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Segredos do seu Smartphone

Existe muita coisa que seu smartphone faz e você talvez não saiba, veja algumas:
  • Por exemplo, se você costuma ouvir música antes de dormir, saiba que é possível programar seu telefone para que ele pare de tocar automaticamente. No Android, nas configurações do player de música procure a função “Music Auto Off”; aí basta definir o tempo que deseja. No iOS, no aplicativo “Timer” é só colocar o “Music Auto Off”e então pedir para “Parar de tocar” no final da lista.
  • Existem também outras formar de fotografar; no Android, nas configurações da câmera, ative o “Controle de Voz”. Agora você pode definir e tirar fotos usando expressões como “Sorria!”… Já nos iPhones e iPads, o botão de volume do fone de ouvido serve como um disparador remoto. Sabia dessa?
  • Se você vive perdendo notificações, ligue o flash da câmera para chamar melhor sua atenção; é bem fácil. No Android, basta ativar as “Notificações Flash” no menu de Acessibilidade. No iOS é bem parecido: em acessibilidade também, ligue o “Piscar LED para alertas”…pronto!
  • Ainda dentro do menu de acessibilidade dá para ativar seu smartphone para ler textos. No Android é só ativar o “TalkBack” – se, por acaso, você não encontrar esta função no seu dispositivo, ela pode ser baixada de graça na Google Play. No iOS basta acionar o “VoiceOver” – o seu iPhone vai passar a ler tudo o que você tocar na tela.
  • E para quem não gosta de ser incomodado por estranhos – ou mesmo por aquele amigo pentelho, é só bloquear o número do incômodo. No Android, vá em "Configurações", "Chamadas", "Bloquear chamadas". Nas "Chamads recebidas", vá em "Lista de bloqueio" e crie uma nova inserindo o número ou escolhendo de sua agenda de contatos. No iOS, no app de ligações ou no FaceTime, selecione o contato e marque "Bloquear essa pessoa" e depois "Bloquear contato". Se o número ainda não for um contato, aperte o botão info e então marque "Bloquear essa pessoa", depois "Bloquear contato". Para bloquear mensagens, basta seguir o mesmo procedimento no aplicativo de mensagens. 

  • Por exemplo, para tirar uma foto da tela, você sabia que basta apertar ao mesmo tempo os botões de travar a tela e o de volume? Experimente…
  • No Windows Phone, não é preciso baixar nenhum aplicativo para descobrir qual música está tocando. Para acessá-la, basta apertar o botão de busca e depois apertar o ícone de música na barra de ferramentas inferior. O smartphone vai escutar o som por alguns segundos e então responderá.
  • Para economizar bateria, vá na opção "Economia de bateria" nas configurações. Quando ela é ativada, um coraçãozinho aparece acima do ícone da bateria. Isso fará com que o aparelho não rode aplicativos em segundo plano e não sincronize automaticamente seus e-mails. Assim talvez sua bateria dure até o final do dia…
  • No calendário do Windows 8, é possível avisar que está atrasado. Para quem vive correndo atrás do tempo, é uma mão na roda. Basta selecionar um evento e apertar o botão "atrasado" (o desenho de uma pessoa correndo). Isso cria um rascunho de e-mail endereçado a todos os participantes do evento dizendo que você vai se atrasar. É possível editar o texto padrão ou enviá-lo diretamente. Bom, pelo menos você avisou.



Medida por medida

Na Carta Capital

Instalado no meu observatório universal, que aqui em casa é conhecido como sofá da sala, leio no jornal a intrigante notícia de que cientistas do prestigioso King’s College London, na Inglaterra, acabam de divulgar os resultados de uma extensa pesquisa acerca do tamanho do pênis humano adulto, tópico de reiteradas piadas e profundas angústias pessoais no mundo masculino. Depois de analisarem os pênis de 15,5 mil homens caucasianos e do Oriente Médio que vivem na Inglaterra, os sábios londrinos chegaram à conclusão geral de que o comprimento médio de um pênis flácido é de 9,16 centímetros. Duro, o danado chega a 13,12 centímetros. Não posso imaginar o que Shakespeare, que escreveu a comédia Medida por Medida, diria sobre a pesquisa de seus conterrâneos. Sei é que, durante a adolescência, além do meu, só via os paus assexuados dos meus colegas de classe no vestiário da piscina da escola e no clube que eu frequentava. Via também os paus da molecada mijando em muros, postes e arbustos. Mas nunca me passou pela cabeça ir lá medir o pau de ninguém, até porque nenhum deles se mostrava duro no banho coletivo ou na micção. Não que eu me lembre, pelo menos.


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Vai daí que os únicos paus duros de que tenho lembrança na puberdade eram, além do meu próprio, os dos bisonhos desenhos dos “catecismos” ou “livrinhos de foda” que me caíam nas mãos trêmulas de desejo, com destaque para os de Carlos Zéfiro, que mostravam sujeitos com membros maiores que seus fêmures. Temia que, ao crescer, meu pau não chegasse a atingir proporções tão gigantescas. Não era, em todo caso, o que o meu prezado apêndice parecia prometer. Só torcia pra ele não ficar como o do Davi de Michelangelo, que inspirou a velha (e sempre boa) piada envolvendo o lendário presidente do Corinthians, o espanhol Vicente Matheus e sua mulher Marlene, diante da famosa estátua no museu de Florença. Marlene teria exclamado: “Nossa, que pinto pequeno que os caras tinham na antiguidade!” Ao que o tosco e desbocado corintiano teria retrucado: “É que naquela época as mulhé também num tinham o bucetón que elas têm hoje”.

