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Mensagem da Vovó Briguilina

O amor não está no corpo,
Onde muitos procuram,
E sim na alma,
Onde poucos encontram.

Carlos Odas - cretinos agarram-se à derrota como vira-latas defendem seus ossos


O que vale analisar é a premissa mais visível em todas as teses lançadas pelo cretinismo: para derrotar Dilma e pôr Aécio Neves no Planalto é preciso fazer o brasileiro sentir-se mal consigo mesmo

Como esperado, desde aquele fatídico 4 de julho nossos insuperáveis cretinos lambem a derrota da Seleção brasileira contra a Alemanha, saboreiam-na aos bocados, olham-na com olhos lânguidos por medo de que perca o sabor que, para eles, é o de uma iguaria; esperavam, já um tanto ansiosos, uma tragédia com a qual pudessem marcar sua narrativa desta Copa do Mundo, quiçá deste "período histórico". Nesse afã, não pouparam sequer a dor de famílias no caso da queda do viaduto em Belo Horizonte; sordidamente, tentaram ligar à Copa – apenas para culpar o Governo Federal – uma responsabilidade que, afinal, era da Prefeitura daquela cidade, ocupada por um aliado dos cretinos, como executora da obra. Agarram-se à derrota como um vira-latas a defender seu único osso; o fazem para disfarçar o sabor do próprio e cotidiano fracasso diante do fato que a derrota em campo não nos define, mas a competência fora dele, sim, e muito mais.

Segundo dez entre dez cretinos fundamentais da mídia familiar – "familiar" não só pela propriedade dos veículos (e dos cretinos que as servem), mas porque posta a serviço dos interesses políticos e financeiros das famílias suas proprietárias –, dançávamos diante do abismo de nossa incompetência quando, dois anos antes, toda a infraestrutura que daria suporte à realização da Copa do Mundo não estava pronta – onde já se viu? Sabemos onde se viu; na Alemanha e na África do Sul, antes das suas respectivas edições da Copa, na Inglaterra antes das Olimpíadas de 2012. Mas a indignação seletiva dos nossos insuperáveis cretinos não teria o impacto projetado se não viesse carregada de tons dramáticos: estávamos prestes a dar, diante do mundo, um vexame histórico jamais protagonizado por outra nação do planeta. Era mentira. Era torcida. Era a eterna tentativa de definir o povo brasileiro como uma gente derrotada e sem virtudes reais, a não ser o tão propalado quanto falso "jeitinho brasileiro".

Eis que provamos o contrário do que queriam demonstrar os cretinos: não somos os vira-latas do mundo. Apostaram no fracasso da Copa e no sucesso da Seleção; ao verem as primeiras expectativas frustradas, recearam que um hexacampeonato mundial em terras brasileiras, e num ambiente de festa nacional, sufocasse de vez uma oposição partidária que já não vive sem os préstimos da cretinice engajada que exercem. Produziram daí as peças mais infames de que foram capazes; um escreveu à matilha de trolls que alimenta diariamente com suas doses de ódio coisas como "a oposição nunca disse que a Copa seria um caos" e "todos sabíamos que o evento seria um sucesso" ou, ainda, "o sucesso da realização da Copa não tem nada a ver com a organização do evento". Mentira, mentira e mentira. Bem paga, o que não lhe aproxima nem um pouco da verdade. Outro, empedernido, alertava para que a oposição não permitisse que Dilma e o PT se "apropriassem do sucesso da Copa do Mundo durante a campanha eleitoral".

Ao verem, mais adiante, a inversão completa de suas expectativas (sucesso fora de campo e desastre dentro das quatro linhas), os magos – sim, a maioria dos cretinos supõem-se magos – passaram a outra tese: o sucesso da Copa não pode ser apropriado por Dilma, mas o fracasso da Seleção brasileira deve ser associado a ela. E aí o cinismo regiamente pago excedeu-se. Por um lado, o que há de novo é o claro abandono das tentativas de escamotear suas relações; sabem que já não podem mais esconder que trabalham, primeiro, contra uma candidatura e, depois, em favor de outra. Resta a tentativa de ocultar a agenda que defendem enquanto podem. Afinal, seu trabalho não seria tão difícil se pudessem dizer abertamente o que desejam para o país. Não podem, pois significa, no médio prazo, o retrocesso na condição de vida de milhões de brasileiros.

O que vale analisar, no entanto, é a premissa mais visível em todas as teses lançadas pelo cretinismo: para derrotar Dilma e pôr Aécio Neves no Planalto é preciso fazer o brasileiro sentir-se mal consigo mesmo; é preciso difundir e cultivar a "malaise", como gosta de referir-se FHC. Ou seja, é preciso minar esperanças, é preciso baixar a autoestima do brasileiro e fazê-lo voltar, o quanto antes, a sentir-se um vira-latas. Assim, a derrota serve-lhes como o manto perfeito. Aliás, tanto melhor, nesse caso, que não tenha sido uma derrota simples, mas algo que se possa chamar de "histórico".

A Copa do Mundo do Brasil está sendo, sim, a Copa das Copas, mas não é por isso que eu, por exemplo, votarei em Dilma; é pela agenda que ela representa de ampliação de direitos e de participação popular, de redistribuição de renda e, sobretudo, de desenvolvimento soberano do país. Ao contrário de Aécio. Se a Bovespa cai quando Dilma sobe, é um sinal de que quem ganha mais com a concentração de renda que com a redistribuição dela prefere Aécio. Simples. A outra cantilena que já cansou aos ouvidos é a de que o Estado brasileiro é um mastodonte comedor do "nosso dinheiro". Mentira também. Nosso estado é oneroso, sim, porque as iniquidades legadas historicamente a sucessivas gerações de brasileiros são imensas. É contra isso que temos de lutar, contra as iniquidades; o tamanho do estado deve corresponder ao enfrentamento desse desafio, já que também é mentira – como já demonstrado – que o mercado esteja aí para substituir o estado no enfrentamento das desigualdades distribuindo capital em troca de força de trabalho. Não tem nada a ver com o surrado espantalho da comunização; os cretinos, aliás, nunca foram contra a intervenção estatal, na economia inclusive, mas disputam o vetor, o sentido, dessa intervenção – se for para sustentar os de cima, tudo bem para eles.

