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Juiz (?) Moro considera pertubadora planilha do Youssef

O premiado juiz(?) Sérgio mora se pertubou com uma planilha do senhor delator Alberto Youssef. Qual o motivo dessa pertubação?...

"a fraude a licitação, sobrepreço e propina vai muito além da Petrobras".

Acredito não!!!

Toda fraude, todo sobrepreço, toda propina, toda corrupção foi, é, e sempre será na Petrobras e nos governos petistas, seja municipal, estadual ou federal.

Na planilha estão detalhadas roubalheiras em mais de 750 obras públicas. Óbvio que todas de governos petistas ou quando muito, da base aliada.

Eu só me pertubo é como o mpf e o judiciário consegue separar o dinheiro limpo e o dinheiro sujo das empreiteiras...

É que elas financiaram campanhas eleitorais da situação e da oposição. Porém, paladinos da moral e ética do mpf-PR e Moro conseguem detectar que:

O dinheiro que foi para o PT e aliados era propina.

O dinheiro que foi para o Psdb e demais da oposição era doação legal.

Sem longas, nem delongas, esse pessoal é jenial!


Renato Janine Ribeiro

E se nosso ponto de partida estiver errado?

Um principio básico da ciência e que, quando uma hipótese não explica os fenômenos, devemos procurar outra que de melhor conta deles. Este principio me ocorreu ha poucos dias. Afinal, quase todos os analistas, eu inclusive, temos criticado a presidente da Republica por seu estilo de pouca negociação. Ate ficamos espantados: como sobe a presidência alguém que ignora princípios tão elementares? Mas ai parei. Nunca e bom apostar na ignorância ou inépcia daquele a quem criticamos. Pode ser que Dilma Rousseff erre sim ao não negociar, ao não fazer politica. Só que...

Se isso não for obvio? Se nosso ponto de partida estiver errado?

Durante milênios, os homens acreditaram que os astros, inclusive o sol, giram em torno da Terra. Só que, desse jeito, alguns astros têm um movimento estranho, irregular, e ate mesmo retrogradam. Já com a astronomia moderna, heliocêntrica, os movimentos dos planetas - inclusive a Terra - em torno do Sol descrevem orbitas mais regulares. Essa, a lipao cientifica: se os resultados soam absurdos, devemos questionar a hipótese de que partimos. No caso, em vez de pensar que Dilma ignora o mais elementar da razão e da politica, indagar o que ela efetivamente pretende.

Da para governar bem e ser honesto no Brasil?

No seu primeiro ano de governo, Dilma demitiu todos os auxiliares acusados de corrupção. Foi aplaudida. Mas logo começaram a questiona-la: por que não fazia alianças? Porque não gostava dos políticos? ou, sei lá, da própria politica? Só que, num Pais em que tantos políticos importantes são suspeitos de corrupção, negociar com eles o que significa? Podemos ter decência no exercício do poder e, ao mesmo tempo, transito livre pelo mundo dos políticos?

Essa e a realidade atual, que precisa mudar, mas isso não será fácil. E se Dilma for representativa de nosso desejo difuso de uma politica competente e sem corrupção? Ela se irrita, sim, com quem esta a sua volta, o que politicamente e inábil, mas isso porque cobra eficiência. E isolou a família da politica. Nem ela nem os familiares despertam suspeitas de favorecimento pessoal. Pode ate governar mal, só que detestando a corrupção e a ineficiência. Mas basta detesta-las para supera-las?

A hipótese passa a ser: e se o "momentum" Dilma for exatamente a tragédia mais representativa daquilo que desejamos? Se o problema não estiver nela, mas em nos? Em nos, analistas da politica e cidadãos, que pretendemos o melhor de dois mundos: eficiência e honestidade.

Pode haver governabilidade, no Brasil de hoje, sem corrupção? Podemos ter governabilidade sem negociações e alianças, que vão ao limite de nossa irresponsabilidade?

Para não ficarmos num só partido, lembremos a rebelião do PCC em São Paulo em 2006, quando a quadrilha paralisou a cidade por alguns dias. A situação só foi resolvida quando 0 governo estadual - que e do PSDB - negociou com 0 PCC e cedeu. Meticulosamente, deletamos este passado (embora ainda presente) de nossa memoria.

E ouvi de Dráuzio Varella que desde o massacre do Carandiru em 1992, ocorrido no governo do PMDB, a policia não entra nos presídios do Estado. São geridos pelo crime. Isso e inadmissível. Mas assim baixa a violência nas cadeias e mesmo 0 crime fora delas.

