A primeira semana de agosto trouxe uma série de notícias muito benignas para a inflação, que devem começar a refletir em projeções de uma inflação menor no acumulado do ano. A principal notícia foi a estabilidade de preços ao consumidor medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para o sistema de metas de inflação do Brasil. O IPCA encerrou julho com inflação de 0,01%, praticamente estável em relação a junho, quando o índice teve variação zero, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além da estabilidade do índice geral, os dados do IPCA mostram outros movimentos importantes para a inflação, como um índice de difusão muito baixo (no mês, mais da metade dos produtos pesquisados apresentaram queda de preços e não aumento), os preços dos serviços demonstraram desaceleração em julho mesmo sendo este um mês de férias (ficaram em 0,34% em julho, abaixo do 0,41% de junho e próximo ao aumento de 0,27% registrado em julho de 2009), e ainda núcleos bastante comportados. Os núcleos são cálculos da inflação que isolam diferentes itens e assim mostram um comportamento mais geral dos preços. Eles variaram de menos 0,07% até mais 0,24%.
Com o resultado quase zero de julho, nos sete primeiros meses do ano o IPCA soma elevação de 3,1%, um pouco acima dos 2,81% de igual intervalo de 2009. No acumulado dos 12 meses encerrados em julho, a inflação apurada pelo índice atinge 4,6%. O percentual é ligeiramente menor do que o relativo aos 12 meses imediatamente anteriores, que foi de 4,84%.
Como a inflação tem sido puxada para baixo pela deflação em alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede o comportamento dos preços para famílias com renda de um até 2,5 salários mínimos, apresentou queda de 0,56% em julho, registrando sua menor taxa deste setembro de 2008, quando houve retração de 0,57%, informou na sexta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em junho, o indicador registrou recuo de 0,38%. No acumulado do ano, o indicador apresenta alta de 4,20%. Nos últimos 12 meses houve avanço de 4,65%.
Na contramão, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), também calculado pelo IBGE, subiu 0,74% em julho, após ter apresentado elevação de 0,66% em junho. O custo nacional por metro quadrado passou de R$ 747,36 em junho para R$ 752,86 em julho. Desse total, R$ 424,66 se referem às despesas com materiais e R$ 328,20 são relativos ao gastos com mão de obra, com avanço de 0,49% e 1,06%, respectivamente, ante junho.
No acumulado do ano, a alta do custo da construção foi de 5,10% e, nos últimos 12 meses, chegou a 6,79%. Os números são calculados pelo IBGE, em convênio com a Caixa Econômica Federal.
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