Então essa historinha de que "o SUS não presta", "bancos públicos devem ser privatizados" e "estatais são cabides de emprego" deve ser combatida no dia-a-dia da campanha eleitoral e em todos os outros dias em que seja necessário fazê-lo. Uma profunda reforma do Estado é bem vinda, desejável e necessária. Para ajustes e para a construção de uma sociedade mais justa, e não para redução de seu papel no combate às iniquidades. A síntese que me agrada, no caso brasileiro, é: mais estado, sim, onde ele é essencial, mas com cada vez menos poder estatal e mais poder popular. Os cretinos chamam isso de "sovietização", o que é uma burrice. Expressam apenas os velhos medos da Casa Grande.

Para que voltem ao poder, portanto, precisam que as esperanças do povo brasileiro sejam derrotadas; precisam de uma juventude apática à política. Não lhes incomoda a criminalização da política, aliás, pois preferem-na como exercício de poucos, de "profissionais" e "raposas". Nesse sentido, o simpático tome da Alemanha lhes deu fôlego e um discurso. A derrota, no entanto, não define o povo brasileiro nem o que foi essa Copa do Mundo

A realidade, afinal, tem sido há tempos a implacável Alemanha carrasca para os cretinos.

Judiciário - o mais corrupto dos poderes

O que mais surpreende na notícia de que Joaquim Barbosa quer garantir o emprego de 46 pessoas de seu gabinete não é o fato em si.

Todo mundo, quando se aposenta, se esforça para que seus subordinados sobrevivam.

O que realmente chama a atenção é o número de funcionários de JB: 46. É um pequeno exército.

O que tanta gente faz?

Conhecida a baixa produtividade da Justiça brasileira, eis um mistério.

Quantos funcionários terá cada juiz do Supremo? Se não a quase meia centena do presidente, quantos?

Qual o exemplo que o STF dá à sociedade de uso do dinheiro público? Quem fiscaliza?

Curiosa a mídia: entre tantos perfis endeusadores de Joaquim Barbosa, jamais trouxe à luz a informação do batalhão de funcionários sob suas ordens.

Suponhamos que ele tenha herdado todos. Num mundo menos imperfeito, ele teria realizado um ajuste exemplar, e feito disso um caso de ganho de eficiência num Judiciário tão carente de modernização.

Compare o STF com seu equivalente sueco. Você pode fazer isso caso leia um livro chamado "Um País sem Excelências e Mordomias", da jornalista brasileira Claudia Wallin, radicada na Suécia.

Recomendo fortemente.

Claudia entrevistou Goran Lambertz, presidente da Suprema Corte sueca. "Como todos os juízes e desembargadores da Suécia, Lambertz não tem direito a carro oficial com motorista nem secretária particular", escreve Claudia. "Sem auxílio moradia, todos pagam do próprio bolso por seus custos de moradia."

Para ver quanto é diferente a realidade brasileira, no final do ano passado foram comprados carros de 130 mil reais para que os juízes do Supremo façam seus deslocamentos por Brasília.

Lambertz mora numa cidadezinha a 70 quilômetros de Estocolmo. Vai todos os dias da semana para a capital da seguinte maneira: pega sua bicicleta e pedala até a estação de trem.

Ele tem um pequeno escritório, e não tem secretária e nem assistentes. "Luxo pago com dinheiro do contribuinte é imoral e antiético", disse ele a Claudia.

Uma equipe de 30 jovens profissionais da área de direito ajuda os 16 juízes da Suprema Corte. Fora isso, são mais 15 assistentes administrativos que ajudam todos os magistrados.

Isso quer dizer o seguinte: 45 pessoas trabalham para todos os integrantes da Suprema Corte da Suécia. Repito: todos. É menos do que os funcionários de Joaquim Barbosa sozinho.

Refeições, Lambertz mesmo paga. "Não almoço com o dinheiro do contribuinte." Algum juiz do STF poderia dizer o mesmo?

A transparência na Suécia é torrencial. "Qualquer cidadão pode vir aqui e checar as contas dos tribunais e os ganhos dos juízes", diz Lambertz.

"Autos judiciais e processos em andamento são abertos ao público. As despesas dos juízes também podem ser verificadas, embora neste aspecto não exista muita coisa para checar. Juizes usam bem pouco dinheiro público e não possuem benefícios como verba de representação. Os juízes suecos recebem seus salários e isso é o que eles custam ao Estado."

Os gastos dos juízes são fiscalizados fora do sistema judiciário. "Se você é um juiz, certamente tem o dever de ser honesto e promover a honestidade, além de estar preparado para ser fiscalizado todo o tempo", diz Lambertz.

Como um cidadão sueco reagiria à informação de que o presidente da mais alta corte do país gastou o equivalente a 90 mil reais para, como fez Barbosa, reformar banheiros do apartamento funcional?

É uma situação impensável — até porque juiz sueco paga sua própria casa, como qualquer pessoa.

Claudia perguntou a Lambertz como que o Brasil poderia avançar no mesmo rumo da Justiça sueca. Lambertz falou em "líderes que dêem bons exemplos, líderes que mostrem que não estão em busca de luxo para si".