Essa mistura de bem e mal, de resultados positivos e meios obscuros para consegui-los, merece atenção. Porque lavamos as mãos. Denunciamos a corrupção e queremos que as leis passem no Congresso. Mesmo na ditadura, isto e, num regime em que 0 Congresso pouco decidia, 0 assessor presidencial Heitor de Aquino dizia, quando ia negociar a aprovação de decretos-leis pelos parlamentares, que ia abrir o "barril de peixe podre". Imagina-se 0 odor. Fingimos que ele não existe, ou que nasceu ontem.

Uma vez, estive na antessala de uma pessoa com certo poder. Faltava agua no seu prédio. Ouvi a secretaria telefonar a alguém: "Não quero saber como, mas você terá que resolver 0 problema em duas horas". Pensei que era uma forma de exigir eficiência e presteza. Mas depois entendi que esse bordão serve para colocar 0 encarregado a margem da lei. Vire-se. Se violar a lei, viole. Mas eu lavo as mãos. "Não quero nem saber!"

E se Dilma tiver a mesma convicção que 0 povo brasileiro? Se também quiser 0 fim da corrupção e, ao mesmo tempo, um governo eficiente? Se sua aversão aos políticos for porque não ere na sua honestidade, nem competência? Neste caso, não a estaremos condenando, exatamente porque tem os mesmos propósitos da maioria da sociedade?

Esta e uma hipótese. Não justifica a presidente, no sentido de aprova-la e apoia-la. Ela deveria dialogar, se não com a categoria politica, certamente com a sociedade. Mas a hipótese talvez explique os fenômenos, isto e, a ação - e inação - de Dilma, melhor do que a suposição de que ela e inepta politicamente. E cabe perguntar se a psicanalise não ajuda a entender 0 ódio crescente a ela. Ódio ao outro e projeção de ódio a si mesmo (simplifico, claro). Talvez ela cause tanta rejeição porque nos mostra, as escancaras, um dilema que queremos esconder de nos. Queremos a honestidade sem pagar 0 prego por ela. Pensamos que a honestidade dos políticos, quando vier, vai nos cumular de bênçãos. O dinheiro que e roubado da sociedade vira a nos como as fontes de leite e mel da Terra Prometida. Esquecemos que chegar a isso da trabalho, e que também terão que acabar muitas condutas nossas, "informais" dizemos as vezes, imorais ou ilegais. Mas, sobretudo, esquecemos que reformar a politica não e só dos políticos. Demanda esforço de quem os elege, e esse esforço não se resume em raiva, menos ainda, insultos.




Renato Janine Ribeiro e professor titular de ética e filosofia politica na Universidade de São Paulo. Escreve as segundas-feiras

E-mail: rjanine@usp.br

Trollha de Sao Paulo

Suposto filho de suposta irmã de suposta mãe de suposto governador tucano, é indiciado, no Paraná (não em São Paulo, favor ressaltar).

#PodemosTirarSeAcharMelhor

Zé Dirceu: Situação nacional requer solução urgente

O momento exige uma solução global e rápida para a sustentação política do governo no Congresso Nacional, garantia necessária a estabilização da economia e a abertura de perspectivas a novos investimentos. É fundamental e urgente a aprovação, no Congresso, do pacote econômico, após as necessárias negociações e acordos que atendam a demanda das centrais sindicais e, ao mesmo tempo, preservem o superávit de 1,2% do PIB.
Esta equação pode, sim, ser encontrada e resolvida, a exemplo do ocorrido na correção da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas, quando foi preservada a renda dos que ganham menos com a correção de 6,5%.
As dificuldades que se apresentam no cenário poderão ser superadas. O Real desvalorizado aponta para um superávit na balança comercial e um déficit menor nas contas externas cobertas pelos Investimento Estrangeiro Direto (IED). A arrecadação de fevereiro melhorou; avançam as negociações para o financiamento pelos bancos da Sete Brasil, maior parceira da Petrobras; o Brasil e a Petrobras mantiveram suas notas de agências de risco; e o país permaneceu no grau de investimento.
Foram as bases sociais que apoiaram e sustentaram governos do PT
Como é preciso manter os investimentos na infraestrutura e no pré-sal, são importantes a continuidade das concessões, a reorganização do plano de investimentos da Petrobras e a renegociação e alongamento de sua dívida, inclusive com a venda de ativos. Paralelamente, os programas sociais precisam ser mantidos, entre eles o Minha Casa Minha Vida, para sustentar o emprego (que tende a aumentar), e a renda, para que o mercado interno atenue a queda do crescimento e evite uma recessão.
A questão política precede à econômica e abre caminho para uma melhora geral do ambiente econômico. A sustentabilidade política não se esgota no Parlamento, na melhoria das relações com o Congresso Nacional e no equacionamento da aliança com o PMDB.
A sustentabilidade política depende, também, de uma ampla negociação com os sindicatos e movimentos sociais, com o empresariado e suas lideranças, para se encontrar um programa mínimo que evite a recessão e crie as condições para a retomada do crescimento, com distribuição de renda. Afinal, foram as bases sociais que apoiaram e sustentaram o governo do PT nos últimos 12 anos.



