Na vanguarda da arquitetura, Zaha Hadid e Ron Arad projetam, em Roma e em Holon, Israel, o conceito de museu do século 21

Museus
Arte por fora e por dentro

CASAE

Marcelo Lima, Antena – Agência Estado

É possível falar de arte sem falar de arquitetura? É viável falar de telas ou esculturas ignorando seu entorno? E de design? Podemos analisar um objeto deixando de lado o contexto do qual ele faz parte? Teoricamente, sim. Mas, por certo, seria reduzir por demais a questão. De fato, como comprova a história, é impossível analisar qualquer período da arte, com boa aproximação, sem levar em conta a questão da arquitetura em que a obra está inserida, seja ela uma casa, um palácio ou os edifícios construídos especificamente para isso: os museus.
Trata-se de um tipo de projeto que desde a segunda metade do século 20 tem tido sua complexidade ampliada. Não apenas em função da arte e das muitas atrações que eles oferecem, mas sobretudo por sua arquitetura particular, aspecto que tem despertado interesse crescente aos olhos do público.
Legítimos herdeiros do Centre Georges Pompidou, em Paris, dos Guggenheim de Nova York e de Bilbao, dois novos museus, recém-inaugurados, um em Roma, o outro em Holon, em Israel, já figuram entre as prioridades de multidões de viajantes de várias partes do mundo.
CASAE
E razões não faltam para isso. Em uma cidade que dispensa superlativos, basta dizer que o MAXXI (Museu de Arte do Século 21), de Roma é, de longe, o mais significativo projeto erguido na Cidade Eterna em décadas. Além de se constituir na mais representativa obra já construída pela arquiteta mais cultuada da atualidade – a iraquiana, baseada em Londres, Zaha Hadid.
Monumental, com quilômetros de galerias e suas formas de concreto que parecem se contorcer umas sobre as outras, o MAXXI está localizado ao norte da capital italiana. Segundo sua autora, o objetivo é oferecer um dado contemporâneo às camadas históricas sobre as quais Roma está assentada.
CASAE
Em termos construtivos, porém, é um espetáculo à parte. Descreve com precisão o ideário de Zaha, com suas áreas de “confluência, interferência e de turbulência”, expressas por meio de rampas e cavidades, em entrelaçamento contínuo. Além de linhas poderosas que parecem se projetar no vazio.
Um edifício pensado em cada detalhe para conduzir o visitante exatamente ao que ele procura, para proporcionar passeios inesperados ou, por vezes, levar a alguns becos sem saída. Para muitos críticos é o percurso arquitetônico mais fascinante dos últimos tempos.
CASAE
Espaço ótico. Criar uma estrutura capaz de expressar os princípios de design foi o ousado objetivo do israelense Ron Arad. O Museu de Holon representa a primeira obra de peso do arquiteto, célebre por seus projetos na área de mobiliário. Antes ele já havia desenhado alguns interiores na Bélgica, criado seu próprio estúdio em Londres e concebido memoráveis instalações com o iluminador Ingo Maurer em Milão. Mas nada tão ambicioso e palpável quanto o Design Museum Holon, situado nos arredores de Tel-Aviv.
Propondo um diálogo direto entre o edifício e seus visitantes – envolvidos logo na entrada por gigantescas faixas de aço corten -, o museu projetado por Ron Arad propõe a seus espectadores uma inédita experiência espacial e ótica, que evidencia o enfoque escultural do designer. Com 3.700 m² de área construída – na prática, dois edifícios distintos e interligados -, a obra não foi pensada para abrigar uma coleção no sentido clássico. Em seu programa, além de 750 m² de galerias, estão incluídos um laboratório de design e uma coleção de arquivos.
CASAE
“Procurei criar uma hierarquia de espaços ao ar livre, mas é importante destacar que as enormes faixas que se projetam para o céu não são só bonitas, elas são estrutura”, diz Arad. Como no MAXXI, fica claro, logo à primeira vista, que o enfoque não está exatamente no que será apresentado. Nem seu objetivo último, na previsível visualização de obras. Mais emocional que didático, nos museus concebidos por Arad e Zaha a arquitetura se converte em impulso para se explorar e se conectar com a arte. Com o conteúdo enfim que eles pretendem propagar.

