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Jovem que morreu de câncer deixa carta comovente e diz que perdeu tempo demais com vaidade



A jovem Larissa Alessandra Medeiros (Lajes/SC), que morreu de um câncer de mama metástico no dia 22 deste mês, deixou uma carta para família, que postou numa rede social (Facebook) e caiu na rede, viralizou. Leia com atenção (abaixo) e aprenda um pouco sobre o que realmente tem Valor nessa vida. Merece curtir e compartilhar, quer dizer, eu acho:
“Querida família!
Ando mais reflexiva e ausente… tem sido dias difíceis. Pensei na morte, mas vi um documentário da minha incoerência, já que é a coisa mais certa… pedi a Deus uma 2ª chance ou força para entender se ele tiver outro propósito.
Vou fazer um pedido aqui:
– Hoje minhas chances de cura são menores do que as de sucesso! Luto por 10% de cura! Sem drama, é um fato!
– Quero e vou vencer, com a ajuda de Deus e Nossa Senhora, sem as estatísticas dos homens!
Mas queria com muito carinho que se lembrem das coisas que estou aprendendo…
– Hoje ter 1, 2, 5 ou 20 milhões num banco, ter um bilhete de viagem maravilhosa, um vestido lindo ou poder ir em restaurantes incríveis… um bom vinho, um doce delicioso… NADA disso eu poderia usufruir agora. Não mudaria minhas chances ou acessos aos remédios, não teria pique e disposição para viajar (não posso me ausentar por mais de 15 dias pela quimio, que tem dado muitas reações extras), não posso beber, comer muitos doces… e não tenho ânimo físico para usar um lindo vestido com alegria…

A vaidade de crescer cientificamente, ganhar algo na profissão, prestígio? Nada fica… perdi tanto tempo com isso… fui tão tola em vários aspectos… só o carinho dos amigos colegas e pacientes que o trabalho trouxe… Mas claro que não serei hipócrita: Trabalhar, responsabilidades, ter economias… são coisas importantes, mas NÃO são mais do que viver o hoje… ter conforto, usufruir das boas coisas da vida valem a pena… Já viver sempre esperando um futuro que pode não chegar, isto é ir morrendo aos poucos.
Então, o que ficou e o que mais me alegra? As boas lembranças dos momentos e experiências que vivi… as risadas, os carinhos, a alegria das viagens que tanto gostava, da comida gostosa fosse caseira ou de um bom restaurante… os sentimentos verdadeiros e o amor puro da família e tantos amigos queridos que redescobri.
Sei que nada será tão palpável como é para mim que precisei passar por isso para ter tanta clareza de pensamentos… ouvia isso dos padres mas não coloquei em prática…
Gostaria que experimentassem sem ter que passar por algo ruim para mudar:
– Brigas, reclamações, vaidades, conflitos… acontecem mas deixam o ar muito pesado, sugam nossa energia e não levam a nada. Transformam a reunião alegre em algo desagradável. Amor, perdão, paz, alegria renovam tudo.
– Nós sendo filhos, noras e genros, pais, irmãos, casais, todos iremos errar… escolher o caminho tem esse desfecho: de acertar ou errar. E errar tem o aprendizado, só o erro traz essa graça de aprender e mudar! Não aprendemos com os erros alheios infelizmente. Os acertos infelizmente também não trazem esse conhecimento todo, por ironia… ninguém sabe o que é certo… o certo para mim não é para os demais.
Vamos conviver em paz, respeitar a individualidade das pessoas, dos casais, mesmo não sendo nossa opinião. Vamos celebrar a vida, ter prazer nos encontros, evitar brigas ou assuntos pesados. Queria que todos que puderem começassem a passear, viajar, praticar a leveza no dia a dia. Quem quiser ir, voltar, sair, ficar, silenciar… siga seu coração… decida por si… não esperem permissão para serem felizes. Só quem pode nos autorizar somos nós mesmos.
– Meu amor, tem me ensinado muito também… foi um ano terrível para nós… muitas concessões, ajustes… mas nosso amor tem aprendido a ser laço de fita, não e nunca NÓ… nos respeitamos, apoiamos, nos incentivamos mutuamente… se você está estressado, volta da corrida, leve, com o sorriso mais lindo no rosto e só traz boas energias para mim. Não fala nada pesado, não fala de ninguém, sempre positivo, o melhor companheiro que eu poderia ter… meu amor ❤! Muitas vezes discordamos, queremos coisas diferentes, mas aprendemos a respeitar a decisão do outro sem perder tempo tentando convencer a nossa maneira… acho que ganhamos mais amor e respeito! Amor não é posse ou prisão, é liberdade e respeito.
Sei que ainda temos muito a aprender… mas acho que estamos no caminho, entre acertos e erros.
– Tenho vontade de gritar, para todos que quero bem: “Tomem as rédeas de suas vidas… viajem, namorem, comprem com responsabilidade o que lhes dá prazer… a vida é HOJE!! Só hoje!!! Viagens, comer num lugar gostoso, comprem a roupa bonita que querem.
Não sabemos se viveremos até o futuro… se gozaremos da aposentadoria… se teremos saúde e ânimo para aproveitá-la! Vivam, vivam, cada um é dono da sua trajetória… e a vida dará em troca, amor verdadeiro, grandes amigos que farão parte da família… e muito boas memórias”.
Vida que segue...

