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Newsweek: Onde as mulheres estão vencendo

A revista dos States dedica a capa da sua  última edição a presidente Dilma Rousseff.

Dentro da revista um texto com o titulo: "Não mexa com Dilma" .

Em meio a declarações de Dilma, a notícia fala de um Brasil economicamente bem posto, submetido a uma mulher de passado épico e presente exitoso.

A notícia abre com uma passagem da disputa presidencial de 2010. Deu-se no alvorecer da campanha, num aeroporto. Uma mulher e sua filha achegaram-se a Dilma. A menina, que se chamava Vitória, inquiriu: “Uma mulher pode ser presidente?” E Dilma: “Ela pode.”

Dilma contou que, quando criança, queria ser bailarina ou bombeira. Hoje, acha que “o mundo está mudando.” Viu na pergunta da menina Vitória um “sinal de progresso”. A revista endossou-a: “Para aqueles que duvidam, a Assembléia Geral da ONU que se reúne em Nova York nesta semana é o retrato da nova ordem mundial.”

Dilma escalará a tribuna, realça a notícia, na condição de primeira mulher a abrir a assembléia anual da ONU. 

Os mandatários brasileiros são escalados para o discurso inaugural desde que a ONU foi fundada.

“Hillary Clinton estará lá”, escreve a Newsweek. “Angela Merkel, a primeira-ministra alemã, também.” A revista considera “mais marcante” o fato de que, entre as 20 mulheres que comandam nações atualmente, quatro serem das Américas.

Além de Dilma, Cristina Kirchner (Argentina), Laura Chincilla (Costa Rica) e Kamla Persad-Bissessar (Trinidade e Tobago).

“A aprovação de Lula pode ter ajudado na eleição de Dilma”, o repórter de Newaweek admite. “Mas gerir a mais indomável democracia da América Latina exige mais do que um patrono poderoso”, ele pondera.

Lula escorou o seu sucesso, diz o texto, na combinação de “conservadorismo econômico com agressividade nos gastos sociais.” Serviu-se, de resto, do boom das commodities e do excesso de liquidez que rondava o mercado internacional à procura de bons negócios e porto seguro.
Dilma mantém a fé nessas políticas que serviram de “almofada” para atenuar os efeitos da crise global de 2008 sobre o Brasil. Agora, com a presidência assediada por nova crise, Dilma repetiu para a revista coisas que vem dizendo à imprensa do Brasil.

"Nós sabemos que não somos uma ilha. Eu abro o jornal e leio sobre isso todo dia. A Grécia não pode pagar seu socorro. A Espanha está em apuros. A Itália também. Os EUA não estão crescendo. Isso tem um impacto negative no resto do mundo.” Após breve pausa, Dilma perguntou ao repórter:

"Você sabe a diferença entre o Brasil e o resto do mundo?” Ao responder, Dilma apresentou como vantagem o que antes via como problema: os juros lunares.

“Temos todos os instrumentos intactos para combater o crescimento lento ou mesmo a estagnação da economia mundial. Nós ainda podemos cortar as taxas de juros, enquanto outros países não podem, porque suas taxas já se aproximam de zero.”

Dilma mencionou outras diferenças: "Somos uma grande economia, rica em recursos e com um mercado interno enorme." Atribuiu a pujança às “políticas sociais” que içaram “40 milhões de pessoas da pobreza” para a “classe media, desde 2003.”

Esse contingente, disse ela, equivale “a uma Argentina. A demanda doméstica ficou tão reprimida por tanto tempo que temos um imenso potencial de crescimento. Temos um boom da construção, mas não uma bolha. Esse mercado interno nos permitirá acelerar o crescimento".

A revista, de novo, corrobora Dilma. Informa que o Brasil vem de um crescimento de 7,5% em 2010. Estima que o PIB de 2011 terá um tônico “respeitável” –algo entre 3% e 3,5%. Enquanto as nações ricas lutam para evitar uma “dupla recessão, o Brasil tenta esfriar sua ardente economia”.

O texto recorda que Dilma não perde oportunidade para enaltecer Lula. Mas anota que ela jamais foi a política “inocente” que seus rivais pintaram. “Pergunte a José Serra”, sugere Newaweek. Há um ano, diz a reportage, Serra chamara Dilma de “envelope vazio”. E ela “surrou-o na eleição.”

Dilma é vendida como presidente trabalhadora de “pavio curto”. Silencia auxiliares. Leva-os às lágrimas. Reproduzem-se frases elogiosas de empresários e do economista Delfim Netto. São emolduradas por um comentário do marqueteiro João Santana: “A Dilma é a nova cara do Brasil –confiante em si mesma, menos preocupada em agradar, generosa sem ser bajuladora. Ela conhece o seu valor.”

Do passado militante de Dilma, a revista recorda a passagem pelos porões da ditadura, os choques elétricos, a pancadaria, o pau-de-arara. Ela não se vergou, diz o texto. Dava aos algozes “falsos nomes e pistas”.

A Dilma da Newsweek mantém “em grande medida sob controle” a coalizão “rebelde” que a sustenta no Congresso. Resiste às demandas fisiológicas. Converte denúncias de corrupção em vitórias políticas. Livra-se dos auxiliares “enodoados” que lhe haviam sido “impostos” e cerca-se de confidentes de saias. Entre elas Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti. Instala um “matriarcado no curacao macho de Brasília”.

Até Lula, diz a revista, começa a render-se. Citou-se uma frase dele:

 “Quatro anos não é suficiente para alguém que vai governar por oito anos”, . De uma “presidente por procuração”, sustenta a Newsweek, Dilma converteu-se em “política-alfa”.

Newsweek - Brasil será nova China


Certamente, o Brasil já recebeu a sua parte justa do hype de investidores internacionais, dos economistas do desenvolvimento e do Comité Olímpico Internacional, que escolheu o Rio de Janeiro para os Jogos de 2016. Mas à medida que 2010 se desenrola, a distância entre o Brasil e o restante dos BRICs só vai crescer. A Rússia há muito tempo desistiu da corrida, como as geladas e autoritárias tendências de Putin tornaram-se mais aparentes, assustando o dinheiro estrangeiro. A Índia ainda está crescendo fortemente, mas o país está preso em uma região instável com ameaças de todos os lados. A China, é claro, ainda é o deleite dos endinheirados internacionais, mas uma série de riscos — uma bolha imobiliária ou acionária, conflitos étnicos, uma catástrofe ambiental — pairam no horizonte.
Para o Brasil, tudo se passa de modo mais favorável. A economia vai crescer 8 por cento em 2010. Explorar a nova descoberta petrolífera em sua costa — a maior do Hemisfério Ocidental em três décadas — vai criar empregos para os brasileiros e trazer riquezas para o governo. (Essa descoberta irá também solidificar a invejável independência energética do Brasil.) Novos projetos de infra-estrutura estão em desenvolvimento à medida em que o país se prepara para os Jogos Olímpicos de 2016. A eleição presidencial do próximo ano provavelmente será um tédio, mas isso apenas porque é difícil ofuscar o próprio Brasil hoje em dia.”
Tradução de Wu Ming