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Comércio exterior

O embaixador Ron Kirk, secretário de Comércio dos Estados Unidos, admitiu que o destino da longa rodada de negociações de Doha, que há dez anos tenta estabelecer novas regras para o comércio mundial “depende da vontade da China, Índia e Brasil de fazerem um acordo que abra seus mercados para mais bens e serviços estrangeiros”. E, de antemão, já previu que “não há razões para otimismo”.


Os Estados Unidos bloquearam, em 2008, uma minuta de resolução que, entre outras regras, punha por terra as barreiras protecionistas que o país mantém, sem abrir mão, ao mesmo tempo, que os demais países eliminassem, praticamente, todas as suas restrições às exportação das economias desenvolvidas, como os EUA e a União Européia.

“O poder econômico dos Brics está crescendo à medida que o mundo desenvolvido luta para abater suas dívidas, e os cinco países começam a operar como um bloco único no G20, fornecendo um contraponto aos Estados Unidos e outras potências tradicionais”, diz hoje a agência Reuters.

FHC - Oposição errou ao mistificar Lula

Em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso critica a oposição por "mistificar" o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e admite que a candidata oficial, Dilma Rousseff, é a mais provável vencedora das eleições presidenciais do dia 3 de outubro.
Em artigo de página inteira publicada na edição deste sábado do diário financeiro, FHC diz, entretanto, que "Lula não é nenhum revolucionário".
"É um Lech Walesa que deu certo", afirma, referindo-se ao sindicalista que presidiu a Polônia comunista durante a transição para o capitalismo, terminando seu governo com popularidade em baixa. "Eu fiz as reformas. Ele surfa na onda", disse FHC.
O artigo é parte da seção "Um almoço com o FT". O correspondente narra o encontro que teve com FHC a três semanas das eleições no restaurante Carlota, em Higienópolis, bairro onde vive o sociólogo.
Para o jornal, "embora tanto o mundo quanto o Brasil tenham se apaixonado por seu sucessor, o presidente Lula, Cardoso é o homem amplamente creditado, pelo menos no exterior, com o estabelecimento dos fundamentos do boom" que marcou os últimos anos da economia brasileira.
FHC, ministro da Fazenda durante o plano real, que pôs fim a décadas de hiperinflação no Brasil em meados dos anos 1990, é descrito pelo FT como o responsável por colocar o "B" na sigla Bric - cunhada pelo Banco Goldman Sachs em 2001 e hoje uma espécie de marca para se referir às principais potências emergentes - Brasil, Rússia, Índia e China -.
Ao jornal britânico, FHC disse que conseguiu "fazer o Brasil avançar" durante sua gestão; já o governo Lula, opina, "anestesiou" o Brasil. O ex-presidente diz que durante sua gestão havia muita discussão sobre como levar as reformas adiante e reduzir o custo Brasil. "Depois elas (as discussões) pararam", afirmou.
Quando a entrevista se encaminha para as eleições de 3 de outubro, relata o FT, o ex-presidente revela "frustração" em seu tom de voz.
"A oposição errou", diz. "Permitimos a mistificação de Lula. Mas Lula não é nenhum revolucionário. Ele saiu da classe trabalhadora e se comporta como se fosse parte da velha elite conservadora."
"Eu sugiro que nós já sabemos quem vai ganhar as eleições", escreve o repórter do jornal. "'Sim', admite FHC - Dilma Rousseff, a candidata do Partido Trabalhista de Lula."
Questionado sobre como crê que Lula será lembrado pela história, FHC responde: "Acho que será lembrado pelo crescimento e pela continuidade, e por colocar mais ênfase no gasto social".
'Herdeiro'
Em uma nota ilustrativa na mesma página, como parte da mesma reportagem, o criador da sigla Bric, o economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O'Neill, se questiona se Lula poderia ser "um descendente de Cardoso em uma fantasia engenhosa".
Ele argumenta que um dos méritos de Lula foi manter as políticas econômicas da era FHC, em especial as metas de inflação e o regime de flutuação do real.
"Lula quer ser visto como o líder mais bem sucedido do G20 na última década. Mas às vezes paro e me pergunto se ele não seria um descendente direto de Cardoso em uma fantasia engenhosa. Pois foi muito do que ele herdou de Cardoso que deu a Lula a plataforma de tal sucesso", escreve O'Neill.
Para o economista, a inteligência de Lula foi "manter muito do que herdou". "Outro fator de sucesso de Lula tem sido sua sintonia com as massas, o que lhe permitiu traduzir os benefícios da estabilidade para muitos", escreveu O'Neill.
Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil

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Brasil ocupa 3ª posição em ranking para investimentos estrangeiros entre 2010 e 2012

