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por Paulo Moreira Leite
O senador José Sarney tornou-se a grande Geni da política brasileira. Nos último dias sua reeleição para a presidência do Senado inspirou comentários em tom indignado.
Não sou admirador de Sarney e jamais deixei de apontar as mazelas de seu império maranhense. Há mais de uma década estou convencido — com números e dados oficiais — que o crescimento político de sua família coincidiu com uma elevação da miséria e da desigualdade no Maranhão.
Mas enxergo uma imensa hipocrisia neste comportamento. Lembra a velha fábula da raposa e as uvas? É mais ou menos isso.
Sarney serviu e serviu-se da política brasileira por mais de meio século. Sob o governo Goulart, ainda no pré-64, era da UDN Bossa Nova — aquela fatia política que era conservadora, mas não deixava de abrir uma porta para se aproximar do presidente que seria derrubado pelo golpe.
Durante o regime militar, foi homem de confiança dos generais e tornou-se governador do Maranhão.
No fim do regime, Sarney foi premiado com a presidência da Arena. Saiu dali para se tornar vice na chapa de Tancredo Neves, num movimento decisivo para dar um caráter conservador a uma transição política que ameaçava ficar fora de controle depois que milhões de pessoas pediram diretas-já.
Sarney era repudiado pela massa que foi à rua mas teve direito a toda proteção daqueles que o apedrejam nos dias de hoje — pois lhes prestava serviços de grande utilidade, naquele momento.
Após a morte de Tancredo, sua posse foi assegurada pela delgada flor do conservadorismo verde-amarelo, unida ao velho coronel da Arena para impedir qualquer solavanco democrático num momento em que as estrelas da ditadura sequer podiam sair à rua.
No Planalto, Sarney teve seu momento de glória com o Cruzado mas foi incapaz de honrar compromissos de distribuição de renda. Recuou e cedeu às pressões do alto empresariado e tornou-se um dos arquitetos das opções conservadoras da carta de 88.
Sem ser incomodado por ninguém, transformou concessões de rádio e TV num balcão de negócios que até hoje se constitui no maior obstáculo a todo esforço de democratização da mídia eletronica. Apoiou a censura ao filme Je vous salue Marie, de Jean-Luc Godard. Fez frequentes demonstrações de submissão aos comandantes militares e também usou as baionetas para pressionar o país.
E assim Sarney seguiu sua carreira. Chegou a empinar a filha Roseana como candidata a candidata prsidencial na campanha de 2002, um possível nome para enfrentar o sapo barbudo Lula — teve direito a muito pão-de-ló do sistema financeiro e da FIESP enquanto este sonho durou.
Essa capacidade de adaptar-se a toda mudança nos esquemas de poder e ser útil aos governantes de plantão é um traço revelador sobre Sarney e sobre nosso sistema político. Ele aproveitou todas as brechas abertas para se acomodar e se proteger. Mas sempre contou com mãos amigas para lhe abrir as portas e garantir uma longa sobrevivência.
O frasco de maionese e café
As pedrinhas são as outras coisas
O professor sorriu e disse:
Inveja não mata. Mas, maltrata!
Enfim, sós
Nelson Motta, O Estado de S.Paulo
Como é bom ter uma presidente que não vive esbravejando nos palanques e dividindo o País entre ricos e pobres, entre as elites e o povo e culpando os adversários políticos por todos os males do Brasil.
Que delícia não ter que ouvir todo dia a presidente dizer que o Brasil começou no dia em que ela tomou o poder e que os que a antecederam só lhe deixaram uma herança maldita.
Que alívio ter uma presidente que não se diz uma metamorfose ambulante nem tem opinião formada sobre tudo, até sobre o que totalmente ignora.
Como é edificante ter uma presidente que não se orgulhe de sua grossura e ignorância nem deboche dos que estudaram mais. Que sensacional é ter uma presidente que lê jornais. E livros!
Como é civilizado ter uma presidente que defende os direitos humanos, tanto em Guantánamo como em Cuba e no Irã. E que declara que o Brasil não deve dar opinião sobre tudo que acontece em outros países.
