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Saudade

Saudade de muitos que se foram, não sei para onde, só sei que se foram
Mas, estejam onde estiverem
Quero que saibam que continuam vivos
No meu cerébro
Na minha alma 
No meu coração.
Que todos estejam felizes e em paz
Amo vocês!


Leia também: Frase do dia, Veríssimo

Saudade, por Robespierre Amarante



Neste espaço -- Conterrâneos de Iguatu -- dizer que os pastéis do CICIM eram insuperáveis, é uma grande verdade! Sentir o gosto de um caldo de cana (garapa) forrado por um pão carteira, merenda de recreio do Grupo Escolar Carlos de Gouvea, é também uma outra grande verdade! Parar um pouco na calçada do Alvorada para curtir os cartazes em exposição, anunciando e desafiando o tempo: HOJE, AMANHÃ, BREVE é nada mais que lidar com a verdade da saudade! E a pipoca do Juvenal? Com seus saquinhos de cores -- amarela, azul, branca -- e dos quais retirávamos uma à uma, unindo indicador e polegar?
Passar na calçada do Caça & Pesca, ouvindo o som de uma tertúlia e não poder entrar, por ser menino do buchão? Comprar revistas em quadrinhos na banca ou livraria do Zé Osmar e depois de lidas, fazer a troca na calçada do cinema, e por vezes revender para ajudar na compra de um ingresso para ver um faroeste! 
THE END!

Robespierre Amarante



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Crônica dominical de A. Capibaribe Neto

Missão impossível
Por mais hercúleos que sejam os esforços para vencer desafios físicos nenhum deles tem força para ganhar do poder de sentimentos aparentemente simples como a paixão, o amor, a saudade. Nenhum desses tem uma forma definida, um tamanho mensurável, uma cor. Não adianta ser fisicamente forte, psicologicamente preparado para a complexidade das equações do conjunto de neurônios de um ser humano. Cada um desses sentimentos pode mover montanhas, é capaz de vencer distâncias com velocidade maior que a luz e pode transformar o homem em um deus amorfo ou um demônio formidável numa fração de tempo. Por mais que o poeta se atenha aos rigores da boa escrita para transmitir o que lhe dita a alma, ele não conseguiria falar de sentimentos assim sem a leveza do espírito, para que se possa distinguir os vácuos das versões dos apaixonados. Só assim pode prevalecer a finura das análises para que predominem o peso e a medida certas sem as quais as consciências não podem descansar em paz. Em cada saudade existe um culpado, mas os pesos são diferentes. Cada saudade tem uma cor impossível de distingui-la mesmo dentro das infinitas variações do espectro visível. A cor de uma saudade é única, é pessoal, intransferível, resistente, impertinente, teimosa. Ninguém foge de uma saudade, para mais distante que se vá. No alto de uma montanha solitária, debaixo do frio, ao som de um vento cortante, venha do norte, do sul, ou seja, cortante como o vento polar que se entranha na carne e chega ao coração despedaçado. Eu sei. Descobri e senti na carne. A saudade é uma companhia impiedosa, silenciosa, e que não cuida, não conforta, não diminui, nem com o tempo. Só aquieta, porque de alguma forma é preciso sobreviver. A saudade pode ser ridicularizada, banalizada, e pode até travestir-se, aos olhos alheios, de roedeira de periferia. Não importa. Saudade é um patrimônio de cada um e que não rende juros bons para o espírito. A saudade é inconveniente. Chega, se abanca, fica, dá plantão e nunca se toca que faria melhor se fosse embora discretamente ou à francesa. E não sai, não arreda o pé. Impossível de expulsá-la, de tentar arrastá-la para fora com todas as forças do mundo. Nada.



Uma saudade só pode ser preenchida, mas vez por outra aparece nas diferenças e ri da nossa cara, levando-nos às silenciosas comparações que tanta falta fizeram no auge de uma dor incapaz de diagnóstico para uma cura fora do corpo. Saudade são definitivas como a vida até que essa se esvaia, mas muitas vezes seguram nossas mãos no derradeiro pensamento antes da derradeira passagem para o finalmente "eternamente teu...". Somos capazes de ir ao fim do mundo, sobreviver ao frio, ao sol escaldante de um deserto sem fim, de suportar a sede até o limite... Tiramos forças até de um suspiro que beira o último, mas não temos forças para vencer a uma saudade que chegou muito antes da surpresa do abismo que se abriu, para determinar onde a realidade se dividiu em duas metades diferentes e por caminhos diferentes. Vencer uma paixão pode ser através da lógica. Vencer o amor que se perde pode até ser com a chegada de um outro amor, mas ganhar de uma saudade, é uma missão impossível. Melhor render-se a ela, tratá-la bem, com carinho, com respeito e esperar que ela adormeça...
Publicado originalmente na coluna Estrelas esquecidas - Diário do Nordeste

Recordações - Rita Célia Faheina

A este sentimento que nos faz chorar sem que seja de dor, de sofrimento, deram o nome de saudade.