Joaquim Barbosa foi proclamado pela Veja, num instante de euforia delirante, "o menino pobre que mudou o Brasil".

Mas ele cabe na descrição de líder transformador feita por Lambertz? Que um juiz sueco diria de uma equipe de 46 funcionários para um único homem?

Começa uma nova etapa no STF sem Barbosa.

Que comece ali uma reforma de mentalidades ao fim da qual tenhamos uma Justiça ao menos um pouco mais parecida do que a comandada por Garen Lambertz.

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

WatsApp da campanha da presidente Dilma

O site Muda Mais, ligado a assuntos relacionados à política e ao cotidiano, anunciou uma nova ferramenta para interagir com os eleitores. A página criou um perfil no WhatsApp no qual os internautas podem enviar mensagens para o número (61) 9688-6503 e conversar diretamente com os representantes da campanha.

A ferramenta é mais uma iniciativa da campanha de Dilma Rousseff para suprir a ausência da candidata nas ruas. A candidata às eleições deste ano é a primeira presidenciável a utilizar a o aplicativo.

"A equipe Muda Mais desenvolveu uma estratégia de atendimento via WhatsApp, um novo canal de relacionamento que iremos explorar com objetivo de colocar nas suas mãos, literalmente, a resposta para o que você precisa. E quer saber? O retorno dessa atividade tem sido amplamente satisfatório e com ela estreitamos laços com a militância de todo o Brasil, além de estar servindo às comunidades digitais com esse novo recurso interativo", explica um artigo no site Muda Mais.

Testes foram realizados pela assessoria de imprensa da presidente no dia 3 de julho. Na última segunda-feira (7) foi  iniciada a distribuição de conteúdo regular para membros da rede. Rui Falcão, coordenador geral da campanha de Dilma, disse em entrevista que a estratégia inicial de campanha é utilizar bem as redes sociais para divulgar as ações da presidente.

Dilma já utiliza com frequência seus perfis oficiais no Twitter e Facebook. 

O WhatsApp é mais uma forma de manter um contato direto com os brasileiros. Mesmo com um tempo maior na propaganda eleitoral no rádio e TV, que deverá começar no final de agosto, a candidata aumenta sua interação com os eleitores por divulgar de maneira mais direta suas promoções de campanha.

"O WhatsApp virou um importante instrumento de comunicação entre as pessoas. Na nossa avaliação, ele será fundamental nesta eleição para a disseminação de conteúdo", disse um integrante da campanha ao Globo.

Ao se cadastrar no perfil de Dilma no Whatsapp, o usuário pode receber mensagem de outros integrantes da rede, formando um grupo para discutir assuntos relacionados à política e ações sociais em geral.





O Facebook é uma corporação imoral

Saber que o Facebook manipulou "notícias" não surpreendeu quem conhece a empresa
Por John Naughton
Há duas lições interessantes a se tirar da polêmica sobre o estudo do "contágio emocional" do Facebook. A primeira é o que ela nos diz sobre os usuários do programa. A segunda é o que ela nos diz sobre corporações como o Facebook.
Caso você tenha perdido, aqui vai o resumo da história. A primeira coisa que os usuários do Facebook veem quando se conectam é seu "feed de notícias", uma lista de atualizações, mensagens e fotografias publicadas por seus amigos. A lista que é exibida para cada usuário não é abrangente (não inclui todas as informações possivelmente relevantes de todos os amigos dessa pessoa). Mas tampouco é aleatória: os algoritmos exclusivos do Facebook escolhem quais itens devem ser exibidos, em um processo às vezes chamado de "curadoria". Ninguém conhece os critérios usados pelos algoritmos – é um segredo industrial, assim como os adotados pelo algoritmo de classificação de páginas do Google. Tudo o que sabemos é que um algoritmo decide o que os usuários do Facebook verão em sua lista de "notícias".
Até aí é óbvio. O que provocou controvérsia foi a descoberta, mediante a publicação de um trabalho de pesquisa no prestigioso Proceedings of the National Academy of Sciences, de que durante uma semana em janeiro de 2012 pesquisadores do Facebook deliberadamente influenciaram o que 689.003 usuários do Facebook viam quando se conectavam. Algumas pessoas viram conteúdo com predominância de palavras positivas e alegres, enquanto outras foram expostas a conteúdo com sentimentos mais negativos ou tristes. Ao findar a semana experimental, o estudo mostrou que as cobaias inadvertidas tinham maior probabilidade de publicar atualizações de "status" e mensagens que tinham (respectivamente) um tom positivo ou negativo.
Do ponto de vista estatístico, o efeito sobre os usuários foi relativamente pequeno, mas as implicações foram evidentes: o Facebook tinha mostrado que podia manipular as emoções das pessoas! E nessa altura o lixo atingiu o ventilador. Choque! Horror! Palavras como "assustador" e "aterrorizante" foram as mais usadas. Houve discussões sobre se a experiência era antiética e/ou ilegal, no sentido de violar os "termos e condições" que os pobres usuários do Facebook têm de aceitar. As respostas são, respectivamente, sim e não, porque as corporações não fazem ética e os termos e condições do Facebook exigem que os usuários aceitem que seus dados possam ser usados para "análise de dados, testes, pesquisas".
Os relações-públicas do Facebook parecem ter sido apanhados desprevenidos, levando a diretora de operações da companhia, Sheryl Sandberg, a reclamar que "o problema do estudo é que ele foi 'mal divulgado'". Ela se referia sem dúvida à afirmação da empresa de que o experimento tinha sido conduzido "para melhorar nossos serviços e tornar o conteúdo que as pessoas veem no Facebook tão relevante e envolvente quanto possível. Uma grande parte disto é compreender como as pessoas reagem a diferentes tipos de conteúdo, sejam de tom positivo ou negativo, notícias de amigos ou informações das páginas que elas seguem".
Traduzindo, isso significa: "Pretendemos garantir que nada que as pessoas vejam no Facebook reduza a probabilidade de que elas continuem conectadas. A experiência confirma nossa conjectura de que conteúdo negativo é má notícia (e é por isso que só temos um botão 'Curtir'), e assim vamos configurar nossos algoritmos para garantir que a conversa alegre continue dominando os 'feeds de notícias' dos usuários".
Quando a história deste período for descrita, uma coisa que vai surpreender os historiadores é a facilidade complacente com que bilhões de pessoas aparentemente sãs permitiram que fossem monitoradas e manipuladas por órgãos de segurança do governo e corporações gigantescas. Eu costumava pensar que a maioria dos usuários do Facebook deve ter algum alguma ideia da extensão em que é conduzida por algoritmos, mas o escândalo sobre esse experimento pode sugerir algo diferente. Mas suspeito de que quando a comoção tiver diminuído a maioria dos usuários continuará enviando para manipulação da companhia seu fluxo de informações e emoções. Aqueles que os deuses desejam destruir, primeiro os tornam ingênuos.
As discussões sobre se o experimento foi antiético revelam a extensão em que os grandes dados estão mudando nossa paisagem regulatória. Muitas atividades que as análises de dados em grande escala hoje possibilitam são sem dúvida "legais" simplesmente porque nossas leis estão muito abaixo da curva. Nossos regimes de proteção de dados protegem tipos específicos de informação pessoal, mas a análise de dados permite que corporações e governos construam "mosaicos " de informação muito reveladores sobre os indivíduos, agregando o grande número de vestígios digitais que todos deixamos no ciberespaço. E nenhum desses vestígios tem proteção jurídica no momento.
Além disso, a ideia de que as corporações poderiam se comportar de forma ética é tão absurda quanto a tese de que os gatos deveriam respeitar os direitos dos pequenos mamíferos. Gatos fazem o que os gatos fazem: matam outras criaturas. Corporações fazem o que as corporações fazem: maximizam as rendas e o valor dos acionistas e se mantêm dentro da lei. O Facebook pode estar na extremidade da sociopatia corporativa, mas na verdade é apenas a exceção que comprova a regra.
Leia mais em Guardian.co.uk