Gilmar Dantas pauta Cunha e Calheiros

O mininistro do STF - Supremo Tribunal Federal -, Gilmar Dantas, chantageia Eduardo Cunha e Renan Calheiros, presidente da Câmara Federal e do Senado, respectivamente. Investigados na Corte, estão fazendo de tudo agradar o senhor HCs relâmpago, e em nova PEC contra presidente Dilma Roussef, quer impor prazo para escolha de ministros do tribunal.

A presidente está dando beijim no ombro para escolha de ministros do STF. Na realidade ela prefere que a escolha fosse feita pelos próprios juízes.

Enquanto isso o PT estuda qual o melhor instrumento para também estipular um prazo para ministro devolver processo que pediu vistas.

A ideia é evitar que um juiz possa indefinidamente paralisar uma decisão já tomada pela maioria da Corte, exemplo: a proibição de financiamento eleitoral por empresas.

Falta pouco para completar um ano que o juiz mais rápido do mundo - para dar HCs a banqueiro - esqueceu numa das suas gavetas imunda.

O PT decidiu, a partir de agora nenhuma ação contra o partido ou a presidente Dilma Roussef ficará sem resposta.



Mensalão tucano: o juiz sumir

Paulo Peixoto, repórter da Folha de São Paulo, descreve fato absolutamente natural, absolutamente prevísivel, o judiciário e ministério público protege os seus colegas:

CASO DO MENSALÃO TUCANO ESTÁ PARADO NA JUSTIÇA DE MINAS


Um ano depois de o Supremo Tribunal Federal determinar que o processo do mensalão tucano contra o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) deveria ser julgado na primeira instância da Justiça em Minas Gerais, nada foi feito para concluir o caso, que se arrasta há quase uma década.

Além de o julgamento não ter acontecido, desde 7 de janeiro a 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, onde tramita a ação, está sem juiz, porque a titular se aposentou.

Terá sido exatamente essa a ideia do presidente Barbosa, quando relatou, presidiu e mandou prender no mensalão do PT?
Aos petistas, a cadeia!
Aos tucanos, a impunidade.
O bem-bom!
É possível que seja essa a jurisprudência que a vara do Dr Moro, no Paraná, segue à risca.
Com a exceção do Anastasia, coitado, feito bode expiatório.
E de um morto, que Deus tenha a sua alma, o ínclito presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, que fazia companhia ao Álvaro Dias na tal CPI do milhão…
Barusco, você está proibido de falar do que fazia no Governo do Príncipe da Privataria!
Não vem ao caso!
No caso do mensalão dos tucanos, não há nem bode.
Quanto mais que expie.

Paulo Henrique Amorim



Briguilina da hora



Pulgas detrás das minhas orelhas não cansam de perguntar:
E se o juiz (?) que tivesse julgando um tucano graúdo fosse casado com uma advogada do PT, a oposição midiática o consederaria "suspeito" de parcialidade no julgamento?



Leandro Fortes

.. "Essa história da Reuters é mais do que emblemática. A alternativa colocada pelo repórter, de se retirar do texto a referência à corrupção nos governos do tucano Fernando Henrique Cardoso, explicitou blindagem ideológica da mídia ao PSDB. Mas deixou claro, principalmente, que já existe uma geração de jornalistas moldada na política de servidão voluntária das redações. 'Podemos tirar, se achar melhor' talvez seja o mais acabado slogan do que se transformou o jornalismo desses tempos sombrios."



Pra desopilar

- Mozinho, o que é leptospirose?