O Brasil superou os Estados Unidos é ocupa agora o terceiro lugar em um ranking de países prioritários para investimentos estrangeiros no período entre 2010 e 2012, segundo um levantamento anual divulgado pela Unctad - agência das Nações Unidas para o comércio e o desenvolvimento -.
O Brasil pulou do 4º lugar, no ano passado, para o 3º lugar no ranking.
A China se manteve no topo, seguida pela Índia, que passou da 3ª para a 2ª posição.
No ano passado, quando subiu de 5º para 4º lugar, o Brasil já havia ultrapassado a Rússia.
Impacto da crise
A pesquisa anual da Unctad, realizada desde 1995, ouviu 236 companhias transnacionais e 116 agências de promoção de investimentos para perguntar sobre suas perspectivas em relação aos investimentos entre 2010 e 2012.
Os dados mostram que o impacto da crise econômica global foi maior sobre os investimentos programados para os países desenvolvidos do que para os países em desenvolvimento.
Nove dos 15 países apontados no ranking dos destinos prioritários dos investimentos nos próximos anos são nações em desenvolvimento. Os países do grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China, os grandes países em desenvolvimento) ocupam quatro dos cinco primeiros lugares do ranking.
A China, que era apontada no ano passado como destino prioritário por 98 entrevistados no ano passado, foi citada por 107 neste ano. O número de citações da Índia aumentou no mesmo período de 59 para 72.
O Brasil pulou de 44 citações como destino prioritário em 2009 para 70 neste ano, enquanto a Rússia manteve o mesmo número de um ano para outro – 36.
No mesmo período, as citações aos Estados Unidos caíram de 81 para 69, as da Grã-Bretanha caíram de 31 para 27 e da Alemanha de 28 para 24.
Apesar disso, os países desenvolvidos ainda deverão ser a principal origem esperada dos investimentos no período entre 2010 e 2012.
Segundo o levantamento, as principais origens dos investimentos no período deverão ser os Estados Unidos, seguidos de China, Alemanha, Grã-Bretanha e França.
Otimismo
A maioria das companhias e agências ouvidas no levantamento se disse otimista em relação à recuperação mundial e ao crescimento dos investimentos no período – 58% disseram esperar um crescimento nos investimentos até 2012 em relação ao nível de 2009.
Questionados sobre o nível de pessimismo ou otimismo em relação ao ambiente para investimentos, apenas 13% dos entrevistados se disseram otimistas para 2010, mas 47% se disseram otimistas para 2011 e 62% para 2012.
Apenas 4% dos entrevistados se disseram pessimistas para 2012. Para 2010, 36% se disseram pessimistas. No ano passado, 47% dos entrevistados se diziam pessimistas com o ambiente para investimentos em 2010.
A Unctad estima que o montante de investimentos externos diretos deve chegar a US$ 1,2 trilhão neste ano, a entre US$ 1,3 trilhão e US$ 1,5 trilhão no ano que vem e de US$ 1,6 trilhão a US$ 2 trilhões em 2012.

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Míriam Leitão ataca outra vez