Carta de Amor

por A. Capiberibe Neto

Jovens não escrevem cartas de amor. Nem e-mails. Não que não amem, eles se amarram e se curtem. A linguagem é outra. É a vida. Outros contextos, outras épocas. Tudo diferente, muito diferente. Nós, mais velhos e tentando segurar o tempo para ele não correr assim, tão depressa, conseguimos nos atualizar, entender a razão de eles não entenderem muita coisa. É isso mesmo. Somos de outro milênio, de outro século, vejam só! Não adianta querer que eles sejam diferentes. Diferentes nos tornamos para eles: "caretas", por exemplo... 
Interessante, eles imaginam que serão sempre assim. Que pena! Que curtam a sua ilusão. No fundo, no fundo, a gente sente alguma inveja dos sonhos deles, do viço da pele, da alegria moleque, da algazarra e de certas doses de desrespeito e sua forma perigosa de serem afoitos. Aqui e ali morre um, prematuramente, vítimas de si próprios e porque ousaram ultrapassar a tênue linha que separa a ousadia do perigo iminente, imediato e aí, a dose a mais, a experiência com uma dessas drogas que engordam os bolsos dos traficantes, uma curva, um poste e a luz da vida se apaga. Não se pode fazer nada. Jovem não gosta de sermões, de lições, de que se lhes tolha a irresponsabilidade da sua testosterona ou se lhes imponha um limite para a saia curta, para a calcinha aparecendo, para o sutiã cheio de forros para aumentar o volume do peito pequeno e transformar a menina em mulher feita que ainda não é. É isso mesmo...
 Os tempos são outros. Quem é jovem pode, quem apenas já foi fica assim mesmo, de olho comprido, cheio de saudade e uma sadia e respeitada frustração...
Jovens não sabem o que é reumatismo, artritismo, gripe que mata, falta de fôlego no último degrau de escada nem tão alta assim. Jovem não entende nem liga para o significado de ruga. Ruga é coisa de velho. Quem pode, estica, esconde, raspa, joga fora, fica com aparência pouco mais jovem, mas nem por isso menos ridícula, mas continua com falta de ar se subir escada. Tudo em nome da autoestima tão em moda. 
Não, não, não é uma crise de saudosismo dos meus tempos de menino afoito, correndo contra o vento, sem ainda precisar de documentos, cabelo espalhado no rosto, boca suja de manga derrubada a estilingue. Não é tão difícil aceitar que o tempo não não faz curva nem espera por ninguém. Este hoje, este aqui, este exato momento daqui a pouco será ontem, semana passada, mês passado e vira "um dia, nem lembro mais...
" porque os segundo são vorazes, os minutos têm fome, as horas insaciáveis, os dias apressados e os meses passam muito depressa. Vocês já se deram conta que logo será maio e o mês seguinte já anuncia a chegada do meio do ano? Pois é. Quando éramos criança, queríamos que logo chegasse o fim do ano por conta do sonho de Papai Noel. Hoje, queríamos que o Natal só acontecesse daqui a mil dias e que o nosso corpo tivesse preguiça em envelhecer, em apresentar as mazelas que acontecem com o passar dos anos. 
Esta crônica é dedicada a uma jovem que me pediu para escrever uma carta apaixonada para um namorado "desligado": 
"Tu pode escrever uma carta para mim? "E contou lá a sua história, nascida numa paixonite aguda e fulminante numa festinha dessas. "Não sei escrever como vocês escrevem, essa coisa de "kd", de "vc", por aí. "Escreve do teu jeito, depois eu traduzo". Escrevi. Escrevi poucas linhas e expliquei para ela o que significavam e que ela traduzisse lá do seu jeito. Ela traduziu e me mostrou: 
"Tô amarradona em você, tá ligado? Tô afinzona de você. Topa uns amassos", segundo a minha tradução do que consegui entender. E eu não escrevi nada disso. As cartas de amor são bem diferentes...