P4R4 4J6D4R B4ST4 CL1K4R N0 AN6NC10 Q63 T3 4GR4D4R

Henrique Meirelles não vai continuar à frente do Banco Central


Avolumam-se os indícios de que Henrique Meirelles não será mantido por Dilma Rousseff na presidência do Banco Central.

O penúltimo prenúncio foi levado à web pela Reuters. A agência diz ter recolhido de pessoa próxima a Dilma um comentário com cara deveredicto:

"Ele não vai continuar, já foi decidido".

A provável saída de Meirelles exigirá de Dilma algo mais além da indicação de um substituto. Terá de desfazer uma má impressão.

O desembarque de Meirelles tonificará a tese segundo a qual o BC não terá, sob Dilma, autonomia gerencial para administrar a política monetária.

O modelo de BC autônomo funciona assim: o governo fixa, por meio do Conselho Monetário Nacional, uma meta para a inflação do ano.

Estabalecida a meta, delega-se ao BC a tarefa de zelar pelo seu cumprimento. Entra em cena o Copom.

Integrado pelo presidente e pelos diretores do BC, o Copom eleva os juros quando há risco de descontrole inflacionário. Desaparecendo o risco, a taxa cai.

A autonomia assegura ao BC liberdade para calibrar os juros sem interferências políticas da Fazenda e, no limite, até do Planalto.

O modelo vigora desde 1999, quando foi instituída, ainda sob FHC, a sistemática de metas para a inflação.

O mandachuva do BC não está, evidentemente, impedido de debater os juros com outras esferas do governo.

O próprio Meirelles sempre cultivou o hábito de sentir o pulso de Lula antes das reuniões do Copom, realizadas a cada 45 dias. Porém...

Porém, a palavra final sobre a matéria é, até aqui, do BC. Antes de ser nomeado, Meirelles negociara com Lula, em 2002, o respeito à autonomia.

Meirelles assumiu em 2003, primeiro ano da gestão petista. Sobreviveu a dois mandatos, tornando-se o presidente mais longevo da história do BC.

Na semana passada, Meirelles fez declarações que soaram como uma condicionante. Insinuou que aceitaria permanecer no BC, desde que preservada a autonomia.

Dilma mandou dizer que não gostou. O recado chegou a Meirelles num telefonema disparado por Antonio Palocci, coordenador da transição.

Meirelles tentou ajeitar as coisas. Numa entrevista dada na Alemanha, disse que a própria Dilma, em campanha, declarara-se a favor da autonomia.

O vaivém levou ao caldeirão um caldo que os operadores do mercado ainda não digeriram.

Ficou a impressão de que, saindo Meirelles, vai-se embora a autonomia. O BC voltaria a ser um órgão subordinado à Fazenda.

Na leitura do mercado, a política monetária de Dilma seria frouxa. A queda dos juros prevaleceria sobre a rigidez no controle da inflação.

O mercado reage mal porque a política de metas é vista com bons olhos. Quando foi instituída, em 1999, os juros reais estavam na casa de 15%. Hoje, estão em 5%.

Frequenta a lista de alternativas de Dilma um subordinado de Meirelles, o atual diretor de normas do BC, Alexandre Tombini.

- Siga o blog no twitter.
por Josias de Souza 

P4R4 4J6D4R B4ST4 CL1K4R N0 AN6NC10 Q63 T3 4GR4D4R

A Irlanda e nós

A fila anda e mais um país europeu em crise, agora a Irlanda, é socorrido por seus pares da zona do euro, pelo FMI e por outras instituições financeiras internacionais. Ela receberá um pacote de ajuda que deve ficar em torno de 100 bi de euros ( US$ 135 bi) calculados como necessários pelos especialistas do mercado financeiro para tirá-la da falência.