Um dos questionamentos feitos a Dilma, na entrevista do JN, foi a comparação do crescimento econômico do Brasil com o dos outros países do Bric.
Uma discussão realmente curiosa.
Por acaso o julgamento que a população brasileira fará sobre o crescimento econômico aqui, será equiparado ao da Rússia?
Evidentemente que não. O que empresários e trabalhadores querem saber é se esse crescimento é real, gerando emprego e renda, e não se é relativo ao crescimento dos outros países.
Nem tinha secado a tinta ainda, sobre o suposto superaquecimento que o crescimento “chinês” do primeiro trimestre -”incompatível com a capacidade da economia e com as metas de inflação”, diziam – que estranhamente o argumento de não crescer mais é esgrimido contra o governo.
Na verdade, procurasse esconder com esse falso debate, a realidade vivenciada pelos brasileiros.
O governo Lula soube enfrentar a maior crise mundial do capitalismo e o Brasil cresce hoje assegurando emprego e consumo.
Se é para comparar, deveria ser com a situação anterior. Mas disso o JN prefere correr como o diabo foge da cruz.
Miriam Leitão, na sua coluna de hoje, insiste na mesma comparação com os países do Bric.
Porque do Bric e não do crescimento mundial? Não era esse o parâmetro para afirmar no passado que o pífio crescimento da era FHC não era tão ruim, porque a economia mundial não tinha crescido muito?
Miriam leitão vai além dessa comparação com os outros. Ela parte para a defesa de FHC, supostamente injustiçado pelas crítica de Dilma à situação herdada em 2003.
Após repetir que o PT foi contra o Plano Real e louvar o esforço feito por FHC para domar a inflação, a jornalista afirma que o repique inflacionário em 2002 foi culpa do Lula e do seu radicalismo, que criou temores no mercado.
Nem uma menção sequer a campanha para promover esse temor feita por FHC, Serra e os tucanos.
Como tanto Míriam, como o mercado puderam constatar depois, a campanha do “medo” realizada na época era infundada, mas o eleitoralismo pesou mais, na atitude do PSDB, que os interesses do país. O país quebraria, vaticinaram os abutres com bico de oro, viraríamos uma Argentina, cantavam os do “bem”. Promoveram assim uma fuga de capitais que adquiriu ainda mais força, devido a dívida pública deixada pelo governo FHC, superior a 60% em relação ao PIB.
Como Miriam Leitão não pode fingir ignorar essa dívida e o papel do FMI durante os 8 anos do governo FHC, ela afirma que o empréstimo com o Fundo também foi produto dos temores com Lula, ignorando o grau atingido pela insolvência brasileira acumulado em anos de farra fiscal, populismo cambial e manipulação eleitoral. Ou em 1998 foi também o medo de Lula que levou à fuga, e após a eleição, à devaluação do Real?
Invocando a história, do jeito global, Míriam Leitão oculta a realidade da economia brasileira durante o mandato tucano. As crises internacionais batiam aqui com força em primeríssimo lugar, por esse motivo e não por Lula. O mercado mundial de capitais vivia apavorado com FHC, em pânico que o Brasil quebrasse e teve que impôr uma política de maior responsabilidade que reduzisse a relação dívida/PIB, gerando superávit primário. Introduzida por Malan, o superávit primário só começou a reduzir esse endividamento com o governo Lula, com a conseguinte queda do risco Brasil. De sorte que quando a crise mundial estorou, virou “marolinha” nas portas do país.
Não era o que Míriam Leitão prognosticava na época, nem o José Serra, diga-se de passagem.
Mas essa história Miriam não conta. O povo, porem a conhece bem, pelo que indicam os índices de aprovação do governo Lula, mais ainda quando comparados aos de FHC.
Mas talvez devamos comparar esses índices aos de Roosevelt após o New Deal, para tentar diminuir os resultados do metalúrgico barbudo e esconder os de FHC.
O desejo de Míriam receio não será exorcizado.
As urnas voltarão a emitir seu veredicto, relegando a restauração tucana a uma veleidade fantasiosa de jornalistas nostálgicos do espaço de outrora, nos bastidores do palácio.

