Dilma a Mãe dos brasileiros

Dilma se consolidou para milhões de brasileiros não como uma presidenta, exatamente, mas como uma mãe.

Daí seu prestígio. Se Dilma tem um favoritismo amplo para se reeleger em 2014, talvez já no primeiro turno, isso se deve, em grande parte, à aura maternal que os brasileiros enxergam nela.

A chamada voz rouca das ruas confia que ela, como uma mãe zelosa, estará cuidando de seus interesses. Sempre.

Joões e Marias foram bombardeados, nos últimos dias, com complexas discussões a respeito do modelo de exploração do Campo de Libra. Ouviram também as mais variadas interpretações sobre o extraordinário sucesso, ou o fenomenal fracasso, do leilão de Libra.

Em circunstâncias normais, reinaria entre os brasileiros uma confusão inextricável. Como aquele padeiro que depois de ouvir um magnífico voto no mensalão perguntou se o juiz condenara ou absolvera o réu, os brasileiros não saberiam se era o caso de festejar ou lamentar o leilão.

Mas acima de todo o debate pairou, para eles, a figura maternal e tranquilizadora de Dilma. Em decisões difíceis, todo filho confia que a mãe analisou cada coisa positiva e cada coisa negativa antes de se definir.

Se a mãe está dizendo que o leilão foi bom é porque foi bom, para Joões e Marias. Se a mãe está dizendo que a riqueza nacional foi preservada é porque foi.

Presidentes que alcançam a dimensão de ser vistos como pais ou mães são especialmente duros de enfrentar nas urnas. Na Alemanha, Merkel é mãe para muitos. Na Venezuela, Chávez foi pai para muitos. No Brasil, antes de Dilma, Lula foi também pai para muitos.

Podemos ficar momentaneamente bravos com a mãe, mas logo a desculpamos. Em junho, os brasileiros ficaram bravos com Dilma. Chegaram a vaiá-la num jogo de futebol. Mas, como mostram as pesquisas, logo foram perdoando.

Do lado oposto, a aura estereotipada de padrasto – alguém distante, antipático e cheio de si — não ajuda muito candidatos a voos altos. Ninguém preenche melhor esse estereótipo do que Serra.

Quem se sente filho de Serra? Ele parece estar muito acima do cidadão da rua: outro vocabulário, outras roupas, outras prioridades. E uma torrencial soberba que o levou, recentemente, a dizer que presidente não tem que aprender nada, ao contrário do que Dilma sugeriu quando afirmou que a cada dia conhecia coisas novas.

Pergunte a Joões e Marias o que eles acham da frase de Serra. Com acerto, vão dizer que ele está dizendo que sabe tudo e, por isso, é o melhor candidato à presidência. A rejeição a Serra se explica na rejeição que todos temos ao estereótipo do padrasto – aquele homem que nos suporta, no máximo.

Aécio é, no imaginário popular, basicamente um playboy, um eterno adolescente. Podemos querê-lo como companhia numa festa ou numa mesa de bar, mas tememos entregar nosso destino a ele porque não o julgamos suficientemente responsável. Ele é o irmão festeiro que todos temos, mas para virar presidente teria que ser um pai aplicado.

Eduardo Campos, por enquanto, não é nada. Ou retificando: é o irmão ambicioso, aquele que nem bem entrou numa empresa já faz planos para a presidi-la. Tem muita ambição, mas será que tem na mesma quantidade talento para materializá-la?

É um executivo que leu sobre a importância das alianças, e foi buscá-la numa outra executiva. Acontece que essa outra executiva quer o mesmo cargo. Isso quer dizer que chegamos a ela, Marina.

Na metáfora familiar, Marina é aquela tia carola que acha que com orações Deus pode realizar todos os pedidos. Mas se os brasileiros entenderem que os pedidos da tia são para ela mesma – o Planalto – podem não dar muita atenção a ela.

Em meio a tudo isso está a mãe, batalhadora e presente para seus filhos, mesmo não sendo necessariamente brilhante. Mas isso não chega a ser um problema: filhos exigem carinho e atenção da mãe, muito mais que brilhantismo.

E é por tudo isso que Dilma já é, virtualmente, presidenta por mais um mandato a se iniciar em 2015.