Com seríssimos problemas em suas contas públicas, a Irlanda formata até depois de amanhã (4ª feira) o pacote com o montante de recursos necessários para dar suporte, principalmente, ao seu sistema bancário, às voltas com perdas de depósitos e com dificuldades para captar recursos no mercado financeiro mundial.

Sobre a Irlanda, realmente não havia outra saída. É a alternativa para manter o euro e a própria União Européia (UE). Mas daí a mídia e os conservadores brasileiros - com a Folha de S.Paulo em editorial e O Estadão com matéria sobre juros no fim de semana (domingo) - deduzirem que o Brasil não sabe o que quer e só cresceu por causa da situação internacional é um contrassenso.

Políticas do governo Lula alavancaram o crescimento

Foi o contrário. Apostamos e nos desenvolvemos economicamente por mérito e competência próprios, já que o mundo vive uma crise econômico-financeira global desde setembro de 2008, com baixo crescimento, endividamento, déficit e dívidas públicas crescentes, recessão e desemprego, queda do comércio internacional e do fluxo de investimentos diretos.

Então como explicar o crescimento brasileiro? Óbvio, só não vê quem não quer: pelas políticas adotadas pelo governo Lula, pelas mudanças que realizamos no modelo de desenvolvimento que devemos aprofundar, e não dar marcha à ré como pretendem tanto a Folha quanto o Estadão com sua eterna ladainha de corte de gastos e/ou aumento de juros.

O Brasil está no rumo e caminho certos. Tem que enfrentar as crises internacionais crescendo e aumentando a integração com a América do Sul. Temos de crescer para dentro e para fora, investir cada vez mais, fazer as reformas e reduzir os custos de nossa economia.

O problema: câmbio e juros altos e não a crise global


Nosso problema é o câmbio valorizado e os juros altos e não a crise internacional - o que não quer dizer que ela não deve ser levada em consideração. Deve sim, e com muita atenção.

Mas daí a reverter nossa política, ou considerar que só crescemos por uma situação internacional que, segundo os jornalões e os nossos conservadores - uns sinônimo dos outros - é ilusória porque a recuperação global não se deu tão rapidamente quanto o necessário e o esperado, não passa de discurso.

É um discurso bom só para uma campanha eleitoral e uma eleição que já acabaram e cujos resultados todos conhecem. Mas que, infelizmente, alguns, ao invés de enxergarem a realidade e investirem no futuro, não querem reconhecer.


P4R4 4J6D4R B4ST4 CL1K4R N0 AN6NC10 Q63 T3 4GR4D4R

Sempre distante amor e perto anseio

Sempre distante amor e perto anseio,
e triste descambar do adeus e a ida
em promessa que apenas prometida
tanto levou do ser que o fez alheio.

De outra morte morrer, opõe receio?
Morre um morto após si, já em seguida
à perda ao largo de alma tão perdida?
Mortos são os que morrem vida em meio.

São os vivos de amor, que amor esquece,
e, súbito, na morte amadurece
antes de tudo mais que vai morrendo.

Feridos numa dor que está vivendo
no arrastar em gemido e em passo tardo,
ter sido, mais que ser, terrível fardo.

Maria Ângela Alvim

P4R4 4J6D4R B4ST4 CL1K4R N0 AN6NC10 Q63 T3 4GR4D4R

Corrupção - Brasil sediará Conferência Internacional


Foto
MINISTRO JORGE HAGE

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, retornou nesta segunda (22) de uma viagem de 11 dias a dois continentes, onde participou de quatro eventos de grande importância para o Brasil junto à comunidade internacional envolvida com o combate à corrupção. No primeiro deles, o ministro, com autorização do presidente Lula, aceitou um convite feito pela organização Transparência Internacional, para que o Brasil sedie a 15ª Conferência Internacional Anticorrupção, que será realizada em 2012. O evento acontece a cada dois anos reunindo, em média, 1,5 mil pessoas de mais de 130 países, entre chefes de estado, representantes de governos, sociedade civil, acadêmicos, jornalistas e setor privado, para discutir planos e estratégias sobre a prevenção e o combate a corrupção, tanto em nível global, quanto nacional e local.