Operação lava jato é obra de estelionátarios do MPF-PR

Não é conversa de advogado de defesa nem de jurista renomado que afirma isso. Foi o promotor Carlos Fernando Lima, que confessou:

"No começo, lançamos um grande 171: espalhar que já tinha gente na fila para colaborar, deixamos as pessoas saberem que já tinha uma pessoa ou empresa interessada, mas a gente ainda não tinha nada. Aí começaram a bater na nossa porta".

Que moral, que ética é esta? 
Bandido acusando bandidagem? 
Outro bandido é quem vai julgar?




Diz o Código Penal:

Art. 171

– Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento

Precisa desenhar ?

Fies garantido

O FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - assegurou, nesta semana, a manutenção de todos os contratos já firmados por estudantes com o Fies - Fundo de Financiamento Estudantil -.
Os pedidos de aditamento de contrato devem ser feitos pelos alunos beneficiados pelo programa até o dia 30 de abril. O prazo pode ser estendido caso não tenha sido possível atender a todas as demandas até a data estipulada inicialmente. Leia mais>>>




Bicho gente
Os que nutrem algum sentimento pelo cachorro e respeitam o semelhante, lembro que nada custa levar o animal ao Centro de Zoonoses para que receba a vacina contra o perigoso calazar e outros males que podem acometê-lo.
É... Saúde
Recado para elas. O câncer de mama não é nenhum bicho de sete cabeças, desde que seja diagnosticado logo. Por isso, a prevenção é fundamental. Deve a mulher pensar não apenas em si, porém naqueles que gostam dela e querem vê-la sempre bem. É melhor se cuidar, não hoje, nem amanhã, todavia agora, já.
Tão simples
Ao levar o cão à praia ou para passear, é correto escolher horários de menor movimento, para evitar incômodo e até mesmo riscos para os demais frequentadores. E jamais esquecer de portar saquinhos para recolher os dejetos do animal.
Besteira muita
1 - "Você come, hein! Fique sabendo que não é só Deus que mata, não." 2 - Ao deparar com alguém tossindo: "Você está é gordo!" 3 - "Cuidado para essa tuberculose não virar uma gripe." 4 - "Bonita camisa, Fernandinho."
"Não ensaies demais as tuas vítimas,/ ó amor, deixa em paz os namorados./ Eles guardam em si, coral sem ritmos, os infernos futuros e passados"
Carlos Drummond de Andrade - Poeta mineiro
Sobremesa
Professor ao aluno da primeira fila: "Sigefredo, qual a velocidade da luz"? - Não sei, professor, mas de manhã sempre chega rápido demais.
Casal está na sala tomando vinho. Do nada, a mulher diz:
- Eu te amo! 
- É você falando ou é o vinho? 
- Sou eu. Falando com o vinho.

Governo Dilma assegura manutenção de contratos firmados com o Fies

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) assegurou, nesta semana, a manutenção de todos os contratos já firmados por estudantes com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Os pedidos de aditamento de contrato devem ser feitos pelos alunos beneficiados pelo programa até o dia 30 de abril. O prazo pode ser estendido caso não tenha sido possível atender a todas as demandas até a data estipulada inicialmente.
Além disso, os estudantes interessados na adesão ao Fies têm o mesmo prazo para apresentar inscrição ao programa. As alterações nas regras para novos contratos do Fies entraram em vigor na última segunda-feira (30).
Com as mudanças, para fazer uma nova inscrição o aluno deve ter tirado nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além disso, o estudante não pode ter tirado nota zero na redação. As mudanças não valem para os alunos que já tinham contrato com o Fies.
De acordo com o Ministério da Educação, as novas regras também determinam que as instituições privadas de ensino superior não poderão aumentar as mensalidades acima de 6,4%.
Em caso de problemas no ato da inscrição, os estudantes podem entrar em contato com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) através do telefone 0800-616161. Cerca de 140 atendentes, segundo o governo federal, foram designados para atender, apenas, demandas sobre o Fies. O serviço funciona, inclusive, aos fins de semana.
Criado em 1999, o Fies passou a ter um novo formato em 2010.  Naquele ano, foram reduzidos os juros do financiamento para 3,4% ao ano e o prazo de carência foi estendido para 18 meses, contados a partir da conclusão do curso. Desde a implementação das mudanças, foram firmados 1,9 milhão de contratos pelo Fies.
Da Redação da Agência PT de Notícias




É...Domingo leve

A história não é nova, todavia se encaixa muito bem nos tempos de agora. Viajando por uma região de canibais, o arqueólogo chega a uma birosca escondida no meio da selva. O cardápio lhe chama a atenção: "Missionário frito = 15 reais. Guia de safari ao molho pardo = 18,00. Político recheado ao forno = 35 reais. Intrigado com a disparidade de preços, o homem pergunta por que o político recheado é tão caro. E o dono da birosca explica: "O senhor precisa ver o trabalhão que é limpar o sujeito".
O relato acima se aplica não apenas aos políticos, mas também aos que em outras atividades são adeptos da famosa "Lei de Gerson", aquela em que se deve sempre levar vantagem em tudo. E passam isso para os próprios filhos.