Israel e o ideal de superioridade racial

Abaixo fragmentos do pensamento majoritário de Israel:

Os palestinos nasceram para serem massacrados por nós. Vamos descontar em cima deles o sofrimento que os nazistas nos impôs. Hoje somos os nazistas do povo palestino.

Não é preciso pensar em melhorias para eles. Cumpre manter, na Palestina, um padrão de vida baixo, não se permitindo que suba. 

Os palestinos são preguiçosos e é necessário usar a força para obrigá-los a trabalhar.

Devemos utilizar-nos do povo palestino simplesmente como fonte de mão de obra não especializada. 

Poder-se-ia conseguir ali, todos os anos, os trabalhadores de que Israel possa necessitar.

Quanto aos sacerdotes palestinos, eles pregarão o que mandarmos. Se qualquer sacerdote agir diferentemente, daremos cabo dele. Sua tarefa é manter os palestinos tranquilos, broncos e fracos de espírito.

Indispensável ter em mente que a pequena nobreza palestina deve cessar de existir; por mais cruel que isso possa ser, ela deve ser exterminada onde quer que se encontre. 

Deve haver apenas um senhor para os palestinos: o Judeu. Dois senhores, lado a lado, não podem e não devem existir. 

Todos os representantes da classe culta palestina, portanto, têm de ser exterminados. Isso parece crueldade, mas é a lei da vida”.

Depois de realizada a leitura do discurso, comente com seus alunos que a base ideológica do regime de Israel é o racismo. Os israelenses acreditam ser uma raça superior...

FHC é o novo técnico da seleção brasileira

Parodiando o The i-piauí Herald

Higienópolis: No dia seguinte à partida em que a Alemanha vandalizou o futebol brasileiro, José Maria Marin convocou uma coletiva de imprensa para anunciar mudanças drásticas na CBF: "Primeiro, vou trocar o acaju por uma tonalidade que deixe meus cabelos com ar mais arrojado", explicou. Em seguida, prometeu investir na base: "Faltam bons goal-keepers, pontas de lança ecenter-fowards", lamentou, enquanto comia uma fatia de Goiabada Cascão.

Em telegrama, Marin anunciou mudanças na comissão técnica da seleção. "Nosso Ground Committee decidiu substituir o coach Felipão por um homem que tem uma trajetória fulminante: Fernando Henrique Cardoso! Esse tem a confiança do nosso povo, do mercado investidor e States. Is us!", exultou.
Num balanço final, Marin destacou que as mudanças no futebol brasileiro devem ser estruturais: "Precisamos aderir a técnicas mais modernas de gestão. Mandei comprar um fax, aluguei um teletrim e aprendi a falar no walkie talkie", concluiu, antes de sair correndo para adquirir o novo LP de Cauby Peixoto em 78 rotações.
FHC já assumiu anunciando novidades: "A partir de hoje a CBF se chama CBÊAX." 
E arrematou: "Nossa tarefa agora é peneirar talentos em águas profundas!"
No fim da tarde, o governo do Uzbequistão negou asilo técnico-político a Felipão. 

Olhar digital

Veja a lista dos aplicativos que mais consomem bateria no Android

A AVG lançou um novo aplicativo para Android chamado AVG Cleaner, que, entre outras funções, ajuda a monitorar e controlar o uso de bateria pelo aparelho. Aproveitando o lançamento, a empresa lançou os resultados do estudo que determinam quais são os apps que mais comprometem o consumo de energia do dispositivo.