CH

Transição

Você é do PT ou do PMDB?...

Leilão do Bem

Clique para Ampliar

A Alessandro Belchior e parceiros lançam a 18ª edição do projeto Amigos em Ação, com o tema "Arte e amizade por um Natal mais digno para quem precisa". 


A campanha foi desenvolvida e doada pela Promosell. 


O ponto alto será um leilão de obras de arte doadas por artistas plásticos cearenses.
P4R4 4J6D4R B4ST4 CL1K4R N0 AN6NC10 Q63 T3 4GR4D4R

A Oi anuncia 3G para iPad

Em comunicado oficial, a Oi anunciou que irá oferecer planos Wi-Fi 3G para o iPad em breve. Segundo a empresa, nos próximos meses os usuários do tablet poderão aderir às ofertas para usar a internet utilizando os serviços da operadora. 

O aparelho da Apple, que permite aos usuários se conectarem com seus aplicativos e conteúdos, possibilita navegar na web, ler e enviar e-mail, curtir e compartilhar fotos, assistir vídeos em HD, ouvir música, jogar games, ler ebooks e muito mais, tudo através da revolucionária interface Multi-Touch

Não conhece o iPad? Veja aqui na página oficial da Apple: www.apple.com/ipad/

A oposição dividida e perplexa

É feia a crise dos derrotados na oposição. Inclusive, dentre outras razões, exatamente por isso, por causa da derrota, ainda não percebida por muitos deles, enquanto na outra parte o insucesso subiu à cabeça e eles falam como se fossem os vitoriosos do 1º e 2º turnos de outubro.

No principal reduto da oposição nacional, São Paulo, seus principais líderes continuam perdidos, a começar pelo candidato derrotado a presidente José Serra (PSDB-DEM-PPS). Ele disse que a derrota foi apenas o primeiro passo de um combate.

Mas, não deu, até agora, nenhum outro para arregimentar seus companheiros para fazer a oposição que, pelo que falou, espera-se seja a continuide da luta deles. Nem ele, nem o outro tucano mais emplumado no Estado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Continua>>>

A presidente Dilma se reuniu hoje em Brasília com dois possíveis integrantes da equipe econômica de seu futuro governo


Miriam Belchior, atual coordenadora do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento -, e Nelson Barbosa, secretário de políticas econômicas do ministério da Fazenda.

O encontro ocorreu na Granja do Torto, residência oficial da transição. Miriam é subchefe do Ministério da Casa Civil e está cotada para assumir o Ministério do Planejamento. Barbosa chegou a ser citado para a presidência do Banco Central.

Convite

entardeço
entristecida,
entediada
entre filme e cama
entrelaçada
em fios de telefone
vozes entrecortadas
tantos entretantos
estranhos nas entrelinhas
entrave nas entranhas
nenhuma entrega
porta entreaberta
digo, enternecida
entre

Folha e Globo mentem: havia uma guerra civil no Brasil durante a ditadura

Extraído do site Amigos do Presidente Lula (aquele que a dra Sandra Cureau quis calar): 

Folha e Globo, seguidas de Veja e Estadão fizeram "reporcagens" a partir do processo da ditadura contra Dilma Rousseff no STM (Superior Tribunal Militar).


Processos como estes exigem do repórter e do editor um mínimo de conhecimento da história e visão crítica da época para não escrever bobagens, principalmente usando de má-fé como fizeram os jornais.


Ignorar a realidade da época é o mesmo que publicar uma reportagem sobre o processo de D. Maria, a Louca, contra Tiradentes, e endossar as acusações tiranas de que Tiradentes seria um "traidor infame".


