a realidade brasileira e, principalmente, o alto índice de rotatividade que existe no Brasil, de até 39% da mão de obra anual", disse o secretário de finanças da CUT, Quintino Severo.
        
4. (Estado de SP, 23) Sob pressão para cumprir a meta fiscal deste ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já determinou à sua equipe fechar as “torneiras” da liberação de novos empréstimos e da autorização para aumentar o endividamento de Estados e municípios. Há poucos dias no cargo, Levy está tomando pé do quadro fiscal dos governos regionais e advertiu os técnicos do Ministério da Fazenda que, ao longo de 2015, a União precisa ampliar os controles sobre as finanças dos governos regionais. O maior rigor com as contas dos governos regionais é um tema delicado, principalmente por causa das implicações políticas no Congresso e da necessidade de apoio dos governadores às medidas a serem votadas nos próximos meses.
        
5. Declarações politicamente desastradas. Qualquer pedido de empréstimo de Estados e Municípios tem que passar pelo ministério da fazenda, que sem declarações prévias, pode analisá-los no tempo que desejar. E controlar as finanças dos governos regionais além de politicamente desastrada ainda é de questionável constitucionalidade num regime federativo. Limites são estabelecidos por lei e não por intervenções do ministro da fazenda, que deve apenas aplicá-las, como no caso da LRF.
        



6. O QUE QUER LEVY? Uma hipótese é que dadas as reações internas das lideranças do PT e das lideranças sindicais, Levy quer esticar a corda para que fique bem claro que setor do governo prevalece e com quem está a Presidenta. Outra hipótese –para quem tem a experiência dele- é ir construindo a sua própria saída, com argumentos que lhe faltou apoio.  Assim estica a corda para ver até onde resiste, com a perspectiva antecipada que sairá. Sair por quê? Porque o quadro que encontrou é muito mais complicado do que imaginava? Porque as resistências existentes já mostram que as medidas iniciais não poderão ser ampliadas ou aprofundadas?  Colocar a “Casa em Ordem” é dizer que a casa de Dona Dilma estava em desordem. Forte declaração para um governo reeleito.

        
7. O tempo dirá. Mas que desde já é estranho ter feito declarações assim em Davos, na Catedral do Liberalismo para receber os aplausos naturais, certamente é.  E não foi por ingenuidade.




Cid e Levy: Uma parceria de resultados

Os ajustes que a presidente Dilma convidou o sr. Levy para executar no Ministério da Fazenda tem como objetivo, proporcionar melhores condições para que Cid Gomes, Ministro da Educação, faça o melhor que possa para o pais, que é:

Oferecer Educação pública, gratuíta com a qualidade que o cidadão brasileiro merece.

Confira abaixo trechos da entrevista do sr. Levy...


Dentro de quatro anos, o Brasil será um país mais competitivo, que vai conseguir ter uma presença maior no mundo e com empregos melhores, garantiu o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a Alessandro Araújo que, durante o Face to Face do Portal Brasil, nesta sexta-feira (9), disse ter 17 anos e estar preocupado com a questão do emprego. “Para mim, é muito importante saber: o que me aguarda lá na frente?”, perguntou.

Para alcançar essas metas, o ministro disse que existem vários ingredientes. “Começando com as contas do governo estarem arrumadas. Além disso, a gente tem que estimular a concorrência. A concorrência é importante porque, quanto mais firmas estiverem disputando um mercado, você tem mais opções na hora de comprar e as firmas têm que ser mais eficientes, mais capazes . Aí, você vai poder comprar mais barato”, explicou Levy.

Dessa forma, acrescentou, toda a economia fica mais eficiente, mais competitiva e dá para, inclusive, conquistar mercados lá fora, enfatizou. “Então, o que esperar para daqui a quatro anos, quando você talvez esteja completando a faculdade? (…) Esse Brasil batalhador é o que a gente pode esperar, para crescer e ter mais emprego de qualidade”, respondeu o ministro da Fazenda.

O ministro alertou, no entanto, que é preciso olhar para daqui a alguns anos e não apenas para o que vai acontecer no mês que vem. Segundo ele, será preciso passar por um período “que tem que acertar algumas coisas, para retomar o crescimento e mesmo o aumento do emprego”.