Para determinar a lista, a empresa criou uma fórmula que leva em consideração uso da bateria, armazenamento e tráfego de internet. A empresa considerou os aplicativos mais populares e mais usados para elaborar os "competidores" da lista.

O resultado pode ser conferido abaixo:

AplicativoCategoria
1Puzzle & DragonsPuzzle
2FacebookSocial
3theChiveEntretenimento
4iFunny JEntretenimento
5Hay DayFamilia
69GAGEntretenimento
7InstagramSocial
8Spotify MusicMusica
9FarmVille 2: Country EscapeEntretenimento
108 Ball PoolEsporte
*A tabela lista os aplicativos que tiveram o maior impacto no desempenho. O cálculo percentualfoi feito com base na em valores de medianas. A classificação é calculada pela fórmula: armazenamento * 3 + bateria * 2 + tráfego
O AVG também organizou uma lista separada para cada um dos quesitos, observando quais apps consomem mais bateria apenas, os responsáveis pelo maior uso de espaço e aqueles que mais utilizam dados.
“Comedores” de Bateria“Comedores” de espaço de armazenamentoOs que mais usam os dados e a rede
1Beaming Services for Beep’nGoAsphalt 8: AirborneNetflix
2ChatON Voice & Video ChatFIFA 14 by EA SPORTS™theCHIVE
3AllShare Cast Dongle S/W UpdateThe Sims™ FreePlayreddit is fun
4Samsung SmartView 1.0Despicable MeSpotify Music
5magicApp: Free CallsPuzzle & DragonsAT&T Smart Wi-Fi
6Samsung WatchON (Phones)The Simpsons™: Tapped Out9GAG
7Puzzle & DragonsPlants vs. Zombies™ 2Daily Mail Online
8Candy Crush SagaDragon CityTumblr
9Hay DaySlotomania FREE SlotsFacebook
10Samsung WatchON (Tablets)Family Guy The Quest for StuffInstagram

Nacionalismo e patriotismo não fazem mais sentido?