A má-fé dos dois jornais não está em publicar o conteúdo dos autos do STM, que pertencem à história, e podem ser estudados, para evitar novas tiranias, com a devida crítica (por exemplo, considerando sem valor, a princípio, informações obtidas sob tortura, sem que haja confirmação).


A má-fé está em confundir o leitor, principalmente àquele que não conhece o contexto da época, querendo atribuir caráter criminoso em ações de combate, de insurgência contra a tirania, de guerra de guerrilha (como tomada de armas do inimigo, expropriação à bancos), da mesma forma que a Corôa Portuguesa atribuiu como criminosa a insurgência política de Tiradentes.


Como a mentira tem pernas curtas, é fácil desmascarar essa imprensa corrupta: se as ações rebeldes fossem crimes comuns, porque Dilma e seus companheiros eram julgados por um Tribunal Militar, e não pela justiça civil comum?


À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares, crimes de guerra. É a prova irrefutável de que a própria ditadura reconhecia haver uma guerra de guerrilha em curso, e que as ações da guerrilha eram de combate.


O Brasil viveu uma guerra civil durante a ditadura camuflada pela censura e pelo PIG


Não foi uma guerra civil ostensiva, foi guerra de guerrilha.


Guerrilha é quando um combate se trava entre forças desproporcionais. Sem poder bélico para enfrentar um exército regular, a guerrilha precisa ficar escondida, e só apontar a cabeça em ações típicas de emboscada e sabotagens (como tomada de armas em quartéis e de policiais, expropriação a bancos, ataques à alvos da ditadura), para depois se esconder de novo. A guerrilha não pode ter quartéis visíveis, nem campos de batalha previsíveis, senão é facilmente dizimada pela inferioridade numérica e bélica.


A guerrilha não visa necessariamente vencer na força bélica. Visa criar focos de resistência, inserindo o espírito de luta (mesmo não armado) e resistência na população, na nação.


Num país continental e urbano, como o Brasil, caso houvesse apoio popular, as ações armadas tenderiam a ser substituídas por greves e protestos de massa, criando um ambiente político tal, que faria o tirano bater em retirada do poder. Esse resultado acabou acontecendo, na abertura lenta e gradual, com as greves do ABC, com as manifestação das Direstas Já, culminando com  a redemocratização.


Esse mesmo tipo de ação guerrilheira – com poderio bélico inferior, mas apoio popular – levou Nelson Mandela à democracia racial sul-africana e levou à criação da República da Irlanda (exceto a Irlanda do Norte, que ainda faz parte do Reino Unido).


No Brasil, a ditadura montou um conjunto de dispositivos para não deixar a guerrilha atingir seu principal objetivo: a organização e mobilização popular.


Para isso era preciso esconder que havia uma guerra civil legítima em curso contra a ditadura. Além da censura, era preciso demonizar na propaganda noticiosa os guerrilheiros como "criminosos", para não despertarem empatia popular, não criar mártires, nem despertar admiração, nem ideais a serem seguidos.


Foi preciso fazer o mesmo com os guerrilheiros, que D. Maria, a louca, fez com Tiradentes e os demais inconfidentes.


E lá estavam as velhas conhecidas familias Marinho, Frias, Mesquita e Civita, da velha mídia, engajadas em demonizar os guerrilheiros, em entusiasmados editorais, colunas e na deturpação do noticiário. Hoje, coerentes com o passado em prol da ditadura, fazem o mesmo ao colocaram suas mãos sujas no processo de Dilma, vilipendiando a verdade.


Além do aparelho repressivo policial-militar e para-militar, a ditadura criou Atos Institucionais e inseriu na lei de segurança nacional, carta branca para prender e arrebentar qualquer um que insurgisse contra a ditadura, seja sem arma, seja com armas.


