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Líbia

Em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o chanceler Antônio Patriota colocou a discussão da intervenção militar norte-americana e dos aliados na Líbia num outro patamar. Patriota, muito apropriadamente, questionou os reais interesses desta interferência das potências mundiais na região.

Seu questionamento merece todo aplauso. É uma posição absolutamente pertinente que se apoia na realidade dos fatos: a questão do petróleo, da prevalência dos interesses e negócios dos EUA e potências aliadas é o que está efetivamente em jogo. Daí a política de dois pesos e duas medidas, o disfarce da defesa dos direitos humanos, enfim, o que todos sabem, mas ninguém diz, muito menos a imprensa.

Patriota lembrou que Benghazi, a região líbia que concentra o maior foco de resistência ao presidente Muamar Kaddhafi, recebe apoio direto das potências internacionais, sobretudo EUA, Grã-Bretanha e França. Também contou que os rebeldes são recebidos como representantes oficiais - quando não têm o mais leve vestígio de serem - da Líbia por governos como os da Itália e da França.

Dividir para reinar

"Isso pode representar uma ameaça à integridade territorial da Líbia. Perguntamo-nos se isso é deliberado, se é motivado por interesses puramente pacíficos e de cooperação, ou se também não é uma maneira de dividir para imperar, tendo em vista as riquezas petrolíferas da Líbia, assim como se fez no passado", afirmou o chanceler no Senado.

Uma questão mais do que pertinente se pensarmos que as medidas planejadas e postas em prática pelos países que interferem militarmente na Líbia não passam nem perto do Conselho de Segurança da ONU. Dentre estas ações estão o repasse de armamento para os rebeldes e de fundos congelados da família Kaddhafi. "Acredito que são questões que deveriam passar pelo Conselho. Como se pode fazer a entrega de armas aos rebeldes, por exemplo, se há um embargo contra a Líbia?"

O Brasil, informou também Patriota, vem mantendo diálogo com os países membros da Liga Árabe e da União Africana. Eles tentam encontrar uma solução intermediária para o conflito na Líbia, no sentido de obter um cessar-fogo e o acerto de um período de transição no país.
Zé Dirceu

por Luis Fernando Verissimo

Diálogo urbano, no meio de um engarrafamento. Carro a carro.
- É nisso que deu, 8 anos de governo Lula. Este caos. Todo o mundo com carro, e todos os carros na rua ao mesmo tempo. Não tem mais hora de pique, agora é pique o dia inteiro. Foram criar a tal nova classe média e o resultado está aí: ninguém consegue mais se mexer. E não é só o trânsito. As lojas estão cheias. Há filas para comprar em toda parte. E vá tentar viajar de avião. Até para o exterior - tudo lotado. Um inferno. Será que não previram isto? Será que ninguém se deu conta dos efeitos que uma distribuição de renda irresponsável teria sobre a população e a economia? Que botar dinheiro na mão das pessoas só criaria esta confusão? Razão tinha quem dizia que um governo do PT seria um desastre, que era melhor emigrar. Quem pode viver em meio a uma euforia assim? E o pior: a nova classe média não sabe consumir. Não está acostumada a comprar certas coisas. Já vi gente apertando secador de cabelo e lepitopi como e fosse manga na feira. É constrangedor. E as ruas estão cheias de motoristas novatos com seu primeiro carro, com acesso ao seu primeiro acelerador e ao seu primeiro delírio de velocidade. O perigo só não é maior porque o trânsito não anda. É por isso que eu sou contra o Lula, contra o que ele e o PT fizeram com este país. Viver no Brasil ficou insuportável.
- A nova classe média nos descaracterizou?
- Exatamente. Nós não éramos assim. Nós nunca fomos assim. Lula acabou com o que tínhamos de mais nosso, que era a pirâmide social. Uma coisa antiga, sólida, estruturada...
- Buuu para o Lula, então?
- Buuu para o Lula!
- E buuu para o Fernando Henrique?
- Buuu para o... Como, "buuu para o Fernando Henrique"?!
- Não é o que estão dizendo? Que tudo que está aí começou com o Fernando Henrique? Que só o que o Lula fez foi continuar o que já tinha sido começado? Que o governo Lula foi irrelevante?
- Sim. Não. Quer dizer...
- Se você concorda que o governo Lula foi apenas o governo Fernando Henrique de barba, está dizendo que o verdadeiro culpado do caos é o Fernando Henrique.
- Claro que não. Se o responsável fosse o Fernando Henrique eu não chamaria de caos, nem seria contra.
- Por quê?
- Porque um é um e o outro é outro, e eu prefiro o outro.
- Então você não acha que Lula foi irrelevante e só continuou o que o Fernando Henrique começou, como dizem os que defendem o Fernando Henrique?
- Acho, mas...
Nesse momento o trânsito começou a andar e o diálogo acabou.