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Nem phodendo

Era uma vez, numa terra muito distante uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago de seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã. Então a rã pulou no seu colo e disse:
- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bom. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformou-me nessa rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo e poderemos casar e constituir um lar feliz em teu lindo castelo. A minha mãe pode vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre!
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:

"NEM FUDENDO"

Luis Fernando Veríssimo

Os sacerdotes que abusaram de mim, Eyup York

"Quanto era muito criança, sem ter consciência, sem liberdade, sem poder defender-me, um deles me fez filho de Deus, herdeiro da Vida Eterna, Templo do Espírito Santo e membro da Igreja, nunca poderei perdoar-lhe por ter-me feito tanto bem.

Outro insistiu em meus tenros anos em inculcar-me, violentando a minha vontade, o respeito pelo nome de Deus, a necessidade absoluta da oração diária, a obediência e a reverência aos meus pais, o amor pela minha pátria, e me ensinou a utopia de não mentir, não roubar, não falar mal dos outros, perdoar e todas essas coisas que nos fazem tão hipócritas e ridículos…

Outro apareceu mencionando que o Espírito Santo devia vir completar a obra começada no Batismo, que me fariam falta seus dons e seus frutos, que já era hora de que viesse em minha ajuda Aquele que me faria defender a Fé, como um soldado. Que ousadia falar em termos tão bélicos! Fez nessa época que eu cuidasse minha alma frente ao mundo, que fosse nobre, leal e honesto…

Outro abusou dando-me livros para ler, não lhe bastassem seus conselhos, que faziam colocar o olhar na eternidade e viver como estranho aqui na terra. Quem tirará agora da minha cabeça os quatro Evangelhos? As glórias de Maria? A imitação de Cristo? As Confissões? As Moradas? Etc. Quem será capaz de curar-me de todos esses tesouros que me marcaram para sempre?

Outro abusou da minha ignorância ensinando-me coisas que não sabia. Outro não falava, mas sua vida virtuosa me inclinava cada vez mais a imitá-lo. Houve alguns que se aproveitaram de mim em momentos inesperados e me corrigiram, me alentaram, e até rezaram por mim.

Outros, quando eu já estava em um círculo do qual não podia sair, insistiram com minha natureza caída e me incitaram a receber a Jesus Cristo em Corpo e Sangue, para resistir aos embates do inimigo, para fortalecer minha fraqueza e santificar-me cada dia mais. Embora, para aquele que leia esta denúncia, pareça que isso já é demasiado e que não seja possível, digo-lhe que os abusos seguiram aumentando, e tudo passou a coisas maiores. Cada vez que conhecia um sacerdote, se aproveitava de mim com renovados métodos, relíquias, santinhos, água benta, terços, bênçãos e orações de todo tipo, armavam um cerco com tremendos benefícios que chegaram ao limite do suportável.

Quero deixar clara esta injustiça cheia de perversidade, e que atendam a minha reclamação nesta denúncia, por que sei que alguns deles estarão esperando-me para seguir com essa iniqüidade, sentado num confessionário ou ao lado de minha cama quando estiver moribundo, e, ainda que desapareça, seguirão com sufrágios pela minha alma e súplicas de misericórdia.

Quero que se somem a minha voz todos aqueles que foram vítimas desses incidentes, e se sentiram ultrajados por estas pessoas, pois sei que a outros os uniram em matrimônio, a outros lhes descobriram a vocação, a outros até chegaram a ajudar-lhes materialmente ou guardaram com chave em seu coração, para sempre, segredos tremendos de suas misérias humanas.

Cuidemos seriamente para não termos trato com eles. Não demos a eles nossos dados. Não os olhemos nos olhos, não os consultemos absolutamente para nada. Não sigamos nenhum de seus passos, pois corremos o risco de um dia cair em suas armadilhas e salvar-nos eternamente".

Porque a Globo, Itaú e Natura apoiam Marina?

Estas Empresas querem apoiar a Marina Silva, porque estao interessadas no perdão da grande dívida fiscal que cada uma delas carrega. 

São todos picaretas interesseiros....golpistas que se locupletam mamando nas tetas do Governo. Todos seus executivos possuem Jatinhos particulares e tiram férias nas Ilhas Cayman, Bahamas, etc....  Porém não tem caixa para pagar as suas dívidas fiscais.

Fica mais uma vez provado que no Brasil só pobre é quem paga impostos....

Quanto a Marina Silva, espero que esta nao "entre na onda desses picaretas"  pois seu eleitorado odeia essa raça de sanguessugas.....................Se a Marina aceitar apoio dessa gentalha, será o seu fim politico ! 