Como é gostoso não ouvir a presidente acusar todos que não a apoiam de ter preconceito contra pobre, nordestino e operário. Ou contra mulheres de origem búlgara de classe média.
Como é moderno ter uma presidente que não chama todo mundo de companheiro, como na antiga Cuba.
Que prazer é não ter que ouvir uma presidente dizer que o nosso sistema de saúde está próximo da perfeição.
Como é confortador ter uma presidente que não diz que o mensalão é uma farsa da imprensa golpista. E que não faz nomeações partidárias para o Supremo Tribunal Federal.
Como é animador ter uma presidente que não proclama que o Brasil está milionário e estabelece como lema de governo "fazer mais com menos".
Que vai tirar Furnas e a Funasa dos quadrilheiros do PMDB e contratar um alto executivo para a Secretaria de Aeroportos.
Que deleite é não ver todo dia as páginas dos jornais e as telas de televisão ocupadas pela presidente e suas ações, opiniões e omissões.
Como é bom para a democracia ter uma presidente que não joga para a imprensa e obriga os jornalistas a correr atrás de notícias.
Que maravilha será ter uma presidente que assuma as suas responsabilidades e faça o que tem que ser feito.
O advogado dos pobres
Cosme de Farias - O rábula baiano
Ele foi Major sem nunca ter servido as Forças Armadas e Advogado sem diploma de Bacharel.
O último rábula da Bahia ficou conhecido pela astúcia ao defender os mais pobres nos tribunais. Cosme de Farias foi mais que um profissional do Direito preocupado com as causas sociais. Mesmo sem ter concluído o curso primário, foi pioneiro na luta contra o analfabetismo na Bahia. Deputado e Vereador, levou às últimas consequências seu ideal franciscano: morreu pobre, na tapera onde vivia na Quinta das Beatas.
Certo dia, o juiz Vicente Tourinho perguntou à platéia quem poderia defender um ladrão abandonado pelo advogado à beira do júri.
Um rapazola mulato, traços grosseiros e cara de menino ergueu-se e respondeu: "Eu". O voluntário não conhecia o processo e nunca encontrara o réu - negro e pobre, acusado de roubo de 500 réis - mas não concordava em vê-lo sem dar a sua explicação sobre os fatos. Aceitou o desafio, passou os olhos nos autos e livrou Abel Nascimento da prisão argumentando que a falta de oportunidade na vida o conduzira ao crime. Começou ali, em 1895, a carreira de Cosme de Farias como rábula, advogado provisionado com apenas o curso primário e vencedor de causas quase perdidas. Até a morte, em 1972, atuou em mais de 30 mil processos judiciais, sempre na defesa, independentemente da infração e das condições financeiras do réu. Foi apontado como o campeão de habeas-corpus da Bahia, quiçá do país.
A história de Cosme tem o tempero dos "causos" narrados pela gente do povo mas também conta com boa dose de verdade, comprovada através do noticiário nos jornais. Autor de duas das poucas descrições do folclórico Cosme de Farias - uma em Tenda dos Milagres, como Damião de Souza, e a outra em Bahia de Todos os Santos, como Cosme -, o próprio Jorge Amado deu outra versão à iniciação do velho Major no universo do direito. Com o colorido permitido pela literatura, apesar do embasamento verídico, o escritor dizia que o juiz Santos Cruz, irritado com a ausência do bacharel Alberto Alves, convidou Damião para a defesa do acusado de assassinato, Zé da Inácia.
Conhecido pela inteligência, pelo bom humor e pela integridade, o jurista apostou na experiência do contínuo de escritórios de advocacia, "ratazana" dos corredores de delegacias e do fórum, então instalado na Rua da Misericórdia, onde hoje funciona a prefeitura. "Salvação de jovens advogados" pelo domínio dos trâmites legais, o rapaz que sonhava com o título de rábula aceitou o desafio e, mesmo sem saber a causa do crime, o justificou como fosse em defesa da honra. Inventou uma fábula, fez jurados e assistência chorar e, por unanimidade, absolveu o réu que havia passado mais de um ano detido e nem lembrava o motivo da briga que culminou com as facadas fatais contra o amigo Afonso Boca Suja. Com o sucesso, o moço ganhou a habilitação para advogar sem ter passado pela faculdade.