Pergunta: "Pinheiro em seu artigo A inútil luta contra os galhos: o governo como boneco de judas, você diz:
“Ainda vivemos sob a ilusão, fomentada por eventos esportivos e pela imprensa, de que países e governos sejam relevantes.”
Tal frase me dá a entender que noções como nacionalismo e patriotismo, além de países e governos, são (ou se tornaram) irrelevantes. Poderia explicar em mais detalhes por que nacionalismo, países e governos não fazem mais sentido em sua visão?”
– Guilherme
Essas coisas são hoje tão irrelevantes que estou evitando responder essa pergunta há seis meses. Também não a queria responder porque parece haver um evento esportivo barulhento ocorrendo nas minhas vizinhanças, e odeio falar sobre questões “atuais” – sou um cara metido com – ou que tem pretensões, nos dois sentidos, a – atemporalidade.
Mas a reflexão vem da ideia de que atualmente noções tais como país, nacionalidade, e vários elementos culturais que promovem pertencimento, são basicamente manipulados por corporações (os efetivos agentes políticos de nossa era).
Por exemplo, o soldado estadunidense que foi (e vai) lutar no Iraque, pensa que está defendendo o ideal de liberdade dos patriarcas constitucionais, mas todos que tem um mínimo de tino sabem que eles estão indo para lá defender a indústria do petróleo, e de quebra ajudando a indústria bélica.
Nacionalismo e patriotismo não fazem mais sentido
O sentimento relativamente puro de patriotismo desses fantoches pobres coitados é basicamente o buraco por onde entra a mão que os manipula.
Sociologicamente, nós atribuímos o rótulo “feudal” a um processo semi-orgânico de organização social que surgiu, e se sustentou por algum tempo, durante certo período da Europa medieval. Em outras palavras, identificou-se como as relações pessoais (e de classe) se davam, e a partir disso desenvolveu-se um modelo para descrever o que acontecia.
Por que digo “semi-orgânico”? Porque esse processo era mais inconsciente ou “natural” do que dirigido por uma inteligência, ainda que claro, já houvesse quem refletisse sobre o que acontecia, e promovesse esse ou aquele aspecto da coisa toda.
Com o tempo essa diferença entre o processo ser deliberado ou natural se confundiu ainda mais, e desde a revolução francesa, a organicidade e a inteligência, “nature or nurture”, nos processos sociais, nas questões “nacionais” em particular, se confundem cada vez mais. Nunca, em qualquer caso, se pode dizer que uma coisa exista sem a outra – nesses fenômenos sociais, e nos fenômenos humanos em geral.
Então reconhecemos que o estado, o país e a nacionalidade, que se formaram a partir do modelo europeu de feudalismo (há tentativas de identificar o feudalismo em outros lugares e tempos, mas sempre há pequenas variações no “esquema” das coisas acontecendo), são frutos de camadas sobrepostas de processos sociais bastante complexos. E jamais são “fatos” com qualquer solidez – fenômenos dançantes de formas de pertencimento e de exploração desse pertencimento.
Sinceramente, me sinto um pouco bobo, e também daí minha relutância em escrever sobre isso, dedizer que países são invenções. Qualquer pessoa que pense entende isso. Nem entremos nos 500 anos de “Brasil”, um nome dado pelos exploradores a uma vasta gleba de tamanho incerto, que foi aos poucos se reificando e cujos ideais de pertencimento são hoje explorads pela FIFA e suas corporações afiliadas.
Fortuitamente, alguns de nós nascemos aqui, recebemos esse título, e eventualmente somos levados a refletir sobre o que isso significa – ou apenas sair por aí com uma bandeirinha no carro, achando que isso espelha algum tipo de virtude interior. Mas nada disso dura muito tempo, ninguém se pensa “brasileiro” antes de sua profissão ou orientação sexual, ou de gostar de Game of Thrones e não de Lady Gaga.
Falemos, do contrário, sobre porque o Críquete ainda é o esporte nacional da invenção britânica que é a Índia (nem abrange tudo que seria a cultura hindu, nem é suficientemente homogênea para garantir uma unidade que não fosse artificial), e porque a invenção, também britânica, que é o oriente médio e sua absolutamente arbitrária divisão política, nos dá tantas dores de cabeça.
Ou até sigamos aos Celtas e Carolíngios e tentemos identificar o que fez o país “França”, ou como Lutero unificou (criou) a língua alemã.
E, se alguém quiser me pegar como exemplo aleatório, também vai ser divertido. Nasci, por acaso, em São Paulo, filho de gaúchos e de sua miscigenação europeia particular. Meu avô me fazia, enquanto criança, recitar com sotaque carregado que “nasci em São Paulo, mas sou gaúcho de coração”. Fui algumas vezes chamado de “alemão-batata”, embora a miscigenação seja tão grande que nao deva ter 10% germânico no meu sangue – mas o que faz sentido, porque batatas são uma cultura andina apropriada pelos europeus.
As bombachas foram sobra de uma guerra noutro lugar
As bombachas foram sobra de uma guerra noutro lugar
Volta e meia me deparo em uma mesa de jantar em que filhos de colonos alemães no Brasil tentam me cooptar, pela brancura da minha pele e bochechas baváricas, suponho, para alguma forma de supremacia da cultura alemã – que eles mesmos parecem só conhecer por estereótipos bastante deturpados. Uma bisavó minha era “bugre”, me contaram, mas esse é um termo racista para os guaranis, também me contaram – fora que andavam (e alguns andam) meio pelados, e algumas palavras e nomes de rua, deles não sei nada.
Aliás, quem me contou foi uma professora de sociologia que por acaso era “nativa”, e que também me ensinou que o gaúcho é uma invenção do Paixão Cortes – coisa que eu tentei explicar pro meu avô, que brincava de ser judeu e negro, mas era mistura de português com italiano. Enquanto isso, eu pratico budismo tibetano e sonho (e penso) mais em inglês que português. A cultura “brasileira” para mim, é algo como a cultura dinamarquesa – por acidente eu tenho mais contato com a primeira.
Mas, é óbvio, esse fenômeno da formação de uma nacionalidade existe, e com o tempo, e com as pessoas acreditando nele, ele produz efeitos sobre o mundo. Só que hoje, com a aldeia global, com tudo basicamente ordenado em torno dos mesmos “patrocinadores”, com aeroportos e shopping centers iguais aqui e em Bombaim (Mumbai? Até o nome da cidade é uma dor de cabeça de disputa entre colonizadores e colonizados!), a ideia de união de um povo é só mais um recurso a ser explorado. Sempre foi, mas parecia haver algum valor nela – hoje todo o valor é apenas parte da propaganda em uma caixa de pizza congelada.
Quem cai nessa é quem não reflete sobre a realidade. Se o nacionalismo já foi explorado pelo nazismo, e para lutar contra o nazismo, e para todo um espectro de motivação de uma classe de poderosos (de plutocracias escancaradas de linhagens aristocratas até governos mais ou menos democráticos), ele é hoje explorado para vender lixo processado como comida (fast food) e cerveja. E o que chamamos de governo é só um departamento pequeno das corporações.
Ora, essa choldra sabe que é massa de manobra. Mas da mesma forma que entende que o McDonalds destroi sua saúde, mas não para de comer, segue manobrada. Talvez a única “novidade” em responder essa pergunta, seja uma que já mastiguei em outros textos: governo não tem mais importância, quem manda no governo são esses algoritmos contratuais, essas “pessoas” juridicas que chamamos de “corporações” – estatutos sobre os quais nem CEOs e “pessoas importantes” tem qualquer poder.
Istanbul? Rio? Dallas?
Istambul? Rio? Dallas?
O resto a gente sabe. Tá cansado de saber. Só porque come McDonalds, e assiste jogo da Copa, não quer dizer que não esteja cansado de saber que está errado em fazer isso. Essa gente está apenas promovendo e dando poder aos maiores vilões do mundo, isto é, aos maiores causadores de sofrimento do mundo.
Na vida do João da Silva, o Brasil surge como uma ideia importante, às vezes, se as empresas assim acharem interessante. Mas fora como massa de manobra, ninguém mais sequer se sente nacionalista, e quanto mais jovem for, menos ainda, e os governos só tem a aparência de relevância e poder que seja de interesse para as corporações.
Bom, melhor a Copa que Vietnam, Iraque, Afeganistão.
* * *
Nota do editor: o formato de resposta a uma pergunta é também possível na coluna, cujo nome está ligado ao sentido do espanto que dá origem à filosofia, à ciência, às tradições de sabedoria. E WTF no sentido do impacto que isso talvez nos cause, quebrando cegueiras, ilusões.
Além de seguir o papo abaixo nos comentários, você pode enviar suas mais profundas perguntas para wtf@papodehomem.com.br .
Eduardo Pinheiro

Diletante extraordinário, ganha a vida como tradutor e professor de inglês. É, quando possível, músico, programador e praticante budista. Amante do debate, se interessa especialmente por linguística, filosofia da mente, teoria do humor, economia da atenção, linguagem indireta, ficção científica e cripto-anarquia.


Outros artigos escritos por 

Nem o general Octávio Costa, que escreveu alguns discursos de Emílio Médici, titular do pior período da ditadura militar, seria capaz de produzir as linhas que seguem abaixo.

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Centro da agitação eleitoral do PSDB, o Instituto Teotônio Vilela divulgou uma análise sobre a derrota de 7 a 1 com linhas inacreditáveis. Leia alguns trechos.