José Oliveira

De que serve?...

Se os bons são imediatamente eliminados, ou são eliminados aqueles para os quais eles são bons?

De que serve a liberdade, se os livres têm que viver entre os não-livres?

De que serve a razão, se somente a desrazão consegue o alimento de que todos necessitam?

Em vez de serem só bons, esforcem-se para criar um estado de coisas que torne possível a bondade ou melhor: que a torne essencial!
Em vez de serem apenas livres, esforcem-se para criar um estados de coisas que liberte a todos e também o amor à liberdade torne essencial!

Em vez de serem apenas razoáveis, esforcem-se para criar um estado de coisas que torne o non sense de um indivíduo um bom negócio!

por Eugen Bertold Friedric Brech tradução de Google Translate

Oposição se deu mal ao antecipar debate sucessório

pesquisa IBOPE/O Estado de S.Paulo, publicada hoje pelo jornalão da família Mesquita, recoloca no lugar o debate antecipado imposto pela oposição sobre a sucessão presidencial e os frutos que ela colhe dessa precipitação. A pesquisa nem altera os resultados de levantamentos anteriores mais recentes, pelo contrário, confirma-os, todos indicando que, mantido o quadro de hoje, a presidenta Dilma Rousseff se reelege no 1º turno na eleição do ano que vem.
O que essa pesquisa IBOPE/Estadão traz hoje de mais importante é que ela expressa a derrota da oposição em sua estratégia de antecipar a disputa eleitoral presidencial. Apesar de todo espaço dado pela grande mídia e de sua insistência atribuindo ao ex-presidente Lula essa antecipação planejada e deflagrada pelos adversários.
Lembram-se do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lançando a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) contra a pretensão do José Serra de ser candidato ao Planalto pela 3ª vez? FHC fez esse movimento ainda antes de o presidente Lula anunciar que a presidenta Dilma é candidata à reeleição…
Apostaram na crise e ficaram a ver navios
O fato é que os oposicionistas apostaram na crise e na paralisia do governo. E até mesmo na sua desestabilização, via perda da maioria na Câmara dos Deputados, mediante eventual corrida parlamentar para novas candidaturas presidenciais…
Mas a resposta do governo às manifestações das ruas, as sucessivas vitórias governistas no Congresso Nacional – a mais expressiva destas, a aprovação da Medida Provisória que instituiu o Programa Mais Médicos -, a estabilização da economia sem recessão, desemprego e corte de gastos públicos, e a firmeza e serenidade com que garante e mantém a inflação sob controle, o emprego e a renda levaram a oposição a naufragar em sua estratégia de antecipar a corrida presidencial.
Também a própria situação internacional, o pouso suave do governo brasileiro conjugando sua política econômica à de estímulos do FED (banco central americano), junto com a firme vontade política de enfrentar o debate e as críticas da oposição, estão aí, expressos nessa mais nova pesquisa IBOPE/Estadão. São resultados que indicam o acerto da estratégia do governo.
Dilma não perde para ninguém no 1º e no 2º turno
A pesquisa ressalta ainda, sem deixar dúvidas, que a presidenta Dilma não perde para ninguém no 1º e muito menos no 2º turno, hipótese que, de acordo com este levantamento (e com anteriores), só ocorrerá se os candidatos da oposição forem a ex-senadora Marina Silva (PSB/Rede) e o ex-governador José Serra (PSDB).
Só nesta hipótese haverá haverá empate técnico no 1º turno, com os dois se aproximando da votação obtida pela candidatura Dilma Rousseff e a disputa vai para uma 2ª etapa.
José Dirceu

Teste de leitura

O gato assim fez
O gato é fez
O gato como fez 
O gato se fez
O gato mantém fez
O gato um fez
O gato anormal fez
O gato ocupado fez
O gato por fez
O gato dez fez
O gato segundos fez

Agora leia somente a terceira palavra de cada uma das frases e não 
resistirá à vontade de reenviá-lo!

Era uma vez

...digamos asssim, um Mundão.