Dom da oratória
A devoção pelas questões humanitárias e o dom para a oratória contavam a favor do jovem repórter do Jornal de Notícias, então com 20 anos, que só viria reduzir sua participação em júris no fim da vida, porque "terminavam tarde demais". A experiência como espectador de duas condenações anteriores havia indignado o rapaz, conforme relatos de jornais e de contemporâneos de Cosme. "Hoje a designação de rábula tem carga pejorativa, que é o estigma dos maus advogados. Não foi sempre assim. Quando a regulamentação do trabalho forense não tinha os rigores hoje imprescindíveis, um juiz podia credenciar alguém hábil e competente para o exercício da advocacia em primeira instância", explica o historiador Cid Teixeira, professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (Ufba). "O foro da capital conheceu vários rábulas na primeira metade do século XX. Destaque para dois: Francisco Pinheiro de Souza e Cosme de Farias, um no juízo cível, outro no foro criminal", opina.
O componente emocional, que aparece nas duas versões para a estréia de Cosme, era um trunfo recorrente do campeão de habeas-corpus da Bahia. Sem deixar de expedir petição sequer um dia, preferia o abalo psicológico dos acusadores, do réu, dos jurados e da audiência, em detrimento do aparato jurídico, da lógica forense e dos preceitos legais. Por vezes, ele nem lia os autos. A solicitação da liberdade provisória para culpados e inocentes parecia seguir a uma fórmula. "Numa época, já na velhice, ele fazia a defesa com auxiliares. Embasava-se pela acusação e pelo pronunciamento dos outros defensores. No intervalo, olhava o que dizia a acusação no processo", diz Milton Gonçalves, escrivão do Tribunal do Júri por cerca de 25 anos e serventuário há 45, destacando que o rábula recorria a citações de leis, dependendo do caso. "Teve a sua história na Justiça", arremata, com a autoridade de quem já viu a ascensão e a aposentadoria de dezenas de advogados.
O "doutor" sem diploma e anel desbancou, por exemplo, a estrela nacional e autor de clássicos do direito Caio Monteiro de Barros. Trazido de São Paulo por exportadores para acusação do estivador José Heliotério por homicídio de um jovem rico, filho de empresário das docas, o bacharel começou o pronunciamento com uma conjugação errada do verbo supor, fato que passaria incólume se não estivesse na defesa do réu o velho Cosme. O baiano corrigiu em público o erro e ressaltou que o adversário não dominava a língua portuguesa nem para citar o livro de direito, enquanto ele, um rábula, era presidente da Liga Baiana contra o Analfabetismo. O historiador Cid Teixeira garante que, escabreado, Monteiro de Barros desistiu de falar.
Cosme de Farias somava inteligência, astúcia e humor na argumentação em favor do "pobre coitado que havia cometido o delito na hora de fraqueza, por ser analfabeto, desamparado e não merecer ser corrompido na penitenciária". Alguns episódios eram hilários e se tornaram lendas no meio jurídico. O resultado da revolta contra a "injustiça que estavam cometendo contra um réu", na primeira metade do século XX, pode exemplificar isso. O rábula ergueu-se na platéia e se aproximou do juiz e dos jurados com ares de quem procurava algo no chão. Intrigado e, de certa forma, irritado, o jurista perguntou o que motivara tal gesto. Em bom som, ele respondeu: "A Justiça, meu senhor, que nesta casa anda escondida". No final, o acusado venceu.
"Não pensem que ali estava um bobão dizendo tolices. Suas defesas tinham consistência, fundamento jurídico. (Ele) falava bem e muitas vezes embaraçava os promotores e advogados de acusação", afirma Ezequiel da Silva Martins, no livro com microbiografias A Bahia - Suas tradições e encantos. "As lágrimas que derramava, a grande emoção que isto provocava, a sua figura simpática e venerada, respeitada até pelos adversários e amada pelo povo pobre da terra, eram pontos valiosos a seu favor", conclui o autor na obra recém-lançada pela Secretaria da Cultura e Turismo do Estado.