Dietas

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Casamento real

[...] frases sobre o dito cujo

1 Quando um cara rouba sua mulher, não há melhor vingança do que deixá-lo ficar com ela.
(David Bissonette)

2 Depois do casamento, marido e mulher se tornam as duas faces de uma moeda; um não pode ver o outro, mas continuam juntos.
(Sacha Guitry)

3 Por todos os motivos, case-se. Se você tiver uma boa esposa, você será feliz. Se ela for uma má esposa, você se torna um filósofo.
(Sócrates)

4 As mulheres nos inspiram boas coisas e evitam que nós as conquistemos.
(Anônimo)

5 A pergunta que não quer calar, que nunca consegui responder é: "O que quer uma mulher?"
(Dumas)

6 Eu troquei algumas palavras com minha mulher, e ela trocou alguns parágrafos comigo.
(Sigmund Freud)

7 Algumas pessoas me perguntam o segredo de nosso longo e duradouro casamento. Nós saímos para jantar duas vezes por semana. Jantares à luz de velas, música suave, depois dançar... Ela vai às terças e eu vou às sextas.
(Anônimo)

8 Há um novo método de transferência de fundos muito mais eficiente e rápido do que as transferências eletrônicas. Chama-se casamento.
(Sam Kinison)

9 Eu não tive sorte com minhas duas esposas. A primeira me deixou e a segunda não.
(James Holt McGavra)

10 Dois segredos para manter seu casamento perfeito: Primeira sempre que estiver errado, admita, segunda sempre que estiver certo, cale a boca.
(Patrick Murray)

11 A maneira mais fácil de sempre se lembrar do aniversário de sua esposa é esquecê-lo uma vez.
(Nash)

12 Sabe o que eu fazia antes de me casar? O que eu queria.
(Anônimo)

13 Minha esposa e eu fomos felizes por vinte anos. Então nos conhecemos.
(Henry Youngman)

14 Uma boa esposa sempre perdoa seu marido quando ela está errada.
(Rodney Dangerfield)

15 Um homem colocou um anúncio nos classificados: "Procura-se uma esposa". No dia seguinte ele recebeu centenas de cartas. Elas todas diziam a mesma coisa: "Fique com a minha".

16 Um cara, todo orgulhoso disse: "Minha esposa é um anjo". O segundo cara respondeu: "Sorte sua, a minha ainda está viva".

17 O casamento é uma gaiola confortável.
(Tom Jobim)

Artigo semanal de Delúbio Soares

 TECNOLOGIA PARA O FUTURO

 Abro e ligo o iPad, faço uma viagem na memória. Retorno aos anos 70, professor da rede de ensino público em Goiás, giz entre os dedos, a cal corroendo a pele, os alunos atentos a cada lição, muitos deles estudando em livros herdados de irmãos mais velhos ou comprados de segunda mão. Havia precariedade em quase tudo: na escola, em nossas vidas, no país mergulhado em uma ditadura brutal. De bom, a convivência fraternal entre todos nós e uma certeza absoluta de que o amanhã seria melhor, além de imensa esperança no destino que aqueles jovens traçavam com lápis, borracha, régua, compasso e abnegação.

Como mudaram o mundo, os métodos de ensino, a tecnologia posta a serviço da educação, a cabeça das pessoas! Do passado permanece, apenas, a bendita sede de saber dos estudantes e a sagrada missão de quem os ensina. A longa caminhada até a biblioteca do colégio, a busca nas enciclopédias, a garimpagem dos livros nas estantes altas e empoeiradas, a consulta aos mais velhos e mais sábios, pode ser complementada ou até mesmo substituída com um simples toque, um click, o dedo na tela ou no teclado e o mundo se abre a quem quer conhecê-lo, explorá-lo, vencê-lo.

Tenho tido a alegria de poder testemunhar o avanço da ciência e o crescimento da sociedade brasileira. São complementares, não excludentes e tem deixado marcas profundas e benéficas em toda a nossa vida social, política e econômica.

Erraram os que, como profetas do apocalipse, apostaram que a tecnologia da informação dispensaria o conhecimento humano e a mão-de-obra de centenas de milhões de pessoas em todos os quadrantes do planeta. Pois tem sido o elemento humano o grande propulsor dos constantes avanços de tal tecnologia, ainda mais quando ela se populariza e chega a base da sociedade, ganhando uma escala de produção e de consumo jamais imaginada até poucos anos atrás.

Já tratei da importância dos computadores nas salas de aula, da informatização das escolas, da banda larga da mais alta velocidade em toda a rede pública de ensino, como fatores de suma importância para o melhor rendimento de nossos estudantes. No governo do presidente Lula essa questão mereceu relevante atenção por parte dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia. E ainda há muito por fazer.

Em sua recente viagem à China, plena de êxito pelo número de acordos bilaterais firmados e pela consolidação da parceria comercial, a presidenta Dilma Rousseff teve a oportunidade de anunciar que a gigante Foxconn, uma das maiores empresas mundiais do setor de Tecnologia da Informação, irá ampliar sua unidade industrial em Jundiaí, no interior paulista.

Só nos primeiros três meses de 2011, A Foxconn  realizou um investimento da ordem de R$ 231 milhões, visando à instalação de uma linha de produção de iPhones e iPads da Apple, outra gigante da área. E o investimento total será da monumental ordem de R$ 12 bilhões! Em breve, o iPad "Made in Brazil" custará praticamente metade do preço, estando acessível à grande massa dos brasileiros, com as facilidades de financiamento e crédito.