Aposentadorias por invalidez serão preservadas

Joaquim Levy também garantiu a Pedro Mendes, cujo pai é aposentado, que os direitos adquiridos nas aposentadorias por invalidez não sofrerão qualquer alteração. “É muito justo e importante que as pessoas tenham esse seguro da aposentadoria de invalidez, se alguma doença acontece. Esse direito não vai ser mexido.”

Ele afirmou ainda que o valor da aposentadoria continuará sendo corrigido pela inflação, de maneira que ficará protegida por todo o tempo que a pessoa receber o benefício.

O ministro lembrou o exemplo de seu próprio pai, dizendo que, como Pedro Mendes, é muito especial ter um pai que trabalhou a vida inteira. “Continuou atendendo no SUS até bem depois dos 70 anos, e tenho orgulho dele.”E acrescentou que as medidas de contenção acontecerão em outras áreas, exatamente para que o trabalhador e a sua família tenham tranquilidade.

Seria Levy um "verme moral"?

A altura de Joaquim Levy

por Luiz Fernando Veríssimo

Paul Krugman e Joseph Stiglitz não são donos da verdade, mas são donos de um Prêmio Nobel cada um. Os prêmios lhes dão uma respeitabilidade que eles não encontram entre seus pares economistas, pois são os dois mais notórios inimigos da atual ortodoxia — keynesianos nadando contra a corrente da maioria. Para Krugman e Stiglitz, o receituário ortodoxo para vencer a crise mundial provocada pelo capital financeiro equivale a receitar gasolina para apagar incêndios. O sacrifício de gastos sociais e as outras formas de austeridade vendidas com o nome de fantasia de “responsabilidade fiscal” já provocam reações de consequências imprevisíveis na Europa. Só quem está gostando da irresponsabilidade social oficializada é o capital financeiro, que pariu a crise e ama a sua cria.
Na foto do espantoso novo Ministério da Dilma que saiu nos jornais, destaca-se, além do vestido da Kátia Abreu, o tamanho do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ninguém, nem o Rossetto, chega aos seus ombros. O que não deixa de ser simbólico. Levy domina o grupo fotografado com sua altura como dominará o governo com suas medidas de, sim, responsabilidade fiscal e austeridade. E a altura de Levy tem outro significado: será difícil alguém chegar ao seu ouvido. Alguém preocupado com a incoerência de um governo do PT entregar-se tão despudoradamente a uma ortodoxia de efeito duvidoso. Alguém pedindo clemência para os programas sociais ameaçados, talvez a própria Dilma. Se não fosse esperar demais, até alguém pedindo para ele ler Krugman e Stiglitz de vez em quando. Mas o ouvido de Levy é inalcançável, à prova de palpites. Na própria foto, ele parece estar com a cabeça numa camada superior da atmosfera, respirando outro ar. Certamente não o mesmo ar do pastor Hilton, lá embaixo.




Imagino que o Joaquim Levy tenha lido o Thomas Piketty, nem que seja só por curiosidade. Piketty também nada contra a corrente. Se a questão maior para qualquer pessoa que não seja um verme moral é a questão da desigualdade crescente no mundo, Piketty prova que o capitalismo, do jeito que vai, só agravará o problema. Ele chama a pretensão de que uma economia de mercado sem regulação acabará por “elevar todos os barcos” e diminuir as desigualdades de “um conto de fadas”. Mas esse conto de fadas é o outro nome da ortodoxia econômica que querem nos impingir.



O ato e a falha, por Jânio de Freitas

no Folha de São Paulo

Uma hipótese: Barbosa quis testar o poder e a liberdade de ação de que vai dispor com Joaquim Levy

O incidente do ministro Nelson Barbosa com o salário mínimo é menos simplório do que indicado em sua redução, de aparência unânime, a mais um trompaço temperamental da "gerentona".

O ministro do Planejamento não está estreando em governo. Nem mesmo na área de política econômica. Em seus anos de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, até desentender-se com Guido Mantega, pôde comprovar a profunda relação entre o que se passa na área econômica e as condições em que Presidência caminha, em política, na administração e com os cidadãos.