Bicho gente
Os que nutrem algum sentimento pelo cachorro e respeitam o semelhante, lembro que nada custa levar o animal ao Centro de Zoonoses para que receba a vacina contra o perigoso calazar e outros males que podem acometê-lo.
É... Saúde
Recado para elas. O câncer de mama não é nenhum bicho de sete cabeças, desde que seja diagnosticado logo. Por isso, a prevenção é fundamental. Deve a mulher pensar não apenas em si, porém naqueles que gostam dela e querem vê-la sempre bem. É melhor se cuidar, não hoje, nem amanhã, todavia agora, já.
Tão simples
Ao levar o cão à praia ou para passear, é correto escolher horários de menor movimento, para evitar incômodo e até mesmo riscos para os demais frequentadores. E jamais esquecer de portar saquinhos para recolher os dejetos do animal.
Besteira muita
1 - "Você come, hein! Fique sabendo que não é só Deus que mata, não." 2 - Ao deparar com alguém tossindo: "Você está é gordo!" 3 - "Cuidado para essa tuberculose não virar uma gripe." 4 - "Bonita camisa, Fernandinho."
"Não ensaies demais as tuas vítimas,/ ó amor, deixa em paz os namorados./ Eles guardam em si, coral sem ritmos, os infernos futuros e passados"

Carlos Drummond de Andrade - Poeta mineiro

Sobremesa
Professor ao aluno da primeira fila: "Sigefredo, qual a velocidade da luz"? - Não sei, professor, mas de manhã sempre chega rápido demais.
Casal está na sala tomando vinho. Do nada, a mulher diz: - Eu te amo! - É você falando ou é o vinho? - Sou eu - responde ela. - Falando com o vinho.



Nada como fechar a edição do dia com palavras do grande e inesquecível ator e compositor carioca (só mesmo o Rio de Janeiro para nos legar preciosidades) Mário Lago: "A vida da gente se compõe de pequenas coisas e poucos lugares. O encontro com os amigos, a mesa de sempre do café de todos os dias, o barbeiro que conhece o nosso corte preferido".
de Neno Cavalcante no Diário do Nordeste

O GOLPE (1964-2015) - O Brasil mudou. A mídia, não

Em recente evento cultural em Belo Horizonte, o fotógrafo Sebastião Salgado fez algumas afirmações que não repercutiram na mídia. De acordo com ele, uma das grandes mudanças, senão a maior, na cena brasileira, diz respeito ao fato de “o governo federal não ser mais comandado por pessoas ligadas aos monopólios de comunicação”. Este é, inclusive, o motivo pelo qual, a seu ver, tantas denúncias de corrupção estão vindo à tona, enquanto no passado foram ignoradas ou abafadas. Ao contrário da maior parte da mídia brasileira, que diuturnamente tem previsto o caos, ele avalia que “o Brasil já é um grande país e está cada vez mais sério”.
Salgado não é nenhum ingênuo ou pessoa sobre a qual possam pesar suspeitas de interesses menores. Por isso, não deixa de ser curioso observar a disparidade entre sua visão (e a de dezenas de especialistas nacionais e internacionais) e a que prevalece na mídia brasileira. Disparidade que leva qualquer um, com informação e independência, a constatar que a mídia não viu (ou não quer ver?) que o Brasil realmente mudou.
Se não fosse a referência aos governos petistas, o editorial “Momento de se reaproximar dos Estados Unidos”, publicado pelo jornal O Globo na edição do domingo (29/03) poderia ser confundido com tantos outros de cinco décadas atrás, às vésperas do golpe civil-militar de 1964. Naquela época, os mais influentes jornais brasileiros atendiam pelos nomes de Diários Associados, Jornal do Brasil, Correio da Manhã, Tribuna da Imprensa, Diário Carioca e Última Hora. O Globo era uma publicação acanhada, de propriedade da família Marinho que até 1962 havia sido vespertina. A televisão vivia a sua fase elitista, com o aparelho sendo considerado um luxo ao qual apenas a elite econômica tinha acesso e o rádio era a mídia de massa.
À exceção de Última Hora e da Rádio Nacional, praticamente todos os demais estavam ou ficaram contra o presidente João Goulart. As denúncias de que ele pretendia implantar uma “república sindicalista” eram permanentes. Os “barões” da mídia, adversários das “reformas de base” propostas pelo governo, queriam ver Jango pelas costas e não mediam esforços para alcançar seus objetivos. Os ataques mais contundentes partiam de Assis Chateaubriand, o primeiro magnata do setor no país, e de Carlos Lacerda. Roberto Marinho, mesmo longe do peso que viria a adquirir no futuro, foi fundamental na desestabilização e derrubada de Jango, ao franquear os microfones da sua Rádio Globo, para os ataques golpistas e destemperados de Lacerda.