O Major buscava geralmente a supressão da pena ou, no mínimo, a sua redução. Adotava a máxima de Rousseau - "ninguém nasce mau" - e pressupunha que o ambiente social corrompe e marginaliza o homem. Para os réus mais cruéis, requeria o internamento no manicômio, por entender a maldade como uma manifestação de loucura. Mas nem pela frieza os repreendia ou boicotava. Uma das primeiras temáticas encampadas por ele foi a vitoriosa transferência dos internos da "Casa de Correção" - batismo de sua autoria - para a Casa dos Alienados São João de Deus, atual Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, no bairro do Cabula. Dizia: "Na Bahia, quem rouba um tostão é ladrão. Quem rouba um milhão é barão" e "O homem não mata ninguém porque só quem tira a vida é Deus".
Defesa
O rábula classificava como uma das suas causas mais difíceis a concessão do habeas-corpus para 36 grevistas, funcionários da Leste Brasileiro. Entre as mais famosas está a defesa de Sérgia Ribeiro da Silva, apelidada de Dadá e única mulher do cangaço a manipular armas. Em 1942, Cosme impetrou recurso pela soltura da viúva do alagoano Corisco, o Diabo Louro, substituto de Lampião na liderança do bando. Dadá foi ferida na perna direita (mais tarde, amputada) e aprisionada pelas Forças Volantes, em 1940, numa ação encerrada com a morte do seu marido.
Cosme fez da própria casa, da rua, da porta da cadeia e do presídio o seu escritório, até obter permissão para receber a "clientela" no corredor da Igreja de São Domingos de Gusmão, no Terreiro de Jesus. Por anos, ali foi o seu gabinete e também a sede da Liga. Evitava alimentar esperanças e preferia a cautela dizendo: "vou ver se dar". Ouvia cerca de 30 pessoas por dia, com angústias diversas, da prisão do parente querido à falta de remédios. Enfrentava-se fila até chegar à mesa de madeira antiga, narrar o caso e assistir ao "doutor" pegar o papel para escrever, com caligrafia desigual e de difícil leitura, o documento de defesa (às vezes, encaminhado até pela família) ou um bilhete para a autoridade competente para resolver o problema.
"Ele escrevia com o indicador para cima. Era o pensamento na terra e o indicador para o céu, para que Deus lhe guiasse a escrita", lembra Zilah Moreira, jornalista, bacharela em direito, amiga pessoal e neta de professores do Major. "Tinha respostas na ponta da língua. Ganhava todas as causas. Não sei se pelo simbolismo ou pela competência", completa a filha de juiz, recordando que Cosme a aconselhou a "querer ganhar apenas o necessário" com a profissão de advogada. A carreira, entretanto, foi preterida pela vida como correspondente do jornal Estado de S. Paulo.
Não havia cobrança pelo serviço para a maioria das pessoas, mas quem podia desembolsar deixava no escritório umas cédulas, rapidamente destinadas àqueles sem comida, sem emprego, sem saúde. A fama e a influência do defensor levou até os mais abastados ao rábula. Língua ferina constatada nas Linhas ligeiras - artigos publicados em jornais locais com críticas à conjuntura política, econômica e social e até ao sistema judiciário -, o autor tinha amigos na Justiça. Era benquisto por juristas, serventuários, advogados de defesa e até os acusadores sem temeridade por ações duvidosas passíveis de denúncia. Teve inimigos, porém, em geral, os adversários não resistiam ao desprendimento e a inteligência do homem que mais parecia uma personagem folclórica.
por Márcia
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Nosso dever é não compactuar com nenhuma forma de violação dos Direitos Humanos em qualquer país, em especial o Brasil.
O que faz uma dona de casa
O homem chegou em sua casa, após o trabalho, e encontrou seus três filhos brincando do lado de fora, ainda vestindo pijamas. Estavam sujos de terra, cercados por embalagens vazias de comida entregue em casa. A porta do carro da sua esposa estava aberta. A porta da frente da casa também. O cachorro não veio recebê-lo. A cada instante ele via mais e mais bagunça. Na sala de estar, a televisão ligada berros num desenho animado qualquer, e o chão estava entulhado de brinquedos e roupas espalhadas. Na cozinha, a pia estava transbordando de pratos; ainda havia café da manhã na mesa, a geladeira estava aberta, tinha comida de cachorro no chão e até um copo quebrado em cima do balcão. Assustado, ele subiu correndo as escadas, desviando dos brinquedos espalhados e de peças de roupa suja.