Mundão queria fazer X da sua vida. mas o pai, a mãe, a sociedade, a mídia, o professor, o zé do 502, etc, disseram que betão iria se fuder se fizesse X, não iria ganhar dinheiro, não iria ter vida sexual, etc. aí, moço de bom-senso que sempre foi, betão sacrificou sua vida, recalcou suas vontades, fez tudo exatamente como mandaram e viveu a vida que projetaram pra ele e não a vida que queria viver.
Um dia, apareceu o Claudio Gustavo.
claudio gustavo vivia exatamente a vida que o betão sempre quis viver e, pasmem, claudio gustavo não se fodeu, se sustentava, tinha uma vida sexual e amorosa, etc -- nenhum daqueles medos que colocaram na cabeça do betão se realizou.
betão poderia tomar o simples fato da existência do Claudio Gustavo como um exemplo positivo para mudar sua vida, recuperar o tempo perdido, tentar fazer o que sempre quis.
mas mudar a vida dá um trabalho danado. além disso, Mundão agora já estava muito investido vivendo a vida que tinham mandado ele viver. Na verdade, aconteceu o contrário: Mundão tomou o simples fato da existência do Claudio Gustavo como exemplo negativo.
Sem nem entender direito o motivo e de forma totalmente inconsciente, betão desenvolveu verdadeira ojeriza ao Claudio Gustavo.
Agora, quando betão se senta entre outros homens que também viveram as vidas que lhes mandaram viver, exaustos de tanto trabalhar, cheios de dívidas e bebendo muito, a ojeriza geral ao Claudio Gustavo é tão auto-evidente que não precisa nem mesmo ser articulada ou justificada.
Enquanto isso, o Claudio Gustavo continua lá, vivendo a vida que escolheu, sem nem se dar conta de estar agredindo tanta gente.


Os Bourhasens da vida assinariam embaixo

Estamo-nos acostumando com as chamas urbanas. Uma pedrada aqui, um coquetel molotov ali, produzimos uma rotina burocrática, sintonizada com o pântano político. Nos fronts político, social e cultural o alarme está soando há algum tempo. Conseguimos sobreviver a uma longa ditadura militar. Será que vamos capitular diante de um governo que distribui cestas básicas e Bolsas Família?...

O texto acima é um trecho de um artigo de Fernando Gabeira publicado na Folha de São Paulo.

Triste!

Uma decadência sem nenhuma elegância ou apenas um reacionário revelando-se?...

Os conservadores quase acertaram: o leilão de Libra pode não conquistar muitos votos em 2014, mas tirou-lhes da boca o açúcar de um fracasso que não veio

...Eleições são assim mesmo, desafinadas. Em alguns casos ganha-se pouco, mas deixa-se de perder muito. Era o caso de Libra e faltou aos conservadores o domínio do fato.

Primeiro, batalharam para derrotar, no Congresso, a mudança do regime de concessão para partilha das reservas do pré-sal. Depois previram que o edital era inteiramente hostil ao setor privado, e apontavam para a desistência de duas conhecidas predadoras dos recursos naturais do planeta como prova da denúncia.

Por fim, torceram para que não se formasse qualquer consórcio alternativo ao acordo entre a estatal brasileira, Petrobrás, e as estatais chinesas, configurando quiçá uma das “resignificações identitárias” do chavismo estatal no esquisito vocabulário do ambientalismo marineiro. Outra bola fora. Além das estatais, participaram do conglomerado duas outras respeitáveis senhoras do comércio internacional do óleo: Shell e Total.

Para estragar definitivamente a digestão dos conservadores, o governo ainda criou, de quebra, uma empresa para controlar a exploração do campo de Libra e assegurar que sejam destinados à educação e à saúde os milhões de reais determinados em lei.

Dizem agora que as condições apresentadas pelo consórcio vencedor seriam melhores se forçado a uma concorrência, inviabilizada pelo edital. Dá-se que a concorrência processou-se antes, tal como confessado pelo representante da Repsol, quando as demais se deram conta de que não poderiam oferecer condições melhores do que as propostas pelo consórcio vencedor. Ou melhor, quando perceberam que o representante do consórcio vitorioso estava preparado para cobrir propostas concorrentes. Não foi por acaso que só depositou seu lance aos quarenta e cinco segundos do terceiro e último minuto da disputa. Fazer pouco caso do resultado com que agora desfilam os conservadores lembra a fábula da raposa e as uvas com a adaptação de que, no caso, foram eles as uvas, bem degustadas pela raposa.

Os frutos mais suculentos do leilão histórico estão no futuro e, em 2014, mencionar o evento seja algo abstrato para o eleitor médio. Um fracasso, contudo, carregaria um potencial de desânimo e descrédito governamental bastante superior aos votos que, ocasionalmente, a memorável vitória propicie. O que nos trás de volta ao desafinado das eleições. Tanto quanto e por vezes mais do que o apoio conquistado pelo trabalho realizado é o que se subtrai ao que o adversário conquistaria caso contrário.

