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Aceitar os fatos, por Marcos Coimbra

Há fatos de todos os tipos, dos imperceptíveis àqueles impossíveis de ignorar. Também na política existem os irrelevantes e os acachapantes. 
O ano de 2014 está prestes a terminar e só não vê quem não quer o fato político mais acachapante do ano: 
Dilma Rousseff ganhou a eleição. 
Com a vitória, o PT garantiu a permanência no poder por mais um período, o que significa 16 anos seguidos Continua>>>



Reeleição foi vitória da ascensão social

- o resto é manobra das elites conservadoras e choro de mau perdedor -

O título acima, que damos a essa nota, é do primoroso artigo do arquiteto e urbanista Joaquim Cartaxo, secretario de formação política do PT do Ceará. O título inteiro do artigo do Cartaxo é “Ganhou na eleição a ascensão social de muitos. O resto é manobra das elites conservadoras”. Como nós concordamos com as duas versões de títulos, e em gênero, número e grau com o que diz o Cartaxo, recomendamos a leitura desse seu texto, mais uma análise da eleição nacional encerrada domingo pp. e quando se aproxima o fim de semana.

É assim que eu sou

E chegando ao final da campanha presidencial de 2014, eis que muitos apontam o favoritíssimo da presidente Dilma.
Pois é...
Mas, eu prefiro me lembrar de quem cantou essa canção a muito tempo atrás.
E bem que lembro, deve dar:
Parabéns ao Marcos Coimbra e quem quiser que me dê parabéns também (rsss) reconhecimento não faz mal a ninguém.

Confiram:
Anorexia política
Dilma Favoritíssima
Porque Dilma será reeleita

*Ibop! Eleição presidencial: Por que deixar para dizer amanhã, o que posso dizer agora?

Dilma reeleita!
Tracking do *Ibop:

Dilma 50%+1 voto!
Aécio 25%
Marina 23%
Nancos 2%

Margem de erro da pesquisa 2%.

*Instituto Briguilino de Opinião Pública!

O voto e o Povo soberano

Nessa eleição, como em nenhuma outra, o que decidiu o voto foi ele, o cidadão eleitor soberano com sua consciência, experiência de vida e convicção. Ele resistiu a toda espécie de pressão e propaganda contra nosso partido e governo. Nem mesmo a mídia, particularmente a Rede Globo e a Veja - com todo seu peso mudou sua posição a favor da reeleição da presidenta Dilma. Nem mesmo todo o conglomerado Globo e a Veja, esta ainda vista como a maior do país, mas que deixou de ser revista e há muito tempo transformou-se num panfleto político-ideológico. Leia mais>>>



Como diria o General Argemiro, por rdmaestri


- sobre a presidente ser reeleita no primeiro turno -
O General Argemiro foi o meu avô, como disse uma tia velha minha, já falecida, era um homem boníssimo, uma alma caridosa, não podia ver uma viúva passando necessidades (e casadas também) que ele ia oferecer a sua mão amiga.

Além de boa criatura com a almas necessitadas o General gostava muito de prado, e perdeu todo o dinheiro da família em mulheres rápidas e cavalos lentos.
Porém uma de suas máximas era "Não se troca de cavalo no meio da corrida", e parece que a nossa direita está fazendo isto pela segunda vez.
Saiu turbinando o Aécio e quando o avião do Campos desceu na mesma velocidade que a Marina subiu para depois descer, trocou seu voto para Marina (a última esperança do clube militar, que certamente se o Gen. Argemiro estivesse vivo só estaria lá para pelar os velhinos no carteado). Quando Marina começou a cair, de novo trocam de aposta, e simplesmente não fazem as contas. Se Aécio for para o segundo turno, provavelmente mais que 25% dos eleitores de Marina vão para Dilma, pois grande parte dos desencantados de 2013 que se iludiram no início com o discurso de Marina, podem até não votar, mas não vão transferir seus votos para Aécio.


Ricardo Noblat pede arrego

Você se considera bem informado sobre o que os candidatos a presidente da República pretendem fazer caso se elejam?