O “bruto pigmeu”
Em fins de março de 1964, enquanto as demais publicações registravam as tentativas de articulação de Jango contra a conspiração em marcha, os Diários Associados, de Chateaubriand, radicalizavam o noticiário, contribuindo para a tomada de posição dos setores civis e militares favoráveis ao golpe. Chateaubriand, em artigo de 26 de março, por exemplo, referia-se a Jango como sendo “o bruto pigmeu”, dado ao “seu ódio contra o benemérito capital estrangeiro”. Além de afirmar que Jango e seu governo trabalhavam de acordo com as ordens do Partido Comunista, exaltava a necessidade de uma intervenção por parte dos “setores de bom senso”. Leia-se: militares e aliados.
Vivia-se, naquela época, o auge da Guerra Fria, com o mundo dividido entre as áreas de influência dos Estados Unidos e as da União Soviética. A vitória de Fidel Castro em Cuba e sua aliança com uma potência comunista foi considerada intolerável pelos Estados Unidos, que reagiram à sua maneira. A política externa norte-americana passa a atuar em dois movimentos estratégicos simultâneos. Um, visível, através da Aliança para o Progresso, cujo objetivo era demonstrar a superioridade do modelo norte-americano de livre iniciativa, democracia liberal e individualismo sobre o socialismo, como a solução mais eficiente para o subdesenvolvimento da região. O outro, encoberto, através do apoio a ditaduras de direita, repressoras e violentas, como instrumentos de eliminação de movimentos de esquerda e de seus dirigentes.
Lógica semelhante à do movimento civil-militar que derrubou Jango no Brasil e se espraiou para a Argentina, a Bolívia, o Uruguai e o Chile. Nestes países, dirigentes eleitos foram alijados do poder com pleno apoio do governo “democrático” dos Estados Unidos. Naquela época, os círculos intelectuais e de propaganda norte-americanos criaram, para justificar as políticas repressivas de combate à subversão, as teorias da modernização. Segundo estas teorias, os militares seriam os setores menos comprometidos com as estruturas oligárquicas no continente sul, devendo a eles, portanto, caber o destino destas nações, logicamente “supervisionados” pelo Tio Sam.
A ditadura brasileira escondeu a participação dos Estados Unidos na derrubada de Goulart. A prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, em Londres, em outubro de 1998, possibilitou que grupos de direitos humanos e liberdade de informação passassem a pressionassem o governo Clinton para que os documentos envolvendo esta sórdida história pudessem ser conhecidos. Nos dias atuais, eles estão disponíveis para consulta, além de já terem sido publicados em livros no Brasil e no exterior.
Afronta à inteligência
Não há como um jornalista – sobretudo o responsável por editoriais – desconhecer este fato. No entanto, é esse “desconhecimento” que pode ser verificado no sintomático editorial “Momento de se reaproximar dos Estados Unidos”. O texto defende que o Brasil abra mão da política externa independente adotada a partir da chegada do PT ao poder e volte a cerrar fileiras com os Estados Unidos. Numa retórica que afronta a inteligência do leitor, o editorial frisa que a política externa brasileira perdeu espaço desde 2003, atribuindo este “fato” à “ingerência petista na diplomacia”.
Mas que ingerência é esta? A política externa brasileira está sendo feita a partir da visão de mundo do partido que legitimamente venceu as eleições. Mutatis mutandis, será que os Marinhos consideram igualmente ingerência a adoção das premissas do Partido Democrático na política externa norte-americana? Ou será que o governo brasileiro, segundo O Globo, deveria pautar-se pelos interesses norte-americanos na formulação de sua política externa?
Sintomaticamente, o editorial não faz qualquer menção à Unasul e, sem base na realidade, tenta minimizar a importância dos Brics, duas entidades que estão redesenhando a política externa na América do Sul e contribuindo para alterar os próprios contornos da política mundial. A criação da Unasul não teria sido possível sem a habilidade e paciência da diplomacia brasileira, tendo à frente o chanceler Celso Amorim, que materializou as diretrizes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sentido de um subcontinente integrado e atuando em prol de interesses próprios.
A recente diplomacia brasileira deu contribuição das mais significativas para sepultar o histórico de subimperialismo regional, além de contribuir para desfazer divergências e rixas (a maioria estimuladas por potências externas) que marcam o passado da América do Sul.
Quanto aos Brics, a mídia brasileira, O Globo à frente, praticamente escondeu a realização, em Fortaleza (CE), em julho do ano passado, da reunião que criou o Banco de Desenvolvimento da entidade. Some-se a isso que não foi dado qualquer destaque ao fato de caber ao Brasil a primeira presidência do seu Conselho de Administração, cargo de fundamental relevância, que definirá linhas e valores para projetos de desenvolvimento. Em vez disso, o editorial prefere sentenciar que “o esfacelamento do Mercosul e a desaceleração chinesa impõem ao Brasil se reaproximar dos EUA, cuja economia deve acelerar a recuperação”.
O editorial, beirando a má-fé, desconhece que o governo brasileiro anunciou, dois dias antes, na sexta-feira (28/03), que fará parte do Asian Infrastructure Investiment Bank (AIIB), o banco de desenvolvimento criado pela China, de longe uma das mais importantes decisões dos últimos tempos. Mais do que o Banco dos Brics, ele deverá ser um dos principais competidores de estruturas como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Dito de outra forma, ao contrário do que afirma o editorial, quem está perdendo força são os Estados Unidos.
Ainda sobre o editorial de O Globo, o curioso é que ele tenta recolocar em pauta, bem ao estilo dos argumentos maniqueístas das décadas de 1960 e 70, rixas entre Brasil e Argentina, além de defender a volta da política de vassalagem em relação aos Estados Unidos. Pior ainda, procura reviver, através da demonização do “bolivarianismo chavista e do Irã”, o antigo pavor em relação ao comunismo. Pavor que, na prática, encobre o medo a qualquer aprofundamento democrático no Brasil. Afinal, são os Estados Unidos, e não o Brasil, que têm problemas com estes dois países.
A supremacia norte-americana mostra-se cada dia mais discutível. Óbvio que o Tio Sam ainda dispõe de capacidade quase ilimitada de destruição e que, investindo-se, por conta própria da condição de xerife do planeta, sente-se no direito de meter o bedelho em toda parte. As instituições brasileiras, no entanto, depois da experiência nefasta de 21 anos de ditadura e de mais de duas décadas de retorno ao estado de direito, mostram-se maduras e fortalecidas o suficiente para conviver com pressões de toda ordem, aí incluída uma mídia que mente, distorce os fatos e, principalmente, desprovida de qualquer sentimento patriótico.