- Minha fofa, leptospirose é uma doença que ataca usuários de laptop. É contagiosa e transmitida pela urina do mouse, time line de redes sociais, tipo:

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Professor Hariovaldo: ApeoeSP contrata figurantes e falsifica greve em SP

O mundo todo sabe que que não está tendo greve de professores no Estado de São Paulo, mas o sindicato comunista da categoria, numa vã tentativa de manchar a augusta imagem do excelente governo bandeirante, contratou algumas centenas de figurantes e com o auxílio de editores de imagem fingiu haver milhares de pessoas em seu movimento, quando na verdade tudo não passava de um truque.
Elementos cubanos e venezuelanos foram detectados pela Força Pública insuflando o movimento
Também pudera, a falta de adesão dos propedeutas ao movimento grevista se dá pelos excelentes índices salariais da categoria no Estado, de tal forma que somente com o uso de artifícios e mentiras os líderes bolchevistas conseguem alguma mobilização, mesmo que com alguns gatos pingados.
Notem que a maioria dos manifestantes são elementos comunistas trajando vermelho, que nada tem a ver com os professores
A prova maior que tal greve não existe pode ser verificada diariamente na Emissora da Revolução, não há nenhuma referência a mesma na programação jornalística, provando que realmente inexiste tal movimento. Assim sendo, é lamentável que um ou outro elemento ainda tente avacalhar o cotidiano dos homens bons com tal tentativa inútil de macular a administração perfeita do grande líder varonil que governa esse Estado guia da Nação.



Observatório da imprensa

A ética vesga do "jornalismo investigativo"