Importa menos, por exemplo, que os governos Lula-Dilma tenham construído mais universidades do que em toda a história da República, não obstante ter sido e reeleito um presidente da República professor universitário, do que impedir a oposição de alegar ausência de atenção ao ensino superior. E o mesmo se aplica ao ensino médio, fundamental e técnico. No limite, a vitória é certa quando o adversário não tem discurso.

Sem ter o que anunciar que fariam, resta aos candidatos a candidatos da oposição enfatizar o “como” fazer. Por enquanto tem sido o blá,blá,blá de sempre: mais eficiência e mais honestidade. Nenhum deles, todavia, por si ou por familiares, possui currículo impecável em qualquer dos dois tópicos. Marina não é sombria e prá baixo só quando se apresenta e fala. Ela confunde eficiência com inação e negativismo, tal o legado que deixou no ministério que ocupou quase até o fim do governo Lula. E passada a lua de mel com a oposição tradicional, Eduardo Campos, se ainda for candidato, terá que se haver com o tratamento que lhe darão Aécio Neves e/ou José Serra. E estes entre si e com Campos. Problemão.

Eleições não se decidem apenas com votos pessoalmente conquistados, mas também com aqueles perdidos pelos outros. Conquistar o máximo com um mínimo de perdas é o cálculo de ouro em que são mestres os grandes estadistas. Lula, por exemplo.

Artigo de Wanderley Guilherme dos Santos, extraído da Carta Maior


Viver ou não viver, eis a questão




Não interessa se existe ou não, vida após a morte. 
O essencial é:
Você vive ou apenas espera a morte?

Saul Leblon - O resultado do Ibope desta 5ª feira vai intensificar o alarido conservador


A um ano do pleito, é cedo para quem pode comemorar a perspectiva de vitória incondicional no 1º turno, como mostram as pesquisas.

Mas o cedo para a cautela é tarde para o desespero de quem uiva e ruge mas não avança.

Patina.

E vê a perspectiva da reeleição crescer  com consistência, sem dispor sequer de um nome definido para afrontá-la. Quanto mais de um projeto crível.

A operação ‘vale tudo’, velha conhecida de outros pleitos, está de volta.

Desta vez, com requintes de decibéis.

Sintomático, em primeiro lugar, é que nenhum espaço seja poupado na arregimentação de um poder de fogo que parece não ter mais nada a perder.

Tome-se o jornal Valor Econômico, uma sociedade entre os Frias e Marinhos.

O diário nunca ocultou  a natureza de um veículo feito para o  mercado.

Pautado por eficiente carpintaria informativa, indisponível nos demais noticiosos da mesma cepa, tornar-se-ia uma ilha de credibilidade no oceano ardiloso da chamada grande imprensa.

Não é mais assim. Infelizmente.

Desde que ficou clara a exaustão do linchamento petista na embutida operação AP 470, o jornalismo do Valor foi convocado a desembainhar armas.

A frequência com que o verbo ‘surpreendeu’  passou a frequentar suas manchetes é inversamente proporcional ao acerto da recorrente extrema unção ministrada  à economia brasileira em suas páginas.

Se não for hoje, de amanhã não escapa.

É o que resmungam os textos às seguidas contrariedades de indicadores cujo resultado ‘surpreendeu os mercados’, dizem as manchetes desenxabidas.

O jornalismo  novo-cristão do Valor foi o endereço do recado duro desfechado pela Presidenta Dilma Rousseff  contra a manipulação informativa  sobre o modelo de partilha, adotado na exploração do pré-sal brasileiro.

A segunda-feira (21/10) seria decisiva para o teste desse protocolo. Um fiasco no leilão de Libra poderia colocar tudo a perder .

Ademais de oferecer a retroescavadeira ansiada pela oposição e pelas petroleiras internacionais para enterrar o futuro da regulação do pré-sal, poderia sepultar junto o projeto de reeleição do governo Dilma.

Manchete garrafal na edição do Valor endereçada aos investidores horas antes do certame:

‘Modelo de Libra deve ser revisto’

Ora, se eu cogito investir bilhões num negócio com prazo de validade inferior ao de um pote de iogurte, melhor recuar. Melhor esperar as condições mais favoráveis aos ‘mercados’, veiculadas pelo Valor a partir de abalizadas inconfidências  de ‘fontes do Planalto’.