Estamos a um passo de poder adquirir o melhor da tecnologia da informação, o que de mais moderno e sofisticado há no mercado internacional, de mais seguro e confiável existe atualmente, com custos bastante menores. O ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, deu largada ao "Processo Produtivo Básico" (PPB), um conjunto de medidas legais pelo qual será possível se comprar aparelhos como DVD, BluRays, iPhones, iPhones, iPods, além de toda gama de produtos de TI com baixíssima carga de impostos e preços altamente competitivos para quem produz e vende e atrativos para quem consome. Já foi o tempo em que o Brasil era governado pelos tucanos, onde computador era "coisa de rico" e o pobre não deveria ter acesso a ele ou, no máximo, contentar-se com o de mais baixa tecnologia numa lan-house do bairro.

Um jovem colunista do site www.brasil247.com.br , Felipe Neto, iniciou campanha pela redução dos impostos nos tablets e eletrônicos e em pouco mais de 24 horas havia conseguido, via internet, o apoio de 230 mil assinaturas de brasileiros do Oiapoque ao Chuí! A meta de Felipe Neto é atingir 1 milhão de assinaturas e entregá-las justamente a uma das maiores entusiastas da sua idéia, a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

O Ministro Fernando Haddad, da Educação, declarou que a utilização dos iPads nas salas de aula, sua implementação como instrumentos pedagógicos e de aprendizado são uma necessidade e devem seguir o caminho do programa "Um Computador por Aluno" (UCA).

A adoção dos tablets nas escolas públicas, além da diminuição do peso transportado pelos alunos, tem importância econômica e ecológica das mais relevantes, pois diminui custos operacionais de compra e distribuição de material didático, além de preservar florestas inteiras poupando quantidades praticamente incalculáveis de papel.

Existe nas salas de aula deste país uma geração excepcional de jovens que se preparam para escrever a história e tecer o futuro de um país que será cada dia melhor. Como professor confesso só ter me surpreendido no início. Depois, fui me acostumando: a cada ano observava meus alunos e eles eram melhores, mais informados, mais sedentos de saber, mais inquietos quanto ao presente, mais responsáveis quanto ao futuro. Se com régua e compasso, esses jovens só nos têm surpreendido favoravelmente, vamos dotá-los do que de melhor a tecnologia pode oferecer ao talento. O resto, deixemos por conta deles: não nos decepcionarão.

Casamento real

[...] definições 

  • um ato religioso em que se cria mais um Cristo, e menos uma Virgem
  • única sentença de prisão perpétua que é revogada por mal comportamento
  • situação em que a mulher não obtém o que esperava, e em que o homem não esperava o que obtém
  • matematicamente é a soma de defeitos, diminuição de liberdade, multiplicação de responsabilidade e divisão de bens
  • é a principal causa do divórcio
  • casamento é igual Av. Paulista: começa no Paraíso e termina na Consolação
  • Um meio caríssimo de ter a roupa lavada de graça
  • O amor é cego, mas o casamento abre os olhos
  • casamento é igual a uma piscina de água gelada. Sempre tem um louco que se joga primeiro e diz: "Vem pessoal, no começo é frio, mas depois a gente se acostuma..”

Empresa cria passeios por Buenos Aires em carros dos anos 60

Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil
Passeio passa por pontos turísticos, como o Caminito
Argentinos e turistas agora podem conhecer Buenos Aires a bordo de carros dos anos 60 e conduzidos por motoristas vestidos com figurinos da época.
A ideia partiu de dois irmãos que, fãs de veículos antigos, decidiram transformar a paixão em negócio e criaram a empresa Buenos Aires Vintage.
“Sempre gostei de carros antigos e faço parte do Citroën Club de Buenos Aires, que reúne mais de 300 automóveis. E ali, ao ver tantos seguidores, surgiu a ideia da empresa”, disse à BBC Brasil Martín Sánchez, de 32 anos.
Com a ajuda de familiares, ele e o irmão - Mariano, de 28 anos - criaram a empresa, que usa carros Citroën 2CV e Citroën 3CV, sem capota, no tour pela cidade. A escolha do modelo do veículo foi baseada no fato de ele ser “econômico e histórico”, já que, de acordo com a imprensa local, foi “símbolo da classe média argentina nas décadas de 1960 e 1980”.
Sánchez conta que o pai deles tinha um destes modelos quando ele e o irmão eram pequenos. “O carro marcou nossa infância.”
Segundo ele, os carros foram restaurados e preservados para não gerar problemas mecânicos. “Buscamos peças aqui e no interior do país até eles ficarem assim com este visual, sem capota e muito seguros”, disse.
Passeios noturnos 
Modelo Citroën foi considerado símbolo da classe média argentina
Por 240 pesos (cerca de R$ 150), os passeios duram duas horas e os percursos incluem pontos simbólicos da cidade de Buenos Aires, como o Congresso Nacional, e bairros da moda, como Palermo Hollywood, e nobres como a Recoleta.
A empresa oferece ainda passeios noturnos pelos pontos como a Avenida Corrientes, Las Cañitas e Palermo, com grande concentração de bares e restaurantes.
Os motoristas dos carros Buenos Aires Vintage circulam vestidos a caráter, com figurino dos tempos de glória do automóvel no país. Alpargatas, calça levemente bombacha e boina – modelo ainda comum no interior da Argentina.
Em cada carro entram três passageiros – além do motorista. O Citroën – especialmente o 2CV - marcou tanto um período argentino que fez parte da tira Mafalda, do cartunista Quino, emblema da cultura local.
Hoje, colecionadores na Argentina e no exterior o definem como “o carro da Mafalda”. Em seu site, o Citroën Club Buenos Aires informa que até 2008 eram 736 carros Citroen antigos – de diferentes etapas – reunidos no clube.
“Quem teve um sempre sentirá saudades dele. É pequeno e versátil”, disse Osvaldo Beiroa, da mesma associação de colecionadores.