O objetivo foi claro: confirmar a justeza na exposição dos nomes divulgados até o momento na longa lista do Swissleaks – o vazamento da relação de correntistas do HSBC na Suíça. Mas o resultado é uma sentença de autocondenação: na entrevista publicada simultaneamente no jornal O Globo (ver aqui) e no blog do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL (e aqui), que têm exclusividade na apuração, a diretora-adjunta do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), Marina Walker Guevara, afirma que “não interessa revelar a conta secreta de pessoas comuns, que são irrelevantes e não influenciam no destino do país nem na opinião”. E que “o trabalho do repórter é justamente pegar essa base de dados e aplicar sobre ela critérios de interesse público, avaliando que pessoas devem entrar em reportagens e que pessoas não precisam ser expostas”.
Já em artigo publicado na Folha de S.Paulo (“Jornalismo e interesse público”, em 4/3), Marina justificava o motivo pelo qual o ICIJ não publicava a lista completa de nomes: “[É porque] somos jornalistas investigativos, não vazadores de dados, ou ativistas, ou um órgão governamental”.
Os jornalistas brasileiros que apuram este caso, entretanto, não parecem estar agindo de acordo com os princípios que eles mesmos prometeram respeitar. E a recente entrevista da representante do ICIJ é uma comprovação disso.
Exposição indevida
Do contrário, como justificar – apenas para citar um exemplo mais evidente – a divulgação do nome dos quatro filhos de Alberto Dines, apresentados em meio a uma relação de “empresários de mídia e jornalistas”, em 14/3? No caso específico, o fato é especialmente grave porque os dois jornalistas estiveram com ele no programa de TV do Observatóriodedicado ao caso, naquela mesma semana. Tiveram todas as oportunidades de esclarecer o que precisaria ser esclarecido – como o próprio Dines fez, em artigo publicado no mesmo dia em que saíram as reportagens (ver “Vazamentos suíços, canalhices brasileiras”). Tais esclarecimentos teriam sido suficientes para evitar a exposição indevida daquelas pessoas, e o dano irreparável que isso provoca.
Para piorar, O Globo publicou um quadro em que os quatro aparecem identificados como “família Dines”. Alguma dúvida a respeito do alvo real da suspeita?
Em artigo seguinte (“Consórcio de jornalistas e não um ‘pool’ de jornais”), Dines isentou o jornalista Chico Otavio de responsabilidade e afirmou que “a matéria foi editada e manipulada por ordem do ‘aquário’”. Diante de fato tão grave, qual deveria ser a atitude do repórter?
Procurado, Chico Otavio não quis se manifestar.
Na mesma edição, aparece o nome de Arnaldo Bloch, colunista de O Globo, e sua justificativa, que também seria suficiente para que seu nome não fosse sequer mencionado.
Ao mesmo tempo, representantes dos grandes grupos de mídia são citados, respondem que não têm nada a declarar, e fica por isso mesmo.
Celebridades e interesse público
Na segunda-feira (23/3), os jornalistas envolvidos nesse trabalho divulgaram uma lista de celebridades brasileiras, ou que atuam no país. Há interesse público na exposição desses nomes? Em seu blog, Fernando Rodrigues diz que sim, porque celebridade vive de exposição pública, frequentemente se apresenta como um exemplo para a sociedade e sua privacidade não pode ser medida pela mesma régua que mede a de um cidadão anônimo. Mais: muitas delas receberam dinheiro público para seus projetos. Esta, entretanto, seria uma justificativa menor, porque, afinal, todos os cidadãos, célebres ou anônimos, têm obrigação de prestar contas ao fisco, seja qual for a origem do dinheiro que recebem.
O problema todo é o rigor na conceituação de interesse público: celebridades, por definição, diferem dos cidadãos comuns, mas, se não cometeram nenhuma irregularidade, por que deveriam ser expostas? Será difícil concluir que a simples exposição já insinua a suspeita? Não foi exatamente por saber disso que o repórter justificou, desde o início, o cuidado em não revelar imediatamente a íntegra da lista?
No entanto, ele agora sugere que os citados poderiam adotar uma atitude simples para mostrar que está tudo legal com eles – noutras palavras, para afirmar sua inocência:
“Basta mostrar a linha da declaração de bens no Imposto de Renda indicando que o eventual depósito no exterior foi informado à Receita Federal”. E termina com um “#ficaadica”.
É isso mesmo? Agora as pessoas devem exibir documentos a um jornalista? Justamente a um jornalista que demonstrou saber que só pode ir “até onde o ofício permite” e que a profissão “tem limites fixados pela lei”? (Ver, a propósito, neste Observatório, “A ética pisando em ovos”.) Que é o governo que tem os meios para pesquisar quem é ou não passível de acusação e processo?
A “vacina”
A exploração da imagem das celebridades nesse caso pode perfeitamente servir como cortina de fumaça, como tantas vezes ocorre: atrai-se a atenção do público para um lado, enquanto o outro continua na sombra.
Mas não é só isso. Agora, como na lista que misturava empresários de comunicação e jornalistas, há um embaralhamento que levanta dúvidas quando aos critérios e as intenções de quem divulga as informações.
Na sua página no Facebook, o professor Nilson Lage deu o tom dessa crítica:
“Em novo pequeno jato urinário, sai leva fresca de supostos depositantes brasileiros em banco suíço.
“Os agentes que se apossaram da relação completa de correntistas brasileiros no HSBC têm o cuidado de juntar contas ativas e inativas e de misturar os reais possíveis sonegadores com nomes de alta credibilidade.
“Na relação anterior, apareceu, de maneira enviesada, o nome do Alberto Dines, citado como pai de dois cidadãos que não moram no Brasil – e que ele, portanto, nada tem com o caso.
“Agora, ao lado de atores da Globo e outras mediocridades, surgem as contas inativas dos falecidos Jorge Amado e Antônio Carlos Jobim.
“Ambos receberam quantias vultosas do exterior pelos direitos autorais de suas obras, o que provavelmente explica as contas encerradas.
“Essa estratégia objetiva evidentemente diluir a suposta responsabilidade dos depositantes amigos.
“Dines, Jorge, Tom e outros cumprem aí função há muito descrita na crítica do discurso fascista: a ‘vacina’ (Mithologies, R. Barthes, 1957; La propagande politique, Domenach, J-M, 1950)”.
Para esclarecer, citando Barthes, na edição brasileira: “Vacinar o público com um pouco de mal, para em seguida o mergulhar mais facilmente num Bem Moral doravante imune”.
Ao mesmo tempo, é necessário sublinhar o método adotado, que obedece à regra do que costumo chamar de “jornalismo de mãos limpas”: como se bastasse mostrar os dois lados da moeda e lavar as mãos, sem avaliar-lhes a espessura, o peso e a qualidade do material.
Esta tem sido a fórmula, ao longo das semanas: divulga-se uma lista e ouve-se o “outro lado”, que nega ou silencia.
É assim que se investiga?


Debossan Moretzhon - jornalista, professora da Universidade Federal Fluminense, autora de Repórter no volante. O papel dos motoristas de jornal na produção da notícia (Editora Três Estrelas, 2013) e Pensando contra os fatos. Jornalismo e cotidiano: do senso comum ao senso crítico (Editora Revan, 2007)

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