Será que a minha mulher passou mal? ...
Será que alguma coisa grave aconteceu?...
Daí ele viu um fio de água correndo pelo chão, vindo do banheiro.
Lá ele encontrou mais brinquedos no chão, toalhas ensopadas, sabonete líquido espalhado por toda parte e muito papel higiênico na pia. A pasta de dente tinha sido usada e deixada aberta e a banheira transbordando água e espuma. Finalmente, ao entrar no quarto de casal, ele encontrou sua mulher ainda de pijama, na cama, deitada e lendo uma revista.
Ele olhou para ela completamente confuso, e perguntou:
- Que aconteceu aqui em casa? Por que toda essa bagunça?
Ela sorriu e disse:
- Todo dia, quando você chega do trabalho, me pergunta:
- Afinal de contas, o que você fez o dia inteiro dentro de casa?
- Bem... Hoje eu não fiz nada, FOFO !!!!
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Divulgado nomes dos aprovados no Sisu
Telescópio Kepler
- 1.235 candidatos a planeta
- 662 com dimensões semelhantes à de Netuno
- 288 "super-Terras", entre 1,25 e 2 vezes o tamanho da Terra
- 184 gigantes gasosos, 165 do tamanho aproximado de Júpiter e 19 maiores do que Júpiter
- 170 possíveis sistemas multiplanetários, com dois ou mais candidatos orbitando a mesma estrela
- 68 "exo-Terras", com dimensões até 1,25 vez o tamanho da Terra
- 54 "exo-Terras" circulando na zona habitável ao redor de suas estrelas, podendo ter água em estado líquido em suas superfícies
- 5 ao mesmo tempo do tamanho da Terra e orbitando na zona habitável
Estes dados são baseados nos resultados das observações realizadas de 12 Maio até 17 de Setembro de 2009, de mais de 156.000 estrelas no campo de visão do Kepler, que abrange cerca de 1/400 do céu.
Qual a importância de qualquer uma destas " descobertas"?... Nenhuma!
Investimento em Educação, Saúde e Distribuição de Renda dão retorno
- Bolsa Família 2, 25 para cada 1 investido no beneficio.
- Prestação continuada [ idosos e deficientes fisicos ] 2,2 para cada beneficio.
- Na Educação 1,85 por cada real investido.
- Na saúde 1,7 por cada real investido.
Ex-blog do Cesar Maia
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Oposição ouvi, vê, lê e cobra o que não entendeu
Dilma Rousseff anuncia distribuição gratuita de remédios para hipertensão e diabete
Beto Barata/AE
A presidente Dilma Rousseff durante anúncio do programa Saúde Não Tem Preço
Lígia Formenti – O Estado de S.Paulo
A presidente Dilma Rousseff lançou ontem o primeiro programa com a sua marca, o Saúde Não Tem Preço. Promessa de campanha, prevê a distribuição gratuita de remédios para hipertensão e diabete nas farmácias conveniadas ao Aqui Tem Farmácia Popular.
Pelo cronograma, todos os 15 mil estabelecimentos ligados ao programa terão até o dia 14 para oferecer os dez medicamentos, que, até ontem, eram vendidos no sistema de copagamento: o governo encarregava-se de pagar até 90% do preço do remédio e o paciente, o porcentual restante. Para adquirir os remédios, basta apresentar uma receita médica, o CPF e um documento com foto.
A medida foi anunciada em uma cerimônia concorrida, a primeira realizada no Palácio do Planalto desde a posse de Dilma. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o novo programa é fruto de um acordo do governo com indústria e setor do varejo farmacêutico. Em troca do aumento do volume de vendas, que já é esperado com o novo programa, indústria e varejo abrirão mão de parte dos lucros.
O orçamento do governo para esse programa é de R$ 470 milhões. Pelos cálculos do coordenador do departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento, a renúncia do setor privado será de cerca de R$ 100 milhões. "O governo não interferiu no formato dos acordos. Indústria, distribuidores e farmácias decidiram entre si qual a parcela que cada um renunciaria."