Você acha que pôde de fato comparar as ideias de uns com as dos outros?
Você teve paciência para assistir aos debates entre eles no rádio e na televisão?
Você se considera pronto para eleger com segurança o novo presidente? Ou para reeleger Dilma Rousseff?
Por último, você acha que terá a ganhar ou a perder se adiar por mais 15 ou 20 dias a escolha do presidente?

Paulo Moreira Leite: Dilma sobe e Aécio vai atrás de bode expiatório

PML - Quando falta menos de 24 horas para uma eleição que teve altos e baixos mas, de seu ponto de vista, entrou na reta final em céu de brigadeiro, a campanha de Dilma Rousseff tem duas preocupações no caminho das urnas.

A primeira é impedir que o surto lacerdista dos aliados de Aécio Neves, que enfrenta o risco real de uma dupla derrota no primeiro turno — em Minas Gerais e no plano federal — possa criar um clima desnecessário de tensão política, acima dos padrões aceitáveis de convívio democrático e civilizado. A presidente enxerga a tentativa de impugnar sua candidatura — e até sua posse, nas palavras do deputado tucano Carlos Sampaio — como simples operação para disfarçar um fracasso eleitoral de dimensão histórica, que parecia impensável, quando a campanha começou.

Entre auxiliares de Dilma, a denúncia contra os Correios, acusados de manipular a distribuição de material pago para prejudicar os adversários, nunca foi levada a sério: faltam qualquer indício para dar substância a acusação. ” É a clássica tentativa de criar um bode expiatório. Nosso adversários vão sofrer muito até encontrar uma explicação para a derrota em Minas Gerais, até mais surpreendente que o desempenho na campanha presidencial.”

A outra preocupação de Dilma é evitar um ambiente de festa antes da hora — que pode se transformar em decepção e desmobilização caso as urnas não confirmem aquilo que dizem as pesquisas. Na tarde de sexta-feira a pesquisa telefonica da campanha presidencial — chamada de trakking entre especialistas — marcava um placar que, se for confirmado no domingo, indica que Dilma já pode ter alcançado o mínimo de 50 + 1 dos votos necessários para liquidar a fatura no domingo. Conforme os dados apurados pela campanha do PT, e que devem ser vistos com cautela redobrada pois se trata de pesquisa feita pela parte interessada, a candidata do PT chegou a 44% das intenções de voto. Aécio Neves possui 20% e Marina, em queda, encontra-se em 18%. Outro levantamento mostra números mais modestos: 43, 23 e 20, respectivamente.

A questão é o impulso do PT na chegada. Acredita-se que entre a noite de sexta e a manhã de domingo aquela massa de militantes que vive a anos-luz de qualquer coisa que possa ser chamada de vida partidária mas que não perdeu compromisso com o governo Dilma poderá se colocar de pé na tentativa de garantir os votos que faltam. Um dado da matemática da campanha é que Marina tem perdido votos que Aécio não consegue recuperar e boa parte deles acabam no cesto de Dilma, contribuindo para aproximar a candidata dos 50% = 1.

A agenda de Dilma até domingo está definida. A presidente vai a Belo Horizonte, no sabado, onde fica até o começo da tarde. Em seguida, toma o avião para Porto Alegre. Aproveitará para reforçar a campanha de Tarso Genro, que ultrapassou a adversária Ana Amélia e irá para o segundo turno com boa vantagem. Dilma toma o café da manhã na capital gaúcha, em companhia de Tarso e de Olívio Dutra, candidato ao Senado, que também enfrenta uma posição de empate técnico com o principal adversário. Em seguida, retorna para Brasília, para aguardar pela apuração. A campanha prevê que depois das oito da noite de domingo será possível ter uma ideia da votação, quando deve ser convodada uma entrevista coletiva.

O crescimento da candidatura Dilma parece ocorrer em vários lugares. Na sexta-feira, Lula e Dilma fizeram uma mobilização pela região central de São Paulo, à frente de entidades sindicais e outras lideranças do movimento popular. “Não sei se vai dar primeiro turno mas o clima é de vitória,” afirma o metalúrgico João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário geral da Força Sindical, que mobiliza uma parcela da central — oficialmente comprometida com Aécio — no apoio a Dilma. A campanha em Minas Gerais, que até agora era vista como um cartão de visitas do candidato do PSDB, aponta para uma definição favorável a Fernando Pimentel no primeiro turno. É a grande tragédia tucana e, do ponto de vista do PT, o resultado mais espetacular de uma campanha onde as urnas de São Paulo prometem castigar Alexandre Padilha com uma das piores votações da história.