Denúncias engavetadas
O “mar de lama” denunciado por uma histérica UDN (o PSDB da época), com o apoio da mídia, mostrou-se decisivo para o suicídio de Vargas, em 1954 que, agindo assim, abortou um golpe em marcha. Goulart, 10 anos depois, foi vítima de golpe civil-militar, apoiado pela CIA. A autointitulada “Nova República”, que pôs fim à ditadura, deixou visível, desde o primeiro momento, que não seria fácil livrar-se dos filhotes dos “anos de chumbo”.
Tancredo Neves, presidente eleito via Colégio Eleitoral, morreu antes de tomar posse. Seu vice, José Sarney, assumiu e deu posse ao ministério escolhido por Tancredo, no qual figurava, como titular das Comunicações, ninguém menos que Antônio Carlos Magalhães. ACM, como era conhecido, dominou a Bahia, seu estado natal, por décadas e foi um dos políticos mais ativos nos tempos da ditadura. Oficialmente, mudara de lado, mas não de métodos.
No governo Sarney, foi aprovada uma lei que passava o poder de dar/retirar concessões públicas para TV e rádio do presidente para o parlamento. Um dia antes de a lei entrar em vigor, ACM e Sarney fizeram 100 concessões públicas para TV e rádio, boa parte delas para afiliadas da TV Globo que, através do acordo ilegal com o grupo norte-americano Time-Life e graças às benesses da ditadura, já havia se transformado no maior conglomerado de mídia do país. É importante lembrar que Sarney e ACM controlavam, eles próprios, a maior parte dos veículos de comunicação em seus estados.
Fernando Collor, o primeiro presidente eleito pelo voto popular depois do golpe de 1964, chegou ao poder em grande medida através do apoio das Organizações Globo. Para a sua vitória foi decisiva a edição manipulada do debate entre ele e Lula, candidato do PT, em 1989. A manipulação, óbvia para boa parte dos profissionais e pesquisadores da área, foi negada durante 22 anos, até que o ex-todo poderoso dirigente da emissora, José Bonifácio Sobrinho, decidiu contar a verdade.
As Organizações Globo não gostavam de Itamar Franco, o vice de Collor que assumiu a presidência após o impeachment do titular do cargo. Rapidamente, Roberto Marinho encontrou no chanceler, e depois ministro da Fazenda de Itamar, Fernando Henrique Cardoso, um nome confiável. Quando a disputa sucessória desenhou-se em torno de Fernando Henrique e de Luiz Inácio Lula da Silva, era nítido o lado que jornais, revistas, rádios e TVs tomariam.
As afinidades dos “barões” da mídia com o ideário neoliberal defendido por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) impossibilitaram que prosperasse qualquer denúncia sobre corrupção no governo. As concessões de rádio e TV (RTVs) foram importante moeda de troca neste processo. Até setembro de 1996 foram outorgadas 1.848 licenças de RTVs, das quais pelo menos 268 beneficiaram entidades controladas por 87 políticos (Lima & Caparelli, 2004).
A generosidade de Fernando Henrique coincidiu com a aprovação da emenda constitucional que permitiu a sua própria reeleição. Ao longo de seus dois governos, além das 539 emissoras concedidas por licitação, ele autorizou 357 concessões “educativas” sem licitação. A maior parte desta distribuição ficou concentrada nos três anos em que o deputado federal Pimenta da Veiga (PSDB-MG) esteve à frente do ministério das Comunicações e destinaram-se a políticos do seu partido e a aliados.
Nem Fernando Henrique nem seu ministro sofreram quaisquer sanções, apesar da Constituição de 1988 determinar que cabe ao Congresso Nacional apreciar todos os atos do Poder Executivo. O que inclui – mas nunca foi feito – a análise prévia da outorga ou renovação de concessões, permissão e autorização para serviços de radiodifusão.
A aprovação da emenda que permitiu a reeleição foi marcada por denúncias de corrupção envolvendo a compra de votos. O jornal Folha de S.Paulo levantou o assunto e publicou, em 1997, trechos de gravações em que dois deputados do PFL (atual DEM) do Acre afirmavam ter recebido R$ 200 mil cada (o equivalente hoje a R$ 530 mil) para votar a favor da emenda patrocinada pelo Palácio do Planalto. O então procurador-geral da República não se interessou pelo caso, transformando-o em uma das centenas de denúncias de corrupção que engavetou.
No segundo governo de FHC não faltaram denúncias envolvendo privatizações de empresas estatais a preço de banana, das quais a mais eloquente foi a da Companhia Vale do Rio Doce, vendida por R$ 3,3 bilhões, quando valia perto de R$ 100 bilhões. Pouco depois, o polêmico jornalista Paulo Francis, denunciou, no programa Manhattan Connection, da TV Globo, que os dirigentes da Petrobras mantinham contas secretas na Suíça, fatos que via como indícios de corrupção na estatal.
Mídia e governo não lhe deram ouvidos. A empresa entrou com ação indenizatória no valor de 100 milhões de dólares e, para muitos que conheceram Francis, este foi o motivo de sua morte prematura, em 1997, vítima de um ataque cardíaco fulminante, aos 67 anos. O tempo viria dar razão às denúncias de Francis.
Lula derrotou os candidatos tucanos José Serra, em 2002, e Geraldo Alckmin, em 2006, e ainda conseguiu, em 2010, fazer de Dilma Rousseff sua sucessora. As vitórias de Lula, como ele mesmo diz, aconteceram contra a mídia tradicional que nunca teve dúvidas que o “sapo barbudo” e o ex-torneiro mecânico, que não possui um dos dedos, não era dos seus. O mesmo pode ser dito de Dilma Roussseff, a ex-guerrilheira contra a ditadura e primeira mulher a chegar ao Palácio do Planalto.