Nelson Barbosa decide dar uma entrevista coletiva no primeiro dia útil do novo governo, espremido entre o feriado da posse presidencial e o fim de semana. Não expõe o motivo de tanta pressa. Não espera, sequer, que o seu parceiro da Fazenda e de ideias seja empossado já no próximo dia útil. Mas Nelson Barbosa fala no plural: "vamos". Faz as manchetes com o tema dominante e, excluídas as obviedades, quase único de sua oferecida fala: "Vamos propor uma nova regra de reajuste do salário mínimo para 2016 a 2019 ao Congresso Nacional nos próximos meses".

A pressa é mais abrangente: Nelson Barbosa anuncia no primeiro dia útil deste ano e do novo governo uma alteração que, se vigorar, só o fará no ano que vem. Por si mesma, essa antecipação não faz sentido. É, talvez, uma medida a ser iniciada proximamente, convindo abordá-la desde logo? Não, nada há estabelecido: a proposta ao Congresso será nos vagos "próximos meses". Também do ponto de vista administrativo e legislativo, portanto, o anúncio não faz sentido.

Muito menos há sentido em um integrante do governo, no primeiro dia do ano e do próprio governo, anunciar alteração em um dos fatores mais sensíveis na relação entre governo e população. Como ato político é, no mínimo, de espantosa temeridade.

Nelson Barbosa dispôs de um elemento a mais para saber o peso, no governo, do tema salário mínimo. Esse elemento foi dado pela própria Dilma, menos de 24 horas antes do chamado aos repórteres para ouvir a comunicação do ministro do Planejamento: até por causa do seu desgaste com as escolhas de Joaquim Levy e Nelson Barbosa, nem na posse Dilma Rousseff deixou de reiterar a imutabilidade da regra vigente do salário mínimo. Nelson Barbosa estava lá, ouvindo-a.

Uma hipótese: velho crítico do salário mínimo, ao qual atribui efeitos corrosivos nas contas governamentais, como declarou contra a opinião de Dilma quando se iniciava a campanha eleitoral, Nelson Barbosa tomou-se da presunção de um poder mais do que suficiente para fixar, vitoriosa com ele, uma das suas insistências derrotadas nas discordâncias com Guido Mantega. E a imporia com Mantega ainda como ministro, não mais seu superior, mas um igual posto no papel de derrotado. Hipótese improvável, sim. Desprezível, não.

Outra, menos requintada: Nelson Barbosa quis testar o poder e a liberdade de ação de que vai dispor com Joaquim Levy. Um desafio. Recebeu a resposta ou parte dela, ambas insatisfatórias.

Pode-se imaginar uma série de outras hipóteses, melhores e piores. Até onde chego, nenhuma capaz de dar sentido administrativo ou político à atitude do novo ministro. Nelson Barbosa, no entanto, não sendo ingênuo nem de pouca inteligência, por certo agiu com um propósito que, a seu ver e cabe supor que no de Joaquim Levy, tem sentido.

A indagação que não se precisa fazer, talvez a mais importante, é a da absorção do episódio. É o caso típico das sequelas inevitáveis, tanto de quem se sentiu provocada como de quem precisou fazer uma retirada pública. Nenhum dos dois se olha e se ouve da maneira de antes. Com todas as consequências disso.

Fernando Brito - Joaquim Levy saiu-se melhor que a encomenda

A primeira entrevista do ministro da Fazenda depois de sua posse foi, se passarmos em revista ao que ele falou, corretíssima.
Aproveitou o fato de ser apontado como “a esperança do mercado” para deixar claro que o ajuste nas contas públicas não será feito, como espera esta gente, nem com recessão, nem com o corte nos gastos sociais do Governo:



“A gente tem capacidade de alcançar com um impacto mínimo na economia e garantindo a continuidade de todos os programas (sociais) que são essenciais. Eu não tenho muita dúvida sobre isso”.
E sinalizou que ” haverá ajustes” dos tributos, como a gente havia mencionado , há mais de um mês, quando aqui se escreveu:
“Na minha modesta capacidade de previsão, a primeira ação de Joaquim Levy será frear esta “reforma tributária” sem “reforma tributária” representada pela renúncia fiscal do Governo Federal. Se houver alguma desoneração, a partir de agora, será extremamente seletiva e avara”.
Hoje, as palavras do ministro sobre isso foram estas:
“Não podemos procurar atalhos e benefícios que impliquem em redução acentuada de tributação para alguns segmentos por mais atraentes que elas sejam sem considerar seus efeitos na solvência do Estado”.
Tradução: redução de IPI, desonerações da folha, alíquota zero na Cide e reduções de IOF, em princípio, deixam a pauta da Fazenda.
Refis para inadimplentes? Não aparece no horizonte de Levy e os escritórios de advocacia tributária se preparem para um endurecimento grande nas brechas para a elisão fiscal e “planejamento tributário”, dois primos da sonegação de impostos que costumam saltar das leis e decretos.
No campo das despesas, podem escrever que haverá um corte nas despesas de custeio dos Ministérios e demais entes da administração. Há gordura para queimar neste quesito e é um problema em que, pressionados ou não pelas estruturas internas, os dirigentes têm dificuldade de enfrentar: negar passagens, diárias, prestadores de serviços terceirizados é sempre penoso e difícil.
Deus sabe o que passei, no Ministério do Trabalho, negando viagens, diárias, afastamentos com ônus, recepcionistas em profusão e outros penduricalhos. Sem contar com aquelas tais “divisões disso” do “departamento daquilo outro” sem razão de ser numa máquina onde falta gente para o atendimento de ponta.
Ter a cobertura de “foi ordem da Fazenda” (e do Planejamento, claro) é um santo remédio para estes cortes.
Chamo a atenção, por fim, para a declaração feita hoje pelo Ministro:
“O equilíbrio fiscal em 2015… será fundamento de um novo ciclo de crescimento, assim como a responsabilidade fiscal exercitada na primeira metade da década dos anos 2000 foi condição indispensável para o Brasil ter sucesso na política de inclusão social de milhões de brasileiros”.
Esta é a equação que Dilma pediu a Joaquim Levy para ajudar a resolver.
Dilma precisa dos resultados que Levy pode ajudar a trazer. Mas Levy sabe que, para isso, precisa mostrar o mais completo alinhamento com as prioridades de Governo
Porque, como disse no título do post de novembro passado, “cofre não faz necessariamente política social mas, vazio, a arruina”.


Dilma Invocada: Jânio de Freitas também delira

Me comparar com um ditador e afirmar que:

O ajuste de Joaquim Levy será feito com mudança nos rumos sociais do governo...É pura ficção, opinião pessoal do grande jornalista.

  • Primeiro: a comparação não merece sequer comentário. 
  • Segundo, não existe ajuste do Joaquim Levy. Existe ações governamentais
  • Terceiro, não haverá mudança nos rumos sociais do governo.
"Continuarei priorizando a inclusão social, o emprego, o acesso à educação, a garantia de direitos a estabilidade política e econômica, o investimento em infraestrutura e na modernização do País e a elevação da renda do povo”...




Economia - Mesmo sem meta fiscal, Dilma anuncia equipe econômica amanhã

A presidente Dilma Rousseff oficializará amanhã quinta-feira (27) as indicações dos nomes de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e de Nelson Barbosa para a pasta do Planejamento. Mesmo com o adiamento por parte do Congresso da votação das metas fiscais para 2015, o governo manteve o anúncio e coletiva com os dois indicados para a condução da economia no segundo mandato de Dilma.
Apesar de anunciados, os dois ministros não tomarão posse imediatamente. Eles só serão oficializados no cargo no dia 1º de janeiro, quando Dilma dará posse a todos os outros ministros. Até lá, os dois indicados trabalharão no Palácio do Planalto, em um chamado “gabinete de transição”.
Até o final do ano, Guido Mantega continuará respondendo pela Fazenda e economia e Miriam Belchior, cotada para assumir o Ministério de Minas e Energia, responde pela área do Planejamento.
A intenção de Dilma, de acordo com interlocutores, é também manter no cargo o presidente de Banco Central, Alexandre Tombini. Há a expectativa também de que na próxima semana ela já anuncie os nomes da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para a Agricultura e a transferência do atual ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, para a Secretaria-Geral da Presidência da República.