 ‘Não atribuam a nós uma dúvida que não existe no governo (assumam). Quem são essas fontes, por que não se mostram’, fuzilou a Presidenta depois do sucesso do leilão, que consolidaria um núcleo estatal, com 60% do consórcio (Petrobras, mais as chinesas), mas incluiria também as imprevistas (inclusive por Carta Maior) adesões da Shell e da Total, com os restantes 40%.

O episódio magnifica uma rotina que será intensificada em espirais ascendentes até a urna de 2014.

O conservadorismo presente que a alavanca política na qual já apostou a eleição de 2006 – o dito ‘mensalão’— não lhe dará, de novo, o passaporte da volta ao poder.

As baterias  se voltam, assim,  para a trincheira econômica, de onde se vislumbra um flanco histórico para ressuscitar a velha e boa receita do lacto purga ortodoxo contra os males do país.

Existe algum chão firme nesse propósito.

O Brasil vive, de fato, uma transição de ciclo econômico. Como a viveu em 30, em 50, em 60 e em 2002.

Decisões estruturais são cobradas para pavimentar o passo seguinte do seu desenvolvimento.

Não há receita pronta; tampouco as  pedras do jogo podem ser alinhada em uma palheta bicolor.

Quem reduz a luta pelo desenvolvimento às escolhas binárias acredita no fabulário clássico que trata a economia política como ciência exata.
   
O Brasil é o desmentido eloquente desse charlatanismo.

Nos últimos doze anos, o país não fez tudo o que poderia ter feito.

Mas ampliou o investimento social do Estado; recuperou o poder de compra popular; gerou um novo ator político composto de 60 milhões de pessoas que ascenderam ao mercado de massa; retomou o papel indutor do setor público na economia; reservou entre 70% a 80% da renda da maior descoberta de petróleo do século 21 a uma redistribuição social capaz de redimir a escola pública e a saúde; afrontou a lógica da Nafta em busca de uma nova ordem internacional; fortaleceu a agenda progressista latino-americana.

Avançou.

Mas o país ainda flutua no leito de uma travessia inconclusa. 

Carece, agora, de um salto de investimentos  que lhe forneça os trilhos, a coerência e a base sustentável à nova engrenagem em construção.

O Brasil tem no pré-sal  um poderoso vetor desse processo, capaz, ademais, de renovar sua planta  fabril estiolada em décadas de crise externa e desequilíbrio cambial.

Os encadeamentos intrínsecos  ao modelo de partilha destinam ao mercado doméstico brasileiro ao menos 50% dos R$ 200 bilhões em encomendas de equipamentos e serviços requisitados apenas no caso de Libra.

Os oligopólios mundiais cobiçam o apetite brasileiro.

Num planeta cujo principal problema é justamente a falta de demanda para sair da crise, há uma Nação que adicionou 60 milhões de consumidores à fila do caixa; tem plano de aceleração do crescimento que inclui 17 mil kms de estradas e ferrovias, ademais da construção simultânea de portos, aeroportos e hidrelétricas e, por fim, dispõe de 100 bilhões de barris de petróleo no fundo do mar. E sabe extraí-los de lá.

Não é pouco.

A chance de abocanhar mais do que interessa ao país ceder, pressupõe ganhar uma guerra: a guerra das expectativas.

O pulo do gato consiste em fazer o Brasil desacreditar da capacidade de comandar o seu próprio destino.

A isso se dedica com redobrada contundência o noticioso econômico nos dias que correm.

O episódio protagonizado pelo Valor é apenas a ilustração sôfrega do que vem pela frente.

Os exemplo  se avolumam.

O desemprego em setembro oscilou de 5,3% para 5,4%, em relação a agosto.
Uma diferença de 0,1%.

Foi o melhor setembro do mercado de trabalho desde 2002, diz o IBGE.

A renda real do trabalhador  cresceu 0,9% no mês e a  indústria liderou a criação de vagas: 68 mil novos empregos.

Manchete garrafal no site de O Globo na manhã desta 5ª feira: ‘Taxa de desemprego sobe para 5,4% ‘.

Não é um ponto fora da curva.

A Folha’ esquenta as turbinas para 2014 oferecendo sua manchete principal no mesmo dia  a ressuscitar as missões do FMI.

Aquelas que faziam furor em suas visitas imperais a um Brasil endividado e genuflexo.