Num parágrafo, procura-se comparar traços culturais de alemães e brasileiros para dizer que...
" A histórica derrota sofrida pela seleção pode servir como lição para que o Brasil se torne um país melhor. A vitória alemã representa o triunfo da técnica, da disciplina, do método e do rigor sobre o improviso, o descompromisso e a fé em que, no fim, tudo vai dar certo, porque, afinal de contas, Deus é brasileiro e conosco ninguém pode."

Também se combate o otimismo de uma população, que jamais comungou do pessimismo de suas elites - o que era reconhecido por Tancredo Neves - para falar da " maior goleada da história do futebol mundial. Um vexame de proporções homéricas. Será que isso não nos diz algo sobre o que acontece quando abdicamos de fazer o que é certo apostando que, ainda assim, no fim nada vai dar errado?"

Numa exibição de quem pretende usar desgraças do futebol para ganhar pontos na política, mas não conhece uma coisa nem outra, afirma-se:

"O pior que pode acontecer agora é ignorar que o fiasco da seleção deve muito à forma com que os problemas são enfrentados no país. (...) Sem sacrifícios. É o cúmulo da cultura da esperteza, que só nos afunda, mas não está presente apenas no esporte. Pelo contrário."

É assim, sem sutileza, que se pretende transformar um jogo de futebol em metáfora da situação política. Tratando brasileiros como adeptos da " cultura da esperteza", que querem se dar bem "sem sacrifícios".

A ideia do brasileiro como formado na " cultura da esperteza" está no Zé Carioca, personagem colonial de Walt Disney, certo?

A ideia de que os brasileiros querem o sucesso "sem sacrifícios" é típica de quem acha que o salário mínimo está alto demais e precisamos de " medidas impopulares." É grotesco.

Cumpre lembrar que unir futebol e política é um exercício sempre perigoso. A gloriosa seleção do Tri de 1970, a melhor de todos os tempos, foi formada quando o país vivia sob o pior regime de todos os tempos. Era o auge da tortura, das execuções, da perseguição política. Era uma economia que crescia - mas concentrava renda e ampliava a desigualdade entre os brasileiros. O jogo de Pelé, Tostão, Gerson & os outros era um retrato do futebol Brasil da época. Sua melhor geração na historia.

Mas atuava em outra esfera, ou estratosfera.
Não serve como elogio a tortura - como tentava fazer a propaganda Ame-o ou Deixe-o.

A Seleção do Brasil de 2014 é um retrato de nosso futebol. Era um time que jogava aos trancos e barrancos, que contava com a sorte, caneladas e gols estranhos para avançar e chegar até onde fosse possível. Nunca prometeu mais do que isso - embora fosse possível, como já aconteceu em outras copas, imaginar um resultado melhor.

Comparar o 7 a 1 do Mineirão com o Brasil real é um exercício primário de marketing e ignorância política.
Até porque é preciso ter perdido todo contato com a realidade social e econômica do país para imaginar que a partir de 2003 o Brasil sofreu, como nação, qualquer coisa que possa ser comparada a uma goleada. A renda está melhor distribuída. O desemprego é um dos mais baixos do mundo. O ensino superior nunca cresceu tanto - nem de forma tão rápida. E as escolas técnicas? E a política de habitação popular?

Vamos olhar para o que é importante. Futebol é símbolo, ensina a metáfora Pátria de Chuteiras, de Nelson Rodrigues. Aumenta nossa alegria, o afeto, a vontade de rir. Mas não pode encobrir a realidade cotidiana, nem para o bem, nem para o mal.

Mas o esforço para transferir o 7 a 1 para o cotidiano dos brasileiros está em outros lugares.

Lendo apenas as manchetes dos jornais de hoje, você encontra palavras humilhantes: "Vergonha, vexame, humilhação." Ou: " Um vexame para a eternidade." Ou: "a partir derrota da história." Ou ainda: "Humilhação em casa."

Vamos combinar. Há momentos em que é preciso separar a vida real da literatura - ou do futebol.

Foi Alberto O. Hirshman, intelectual social-democrata do pós-Guerra, muito citado nas obras da pré-história do PSDB, que criou o conceito de fracassomania.

Enfrentando a resistência a todos esforços políticos para criar leis e realizar reformas capazes de atender aos interesses da maioria, Hirshman explicava que o principal argumento conservador de nossa época não é discutir o que está certo, nem o que está errado – mas convencer a população de que as mudanças, mesmo bem intencionadas, estão pré-condenadas ao fracasso. Nunca darão certo, diz a teoria, porque cedo ou tarde os interesses maiores do sistema vigente serão capazes de retomar seus direitos e reverter aquilo que foi conseguido. O resultado, assim, é que toda tentativa de progresso está destinada a dar errado – e não passa de desperdício de tempo e energia. Pretende ajudar mas acaba atrapalhando quem pode resolver as coisas -- isto é, o mercado. O melhor fazer, conclui a fracassomania, é deixar tudo como sempre esteve ao longo dos anos e anos.

Essa é a ideia por trás das frases do dia. Querem nos convencer que o país estava ao passo da gloria – mas acabou derrotado porque ainda não se tornou suficientemente alemão, atitude que "representa o triunfo da técnica, da disciplina, do método e do rigor sobre o improviso, o descompromisso e a fé em que, no fim, tudo vai dar certo, porque, afinal de contas, Deus é brasileiro e conosco ninguém pode."

Sabendo de nosso complexo de vira-lata, não surpreende que tenha uma gente que é louca para deixar de ser brasileiro. Traumatizados, querem virar alemães sem sequer pedir licença para a turma de Angela Merkel.