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boom, Brics e Bigs


Autor(es): Marcelo Neri
O Brasil está, como se diz na gíria, bombando. No primeiro trimestre de 2010, o crescimento do PIB per capita atingiu 8% em relação ao primeiro trimestre de 2009, ou 10,6% em relação ao último trimestre de 2009. Embora ganhando impulso, provavelmente devido à proximidade das eleições, a economia brasileira vem crescendo bem desde o fim da recessão de 2003. De 2003 a 2008, a taxa de crescimento do PIB per capita foi em média de 3,8% ao ano, sendo superada em 1,5 ponto percentual ao ano pela renda calculada diretamente a partir das pesquisas domiciliares como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a perspectiva aqui seguida.
Na China e na Índia ocorreu o oposto, o PIB cresceu mais que as pesquisas domiciliares. Portanto, o tamanho da goleada sofrida depende do tipo de placar.
A desigualdade de renda no Brasil vem caindo desde 2001. Entre 2003 e 2008, a renda per capita dos 10% mais ricos aumentou em 3,9% ao ano, enquanto a renda dos 10% mais pobres cresceu a uma notável taxa de 9,6% por ano. O tamanho do bolo brasileiro está crescendo mais rápido e com mais fermento entre os mais pobres. O Brasil está prestes a atingir o seu menor nível de desigualdade de renda desde registros iniciados em 1960. Na verdade, a desigualdade no Brasil permanece entre as dez maiores do mundo, e levaria 30 anos no atual ritmo de crescimento para atingir níveis dos Estados Unidos; porém, isso significa que existem consideráveis reservas de crescimento pró-pobres, que só começaram a serem exploradas na década passada.
Devido à combinação de alto crescimento com queda da desigualdade no período 2003-2008, o número de brasileiros que vivem na pobreza caiu 43%, com 19 milhões de pessoas saindo da pobreza e outros 32 milhões ingressando nas fileiras das classes ABC aí incluindo a chamada nova classe média. Se extrapolarmos essas tendências de crescimento e desigualdade até 2014, a pobreza possivelmente vai cair mais 50,3%, atingindo a primeira Meta do Milênio da ONU, só que cinco vezes mais rápido do que o esperado. Um adicional de 14,5 milhões de brasileiros pobres escaparia da pobreza e 36 milhões chegariam às classes ABC. Isso significa que, nos 11 anos anteriores à Copa do Mundo de 2014, mais de uma população total do Reino Unido seria incorporada às classes ABC.
Quão sustentável é o recente padrão de crescimento inclusivo tupiniquim? Primeiro, o crescimento robusto do emprego formal, duplicado desde 2004, é o principal símbolo do surgimento da classe média brasileira. O Brasil está, mês após mês, quebrando seu recorde anterior mais elevado, apesar da ausência de qualquer reforma significativa do governo. Uma previsão conservadora para 2010 é de 2 milhões de novos empregos formais, que, dados os custos de contratação e demissão de trabalhadores anormalmente elevados na legislação do Brasil, sugere que as expectativas empresariais são bastante positivas. Da mesma forma, as evoluções do nível de desigualdade e de anos de escolaridade indicam uma melhoria continuada no futuro. Aumentos nos anos de escolaridade no período 2003-08 constituem expansão de 58,7% da renda média entre os 20% mais pobres. Mais genericamente, usando a métrica das equações de salários para a construção de indicadores estruturais de potencial consumo (bens duráveis, moradia, serviços públicos etc.) e de capacidade de geração de renda (bens físicos, tais como educação, qualidade do emprego etc.) revelam que o lado do produtor está crescendo duas vezes mais rápido do que o lado do consumidor. Então não é que os brasileiros estão indo fazer compras a crédito, mas que quem foi mais à escola está obtendo agora mais empregos formais.
As taxas de crescimento do Brasil ainda estão aquém das de outros Brics, especialmente a China. No entanto, a qualidade do crescimento brasileiro é indiscutivelmente melhor do que a da China em vários aspectos: melhor tratamento do meio ambiente e do trabalho juntamente com a igualdade crescente. O Brasil é uma democracia que aprendeu de maneira dura como é difícil promover uma boa política dentro do funcionamento do nosso bagunçado sistema. O Brasil ainda enfrenta obstáculos, incluindo um sistema de ensino fraco, baixas taxas de poupança e um emaranhado de obstáculos regulatórios. Mas para as perspectivas de crescimento futuro, o que importa não é o nível absoluto desses fatores, mas como eles evoluirão. O Brasil pode avançar verticalmente se escolher os caminhos certos em direção à sua fronteira de possibilidades.
No jogo da economia, o grupo Bric de países emergentes (Brasil, Rússia, Índia e China) tem ganhado de goleada do time dos Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) que estão quebrados e sem banco de reservas (literalmente). Falo de crescimento, obviamente eles são e ainda serão mais ricos que nós na foto ainda por algum tempo. Agora na comparação futebolística, mesmo depois da África do Sul, os nossos hermanos emergentes espanhóis que me perdoem mas o verdadeiro G-3 do futebol mundial, com 12 das 19 copas disputadas. são o que eu chamo aqui de "Bigs", Brasil, Itália e Alemanha (Germany), nessa ordem. O "s" é plural apenas, pergunte ao po(l)vo.



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Brasil - Pensando com a própria cabeça


Ronaldo Carmona

A viagem do presidente Lula ao Irã neste fim de semana é expressão simbólica do crescente protagonismo brasileiro no cenário internacional, no qual os brasileiros passam a ver crescentemente refletida sua geografia e sua demografia. 

O papel de mediação exercido pelo Brasil quanto a questão iraniana, tem a ver, antes de tudo, com seu próprio interesse: garantir que existam condições internacionais favoráveis ao uso de energia nuclear com fins pacíficos nos países em desenvolvimento, num contexto de mudança de matriz energética que o mundo verá no próximo período.

Lula desembarca em Teerã no sábado a noite, após intensa pressão dos países centrais, em especial dos Estados Unidos, para que o país não se envolvesse no assunto, ou pelo menos, caso se envolvesse, que o fosse seguindo a posição destes países. Muito papel e tinta foi gasto “recomendando” que o Brasil não se envolvesse em assunto tão árido, “tão longe do território nacional”.

Num ponto alto da pressão – e da deselegância diplomática –, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton chegou a dizer em Brasília que o Brasil estava sendo ingênuo ao defender solução pacifica para a questão iraniana. Ao que, foi respondida por funcionários brasileiros, que mais ingênuo ainda seria acreditar em relatórios de inteligência, como aqueles que “provavam” a existência de armas de destruição em massa no Iraque – aliás, jamais descobertas simplesmente porque jamais existiram.

O fato é que está em curso movimento para restringir o uso de tecnologia nuclear para fins de produção de energia por países em desenvolvimento, com objetivos, dentre outros fatores, de restringir o mercado de fornecimento de urânio enriquecido. Aqui, sobrariam umas poucas empresas fornecedoras, não por acaso de nacionalidade norte-americana e européia, num sistema de oligopólio internacional, sob argumento da “segurança” e da “não-proliferação”.