Em terceiro lugar nas pesquisas presidencias em Minas, de onde chegou a imaginar que poderia sair com uma vantagem de até 4 milhões de votos, o próprio Aécio Neves foi obrigado a reforçar a presença em seu berço político, sob o risco de um vexame de consequencias imprevisíveis. No Rio Grande do Sul, a campanha para o governo de Estado confirmou a virada de Tarso Genro, que vai para o segundo turno para uma disputa sempre difícil, mas com uma liderança isolada.

Na reta final do primeiro turno, era difícil não suspeitar de algo estranho no ar da campanha presidencial de 2014 — e não são simples aviões de carreira.

O esforço ridículo para denunciar o uso dos Correios na campanha eleitoral Durante oito horas, um cidadão chamado Jac de Souza Santos manteve um ambiente de tensão em Brasília, na semana passada. Armado de um revólver de brinquedo e de cartuchos de plástico, ele fez um funcionário de refém diante de câmaras de TV e dos jornais. Era uma pegadinha clássica e delirante mas a polícia deu um novo tratamento ao caso. Informou aos jornais que se tratava de um sequestro político.

O delegado, que poderia ter empunhado um binóculo que permitiria a qualquer cidadão identificar o tipo de armamento usado por Jac de Souza Santos, fez sua parte para elevar o clima de ensão artificial na última semana da campanha presidencial. Lembrou que a cena se passou no hotel Saint Peter, aquele que chegou a oferecer um emprego de R$ 20 000 a José Dirceu, quando ele procurava um lugar para cumprir pena em regime semi-aberto. O delegado também disse que a varanda onde Jac exibiu-se em companhia da sua vítima ficava no 13o andar e logo associou esse número ao PT. Em breve, Jac era tratado como ” terrorista. “Tchan, tchan, tchan, tchan…

O caso estava destinado a se tornar uma anedota policial, fugaz e inofensiva, mas as autoridades decidiram levar a serio o revolver de plástico de Jac de Souza Santos. Depois de ficar preso “em flagrante” por dois dias, ele foi transferido para a penitenciária Papuda, onde irá cumprir um regime de prisão preventiva. Seu advogado recorreu para que possa defender-se em liberdade, mas isso deve ocorrer dentro de duas semanas, em pleno calor intenso do segundo turno da campanha presidencial — se Dilma não tiver feito 50% + 1 neste domingo.



Acusado de cárcere privado e de submeter sua vítima a sofrimento psicólogo, Jac está sendo ameaçado de pegar uma pena de dois a oito anos de prisão, se for condenado. Com antecedentes políticos curiosos — foi filiado ao PP, esteve próximo de uma prefeitura do PSDB — trata-se de um cidadão ideal para ser convencido a fazer uma delação premiada, disparando acusações convenientes em alvo a ser definido por seus algozes, nas próximas semanas. Alguma dúvida?

Será possível esquecer o que se fez no sequestro de Abílio Diniz, em 1989?

A campanha de Dilma age corretamente em sua postura de esvaziar toda tentativa de aquecer a temperatura política sem necessidade. A presidente tem o dever constitucional de proteger a democracia, que deu uma prova de vigor numa campanha que enfrentou uma tragédia como a morte de um dos principais correntes — e nem por isso perdeu o rumo. Cabe seguir neste caminho, evitando interferências alheias a vontade do eleitor, que tem na urna chance de provar sua soberania.

Blogueiro bicudo pede arrego

Por que não deixamos para o 2º turno a eleição do novo presidente da República?
por Ricardo Noblat

Você se considera bem informado sobre o que os candidatos a presidente da República pretendem fazer caso se elejam?
Você acha que pôde de fato comparar as ideias de uns com as dos outros?
Você teve paciência para assistir aos debates entre eles no rádio e na televisão?
Você se considera pronto para eleger com segurança o novo presidente? Ou para reeleger Dilma Rousseff?
Por último, você acha que terá a ganhar ou a perder se adiar por mais 15 ou 20 dias a escolha do presidente?
Desde que cheguei para morar em Brasília há mais de 30 anos, vivo de acompanhar os políticos – o que pensam, o que fazem, o que deixam de fazer.