Ato Institucional nº 6, transformou o STM (Supremo Tribunal Militar) em um tribunal de exceção, onde passaram a ser processados todos enquadrados na Lei de Segurança Nacional, inclusive os civis. Foi o reconhecimento pela ditadura de que estava travando uma guerra civil para se manter no poder.


Qualquer atividade civil de oposição de esquerda (ou que "ameaçasse" o regime), como críticas ao presidente e às autoridades, panfletagem, organização e reunião popular, greve, associação de funcionários "desautorizadas", eram punidas, desde a prisão até a pena de morte, pela Lei de Segurança Nacionalvigente na época, em processos na Justiça Militar.


Nesse contexto, de proibição à qualquer atividade real de oposição, é que só restou a resitência armada. Qualquer outra atividade de protesto que trabalhadores, estudantes e movimentos sociais fazem livremente hoje, com a maior naturalidade; qualquer coluna de jornal alternativo ou panfleto com críticas contundentes, dava pena de prisão na época. Até discussão de boteco ou na esquina, se alguém falasse mal do ditador ou da ditadura, ia em cana.


A guerrilha, por natureza, quase sempre acontece em movimentos de indenpência, de libertação nacional, ou contra ditaduras, quando não há liberdade de expressão, onde é proibido disputar o poder no voto livre. É a luta do oprimido contra o opressor.


Escalada da Ditadura levou à proliferação da luta armada


No Brasil, o golpe de 1964 não teve reação à altura, nem mesmo desarmada, por que foi uma ditadura implantada em etapas. Numa primeira hora, chegou a ser como um golpe pontual com "crise política e militar". Centristas do PSD, consumado o afastamento de Jango, tentaram fazer um acerto com os militares para reconduzir à normalidade institucional.


A constituição dizia que, faltando menos de 2 anos para o fim do mandato, o Congresso Nacional elegeria o novo presidente. Em acordo, JK e todo o PSD apoioaram a eleição de Castelo Branco no Congresso Nacional, inclusive emprestando como vice um hábil articulador político do PSD (o mineiro José Maria Alckmin). A derrubada de Jango foi um golpe, mas, a rigor, a eleição de Castelo Branco, até ali, retomava o caminho constitucional. O acordo previa que Castelo cumpriria o período do mandato de Jango até o fim, como determinava a Constituição, seguraria os militares da chamada linha dura nos quartéis, e cumpriria o calandário eleitoral, havendo eleições diretas para presidente em 1965, como previa a ordem institucional.


Uma vez eleito, Castelo Branco descumpriu os acordos, vieram golpes dentro do golpe (o próprio JK foi cassado em seguida, pelo próprio Castelo), cada vez mais afastando o caminho da redemocratização e transformando o Brasil numa ditadura cada vez mais arbitrária e massacrando a oposição.


Entre 1965 a 1968 movimentos civis, como dos estudantes e trabalhadores se reorganizaram em resistência popular (desarmada), nas ruas. Faziam cada vez mais protestos, greves e passeatas. Trabalhadores começavam a voltar a fazer greves, duramente reprimidas, com prisões e intervenções nos sindicatos.


O AI-5, em dezembro de 1968, fechou as portas para qualquer atividade de oposição. A falta de resistência em 1964, que havia levado à ditadura cada vez mais atroz, explodiu em 1968, com milhares de jovens (de todas as idades) resolvendo resistir, aderindo à unica forma de resistência que ainda parecia viável: a luta armada.


Dilma não participou diretamente de ações armadas, mas não há nenhum demérito em quem participou, pelo contrário. Foi um ato voluntário, de sacrifício e bravura, como o de qualquer soldado que combate em uma guerra. Muitos sem qualquer preparo, nem aptidão militar, acabaram sacrificando a própria vida ou em confronto com um exército e polícia bem preparada, ou torturados e executados nas masmorras da ditadura.



Em tempo: o Otavinho contrataria o Silvério dos Reis para escrever na página dois da Folha. PHA