O Brasil, recordemos, travou intensa luta para dominar a tecnologia nuclear. O governo Gaisel chegou a denunciar um acordo militar com os EUA para garantir “margem de manobra” para prosseguirmos o desenvolvimento de tecnologia autóctone. A pressão que hoje sofre o Irã para impedi-lo de desenvolver tecnologia nuclear com fins pacíficos, aliás, é bastante similar à pressão sofrida pelo Brasil nos anos ’70.

O Brasil também mostrou pensar com cabeça própria quando, no âmbito da Unasul fez chegar contundente recado à União Européia, e mais especificamente à Espanha, de que era inaceitável a presença do presidente hondurenho Pepe Lobo na Cúpula Europa – América Latina que se realiza na próxima semana na capital espanhola.

Afinal, Honduras, segue vivendo algo muito parecido a um Estado de exceção. Lembre-se que o presidente deposto, Manuel Zelaya, segue exilado em Santo Domingos, proibido de voltar ao país, sob ameaça de prisão. Não se permite a organização de uma força política liderada pelo ex-presidente, que, gostem ou não os reacionários, expressa parcela expressiva da população hondurenha.

A reunião da Unasul, semana passada em Buenos Aires, aliás, marcou passos na consolidação do pólo sul-americano, da busca regional em pensar com a própria cabeça.

Representativo disto é o fato de que, mesmo em áreas sensíveis, como segurança e defesa, sai o panamericanismo viúvo da guerra fria, entrando em seu lugar estruturas regionais próprias. Entram em decadência organismos hemisféricos, como a JID (Junta Interamericana de Defesa) e as “cooperações” com a DEA norte-americana, aparecendo no lugar instrumentos autônomos como o Conselho de Defesa Sul-americano e o recém instalado Conselho Sul-americano sobre o problema mundial das drogas.

A viagem do presidente Lula nestes dias, marca a busca de autonomia por parte do Brasil. Através de relações policentricas e prioritária com países em desenvolvimento, busca-se alianças com aqueles que vivem os mesmos dramas, num mundo marcado por enorme concentração de poder.

Nestes dias será destaque a importante parceira com a Rússia, com a qual será assinado nesta sexta-feira um amplo Plano de ação estratégica – parecido, na amplitude e dimensão ao PAC (Plano de ação conjunta) recém assinado com a China, por ocasião da visita de Hu Jintao, na reunião dos BRICs.

Com a Rússia, destacam-se as amplas possibilidades de cooperação em C&T – em áreas como o programa espacial e o GPS russo – e na área de defesa, onde se comenta a oferta russa de desenvolvimento conjunto de um caça de 5ª geração, que em alguns anos substituiria os aviões a ser adquiridos no atual Programa FX-2. Recentemente, aliás, quebrando resistência de viúvas da guerra fria, o Brasil comprou doze modernos helicópteros russos Mi-35, já incorporado à FAB.

São muitos os exemplos de busca de “margem de manobra” pelo Brasil que lhe permita pensar com cabeça própria. As múltiplas e modernas coalizões sul-sul que apareceram no período recente, tais como o BRIC, o IBAS, o G20 comercial, as Cúpulas ASA e ASPA, dentre outras, são demonstração disto.

O quadro de forças no mundo aponta para uma transição da unipolaridade – característica básica do sistema internacional no pós-Guerra Fria –, para a intensificação de tendências à multipolaridade e portanto, à instabilidade no sistema internacional.

Mais do que nunca, diante de cenário incerto, o Brasil precisa formar pensamento estratégico próprio, ter sua própria leitura dos fatos e do contexto em que se desenvolve o jogo de forças no mundo.

Política externa: cala-boca à oposição

ImageChama a atenção e cala os opositores a liderança, o papel e o lugar do Brasil e de seu presidente nos últimos dias na política internacional. Refiro-me à Cúpula de Segurança Nuclear encerrada em Washington (DC) e duas outras cúpulas realizadas essa semana em Brasília e que reuniram chefes de Estado, de Governo e representantes de dois blocos de nações, o dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) e o do IBAS - Índia, Brasil e África do Sul. 


"Pessoalmente, eu me despeço do IBAS com o sentimento do dever cumprido, com orgulho, felicidade de ver que nossa idéia prosperou. Com a alegria de ter compartilhado com indianos e sul-africanos esta extraordinária aventura. Desafiamos a geografia e a inércia - e vencemos", comemorou o presidente Lula. Continua>>>

Brasil sedia dois eventos internacionais – BRIC e IBAS


Brasília sediará esta semana reuniões de dois grupos dos quais o Brasil faz parte. Um deles é a 4a Cúpula do IBAS, (Índia, Brasil, África do Sul), que procura fortalecer a cooperação destes três países em desenvolvimento. O outro é a 2a Cúpula do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), que tem relevância crescente no mundo. Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), entre 2008 e 2014, os BRIC devem contribuir com 61,3% da produção das riquezas mundiais.