Casamento real

[...] reflexões cretinas

-O solteiro é um animal incompleto ..o casado, um completo animal
-A vida de casado é muito frustrante. No primeiro ano de casamento o homem fala e a mulher ouve. No segundo ano, a mulher fala e o homem ouve. No terceiro, ambos falam e os vizinhos ouvem.

Tropicalismo

O movimento propunha uma nova postura moral e estética contra o pensamento da época.

Tem origem nos baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil com as músicas Alegria, Alegria e Domingo no Parque, no Festival de MPB da TV Record em 1967. Acompanhadas por guitarras elétricas (uma novidade), as canções causam polêmica em uma classe média universitária nacionalista, contrária às influências estrangeiras nas artes brasileiras. 

O disco Tropicália ou Panis et Circensis (1968), manifesto do movimento, vai da estética brega do tango-dramalhão Coração Materno.

Além da música (cujos maiores representantes foram Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Torquato Neto, Os Mutantes, Tom Zé), manifesta - se nas artes plásticas (destaque para a figura de Hélio Oiticica), no cinema (o movimento sofreu influências e influenciou o “Cinema Novo” de Glauber Rocha), no pensamento de Luiz Carlos Maciel e no teatro (sobretudo nas peças anárquicas de José Celso Martinez). 

Os Tropicalistas criticam os valores estabelecidos através do jeito de se vestirem, pela incorporação de elementos estrangeiros e de elementos da cultura de raiz das diversas regiões do Brasil, misturando manifestações tradicionais brasileiras com inovações estéticas radicais. Critica também à esquerda intelectualizada, a não-aceitação de qualquer forma de censura, a sedução dos meios de comunicação de massa, o retrato da realidade urbana e industrial, a exploração do ser humano, tudo isso, todos esses elementos montado com uma colagem de fragmentos do dia-a-dia, eram, de fato, os princípios norteadores da arte tropicalista.

O Tropicalismo era visto por seus adversários como um movimento vago e sem comprometimento político, comum à época em que diversos artistas lançaram canções abertamente críticas à ditadura. De fato, os artistas tropicalistas fazem questão de ressaltar que não estavam interessados em promover através de suas músicas referências temáticas tradicionais à problemática político-ideológica, como feito até então pela canção de protesto: acreditavam que a experiência estética vale por si mesma e ela própria já é um instrumento social revolucionário. 

A esquerda tradicional considerava os tropicalistas reacionários, pela incorporação de elementos estrangeiros nas suas criações.

Mas, Caetano faz a critica, como na letra de “É Proibido Proibir”, onde questiona: 
·      - as restrições sexuais da família (“a mãe da virgem diz que não”);
·      - a manipulação das consciências pelo capitalismo de consumo (“e o anúncio da televisão”),
·      - a liberdade artística  (“e o maestro ergueu o dedo”);
·      - ao policiamento da classe dominante (“e além da porta há o porteiro”);
·      - e ele conclui: (“e eu digo não / e eu digo não ao não / e eu digo é proibido proibir”);
·      - e depois ele provoca: (“me dê um beijo meu amor”);
·      - convoca uma reação ao sistema quando evoca às manifestações estudantis na França (“eles estão nos esperando / os automóveis ardem em chamas”) e;
·      - propõe uma reformulação radical  de todos os valores estabelecidos (“derrubar as prateleiras / as estantes / as estatuas / as vidraças / loucas / livros”);
·      - nega a cultura burguesa (“derrubar...livros sim!”).
E isso com o inovador arranjo do maestro Rogério Duprat que mesclava vários elementos e o acompanhamento livre, alegre, solto e debochado de “Os Mutantes”. Assis Ribeiro

O casamento

[...] antes e depois
-antes - não para
-depois - pode parar
 -antes - não sei o que faria sem você
-depois - não sei o que faço com você
 -antes - erótica
-depois - neurótica
 -antes - adoro como você controla a situação
-depois - odeio como você é manipulador e egoísta
 -antes - ontem fizemos no sofá
-depois - ontem dormi no sofá
 -antes - duas por noite
-depois (sendo otimista) - duas por mês
 -antes - Você me tira o fôlego... 
-depois - Você está me sufocando...
antes - É como se um sonho... 
depois - é como um pesadelo...
 antes - Vem cá benzinho que eu esquento seu pezinho...
depois - Sai pra lá pé frio...
 -antes - era uma vez
-depois – fim

Álcool para de subir para o consumidor

aponta a Fipe
A Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - mostra o comportamento do álcool neste ano. Dados de ontem do instituto indicam que o combustível teve alta acumulada de 15,3% nos postos de São Paulo nas últimas 4 semanas terminadas no dia 22 em relação às 4 anteriores. No mesmo período do ano passado, o hidratado caía 15,3%. Mas os 15,3% de ontem já indicam que os preços pararam de subir na capital paulista. A pesquisa anterior da Fipe -e que se referia aos 30 dias terminados em 15 deste mês- indicava que o aumento havia sido de 16,81%.