E mesmo assim digo que responderia “não” às quatro primeiras perguntas. E responderia que só tenha a ganhar caso a eleição do sucessor de Dilma seja transferida para o segundo turno.
No primeiro, há candidatos de mais e tempo de menos para que se possa selecionar com segurança aquele que marcará a vida de quase 200 milhões de pessoas pelos próximos quatro anos.
Em meio a muitos, é mais fácil para um candidato dissimular o que de fato pensa. No confronto a dois, naturalmente é mais difícil.
Num debate de duas horas e meia, como o da última quinta-feira na Rede Globo de Televisão, um candidato responde a menos de 20 perguntas. Convenhamos: é pouco. Ou quase nada.
Então por que não nos damos a oportunidade de refletir melhor sobre quem desejamos eleger empurrando a decisão para o segundo turno?
Nada perderemos com isso. Pelo contrário.

Josias de Souza: Liderança de Dilma expõe a inépcia da oposição

As praças cheias de junho de 2013 mostraram que, a despeito dos avanços sociais e da elevação do consumo popular, o país estava inquieto. Nas pesquisas mais recentes, os brasileiros que desejam mudanças ainda representam mais de 70% do eleitorado. Na política, a principal notícia é um escândalo que joga no ventilador da República óleo queimado em conta-gotas. Na economia, ocupam as manchetes os maus indicadores.




Contra esse pano de fundo turvo, Dilma Rousseff chega às urnas deste domingo (5) em situação de relativo conforto. Não recuperou toda a popularidade que as ruas lhe tomaram no ano passado. Mas observa à distância a briga de Marina Silva e Aécio Neves por uma vaga no segundo turno. Como explicar?

Pode-se invocar muita coisa como pretexto para a debilidade: o poder da máquina estatal, a conversão da política num ramo da publicidade, o descompromisso do marketing com a ética, a falta de discernimento de parte do eleitorado… Tudo isso ajuda a compor o quadro. Mas é preciso acrescentar à lista a mãe de todas as razões: a incompetência da oposição.

O PIB é medíocre. A inflação é incômoda. Os juros escorcham. Os investimentos evaporaram. O consumidor guarda um escorpião no bolso. Crescem o déficit externo e a dívida pública. A oposição faz o diagnóstico, mas evita aviar toda a receita. Diz-se que tiraria votos. Será que o pedaço mais lúcido do eleitorado não premiaria a sinceridade?




Dilma se aproveita da desconversa geral para instilar a suspeita de que seus antagonistas promoverão um arrocho. E ninguém se anima a dizer que bastaria realizar em 2015 um ajuste parecido com o que Lula implementou em 2003, primeiro ano do seu reinado. Contra o descalabro fiscal, um mínimo de austeridade. Qualquer dona de casa sabe do que se trata.

Na seara social, tudo o que a oposição conseguiu bolar depois de 12 anos de poder petista foi uma felicidade inciada com não: não vamos acabar com o Bolsa Família, não vamos interromper o Minha Casa…, não vamos bulir com o Prouni…” No discurso oposicionista, o Éden começa com a negação. E a plateia dos fundões do Brasil se pergunta: se é assim, por que mudar?

O eleitor parece propenso a [Não] oferecer o prazo de um segundo turno para que a oposição tente responder.

*Ibop: Tracking presidencial 03/10

Se a eleição tivesse sido hoje a presidente Dilma Roussef estaria reeleita.
Confira abaixo o resultado do tracking de hoje:




Dilma Roussef (PT) 51%
Marina Silva (PSB) 23%
Aécio Neves (PSDB) 23%
Nanicos 3%




Os percentuais são divulgados como faz o TSE - Votos válidos -
A margem de erro da pesquisa será informada na boca-de-urna.