A 1a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do BRIC, será realizada no Palácio Itamaraty, nesta sexta-feira (16), quando o presidente Lula receberá os presidentes da Rússia, Dmitri Medvedev, da China, Hu Jintao e o primeiro ministro da Índia, Manmohan Singh. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos países do BRIC representou 65% da expansão do PIB mundial.

Os quatro líderes manterão diálogo, sobre a situação econômica internacional, a reforma das instituições financeiras, o G-20 financeiro, cooperação e temas relacionados à governança global.

Na ocasião, será lançada publicação conjunta que contém dados estatísticos sobre os quatro países.

Em 2009, o PIB dos países do BRIC, pela paridade de poder de compra, atingiu US$ 16,3 trilhões, correspondendo a 23,4% da economia mundial.

No período de 2003 a 2008, houve aumento de 382% no comércio entre o Brasil e os países do BRIC. As trocas passaram de US$10,7 bilhões em 2003 para US$51,7 bilhões em 2008.

O conceito do BRIC foi proposto pelo instituto alemão Goldman Sachs, em 2001, como um novo "grupo econômico" integrado pelas quatro maiores economias emergentes - Brasil, Rússia, Índia e China. Foi oficializado em 2009, durante a primeira Cúpula Presidencial realizada em Ecaterimburgo, na Rússia. O BRIC traz a possibilidade de um rico diálogo entre os países-membros, com muitos pontos de convergência e sinergia capazes de impulsionar a agenda internacional.

Em paralelo à Cúpula, serão realizados, entre 13 e 16 de abril, em São Paulo, Rio e Brasília, os seguintes eventos: Fórum Empresarial IBAS/BRIC; Encontro de Representantes de Bancos de Desenvolvimento; Encontro de Representantes de Bancos Comerciais; Seminário de Think Tanks; Fórum de Cooperativas e Reunião de Altos Funcionários Responsáveis por Estratégia e Segurança.

Cúpula IBAS

Nesta quinta-feira (15), o presidente Lula recebe o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e o primeiro ministro da Índia, Manmohan Singh para a realização da 4a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul. O intercâmbio comercial entre Índia, Brasil e África do Sul passou de US$6,5 bilhões, em 2002, para US$26,4 bilhões, em 2008.

Na pauta do encontro, destacam-se temas como a participação dos três países na reconstrução do Haiti, através do Fundo IBAS para o Alívio da Fome e da Pobreza, e a cooperação em ciência e tecnologia, entre outros.

Paralelamente à Cúpula, realiza-se, também em Brasília, o 3o Fórum de Mulheres IBAS. Temas como violência contra as mulheres e conseqüências do impacto da crise mundial na vida das mulheres dos três países serão debatidos no evento.

Ao final do encontro, será formulada uma Carta de consenso sobre os principais temas abordados durante o fórum a ser entregue aos Chefes de Estado dos três países que compõem o IBAS.

O evento, que começou hoje (14), será encerrado na tarde desta quinta-feira (15) com uma conferência de imprensa na qual será lançado o livro "Fórum de Mulheres do IBAS - Pensando uma Estrutura Macroeconômica Inclusiva: uma Abordagem Feminista Sul/Sul" resultado do último Fórum, que aconteceu em Nova Déli, na Índia, em 2008.

Orgulho de ser brasileiro! Indian Times: Lula, “o cara”


Why Lula Is The Man
Shobhan Saxena, Apr 9, 2010, 12.00am IST
do Times da Índia, via twitter do Tão Gomes Pinto


Recentemente, a secretária de Estado dos Estados Unidos Hillary Clinton pressionou o presidente brasileiro Lula da Silva para que o Brasil se juntasse aos Estados Unidos na imposição de novas sanções contra o Irã. Lula rebateu Clinton dizendo que “não é prudente empurrar o Irã contra a parede”. Não é o que Clinton gostaria de ter ouvido de um país que tem um dos assentos não permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas e faz lobby por um assento permanente.


Subsequentemente, em Tel Aviv, Lula chocou líderes israelenses por se negar a visitar o túmulo do pai do sionismo, Theodore Herzl. Em maio, Lula vai ao Irã para se encontrar com o presidente Ahmadinejad, uma decisão que jornais dos Estados Unidos descreveram como “não representativa de um país que aspira ser considerado um igual entre os líderes do mundo”. Lula está agindo como um líder mundial?


Caçoado pelos comentaristas do Brasil por sua gramática imprecisa, Lula se tornou um hit no palco mundial com seu estilo de homem comum. Na cúpula financeira sobre a crise global em Londres, no ano passado, ao ver Lula o presidente Barack Obama gritou:


 “Lá está o meu cara. Eu amo esse cara. Ele é o político mais popular da terra”. 