Novos tempos
Nas eleições de 2010, a mídia brasileira apostou novamente no tucano José Serra, convencida que o peso do estado de São Paulo e os desgastes enfrentados pelo PT com as denúncias de corrupção envolvendo o Mensalão seriam suficientes para derrotar a candidata de Lula. Como não foram, a mídia partiu para o vale tudo em 2014, disposta a fazer qualquer coisa para dar vitória ao tucano Aécio Neves.
O tudo ou nada da campanha eleitoral se manteve nestes primeiros 100 dias de governo Dilma, com a mídia transformando-se em partido de oposição, insuflando e cobrindo manifestações de protestos de “revoltados” a “favor do impeachment”, do “Fora Dilma”, e de “intervenção militar constitucional” (!). Enfim de qualquer arranjo ou casuísmo, inclusive com digitais externas, que apeie o PT do poder ou o impeça de governar, por intermédio da conhecida “fórmula para o caos”, outro nome para o constante sangramento de adversários no poder.
No dia 1º de setembro de 2013, as Organizações Globo, por meio de editorial publicado no jornal de sua propriedade, fez autocrítica, considerando “um equivoco” o apoio ao golpe civil-militar de 1964. Mesmo sem muita convicção e minimizando os fatos, uma vez que a empresa não apenas apoiou o golpe, mas foi parte de sua articulação e vitória, alguns viram no gesto da família Marinho (o patriarca já havia morrido) uma espécie de recomeço em novas bases. Menos de dois anos se passaram para que a “autocrítica” desse lugar a articulações semelhantes às dos idos de 1964. A resposta de Dilma, um tanto lenta, veio através de suspensão de verbas para a TV Globo e a revista Veja e a escolha do ex-deputado petista Edinho Silva para dirigir a Secom.
Há muito por fazer, a começar pela democratização da verba de publicidade institucional do governo e das empresas estatais. Em permanente queda de audiência, os veículos das Organizações Globo continuam recebendo a maior parte destes recursos, numa época em que as verbas em várias partes do mundo, a começar pela Inglaterra, Canadá e Estados Unidos (que eles tanto admiram), já migraram ou estão migrando para a mídia digital.
A crise e o caos brasileiro, que a velha mídia apregoa, estão longe de ser realidade. O Brasil mudou. Quem não mudou foi a mídia e ela, sim, está em crise. Aos poucos surgem histórias que ela gostaria de manter desconhecidas dos respeitáveis telespectadores, ouvintes e leitores, como as contas secretas de seus proprietários na agência suíça do banco HSBC e as denúncias de propinas pagas pela Rede Brasil Sul (RBS), afiliada da TV Globo. Tudo isso precisa e deve ser investigado, mas a velha mídia parece não se dar conta das mudanças, aferrada a padrões do século passado, quando mamatas e privilégios foram suficientes para garantir tranquilidade a governos e dinheiro e poder aos seus proprietários.
Ângela Carrato - jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG. Este artigo foi publicado no blog Estação Liberdade

Da caridade ameaçada

Faz algum tempo, minha mulher ajudou um turista suíço em Ipanema, que se dizia vítima de pivetes. Num sotaque carregado, falando péssimo português, afirmou estar sem passaporte, dinheiro, lugar para dormir.
Minha mulher pagou-lhe um almoço, deu-lhe a quantia necessária para que pudesse passar uma noite no hotel enquanto contactava sua embaixada, e foi embora. Dias depois, um jornal carioca noticiava que o tal "turista suíço" era na verdade mais um criativo malandro, fingindo um sotaque inexistente, abusando da boa-fé de pessoas que amam o Rio, e desejam desfazer a imagem negativa - justa ou injusta - que se tornou o nosso cartão postal.
Ao ler a notícia, minha mulher fez apenas um comentário: "não é isso que irá me impedir de ajudar ninguém".
Seu comentário me fez lembrar a história do sábio que, certa tarde, chegou à cidade de Akbar. As pessoas não deram muita importância a sua presença, e seus ensinamentos não conseguiram interessar a população. Depois de algum tempo, ele tornou-se motivo de riso e ironia dos habitantes da cidade.
Um dia, enquanto passeava pela rua principal de Akbar, um grupo de homens e mulheres começou a insultá-lo. Ao invés de fingir que ignorava o que acontecia, o sábio foi até eles, e abençoou-os.
Um dos homens comentou:
- Será que, além de tudo, estamos diante de um homem surdo? Gritamos coisas horríveis, e o senhor nos responde com belas palavras!
- Cada um de nós só pode oferecer o que tem - foi a resposta do sábio.