O diário dos  Frias recorre à desacreditada gororoba  do diagnóstico fiscal do Fundo na tentativa de ofuscar a vitória do governo no leilão de Libra.

O Fundo aleijou a Europa com a mesma receita endossada aqui pela manchete da Folha.

A ponto de a Espanha hoje ter um déficit fiscal que é quase o dobro daquele anterior à crise.

A austeridade ministrada decepou a receita do governo.

A recessão autossustentável fez o resto.

Há seis milhões de desempregados no país (26% da força de trabalho).

O principal jornal espanhol, El Pais, criou  um espaço fixo para contar histórias da grande diáspora da juventude da Espanha, em busca daquilo que a austeridade lhe subtraiu: emprego, esperança e razão de viver.

O conservadorismo sabe as consequências do que busca.

Elas são funcionais ao jogo de quem considera que para um país ir adiante, é preciso fazer o seu povo andar para trás.

É  um velho divisor da política nacional.

Convém estar atento aos campos que  ele delimita, para além das aparências e divergências pontuais.

Nos anos 50, um pedaço das forças progressistas só foi perceber o seu lado quando o povo já estava nas ruas apedrejando os carros do jornal O Globo.

Getúlio, isolado pela esquerda e esmagado pela direita, dera um cavalo de pau na história com um único tiro.

Que até hoje alerta para o conflito de interesses intrínseco à luta pelo desenvolvimento brasileiro.

São Paulo - a verdade sobre o IPTU 2014

O projeto da Prefeitura de São Paulo enviado à Câmara Municipal amplia a faixa de isenção. O total de contribuintes que não pagará o IPTU cresce em 2014.

Imóvel cujo valor venal é de até R$ 160 mil não pagará nada, beneficiando 33% de todos os imóveis da cidade. Em 2013 a isenção era para imóvel até R$ 97,6 mil.

E cerca de 300 mil imóveis acima de R$ 160 mil sofrerão reajuste abaixo da inflação.

A grande maioria dos imóveis isentos ou que terão aumento abaixo da inflação ficam nos bairros distantes do centro da cidade.

* 227 mil contribuintes (10% do total) terão redução do imposto em 2014

No ano que vem elas pagarão menos IPTU do que em 2013.

* Contribuintes que pagam IPTU de até R$ 200 terão redução em media de 3,92%

* Quem paga até R$ 600 de IPTU terá em média aumento abaixo de 10%

* Travas de aumento máximo do imposto de 30% (residencial) e 45% (não residencial), para não repassar de uma vez toda a correção da PGV (Planta Genérica de Valores), base de cálculo do IPTU

* Redução de 0,1 ponto percentual para alíquotas de todas as faixas de valor venal

Junto com as travas, a redução das alíquotas contribuirá para diminuir o valor do IPTU.

Entenda as mudanças no IPTU 

ATUALIZAÇÃO DA PGV É OBRIGATÓRIA POR LEI

Uma lei de 2009 obriga a Prefeitura de SP a fazer a revisão da Planta Genérica de Valores (base de cálculo do IPTU) em 2013. Através de uma pesquisa de mercado, estabelece-se o valor venal do imóvel em cada região da cidade.

A valorização imobiliária na cidade, desde a última atualização, foi superior a 100%. A prefeitura está atualizando a PGV bem abaixo disso (aproximadamente metade),

A lei da gestão passada prevê que a PGV seja atualizada a cada dois anos (próxima seria em 2015). A prefeitura está mudando a lei para que a correção da PGV seja a cada quatro anos (próxima passa para 2017), para não penalizar a população.

QUEM PAGARÁ MAIS?

Os imóveis das áreas mais estruturadas, em bairros centrais, que ficaram mais valorizados nos últimos anos. Portanto, vão contribuir mais para que a cidade tenha mais recursos para melhorar a saúde, a educação, o transporte público e a habitação dos bairros da periferia.

Justiça Social

A PGV ficará socialmente mais justa. O projeto da prefeitura divide a cidade em três zonas fiscais. Isto permite que os valores utilizados nos cálculos de um imóvel situado em Parelheiros (Zona Sul) ou Cidade Tiradentes (Leste), bairros carentes e afastados do centro, sejam diferentes daqueles empregados no cálculo de um imóvel nos Jardins, área mais rica da cidade e que conta com ampla infraestrutura de serviços públicos.