Nascimento afirma que as empresas ganham de outra forma: há expectativa de aumento na escala de venda. "Quando o comprador entra na farmácia leva também xampu e pasta de dente." O ministério não tem estimativa de qual será o aumento de venda nas farmácias conveniadas.
A medida anunciada por Dilma vai favorecer a compra de dez medicamentos, que estão no mercado em aproximadamente 400 apresentações. Padilha afirmou que um grupo de trabalho, destacado para acompanhar a implantação do programa, deverá avaliar a possibilidade de inclusão de outras drogas.
Durante seu discurso, a presidente vinculou o programa de distribuição gratuita de remédio com outra bandeira de seu governo: a erradicação da miséria. Para isso, apontou que 12% da renda da população mais pobre é consumida com remédios. Entre a parcela mais rica, esse percentual não chega a 2%.
A escolha de hipertensão e diabete também foi explicada pela presidente. Segundo ela, 33 milhões de brasileiros são hipertensos e 30% da população adulta que têm diabete ou hipertensão desconhece seu estado de saúde.
Fiscalização. Além do Saúde não Tem Preço, o governo apresentou medidas para tentar ampliar a fiscalização e o controle do programa. Entre elas, a instalação de um sistema para reduzir o risco de quebra de sigilo de informações dos pacientes e a criação de um cupom, com informações sobre o comprador, o estabelecimento e o médico que prescreveu os medicamentos e o cruzamento com o Sistema de Óbito do Ministério da Previdência.
Em 2010, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que farmácias credenciadas no programa Aqui Tem Farmácia Popular venderam remédios para pelo menos 17.258 mortos. De acordo com a auditoria, feita por amostragem, o desvio foi de pelo menos R$ 1,7 milhão. Entre as falhas estavam a compra com o uso de CPFs de pessoas mortas.
DE GRAÇA
Princípio ativo dos remédios que serão distribuídos gratuitamente no programa Saúde Não Tem Preço:
Hipertensão
Captopril 25 mg, comprimido Maleato de enalapril 10 mg, comprimido
Cloridrato de propranolol 40 mg, comprimido
Atenolol 25 mg, comprimido Hidroclorotiazida 25 mg,comprimido
Losartana Potássica 50 mg
Diabete
Glibenclamida 5 mg, comprimido
Cloridrato de metformina 500 mg, comprimido
Cloridrato de metformina 850 mg, comprimido
Insulina Humana
PSDB ressuscita FHC II
Foi ao ar na noite desta quinta (3), em rede nacional de rádio e TV, o programa partidário do PSDB. Estrelou-o Fernando Henrique Cardoso.
FHC apareceu logo no início da peça (disponível acima). Respondeu a indagações de jovens. Um deles perguntou se Lula o decepcionou mais como político ou como sociólogo.
E FHC: "Eu conheci o Lula no ABC, em São Bernardo, um Lula inovador, que dizia que a CLT tinha de ser liberada..."
"...Que os trabalhadores precisavam ter uma nova forma de relação, sindicato mais independente, nós precisamos de reformas, que precisava mudar o Brasil..."
"...Ele não fez isso. Eu acho que ele foi conservador. Ele aceitou muita coisa que não era boa de aceitar. Alianças. Todo mundo faz alianças. Eu também fiz..."
"...Mas ele ficou até o fim, até promoveu alianças com setores muito atrasados do Brasil. E permitiu que houvesse uma certa complacência com a corrupção..."
"...Esse lado me decepcionou, talvez mais como pessoa do que como presidente".
A simples aparição de FHC num programa institucional representa notável mudança de procedimento no PSDB.
Até aqui, embora seja a principal liderança da legenda, o ex-presidente era mantido no armário pelo tucanato.
Foi, por assim dizer, escondido nas três eleições presidenciais em que o PSDB amargou derrotas: 2002, 2006 e 2010.
O problema é que, junto com a ressurreição de FHC, renascem os fantasmas da era tucana. Há um quê de amnésia na fala do ex-presidente.