Ortografia

[...] Letra cursiva já foi uma forma de arte. Agora é um mistério
The New York Times
Katie Zezima
Salih Patterson, estudante da terceira série, e sua professora Lori Tietz usam um projetor para revisar a letra que o garoto escreveu durante um exercício
  • Salih Patterson, estudante da terceira série, e sua professora Lori Tietz usam um projetor para revisar a letra que o garoto escreveu durante um exercício
Por séculos, a letra cursiva foi uma forma de arte. Para um crescente número de jovens, ela é um mistério.
 
As letras sinuosas do alfabeto cursivo, serpeando em incontáveis cartas de amor, recibos de cartão de crédito e faixas acima das lousas das escolas primárias, estão seguindo o caminho da pena e do tinteiro. Com os teclados de computador e celulares cada vez mais ocupando os dedos jovens, a morte gradual da escrita mais elegante está revelando alguns desafios imprevistos.
 
As pessoas que escrevem apenas em letras de forma, ou talvez com uma assinatura desleixada, rabiscada, correm mais risco de falsificação? O desenvolvimento de boa coordenação motora é atrapalhado pela aversão à letra cursiva? E o que acontece quando jovens não familiarizados com o alfabeto cursivo têm que ler documentos históricos como a Constituição?
 
Jimmy Bryant, diretor dos Arquivos e Coleções Especiais da Universidade de Arkansas Central, disse que a ligação com material de arquivo se perde quando os estudantes dão as costas para o alfabeto cursivo. Enquanto lecionava no ano passado, Bryant, por curiosidade, pediu que levantassem as mãos os estudantes que se comunicavam por meio de escrita em letra cursiva. Nenhum levantou.
 
Aquela classe deficiente em caligrafia em letra cursiva incluía Alex Heck, 22 anos, que disse mal se lembrar de como ler ou escrever em letra cursiva. Heck e um primo folhearam o diário da avó deles pouco depois da morte dela, mas mal conseguiram ler sua escrita à mão em letra cursiva.
 
“Era meio enigmática”, disse Heck. Ela e o primo tentaram decifrá-la como se fosse um código, lendo e relendo as passagens. “Eu não estou acostumada a ler ou escrever em letra cursiva.”
 
Os estudantes de todo o país ainda aprendem a escrever em letra cursiva, mas muitos distritos escolares estão dedicando cada vez menos tempo a ela e à caligrafia em geral do que anos atrás, disse Steve Graham, um professor de educação da Universidade Vanderbilt. A maioria das escolas começa a ensinar a letra cursiva na terceira série, disse Graham. No passado, a maioria prosseguia até a quinta ou sexta série –algumas até mesmo até a oitava– mas muitos distritos agora ensinam a letra cursiva apenas na terceira série, com menos aulas.
 
“As escolas atualmente dizem que estamos preparando nossas crianças para o século 21”, disse Jacqueline DeChiaro, diretora da Escola Primária Van Schaick, em Cohoes, Nova York, que está debatendo o fim do ensino da letra cursiva. “A letra cursiva é realmente uma habilidade do século 21?”
 
Com as escolas concentradas em preparar os estudantes para testes padronizados, frenquentemente não há tempo suficiente para ensinar caligrafia, dizem os educadores.
 
“Se você é uma escola ou professor, pode apostar que se as crianças estão sendo testadas, isso receberá uma maior ênfase no currículo”, disse Graham.
 
Sandy Schefkind, uma terapeuta ocupacional pediátrica em Bethesda, Maryland, e coordenadora pediátrica da Associação Americana de Terapia Ocupacional, disse que o aprendizado de caligrafia em letra cursiva ajuda os estudantes a melhorarem sua coordenação motora.
 
“É a destreza, a fluidez, a quantidade certa de pressão aplicada com a caneta ou lápis no papel”, disse Schefkind, acrescentando que para alguns alunos a letra cursiva é mais fácil de aprender do que a letra de forma.
 
Apesar do texto em letra de forma ser mais legível, quanto menos complexa a escrita, mais fácil ela é de ser falsificada, disse Heidi Harralson, uma grafóloga de Tucson, Arizona. Apesar da caligrafia poder mudar –e se tornar mais desleixada– à medida que a pessoa envelhece, as pessoas que não a aprendem e nem a praticam podem estar em desvantagem, disse Harralson.
 
“Eu vejo um aumento da inconsistência na escrita à mão –caligrafia desleixada, pouco legível, que é inconsistente”, ela disse.
 
A maioria das pessoas tem uma assinatura cursiva, mas mesmo elas estão ficando cada vez mais difíceis de identificar, disse Harralson.
 
“Até mesmo pessoas que nunca aprenderam a escrever em algum tipo de letra cursiva apresentam algum tipo de letra cursiva na assinatura, mas não é escrita muito bem”, ela disse. “Ela tende a ser mais abstrata, ilegível e simplista. Se escrevem em letra de forma, é mais fácil de falsificar.”
 