Na lei de 2009 não existe esta diferença, o que faz com que hoje a periferia pague relativamente mais imposto.

Itaú e Natura investem na candidatura de Marina a presidente

Imagino o que a GAFE - Globo, Abril, Folha, Estadão -, o MP - Ministério público - e TSE - Tribunal Superior Eleitoral - estariam fazendo se isso fosse a favor da reeleição da presidente Dilma.

Corja!
por Luis Nassif

Recentemente, a Natura lançou campanha enaltecendo suas consultoras. No anúncio, realçava a palavra “rede” e a consultora apresentada tinha semelhança física com Marina Silva.
Esta semana, o Itaú mudou o nome da Redecard – sua operadora de cartão de crédito - para apenas Rede. “Rede remete à tecnologia, agilidade e modernidade ao mesmo tempo que cria para a marca uma personalidade jovem e conectada. Uma Rede que conecta pessoas e empresas, mudando a experiência de consumo”, explicou o release do banco.
O site da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, apregoa: “Rede é participação e acesso, é conexão entre pessoas. Com o registro da #Rede, começam processos inovadores de participação cidadã. Conecte-se”.
***
Não por coincidência, Itaú e Natura estão entre os principais apoiadores da candidatura Marina Silva.
Trata-se de uma das mais ousadas e arriscadas experiências de marketing: o investimento pesado no sentido de rede, provocando um imbricamento entre a imagem das empresas e de uma candidatura política.
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Historicamente, poucos banqueiros ousaram participar diretamente do jogo político. E nenhum arriscou a misturar imagens de forma tão ostensiva.
Nos anos 50, Roxo Loureiro, um banqueiro ousado que praticamente inaugurou a poupança e o sistema de agências descentralizadas, entrou na política. Gastou mais do que podia. E foi fuzilado por uma declaração impensada de Octávio Gouvêa de Bulhões, que provocou uma corrida contra seu banco. Aliás, seu principal executivo era Otávio Frias, que, anos depois, se tornaria o proprietário da Folha.
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Ainda nos anos 50, o banqueiro Walther Moreira Salles tinha tudo para ser o governador de Minas Gerais. Conseguira o impossível: o apoio tanto do PSD quanto da UDN. Recusou para não colocar o banco em risco.
Nos anos 70 foi a vez de Olavo Setúbal, do Itaú. Apesar da solidez, o Itaú tornou-se vítima de boatos que chegaram a provocar corridas em algumas praças importantes, como a de Campinas. Setúbal manteve a carreira pública, mas sem arriscar a disputar eleições.
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Na história do país, apenas o ex-governador de Minas Magalhães Pinto conseguiu fazer carreira política e bancária. Seu banco quebrou anos depois, mas sem ter sido prejudicado pela política.
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Apostar em políticos é estratégia de marketing tão arriscada quanto apostar em boxeadores: basta um nocaute para liquidar com qualquer campanha; basta uma denúncia, uma derrota acachapante, uma reversão de imagem para respingar no patrocinador. Basta derrotar os adversários para ter contra si todos seus eleitores.
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Não apenas isso. Especialmente em períodos eleitorais, a radicalização política não poupa gregos, troianos e egípcios, ainda mais nesses tempos de redes sociais. É uma mistura que poderá colocar contra o banco os eleitores do PT, do PMDB e Minas Gerais inteira.
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As duas empresas têm a seu favor o fato de serem inquestionavelmente sólidas e bem administradas. No caso da Natura, há uma ampla identificação com o ecoliberalismo de Marina Silva. No caso do Itaú, o foco em um público urbano moderno, mesmo alvo do partido de Marina.
Mas, se vivo fosse, Olavo Setúbal certamente não teria permitido essa aventura.

A vida imita a arte e Josias de Sousa imita a Globo

Nem um pio sobre a pesquisa do Ibope. Pelo jeito, ambos já jogaram a toalha.
O Jornal Nacional e o Jornal da Globo fizeram boca de siri e o Josias... "Boca de forno / Forno / Tudo que nosso mestre mandar / Faremos com muito gosto". Nem o Don Pumzer deu as caras, para menosprezar a presumível vitória da Dilma já no primeiro turno. E sem que o Lula tenha ainda começado a pedir votos para ela!
Jimmy Crackte

Mensagem da madrugada

A vida é muito curta para gente gastar tempo com pensamentos ruins.
Por isso evite o que apaga o brilho dos seus olhos e o riso da tua boca.
Seja feliz!