*Instituto Briguilino de Opinião Pública

Porque Dilma se reelege

Cumpre ressaltar e registrar como fizemos ontem e mais uma vez: a presidenta vence na política, no debate, na disputa, na mobilização, nas propostas e na prestação de contas de seu governo – mesmo com toda mídia , com raras exceções, contra ela e o PT. Vence, assim, apoiada na trajetória histórica do PT ao lado dos pobres e dos trabalhadores, dos pequenos empresários, dos empreendedores, da agricultura familiar, e principalmente, ao lado do Brasil e do seu povo.




A presidenta Dilma se reelege porque persistiu e resistiu a aplicar no Brasil o ajuste liberal que leva ao desemprego e ao desmonte do Estado de Bem Estar Social, da rede de proteção social que os governos Lula e o dela construíram e continuam construindo. Reelege-se porque se recusou e resistiu a implantar em nosso país o ajuste liberal conservador que leva a destruição da indústria, a abrir nossa economia ao domínio das finanças internacionais, defendeu nosso comercio e indústria.

Manteve, assim, nosso país soberano e independente no cenário mundial. Pagou um preço alto, isso é óbvio, por resistir. Mas agora tem o reconhecimento da maioria do povo, dos cidadãos brasileiros.

do blog do

Tracking 02/10 Dilma reeleita

Se a eleição tivesse sido hoje a presidente Dilma Roussef estaria reeleita.
Confira abaixo o resultado do tracking de hoje:

Dilma Roussef (PT) 51%
Marina Silva (PSB) 23%
Aécio Neves (PSDB) 23%
Nanicos 3%

*GAFE em pânico

Basta ler manchetes da GAFE - Globo, Abril, Folha, Estadão - de hoje, que sei:

Dilma tem mais de 95% de possibilidade de ser reeleita no primeiro turno.

Isto confirma o nosso Tracking presidencial .

Como desgraça pouca para essa gente, ainda é pouco, informo:

Cresceram e muito as chances de segundo turno em São Paulo.

O que significa:

Além de queda, coice!

E Edivegines e Finório...finrinrinfororó!

Apokálypsis Jabordiota

O Brasil pode acabar depois da eleição presidencial. Para isto acontecer basta a presidente Dilma Roussef (PT) ser reeleita. É o que afirma o jênio global Arnaldo Jabor. Confira abaixo:

A lista dos perigos

O que acontecerá com o Brasil se a Dilma for eleita?

Aqui vai a lista:

A escolha de Sofia da oposição, por Hayle Gadelha

Uma semana para a eleição. A última pesquisa Datafolha apresenta, entre os votos válidos, 45% para Dilma, 30 para Marina, 20 para Aécio e 5% para os outros candidatos. Nesse quadro, Dilma precisa ganhar apenas 5 pontos dos adversários para vencer no primeiro turno. Não é uma tarefa fácil, mas não é impossível. Dilma teria que conquistar um pouco dos Não-Votos e um pouco de voto útil em cima dos adversários. A oposição no entanto não tem nisso a sua maior preocupação. Pensa apenas no segundo turno e o seu dilema é: quem vai ser rifado, Marina ou Aécio? Contas e mais contas, reuniões e mais reuniões estão sendo feitas para se chegar a um denominador comum. Os defensores de Aécio argumentam que ele é que tem maior capacidade administrativa, estaria mais preparado para derrotar Dilma e para domar o Congresso. Marina, para seus defensores, seria a novidade capaz de criar uma forte onda anti-PT e conseguir a vitória no segundo turno.
Mas acredito que a luz amarela está cada vez mais intensa na campanha da candidata da Rede. Ela começa a balançar em um momento que é difícil conseguir reverter o movimento. Há duas semanas escrevi que “Marina não foi favorecida pelo Horário Eleitoral. Primeiro, porque o tempo é curto (…) e o desempenho de Marina foi abaixo da crítica. Seu discurso é rancoroso, sem motivar ninguém”. Mas admiti que em “um possível segundo turno o programa de Marina pode melhorar bem. Primeiro, porque todo programa eleitoral que sai dos atuais 2 minutos para os 10 minutos do segundo turno ganha ares de vitorioso”. Ainda acho (sem muita convicção) que o mais provável é um segundo turno entre Dilma e Marina, mas não é o que pensa, por exemplo, Fernando Brito, do Tijolaço, que neste domingo me alertou para os arredondamentos estranhos do Datafolha em votos válidos, mostrando Marina e Aécio com 31% e 21%, quando deveriam ter 30% e 20%. Parece uma tentativa de reduzir o ritmo de avanço de Dilma, principalmente quando vemos na pesquisa anterior que a candidata petista teve seu índice reduzido em um ponto. Fernando Brito acredita que Aécio passa Marina. (“direito de resposta” do Fernando Brito: acho é que Marina é quem tem grandes chances de “passar Aécio”, para baixo, é claro.)