Sally Bennett, uma caloura de 18 anos da Arkansas Central, assina seu nome em letras de forma maiúsculas e nunca pensou a respeito até prestar o ACT (um vestibular). Os estudantes tinham que copiar um texto, com instruções explícitas para que fosse apresentado em letra cursiva, disse Bennett.
 
“Algumas pessoas ali não conseguiam se lembrar”, ela disse. “Eu tive que pensar por um minuto. Eu tive dificuldade para me lembrar.”
 
Um porta-voz do ACT disse não estar familiarizado com a exigência de letra cursiva. Uma porta-voz do SAT (outro exame vestibular) –no qual apenas 15% dos estudantes escreveram a parte da redação em letra cursiva em 2007– disse que os estudantes também devem copiar um parágrafo.
 
“Os estudantes são orientados a não escrever em letra de forma”, disse a porta-voz, Kathleen Steinberg, em um e-mail.
 
Richard Christen, um professor de educação da Universidade de Portland, no Oregon, disse que a letra cursiva pode ser facilmente substituída pela escrita impressa ou pelo processador de textos. Mas ele teme que os estudantes percam uma habilidade artística.
 
“Essas crianças estão perdendo um tempo em que criavam beleza diariamente”, disse Christen. “Mas é difícil para mim apresentar um argumento prático em prol dela. Eu não lamento por causa disso; eu lamento a perda da beleza, da estética.”

Tradução: George El Khouri Andolfato

DIGA SIM À SATIAGRAHA E NÃO À CORRUPÇÃO

Assine o abaixo assinado (http://www.abaixoassinado.org) e mande um email para os ministros Gilson Dipp, Jorge Mussi, Laurita Vaz e para o presidente do STJ, Ari Pargendler, e diga que o povo não aceita o fim da Satiagraha.

Presidente do STJ Ari Pargendler presidencia@stj.jus.br
Ministro Gilson Dipp
Ministra Laurita Vaz
Ministro Jorge Mussi
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho gab.napoleaomaia@stj.jus.br

Chrome OS

[...] Google e nuvens

Num mundo conectado, as empresas precisam levar seus negócios para dentro da rede o mais rápido possível. E a Google está mais do que concentrada nesse assunto. Tanto que Amit Singh, vice-presidente mundial de vendas e desenvolvimento de negócios da gigante das buscas, disse ao GLOBO nesta quarta-feira, no Rio, que em breve a empresa vai lançar oficialmente seu notebook com o sistema Chrome OS. Ele reúne os programas do Google Apps num esquema baseado no desenho do browser Chrome e está num programa-piloto.
- Ainda não temos uma data, mas será muito em breve. E chegará para os usuários também. Vários clientes já estão testando o aparelho - disse Singh. - Já são 30 milhões de empresas usando o Google Apps, e a "nuvem" da internet é parte fundamental para baratear o custo dos negócios, enquanto assegura forte capacidade de processamento para aplicativos complexos.
Questionado sobre possíveis riscos de segurança com os aplicativos todos inseridos na nuvem - veja-se a rede do PlayStation fora do ar -, Singh explica que a nuvem do Google é diferente.
- Nossa segurança é maior, porque, em vez de botar os aplicativos em servidores, nós os picotamos em mil pedacinhos, numa espécie de sistema criptográfico - explica. - O aplicativo ou arquivo só fica disponível na hora em que o usuário o solicita. Assim, fica bem mais difícil violar os dados. E a rede é global, então eles podem ser reunidos a partir de qualquer lugar, caso haja algum problema.
A própria Google combina sua nuvem com o sistema móvel Android para alimentar aplicativos com algoritmos complicados como a busca na internet acionada por voz.
No evento Global Convergence Forum, da Accenture, uma demo do aplicativo reconheceu automaticamente uma imagem do Copacabana Palace capturada de um recorte de papel e exibiu informações sobre o hotel. Em seguida, capturou de um jornal um jogo de sudoku e o resolveu automaticamente.
Sob nova direção: o estilo de Larry Page como CEO
Singh também comentou que Larry Page, cofundador do Google que reassumiu a empresa no lugar de Eric Schmidt, está imprimindo um novo estilo à empresa.
- Schmidt veio do mundo corporativo, e trouxe sua expertise nesse sentido. Já Larry é extremamente concentrado no usuário, e quer ver um Google mais social e mais veloz nas mudanças - diz Singh. - E temos mesmo que ir muito mais rápido. A ideia é que recuperemos o ímpeto empreendedor de uma startup. Não por acaso, estamos sempre experimentando novas formas de lidar com dados.
Um computador no trabalho hoje engole US$ 5 mil por ano em manutenção, com atualizações, segurança wireless, pessoal extra, patches. A nuvem acaba com isso
O executivo - cuja app Google favorita é o Docs, devido à possibilidade de colaboração on-line - diz que a nuvem reduz dramaticamente os custos de manutenção de hardware para as empresas.
- Com um recurso como a App Engine, que permite criar aplicativos para a internet, as companhias podem se centrar no que fazem melhor. Um computador no trabalho hoje engole US$ 5 mil por ano em manutenção, com atualizações, segurança wireless, pessoal extra, patches... A nuvem acaba com isso - diz.
E a mobilidade é parte fundamental dessa equação, pois, segundo Singh, nove em cada dez buscas num smartphone resultam numa ação concreta por parte do usuário final. E a nuvem precisa estar por trás disso para que não se percam oportunidades.