Os desejos negativos
O discípulo disse ao mestre:
- Tenho passado grande parte do meu dia pensando coisas que não devia pensar, desejando coisas que não devia desejar, fazendo planos que não devia fazer.
O mestre convidou o discípulo para um passeio na floresta perto de sua casa; no caminho, apontou uma planta e perguntou se o discípulo sabia o que era.
- Beladona - disse do discípulo. - Pode matar quem comer suas folhas.
- Mas não pode matar quem simplesmente a contempla. Da mesma maneira, os desejos negativos não podem causar nenhum mal - se você não se deixar seduzir por eles.



Reflexão
Durante toda a sua vida, o autor grego Nikos Kazantzakis ("Zorba", "A Última Tentação de Cristo") foi um homem absolutamente coerente. Embora abordasse temas religiosos em muitos de seus livros - como uma excelente biografia de São Francisco de Assis - sempre considerou a si mesmo como um ateu convicto. Pois é deste ateu convicto, uma das mais belas definições de Deus que eu conheço:
"Nos olhamos com perplexidade a parte mais alta da espiral de força que governa o Universo. E a chamamos de Deus. Poderíamos dar qualquer outro nome: Abismo, Mistério, Escuridão Absoluta, Luz Total, Matéria, Espírito, Suprema Esperança, Supremo Desespero, Silêncio. Mas nós a chamamos de Deus, porque só este nome - por razões misteriosas - é capaz de sacudir com vigor o nosso coração. E, não resta dúvida, esta sacudida é absolutamente indispensável para permitir o contacto com as emoções básicas do ser humano, que sempre estão além de qualquer explicação ou lógica".

De olho no óleo, por Janio de Freitas

da Folha
Há 60 anos, 'O Petróleo é Nosso' foi mais do que uma campanha, foi uma batalha. Olha aí o século 20 de volta
A pressão para que seja retirada da Petrobras a exclusividade como operadora dos poços no pré-sal começa a aumentar e, em breve, deverá ser muito forte. Interesses estrangeiros e brasileiros convergem nesse sentido, excitados pela simultânea comprovação de êxito na exploração do pré-sal e enfraquecimento da empresa, com perda de força política e de apoio público. Mas o objetivo final da ofensiva é que a Petrobras deixe de ter participação societária (mínima de 30%) nas concessionárias dos poços por ela operados.
Como o repórter Pedro Soares já relatou na Folha, a Petrobras está extraindo muito mais do que os 15 mil barris diários por poço, previstos nos estudos de 2010. A média da produção diária é de 25 mil barris em cada um dos 17 poços nos campos Lula e Sapinhoá, na Bacia de Santos (de São Paulo ao Espírito Santos). Perto de 70% mais.
Não é à toa que, se a Petrobras perde a confiança de brasileiros, ganha a da China, que a meio da semana concedeu-lhe US$ 3,5 bilhões em empréstimo com as estimulantes condições do seu Banco de Desenvolvimento.
O senador José Serra já apresentou um projeto para retirada da exclusividade operativa da Petrobras nos poços. Justifica-o como meio de apressar a recuperação da empresa e de aumentar a produção de petróleo do pré-sal, que, a seu ver, a estatal não tem condições de fazer: "Se a exploração ficar dependente da Petrobras, não avançará".
A justificativa não se entende bem com a realidade comprovada. Mas Serra invoca ainda a queda do preço internacional do petróleo como fator dificultante para os custos e investimentos necessários às operações e ao aumento da produção pela Petrobras. Mesmo como defensor do fim da exclusividade, Jorge Camargo, ex-diretor da estatal e presidente do privado Instituto Brasileiro do Petróleo, disse a Pedro Soares que "a queda do [preço do] petróleo também ajuda a reduzir o custo dos investimentos no setor, pois os preços de serviços e equipamentos seguem a cotação do óleo". E aquele aumento da produtividade em quase 70% resulta na redução do custo, para a empresa, de cada barril extraído.
O tema pré-sal suscita mais do que aparenta. As condições que reservaram para a Petrobras posições privilegiadas não vieram só das fórmulas de técnicos. Militares identificaram no pré-sal fatores estratégicos a serem guarnecidos por limitações na concessão das jazidas e no domínio de sua exploração. A concepção de plena autoridade sobre o pré-sal levou, inclusive, ao caríssimo projeto da base que a Marinha constrói em Itaguaí e à compra/construção do submarino nuclear e outros.
Há 60 anos e alguns mais, "O Petróleo é Nosso" foi mais do que uma campanha, foi uma batalha. Olha aí o século 20 de volta.



Qual a dor maior , da família de Eduardo ou da do Thomas?