O sociólogo Fabio Gomes, do Instituto Informa, aparentemente também acredita nessa possibilidade, embora prefira, em vez de fazer previsões, fazer reflexões. Ele me enviou esse texto com um gráfico de Padrões de Escolha Eleitoral:
Em recente palestra sobre comportamento eleitoral para executivos, evitei fazer previsões. Fiz, no entanto, reflexões com base em uma plataforma analítica que desenvolvi, alinhando a experiência nos últimos 17 anos de investigação do comportamento do eleitor e algumas teorias das ciências políticas. Os quatro eixos para a escolha de uma candidatura podem subsidiar reflexões sobre o andamento das campanhas. Marina tem dificuldades com os dois primeiros (“competência para o exercício” e “competência política”) – e será muito testada e atacada nesses eixos nos próximos dias. Dilma, pela insatisfação com o governo, deverá argumentar os quatro eixos. Já Aécio, encontra dificuldades nos dois últimos eixos: “sentimentos despertados” e “imagem pessoal”. Melhor refletir do que prever. O comportamento eleitoral não é tão previsível como desejam alguns.




Pelo que entendi, a partir dessas reflexões, os participantes da palestra, que tenderiam para Marina, passaram a acreditar que Aécio teria mais condições para o cargo, poderia fazer mais frente a Dilma.
Agrego a isso percepções positivas de superação, que ele receberia por ultrapassar Marina na reta final. O que acho complicado é o tempo curto e a falta de unidade da oposição. Esse marécio em que a oposição navega contribui cada vez mais para que a sua escolha de Sofia transforme-se em escolha de Dilma…

Josias de Souza: Marina fornece munição para seu próprio abate

Marina Silva diz que o “marketing selvagem” da campanha petista a transformou numa “exterminadora do futuro”. A imagem evoca o filme ‘O Exterminador do Futuro’. Nele, um personagem encenado por Schwarzenegger é enviado ao passado para matar a mãe de um líder revolucionário que estava perturbando o governo. A diferença é que, no enredo da sucessão brasileira, João Santana não precisou viajar até o ventre da mãe de Marina. Para matar o problema pela raiz, ele atira contra a aura de virtude que rodeia a rival de Dilma. Faz isso com munição fornecida por Marina.

O retorno de Dilma à condição de favorita no Datafolha é um triunfo da Realpolitik, que é o nome de fantasia da hipocrisia na política. Diferentemente de seus antagonistas, Marina exibiu à plateia um programa de governo. Mas ele era de vidro. Um pedaço (LGTB) foi modificado menos de 24 horas depois do anúncio. Outro trecho (direitos humanos) era plágio literal de um programa da gestão FHC. Um terceiro naco (pré-sal) tinha a profundidade de uma poça, rasa o bastante para que uma formiga atravessasse com água pelas canelas.

A marquetagem a serviço de Dilma logo se deu conta de que a peça de Marina era uma oportunidade a ser aproveitada. Com um par de filmetes apelativos, a equipe de João Santana empurrou a rival para a defensiva. Num, a ideia de dar independência ao Banco Central foi vendida como rendição aos banqueiros. A comida some do prato dos pobres. Noutro vídeo, sustentou-se que, ao negligenciar o pré-sal, Marina tiraria R$ 1,3 trilhão da educação. As letras desaparecem das páginas de livros manuseados por estudantes com ar de espanto.