As declarações de Obama foram feitas apenas alguns dias depois do brasileiro ter atribuído a crise global ao “comportamente irracional dos brancos de olhos azuis que antes da crise pareciam saber tudo sobre economia”. As declarações de Lula fizeram a elite brasileira ranger os dentes.


A nove meses de deixar o poder, Lula viaja o mundo atacando a ONU pelo “sistema de castas”, o mundo rico em Copenhagen e em campanha por um maior papel global para “poderes emergentes” e pregando o “diálogo” com o Irã. Isso fez alguns observadores ocidentais se perguntarem se ele está seguindo os passos de Hugo Chávez como “gladiador da batalha antiimperialista”. Nada mais distante da realidade. 


Lula se tornou um herói em casa e um estadista no mundo por razões genuínas. No Brasil, sua taxa de aprovação está em 76%, um recorde para um presidente em fim de mandato. Sua conquistas domésticas foram sem precedentes: desde 2003, ele mais que dobrou o salário mínimo para o equivalente a 300 dólares, ajudou a tirar 20 milhões de brasileiros da pobreza e derrubou a dívida pública para 35% do PIB (de 55%).  No ano passado, os reais brasileiros foram a quinta moeda com melhor performance do mundo, a inflação caiu para 4% e o país navegou pela crise econômica mundial quase sem danos.


Graças aos programas sociais de Lula, os maiores beneficiários do crescimento foram os pobres para os quais o presidente, que cresceu engraxando sapatos e dividindo um quarto com a mãe e oito irmãos, é um símbolo de esperança. A popularidade de Lula é tão grande que ele até recebeu crédito pela descoberta de petróleo na costa do Brasil.


O país pode se tornar em breve o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e Lula já anunciou planos para gastar a renda do petróleo com programas contra a pobreza.


Naturalmente, Lula cometeu erros. Houve escândalos no governo e ele tem sido criticado pela esquerda do Partido dos Trabalhadores por ter se movido “muito para o Centro”. Mas ninguém questiona sua maior conquista: o posicionamento do Brasil no mundo. Lula converteu o músculo econômico em influência global ao promover o comércio “sul-sul” e crescentes ligações políticas com países em desenvolvimento. O que explica suas posições sobre o Irã, com o qual o comércio do Brasil cresceu 40% desde 2003. 


A química com Ahmadinejad é tão boa que Obama pediu ao Brasil que medie as relações do Irã com os Estados Unidos, algo que Lula adoraria fazer.  Na passagem por Tel Aviv, Lula sugeriu “alguem com neutralidade” para mediar o processo de paz no Oriente Médio. E ele não queria dizer Tony Blair.


Uma vez caçoado pela elite que bebe caipirinha em Copacabana, que “temia” que Lula poderia envergonhar o Brasil no exterior, o ex-operário metalúrgico tem demonstrando um domínio sólido da política externa. Durante seu primeiro mandato, ele trabalhou por relações mais próximas com a Índia, a China e a África do Sul.
Hoje a China, não os Estados Unidos, é o maior parceiro comercial do Brasil. 


Jogando um papel crucial na criação da IBSA e da BASIC, dois grupos envolvendo o Brasil, a Índia, a China e a África do Sul, Lula se tornou a voz mais forte das nações emergentes em questões globais como as mudanças do clima e a crise financeira. Com o movimento dos não-alinhados morto, esses grupos se tornaram a voz da Ásia, da África e da América Latina em questões globais. Descrevendo Lula como “uma referência para os países emergentes e também para o mundo em desenvolvimento”, em 2009 um importante jornal francês escolheu Lula como “homem do ano”.


Lula é o homem do momento porque ele seguiu uma fórmula simples, a de reforçar a economia doméstica, desligando o sistema financeiro do Brasil dos Estados Unidos, cultivando relações com países emergentes e seguindo uma política externa independente. E é por isso que ele pode falar o que quer em qualquer assunto.


Chamem de sorte, mas a falta de líderes carismáticos em outras nações emergentes também ajudou.  Hoje, a China e a Índia são lideradas por tecnocratas, não por líderes de massa, a África do Sul não produziu um líder conhecido desde Nelson Mandela e o presidente da Rússia Vladimir Putin não tem as credenciais democráticas. Neste cenário, Lula agarrou a oportunidade com as duas mãos. Um líder indiano com imaginação poderia ter escrito este papel para si próprio.