Não querem ganhar uma eleição mas pretendem mudar uma cultura. No fundo, não gostam de futebol. Seu desprezo é tamanho que num texto partidário, de quem está querendo votos, falam mal da entrada de Bernard em campo. Pode?

É uma gente que não entendeu nada, certo?

icq é melhor que o WatsApp?

Análise do Olhar Digital aponta empate técnico

Uma das mais antigas ferramentas de comunicação da internet, o ICQ andava esquecido até lançar a versão 8, nesta semana, que o colocou em pé de igualdade com produtos como WhatsApp, Viber, WeChat e Skype. A possibilidade de se conectar através de um número de telefone, fazer chamadas em vídeo, trocar stickers, entre outras coisas, deu mais peso para o ICQ, mas vale a pena baixá-lo?


O ICQ é bom. No smartphone, funciona de forma rápida e sem engasgar. Tem um visual limpo e funcionalidades que atualmente precisam estar num comunicador: chat individual, em grupo, em vídeo, troca de imagens e vídeos, uma boa variedade de pacotes de stickers (inclusive um só de memes que deixa a conversa mais interessante).


Dá para conversar até com quem não usa o aplicativo, de forma gratuita, porque o contato recebe um sms com o conteúdo. E a resposta vem no ICQ, e não no app padrão do aparelho. Há também a possibilidade de enviar qualquer tipo de arquivo, seja PDF, DOC, JPG etc.

É possível baixar o ICQ no computador ou usar o serviço pelo navegador e falar também com os contatos do Facebook por ele. Quem tem site pode disponibilizar o ICQ por meio de um plug-in e usá-lo para aumentar o tráfego e a permanência dos visitantes.

Tudo isso e, se você está na faixa dos 25 anos, ainda vai gostar de ouvir o nostálgico "oh-ow" sempre que receber uma mensagem. O ICQ só tem um problema sério: a base de usuários. O serviço pode ser muito útil no desktop, mas no celular a concorrência é muito acirrada, principalmente porque o mercado tem um serviço dominante que é o WhatsApp.

Quando baixei o ICQ, tive de pedir a amigos que o baixassem também para que eu conseguisse testá-lo. A reação geral foi positiva, mas a maioria das pessoas depende de outro aplicativo para chegar aos contatos.

Dá pra arriscar que ele representa um perigo para o WhatsApp, mas é difícil imaginar que um dia haverá tanta força para destroná-lo. Se bem que, com o lançamento da versão atual, o ICQ chegou ao topo nas lojas de aplicativos, com 100 registros por minuto só no Brasil... será que é um começo?

by Leonardo Pereira

Copa 2014 - uma vitória anunciada e que não deve ser esquecida

Depois da vitória esmagadora da Alemanha sobre a seleção brasileira (7 x 1), deuses do futebol - narradores, comentaristas e especialistas em futebol -, já decretaram a Germany vencedora da Copa 2014. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas... Combinaram com os argentinos? E se por um desses acaso do destino, nossos hermanos forem os vencedores, o que essa gente iluminada vai fazer, o que eles dirão após o apito final?... Pode ter certeza: Eles eram argentinos desde criancinha. Uma coisa que a maioria esmagadora desses "especialistas" não tem é vergonha na cara. Corja!

Dilma condena tortura e reforça a tolerância zero contra corrupção

A presidenta Dilma Rousseff afirmou que a dor praticada por uma pessoa sobre outra é “algo imperdoável, bárbaro”, e que provoca uma perda de valores humanos e de “tudo o que nós conquistamos, ao sair das cavernas, e nos elevarmos à condição de civilizados”. Falando sobre a tortura que sofreu nos três anos em que esteve presa durante a ditadura militar, ela disse que é um momento em que se aprende a resistir e que percebe que “só você mesmo pode te derrotar”. Em entrevista para a jornalista Christiane Amanpour, do canal norte-americano CNN, exibida nesta quinta-feira (10), Dilma contou que foi submetida a formas de tortura como o chamado pau de arara e o choque elétrico, “uma dor que anda”, nas suas palavras. “Não que seja fácil suportar a tortura, não é, e você só suporta a tortura se você se enganar, deliberadamente, dizendo: mais um pouco eu suporto, mais outro pouco eu suporto”, disse. Perguntada sobre como esse período mudou sua visão de mundo, disse que não se pode criar ódio nem raiva contra quem pratica a tortura; esses sentimentos não podem se estender para ideologia e cultura dos torturados, avaliou. “Tem uma coisa que eu acho que a tortura me fez viver de uma forma intensa, é a certeza absoluta que nós derrotamos, no Brasil, quem a praticou”, avaliou, completando que a vitória não é pessoal, mas da democracia. Após falar sobre o tema, a presidenta foi confrontada com o fato de duas mil pessoas terem sido torturadas e mortas pela polícia brasileira em 2012. Dilma recorreu à parceria entre os entes federados, e afirmou que não se pode deixar intocada a estrutura prisional do Brasil, que envolve prisioneiros em situações sub-humanas. “Tem de haver uma interação entre o Executivo federal e as polícias; e as polícias são dos estados, porque na Constituição brasileira a atribuição da segurança pública é estadual”, afirmou, acrescentando que, para solucionar o problema, é preciso rever a Constituição Federal. Ainda na entrevista à rede de TV norte-americana, a presidenta disse defender tolerância zero com a corrupção. Respondendo a pergunta sobre a gravidade do tema para o Brasil, Dilma elencou iniciativas como o Portal da Transparência, a Controladoria-Geral da União e a concessão de autonomia à Polícia Federal para investigar crimes de corrupção. “Os dois lados, tanto quem corrompe como quem é corrompido, hoje, pagam diante da Justiça, o que eu acho uma grande melhoria porque um não existe sem o outro”, completou. Fonte: Agência Brasil