Acho que não se deveria comparar nada disso, pois qualquer morte é lamentável, mas uma morte precoce de uma criança e vitima da violência é inaceitável!
Considero assassinatos por arma de fogo e outros como pura covardia, seja da policia que nesse caso é bandida ou do bandido sem farda, agora quando é de um policial é bem mais covarde, a morte desse menino é inaceitável, a do filho do Governador foi uma fatalidade, um acidente, já a do menino foi covardia, violência pura!
Aires Bento  Weslei
Concordo. Em termos de dor, não há que comparar, ambos os casos são de muito sofrimento, e lamentáveis como você disse. Há, no entanto, uma diferença: a morte do menino Jesus não é só lamentável, é também revoltante. A polícia vive matando pobres à bala, e os Governadores que têm o comando delas, que fazem? Entra um sai outro, tudo igual. Há quem diga que é preciso desmilitarizar a polícia. Será mesmo esse o problema? Ora, vejo a mesma truculência nos não fardados. O que é preciso mesmo é humanizar a polícia.
Kiko Cheroso
Morte é morte. Não há comparações. Ambos pais devem estar sofrendo demaais nesse exato momento. Talvez a grande diferença é que o menino Eduardo foi morto pelo Estado. Foi morto pelas políticas implementadas há anos nesse Estado burguês. Foi morto pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Quem deveria o proteger. O menino foi ASSASSINADO! Foi mais um, dos que são assassinados diariamente pela fascista polícia militar brasileira.
Rogerio
Triste mesmo é ver os cariocas postando que nordestino tem mesmo é que morrer porque "99% das favelas são nordestino que não querem trabalhar e vão para o Rio enfeiar a cidade".
Pior que recebem dezenas de apoio ao postar isso.



Pedro Porfírio: o fracasso das UPPs

Deixaram as ruas ao léu e jogaram 10 mil policiais numa guerra cega contra populações criminalizadas



 
Essa violência sem fim em morros festejados como "pacificados" pela presença assustadora de policiais despreparados é o retrato mais exuberante de um grande fracasso - o da odiosa política de ocupação e humilhação das comunidades proletárias do Rio de Janeiro.
 Você deve estar lembrando da propaganda enganosa patrocinada pelo Sérgio Cabral: os bandidos tinham fugido dos morros à simples presença de aparatos policiais. Tendo à frente da Segurança Pública um delegado forasteiro, que quase nada conhecia do Estado do Rio de Janeiro e contando com o patrocínio "generoso" do então bajulado Eike Batista, as tais UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA - UPPs vendiam à classe média do asfalto a ideia de que a criminalidade seria vencida esculachando as comunidades onde os bandidos se homiziavam.
Desde a primeira UPP, em dezembro de 2008, no Morro Dona Marta (e não Santa Marta como falam os altos funcionários do governo e uma mídia que não sabe de nada) o governo do Estado do Rio tem insistido nessa estratégia, com o que abandonou as ruas da cidade e transformou cada comunidade numa "faixa de Gaza" sob ocupação: COM ISSO, OS BANDIDOS PASSARAM A VENDER DROGAS NO SAPATINHO E NO DELIVERY, DISPENSANDO OS PRÓPRIOS APARATOS CONTRA INVASÕES DE RIVAIS, JÁ QUE A PM ESTAVA LÁ COM ESSE ESCOPO INIBIDOR.  (Escrevi várias colunas a respeito dessa "segurança de fachada", como você achará pelo Google).
Agora, já não há como esconder o tremendo fracasso dessa política que tentou desmerecer todo um esforço no sentido de levar cidadania às comunidades que abrigam milhares de trabalhadores, as quais tiveram um grande crescimento a partir das décadas de 60/70, quando da implantação do sistema financeiro de habitação pela ditadura, que tornou insuportável o custo dos aluguéis nas áreas urbanas.
 

 Na década de 80, com os CIEPs, centros de educação pública integral, um novo horizonte se descortinou nessas áreas pobres. OFERECIA-SE INSTRUÇÃO COMO MELHOR ALTERNATIVA AO CRIME EM UM PROGRAMA OUSADO, NO QUAL A CRIANÇA PASSAVA O DIA NA ESCOLA (projeto que, a bem da verdade, foi boicotado não apenas pela Rede Globo, mas pelo PT, que travava uma queda de braço com o brizolismo pela hegemonia do campo popular).
Abraçando a visão das elites, que criminalizavam as comunidades pobres como santuários do crime, Sérgio Cabral mandou descer o cacete e espalhou "caveirões", sobretudo nas áreas de auto-suficiência econômica, com comércio próprio pujante, como na Rocinha, no Complexo do Alemão, no Jacarezinho e na Cidade de Deus.
Por muito tempo, essa política de UPPs encheu os olhos da classe média do asfalto e a especulação imobiliária aproveitou para valorizar imóveis do entorno das comunidades "pacificadas". Estatísticas não faltaram para dourar a pílula: não é difícil manipular os números diante de pessoas superficiais e acríticas.
Agora taí: a conta que vai sobrar pra gente. As comunidades "pacificadas" estão explodindo e tornando traumática a vida no entorno.  Usado por mais de 60 mil carros diariamente, o túnel Zuzu Angel, sob a Rocinha, é o maior emblema da insegurança epidérmica: quem passa por lá, a qualquer hora do dia ou da noite, tem a pressão elevada.
Enquanto isso, as vítimas inocentes da militarização dos morros se sucedem numa cadeia cada vez mais crescente.  A última delas, o menino Eduardo Jesus Ferreira, mostra a certeza de impunidade de policiais sem treinamento, que também estão lá jogados na fogueira, numa espécie de "guerra santa" contra quem levantar qualquer suspeita. O garoto de 10 anos estava na porta de casa jogando no celular, que foi confundido por uma arma, segundo seu pai.
Diante dessa tragédia que compromete definitivamente esse modelo de "segurança", o  governador Pezão disse que o Estado vai pagar o sepultamento do menino no Piauí, para onde a família quer retornar.
O mais é pura lorota, porque esse mesmo governador anunciou que vai mandar mais tropas para o Alemão, e policiais nervosos são o único pessoal de que dispõe o governador para lidar com as comunidades pobres.


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