Brasil avança na pesquisa científica


Clive Cookson, Financial Times 

A China passou pelo maior crescimento do setor de pesquisas científicas já visto em qualquer país nos últimos 30 anos, de acordo com dados compilados pelo “FT”. E o ritmo não dá sinais de estar diminuindo.
Apenas 20 anos atrás, às vésperas da desintegração da União Soviética, a Rússia era uma superpotência científica, realizando mais pesquisas do que a China, a Índia e o Brasil juntos. A partir de então, os russos foram deixados para trás, não apenas pela ciência chinesa que se impõe ao mundo, mas também pela Índia e pelo Brasil.
Grandes mudanças na paisagem do mundo científico são revelados em uma análise da produção dos quatro países do Bric desde 1981, realizado para o FT pela Thomson Reuters, que indexa artigos científicos de 10,5 mil revistas de pesquisa científica no mundo.
Os números mostram não só “imponente expansão” da ciência chinesa, mas também um desempenho forte do Brasil, crescimento bem mais lento da Índia e declínio relativo na Rússia.
De acordo com James Wilsdon, diretor de ciências políticas na Royal Society, em Londres, três fatores principais estão impulsionando a pesquisa chinesa. Primeiro, o enorme investimento do governo, com aumentos de financiamento muito acima da taxa de inflação em todos os níveis do sistema – de faculdades a pesquisas em nivel de pós-graduação.
Em segundo lugar, o fluxo organizado de conhecimentos de ciência básica para aplicações comerciais. O terceiro é a maneira eficiente e flexível como a China está aproveitando o conhecimento da sua vasta diáspora científica na América do Norte e Europa, seduzindo cientistas em meio de carreira a voltar ao país com propostas que lhes permitam passar parte do ano trabalhando no Ocidente e outra parte na China.
“Embora as estatísticas computem artigos científicos publicados em revistas e periódicos submetidas à aprovação de colegas e acima de um limiar de respeitabilidade, a qualidade [na China] é ainda bastante desigual”, diz Jonathan Adams, diretor de avaliação de pesquisas da Thomson Reuters. Mas está melhorando: “Eles têm alguns incentivos muito bons”.
Como a China, a Índia tem uma grande diáspora e muitos indianos não residentes com formação científica estão voltando, mas eles vão principalmente para trabalhar em empresas, e não para desenvolver pesquisas.
“Na Índia, existe uma ligação muito fraca entre empresas de alta tecnologia e a base de pesquisa local”, diz Wilsdon. “Mesmo o Instituto Indiano de Tecnologia (IIT), instituição de mais alto nível no sistema, tem dificuldades para recrutar professores.”
Um sintoma disso é o fraco desempenho da Índia nas comparações internacionais de padrões universitários.
O Ranking de Universidades de Ásia 2009, elaborado pela consultoria QS, revela que a mais importante instituição superior indiana é a IIT de Mumbai, na 30 posição; dez universidades da China e de Hong Kong estão em posições mais altas.
Parte do problema acadêmico indiano pode estar na burocracia que amarra suas universidades, diz Ben Sowter, chefe da unidade de inteligência QS.
Em contraste com a China, Índia e Rússia, cujas pesquisas tendem a ser fortes nas ciências físicas, química e engenharia, o Brasil se destaca na área de saúde, ciências da vida, agricultura e investigação ambiental.
A Rússia produziu menos artigos científicos do que o Brasil ou a Índia em 2008.
“O problema está na grande redução de financiamentos para pesquisa e desenvolvimento após o colapso da União Soviética”, afirmou Adams.

Newsweek - Brasil será nova China


Certamente, o Brasil já recebeu a sua parte justa do hype de investidores internacionais, dos economistas do desenvolvimento e do Comité Olímpico Internacional, que escolheu o Rio de Janeiro para os Jogos de 2016. Mas à medida que 2010 se desenrola, a distância entre o Brasil e o restante dos BRICs só vai crescer. A Rússia há muito tempo desistiu da corrida, como as geladas e autoritárias tendências de Putin tornaram-se mais aparentes, assustando o dinheiro estrangeiro. A Índia ainda está crescendo fortemente, mas o país está preso em uma região instável com ameaças de todos os lados. A China, é claro, ainda é o deleite dos endinheirados internacionais, mas uma série de riscos — uma bolha imobiliária ou acionária, conflitos étnicos, uma catástrofe ambiental — pairam no horizonte.
Para o Brasil, tudo se passa de modo mais favorável. A economia vai crescer 8 por cento em 2010. Explorar a nova descoberta petrolífera em sua costa — a maior do Hemisfério Ocidental em três décadas — vai criar empregos para os brasileiros e trazer riquezas para o governo. (Essa descoberta irá também solidificar a invejável independência energética do Brasil.) Novos projetos de infra-estrutura estão em desenvolvimento à medida em que o país se prepara para os Jogos Olímpicos de 2016. A eleição presidencial do próximo ano provavelmente será um tédio, mas isso apenas porque é difícil ofuscar o próprio Brasil hoje em dia.”
Tradução de Wu Ming