"Eu vou, vou pro Ceará 
Eu vou, vou ver meu bem. 

Meu povo tá chorando, 
Vou lá chorar também. 

Eu vou dizer pro mar 
Que "arespeite" ao menos 
A casa do meu bem... 

A praia de Iracema 
Foi sempre o meu amor 
Não leve o meu coqueiro 
Deixe em paz meu bangalô". 

Humberto Teixeira nem lembrava mais da letra quando dona *Marlene Teixeira cantarolou pra ele a música de sua autoria em um dos últimos encontros que os dois tiveram, na década de 70. Prima e quase irmã, devido a grande convivência que tinham, ela guarda em sua casa, em Iguatu, na Região Centro-Sul do Ceará, várias recordações como troféus, fotos e recortes de entrevistas do "doutor do baião", título que ganhou de Luiz Gonzaga, de quem foi um grande parceiro e amigo. 

"Éramos muito unidos e quando ele foi embora da cidade (Iguatu) para o Rio de Janeiro, sempre nos correspondíamos, mandávamos cartões, cartas e ainda hoje me correspondo e falo, por telefone, frequentemente, com a Denise e sua mãe (a atriz Denise Dumont, filha única de Humberto e Margarida Teixeira que mora em Nova Iorque, EUA)". A ex-mulher do compositor é tradutora e pianista. 

Marlene, que diz estar com uns "70 e poucos anos", recorda que o primo não gostava de aparecer, por isso tem tão pouca coisa sobre ele, como reportagens e gravações de entrevistas. Relembra de uma das últimas entrevistas que Humberto concedeu no Ceará e ela assistiu. "Consta do acervo do pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez", informa. 

A mãe de dona Marlene, **Alice era a maior amiga de Lucíola Teixeira, mãe de Humberto. Em Iguatu, sempre moraram próximas. "Tia Lucíola era muito enérgica com os filhos. A casa que eles moravam era grande e tinha um sótão. Os meninos e meninas - além de Humberto, Joacir, Ivan, Juarez, Luzanira, Djanira (esposa do compositor Lauro Maia), Glaura e Ivanira - tinham de estudar e cumprir as tarefas, antes de brincar. Mas eram todos muito bons e inteligentes". 

Marlene aponta para a foto do tio, o maestro Lafaiete Teixeira, que dependurou na parede da sala de visitas, e recorda que foi ele quem iniciou Humberto na música. "Tio Lafaiete, irmão de papai (***Joel Leônidas Teixeira) e de tia Lucíola foi quem o ensinou a tocar gaita, e depois ele aprendeu flauta e bandolim. Com 12 anos, Humberto foi para o Rio de Janeiro, mas nunca esqueceu Iguatu. Sempre que podia vinha fazer uma visita aos familiares". 

Ela relembra da época em que ele se candidatou a deputado federal, na década de 50, quando foi a Iguatu fazer campanha ao lado de Luiz Gonzaga. "Quando assumiu, criou a Lei Humberto Teixeira, um projeto que incentivava a divulgação da música brasileira no Exterior. Ele escrevia e falava muito bem, porém cantar era uma negação. Lembro ainda que, na adolescência, tinha uma loucura por piano, mas o pai dele não deixava porque dizia que era coisa de mulher", recorda. 

Nos anos 60 e 70, Marlene foi visitar o primo no Rio de Janeiro e ficou se comunicando assiduamente com a mulher do compositor, Margarida e a filha Denise, atriz que foi casada com o ator Cláudio Marzo de quem tem um filho, Diogo. "No Rio, Humberto mesmo projetou sua casa e ali viveu com a família até sua morte, em 1979". 

Dona Marlene lembra que todos sentiram muito a morte do "doutor do baião" porque era muito presente na família e gostava de sempre estar junto dos parentes. Na semana passada, Marlene teve uma surpresa agradável: recebeu da Jobim Music a biografia, as músicas e partituras do primo. "Soube que Denise esteve no Rio de Janeiro e vou me comunicar com ela para contar sobre o presente. Fiquei muito feliz, porque é um reconhecimento de tudo o quanto o Humberto foi e continua sendo para a Música Popular Brasileira". 

* Tialena
** Vovó Alice
***Vovô Joel
“...Não vale a pena chorar/não vale a pena maldizer, o melhor é sorrir, sorrir e esquecer...” trecho da canção "Insensatez " de autoria de Tialena.

Saudade


Saudade de quem eu queria
Da emoção que eu vivia
Da boca que pra mim sorria 
Do prazer que eu sentia.