FHC tem razão quando diz que, nas reformas e na política, Lula foi "conservador". Conservou o que havia de bom e de ruim no legado que recebeu.
No pedaço benfazejo da herança, Lula manteve intactos os pilares macroecnômicos que começaram a ser erigidos sob Itamar Franco e que FHC sedimentou.
O ex-presidente queixou-se da falta de modernização da legislação trabalhista. Beleza.
Porém, afora o inconveniente político da menção, há o fato de que FHC teve oito anos para realizar o que diz que Lula não fez. Manteve intacta a CLT.
FHC falou das alianças. "Eu também fiz", reconheceu. Mas deu a entender que Lula fez mais e pior do que ele: "Promoveu alianças com setores muito atrasados do Brasil".
Esqueceu-se de que, na gestão tucana, um personagem como Jader Barbalho mandou e desmandou na Esplanada.
Esquivou-se de recordar que Renan Calheiros foi seu ministro da Justiça. Repetindo: FHC fez de Renan titular da pasta da Justiça.
Absteve-se de rememorar que José Roberto Arruda, à época filiado ao PSDB, foi líder de seu governo no Senado antes de estrelar o mensalão brasiliense do DEM.
FHC afirmou que Lula "permitiu que houvesse uma certa complacência com a corrupção". Na contabilidade dos escândalos, porém, há certa equivalência.
Lula arrostou duas crises do Senado. Uma com Renan e outra com José Sarney. Sob FHC também houve um par de crises no Senado. Uma com Jader, outra com ACM.
Lula teve o mensalão. FHC arrostou a acusação de compra de votos na votação da emenda da reeleição. Nas gravações, um deputado acreano citou uma "cota federal".
Sob Lula, registraram-se malfeitos em órgãos como a Funasa e em estatais como Furnas. Na era tucana não foi diferente.
Submetida a apadrinhados de Jader, a Sudam tornou-se ninho de escândalos que instalaram no Tesouro um dreno estimado em R$ 3 bilhões.
Um grampo clandestino plugado aos telefones do BNDES revelou que a privatização de estatais ocorreu em atmosfera que roçou "o limite da irresponsabilidade".
Ou seja, em matéria de perversão, os governos de FHC e de Lula são demarcados por diferenças que os igualam.
FHC também falou no programa sobre a necessidade de "dar uma chacoalhada" nos partidos políticos, inclusive no PSDB.
Esmiuçou o raciocínio: "Precisamos estar mais próximos das pessoas, do povo, com menos pompa, coisas mais diretas". Aí, talvez, o maior desafio do tucanato.
Às voltas com uma disputa interna que acomoda 2014 no epicentro de 2011, José Serra e Aécio Neves não falaram no programa.
A dupla apareceu apenas em imagens. Serra surgiu ao lado de Geraldo Alckmin, num instante em que se mencionou que o partido governa São Paulo há 16 anos.
Alckmin falou em seu nome e no dos outros sete governadores eleitos pela legenda no ano passado.
"É essa capacidade de governar que nos tornou o partido que mais elegeu governadores", disse ele nos 17 segundos a que teve direito.
Sérgio Guerra, presidente do PSDB federal, fez uma espécie de balanço da última disputa presidencial. Citou Serra a realçou os votos obtidos por ele no segundo turno.
Falou de Lula em timbre acusatório: "Lutamos contra um adversário que abusou do poder econômico e zombou da Justiça Eleitoral".
De resto, soaram no programa as vozes dos dois novos líderes do PSDB no Congresso.
Álvaro Dias (PR), líder no Senado, disse, a certa altura: "O Brasil está no rol dos países mais corruptos do mundo".
Duarte Nogueira (SP), o líder da Câmara, declarou: "O PSDB irá fazer na Câmara uma oposição vigorosa ao governo".
O prometido vigor, por ora, não se materializou. O PSDB perde mais tempo procurando um adjetivo do que se opondo.
A publicidade partidária, pelo que expôs e pelo que escondeu, deu idéia do tamanho do desafio envolvido na reestruturação do PSDB.
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por Josias de Souza
Receita do dia
Salada tropical. Colorida, refrescante e pronta em 15 minutos
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