Nem

NEM
NEM DEUS, NEM CRISTO
MEM FÉ, NEM SANTO.
NEM CATOLICO, NEM CRENTE.
NEM PADRE, NEM PASTOR.
NEM DEZ, NEM QUANTOS MANDAMENTOS FOREM.
NEM REZA, NEM CANTO.
NA VERDADE O QUE EXISTE SÃO SEIS (06) BILHÕES
DE CAPETAS MEIO HOMEM MEIO CABRA, DE ORELHAS PONTUDAS, CHIFRES, ASAS, BRAÇOS, E COM PONTA DE CAUDA E AS PATAS BIFURCADAS ESPALHADOS PELO PLANETA.
TEMOS POLÍTICOS LADRÕES.
LADRÕES QUE NÃO SÃO POLÍTICOS.
DESEMPREGADOS EM TODOS OS NÍVEIS. CRIANÇAS ABANDONADAS A PROPRIA SORTE.
PROSTITUIÇÃO INFANTIL, JUVENIL E ADULTA.
JOVENS FUMANDO CRAKE, MACONHA E CHEIRANDO COCAINA.
FAVELAS, PALAFITAS CURTIÇOS E GUETOS EM GERAL.
ISSO TUDO CONSTRUIDO COM AS MÃOS DO CAPETA HOMEM.
O REI DA CANALHICE, HIPOCRISIA E SAFADESA.
NEM FÉ, NEM SANTO!
Marco Antônio Leite

Os professores

[...] e os sacerdotes da privataria

Que bom que os Sindicatos de Trabalhadores da Educação preocupam os sacerdotes da privataria e seus braços ideológicos!
sugestão da Angelina Lessa, do Portal da ANDES
por Gaudêncio Frigotto, Zacarias Gama, Eveline Algebaile, Vânia Cardoso da Mota, Hélder Molina*
Vários meios de comunicação utilizam-se de seu poder unilateral para realizar ataques truculentos a quem ousa contrariar seus interesses. O artigo de Gustavo Ioschpe, publicado na edição de 12 de abril de 2011 da Revista Veja (campeã disparada do pensamento ultraconservador no Brasil), não apenas confirma a opção deliberada da Revista em atuar como agência de desinformação – trafegando interesses privados mal

disfarçados de interesse de todos –, como mostra o exercício dessa opção pela sua mais degradada face, cujo nível, deploravelmente baixo, começa pelo título – “hora de peitar os sindicatos”. Com a arrogância que o caracteriza como aprendiz de escriba, desde o início de seu texto, o autor considera patrulha ideológica qualquer discordância em relação às suas parvoíces.

Na década de 1960, Pier Paolo Pasolini escrevia que o fascismo arranhou a Itália, mas o monopólio da mídia a arruinou. Cinquenta anos depois, a história lhe deu inteira razão. O mesmo poderia ser dito a respeito das ditaduras e reiterados golpes que violentaram vidas, saquearam o Brasil, enquanto o monopólio privado da mídia o arruinava e o arruína. Com efeito, os barões da mídia, ao mesmo tempo em que

esbravejam pela liberdade de imprensa, usam todo o seu poder para impedir qualquer medida de regulação que contrarie seus interesses, como no caso exemplar da sua oposição à regulamentação da profissão de jornalista. Os áulicos e acólitos dessa corte fazem-lhe coro.

O que trafega nessa grande mídia, no mais das vezes, são artigos de prepostos da privataria, cheios de clichês adornados de cientificismo para desqualificar, criminalizar e jogar a sociedade contra os movimentos sociais defensores dos direitos que lhes são usurpados, especialmente contra os sindicatos que, num contexto de relações de superexploração e intensificação do trabalho, lutam para resguardar minimamente os interesses dos trabalhadores.
Os artigos do senhor Gustavo Ioschpe costumam ser exemplos constrangedores dessa “vocação”. Os argumentos que utiliza no artigo recentemente publicado impressionam, seja pela tamanha tacanhez e analfabetismo cívico e social, seja pelo descomunal cinismo diante de uma categoria com os maiores índices de doenças provenientes da superintensificação das condições precárias de trabalho às quais se

submete.

Um dos argumentos fundamentais de Ioschpe é explicitado na seguinte afirmação: Cada vez mais a pesquisa demonstra que aquilo que é bom para o aluno na verdade faz com que o professor tenha que trabalhar

mais, passar mais dever de casa, mais testes, ocupar de forma mais criativa o tempo de sala de aula, aprofundar-se no assunto que leciona. E aquilo que é bom para o professor – aulas mais curtas, maior salário, mais férias, maior estabilidade no emprego para montar seu plano de aula e faltar ao trabalho quando for necessário – é irrelevante ou até maléfico aos alunos.