O destinatário do terrorismo, o eleitor da Classe ‘C’, foi atingido em cheio, demonstra o Datafolha. Nesse universo, composto por brasileiros com renda familiar de 2 a 5 salários mínimos, Dilma e Marina estavam empatadas em 34% há uma semana. Agora, a presidente prevalece sobre a desafiante por 37% a 30%. Revelou-se devastadora também a boataria de que Marina, insensível a mais não poder, aniquilaria os programas sociais. No Nordeste, a supremacia de Dilma (59%) sobre Marina (33%) num hipotético segundo turno alargou-se de 13 para 26 pontos percentuais.

Propagou-se, de resto, a tese segundo a qual a falta de estrutura partidária de Marina levaria o país a uma crise de governabilidade. Algo que a aversão da substituta de Eduardo Campos aos partidos e aos políticos ajudou a potencializar. Supremo paradoxo: os mais de 11 minutos de propaganda que permitem a Dilma desqualificar Marina foram propiciados por um conglomerado político que consolidou no Brasil um regime hediondo: a cleptocracia.

Mantidas as atuais tendências, Marina será abatida na sucessão de 2014 pela munição que ela própria forneceu ao “marketing selvagem” de João Schwarzenegger Santana. Na hipótese de perder, Marina talvez assimile um ensinamento: na conciliação entre o ideal e a prática, os vícios devem entrar na composição das virtudes como os venenos na dos remédios. Misturando-os pode-se desejar e sonhar como um menino. Sem descuidar das armadilhas que impedem o adulto de fazer e acontecer.



*Ibop Tracking presidencial sabático

Se a eleição fosse hoje a presidente Dilma seria reeleita no primeiro turno.

Veja o resultado do tracking de hoje:




Dilma Roussef (PT) 51%
Marina Silva (PSB) 25%
Nanicos Neves e cia 24%

A margem de erro da pesquisa será divulgada apenas na boca-de-urna.

*Instituto Briguilino de Opinião Pública


Ricardo Kotscho: Por que Dilma pode levar no primeiro turno?

Dez entre dez comentaristas, analistas e especialistas garantem que a economia brasileira vai mal, de mal a pior. Falta muito pouco para o apocalipse, garantem eles, a uma semana das eleições presidenciais.

Os sábios nativos gostam de citar uma frase atribuída a James Carville, célebre marqueteiro político, conselheiro de Bill Clinton nas eleições americanas de 1992, em que ele derrotou George Bush. "É a economia, estúpido!".

Pois se a economia brasileira não é nenhuma Brastemp, longe disso, como explicar então que a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, continue aumentando sua vantagem nas pesquisas, abrindo a "boca do jacaré" na reta final, a ponto de poder liquidar a fatura já no primeiro turno?

Logo após a divulgação da nova pesquisa Datafolha, na noite de sexta-feira, em que Dilma abriu uma vantagem de 13 pontos (40 a 27) no primeiro turno, chegando a 45% dos votos válidos, Heródoto Barbeiro me perguntou no Jornal da Record News a que eu atribuía a derrocada da candidatura de Marina Silva.

As análises que já havia visto e ouvido eram unânimes em apontar a agressividade da campanha negativa do PT como responsável pela queda de Marina. Pode até ter influído, mas certamente não foi a razão principal para explicar o que aconteceu nas últimas pesquisas, que voltaram a registrar números muito próximos aos de abril, quando foi dada a largada para a corrida presidencial. Tivemos muito dinheiro, tempo, pesquisas e palpites jogados fora durante todo este tempo, para voltarmos ao ponto de partida.




Só foi ao ler a chamada do Blog do Moreno (meu chapa Jorge Bastos Moreno) na home do portal de "O Globo", com a matéria de Clarice Spitz, que encontrei a explicação mais próxima da realidade. "Brasil: desemprego é o menor em 12 anos", diz o título da nota.

O professor Delfim Netto, manda-chuva da economia brasileira nos tempos da ditadura, que misturava sabedoria acadêmica com bom humor popular, costumava dizer que a parte mais sensível do corpo humano é o bolso. É com este sentimento que a maioria dos eleitores vai às urnas: minha vida melhorou ou piorou? Se melhorou, vota no governo, na continuidade; se piorou, dá a vitória à oposição. Simples assim.

Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, divulgada esta semana, a taxa de desocupação ficou em 5%, a menor para um mês de agosto nos últimos 12 anos. É preciso dizer mais alguma coisa? Trata-se de um quadro próximo ao do pleno emprego.

Emprego e renda sempre foram os paus da barraca dos governos do PT desde que o partido chegou ao poder em 2003, por piores que fossem os dados macroeconômicos e as crises políticas, que a maioria da população nem entende, porque ninguém vive de PIB nem de CPI, mas de salário no fim do mês, quer dizer, dinheiro no bolso.

Quem ainda vota por ideologia? Só os muito ricos, os radicais de um lado ou de outro, os antigos intelectuais chamados orgânicos, ou seja, uma pequena parcela do eleitorado. Foi isso que os candidatos da oposição ainda não conseguiram entender. Só bater no governo não resolve. Parafraseando Carville, é possível resumir a ópera em quatro palavras: "É o emprego, estúpido!"

Mais uma vez, ao que tudo indica, sem querer saber de balas de prata, delações premiadas, notícias catastróficas, denuncias cabeludas, formadores de opinião e quetais, os eleitores votarão por interesse: os seus próprios interesses.



Paulo Nogueira: o que o ultimo Datafolha mostra

Muita gente atribuiu os números do último Vox Populi a uma suposta simpatia do instituto pelo PT.

Mas os resultados do Datafolha divulgados hoje reforçam o que o Vox Populi apontava: o momento é inteiramente favorável para Dilma.

O quadro, a pouco mais de uma semana das eleições, é o seguinte: Dilma cresce, Marina diminui e Aécio fica parado.

A grande questão, hoje, é se esta tendência se manterá. Caso isso aconteça, são grandes as chances de Dilma levar no primeiro turno.

Os adversários de Dilma estão ajudando, é verdade. Aécio insiste em falar em corrupção, como se fosse um Catão e os brasileiros idiotas.

Não poderia triunfar, a verdade é essa, um candidato que começa sua campanha jurando à plutocracia que iria tomar “medidas impopulares”.

Marina se enrolou nela mesma. Abraçou um projeto conservador e depois teve imensa dificuldade em sustentá-lo. Um dos casos mais notáveis de guinada foi o da CLT, que ela prometeu “atualizar” para empresários e depois, diante da reação de sindicatos, disse ser “sagrada”.




A campanha de Dilma foi brilhante, talvez melhor até que seu governo.

Mesmo sendo situação, ela soube capitalizar o desejo dos brasileiros de mudar. “Muda Mais” é um dos melhores slogans da história política nacional.

Em outro ponto explorado pelos adversários, o da corrupção, ela também tomou a dianteira. Disse que a grande diferença entre hoje e antes é que no passado a corrupção era empurrada para debaixo do tapete, e agora é combatida.

Fora tudo, ela se beneficiou de um estado de espírito que tomou o mundo: a insatisfação com a desigualdade social.

Neste campo, são inquestionáveis os avanços promovidos primeiro por Lula e depois por ela.

Programas como o Bolsa Família e o Mais Médicos mudaram para melhor a vida dos pobres.

Sinal disso, tanto Aécio quanto Marina gastam um bom tempo de suas falas na defensiva, garantindo que não irão mexer em nenhum desses programas.

O pior, para Aécio e Marina, é que eles não têm um único projeto social novo, de porte, para anunciar.




Por fim, não se deve subestimar também a força eleitoral de Lula. Com seu carisma, com sua popularidade e com seu humor cortante, ele se empenhou intensamente pela pupila.

Aécio não teve um padrinho desses: FHC tira votos, em vez de trazer. E Marina teve em Neca Setúbal uma conselheira e apoiadora de muito menor impacto eleitoral que Lula.

Todas as circunstâncias, vistas as coisas em retrospectivas, foram dar no cenário de hoje: o franco favoritismo de Dilma.

Pode mudar? Pode. Mas é altamente improvável. Aécio está fora do jogo. No jargão do futebol, tem chances matemáticas. E para Marina a maior vitória será conseguir se arrastar, em meio à rápida erosão de intenção de votos, até o segundo turno.