A partir desse raciocínio de lógica formal, feito às canhas, tira duas conclusões bizarras. A primeira refere-se à atribuição do poder dos sindicatos ao seu suposto conflito de interesses com “a sociedade representada por seus filhos/alunos”: “É por haver esse potencial conflito de interesses entre a sociedade representada por seus filhos/alunos e os professores e funcionários da educação que o papel do sindicato vem ganhando importância e que os sindicatos são tão ativos (…)”.
A segunda, linearmente vinculada à anterior, tenta estabelecer a existência de uma nefasta influência dos sindicatos sobre o desempenho dos alunos. Nesse caso, apoia-se em pesquisa do alemão Ludger Wossmann, fazendo um empobrecido recorte das suas conclusões, de modo a lhe permitir afirmar que “naquelas escolas em que os sindicatos têm forte impacto na determinação do currículo os alunos têm desempenho significativamente pior”.
Os signatários deste breve texto analisam, há mais de dois anos, a agenda de trabalho de quarenta e duas entidades sindicais afiladas à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e acompanham ou atuam como afiliados nas ações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES-SN.
O que extraímos dessas agendas de ação dos sindicatos é, em tudo, contrário às delirantes e deletérias conclusões do articulista.
Em vez de citar pesquisas de segunda mão, para mostrar erudição e cientificidade em seu argumento, deveria apreender o que demanda uma análise efetivamente científica da realidade. Isso implicaria que de fato pesquisasse sobre a ação sindical docente e sobre os processos econômico-sociais e as políticas públicas com os quais se confronta e dialoga e, a partir dos quais, se constitui. Não imaginamos que um filho de banqueiros ignore que os bancos, os industriais, os latifundiários, a grande mídia têm suas federações ou organizações que fazem lobbies para ter as benesses do fundo público.
Um efetivo envolvimento com as pesquisas e com os processos sociais permitiria ao autor perceber onde se situam os verdadeiros antagonismos e “descobrir” que os sindicatos não se criaram puxando-se de um atoleiro pelos cabelos – à moda do Barão de Münchhausen –, autoinventando-se, muito menos confrontando-se com os alunos e seus pais.
As análises que não levam isso em conta, que se inventam puxando-se pelos cabelos a partir dos atoleiros dos próprios interesses, não conseguem apreender minimamente os sentidos dessa realidade e resultam na sequência constrangedora de banalidades e de afirmações levianas como as expostas por Ioschpe.
Uma das mais gritantes é relativa ao entendimento do autor sobre quem representa a sociedade no processo educativo. É forçoso lembrar ao douto analista que os professores, a direção da escola e os sindicatos também pertencem à sociedade e não são filhos de banqueiros nem se locupletam com vantagens provenientes dos donos do poder.
Ademais, valeria ao articulista inscrever-se num curso de história social, política e econômica para aprender uma elementar lição: o sindicato faz parte do que define a legalidade formal de uma sociedade capitalista, mas o ultraconservadorismo da revista na qual escreve e com a qual se identifica já não o reconhece, em tempos de vingança do capital contra os trabalhadores.
Cabe ressaltar que todos os trocadilhos e as afirmações enfáticas produzidos pelo articulista não conseguem encobrir os interesses privados que defende e que afetam destrutivamente o sentido e o direito da população à educação básica pública, universal, gratuita, laica e unitária.
Ao contrário do que afirma a respeito da influência dos sindicatos nos currículos, o que está mediocrizando a educação básica pública é a ingerência de institutos privados, bancos e financistas do agronegócio, que infestam os conteúdos escolares com cartilhas que empobrecem o processo de formação humana, impregnando-o com o discurso único do mercado – o da educação de empreendedores. E que, muitas vezes,

com a anuência de grande parte das administrações públicas, retiram do professor a autoridade e a autonomia sobre o que ensinar e como ensinar dentro do projeto pedagógico que, por direito, eles constroem, coletivamente, a partir de sua realidade.

O que o Sr. Ioschpe não mostra, descaradamente, é que esses institutos privados não buscam a educação pública de qualidade e nem atender o interesse dos pais e alunos, mas lucrar com a venda de pacotes de ensino, de metodologias pasteurizadas e de assessorias.
Por fim, é de um cinismo e desfaçatez vergonhosa a caricatura que o articulista faz da luta docente por condições de trabalho e salário dignos. Caberia perguntar se o douto senhor estaria tranquilo com um salário-base de R$ 1.487,97, por quarenta horas semanais, para lecionar em até 10 turmas de cinquenta jovens. O desafio é: em vez de “peitar os sindicatos”, convide a sua turma para trabalhar 40 horas e acumular essa “fortuna” de salário básico. Ou, se preferir fazer um pouco mais, trabalhar em três turnos e em escolas diferentes. Provavelmente, esse piso para os docentes tem um valor bem menor que o que recebe o articulista para desqualificar e criminalizar, irresponsavelmente, uma instituição social que representa a maior parcela de trabalhadores no mundo.
Mas a preocupação do articulista e da revista que o acolhe pode ir aumentando, porque, quando o cinismo e a desfaçatez vão além da conta, ajudam aqueles que ainda não estão sindicalizados a entender que devem fazê-lo o mais rápido possível.
*Os três primeiros autores são professores do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPFH/UERJ); professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colaboradora do PPFH/UERJ; educador, assessor sindical e doutorando do PPFH/UERJ.