A fila anda e mais um país europeu em crise, agora a Irlanda, é socorrido por seus pares da zona do euro, pelo FMI e por outras instituições financeiras internacionais. Ela receberá um pacote de ajuda que deve ficar em torno de 100 bi de euros ( US$ 135 bi) calculados como necessários pelos especialistas do mercado financeiro para tirá-la da falência.
Com seríssimos problemas em suas contas públicas, a Irlanda formata até depois de amanhã (4ª feira) o pacote com o montante de recursos necessários para dar suporte, principalmente, ao seu sistema bancário, às voltas com perdas de depósitos e com dificuldades para captar recursos no mercado financeiro mundial.
Sobre a Irlanda, realmente não havia outra saída. É a alternativa para manter o euro e a própria União Européia (UE). Mas daí a mídia e os conservadores brasileiros - com a Folha de S.Paulo em editorial e O Estadão com matéria sobre juros no fim de semana (domingo) - deduzirem que o Brasil não sabe o que quer e só cresceu por causa da situação internacional é um contrassenso.
Políticas do governo Lula alavancaram o crescimento
Foi o contrário. Apostamos e nos desenvolvemos economicamente por mérito e competência próprios, já que o mundo vive uma crise econômico-financeira global desde setembro de 2008, com baixo crescimento, endividamento, déficit e dívidas públicas crescentes, recessão e desemprego, queda do comércio internacional e do fluxo de investimentos diretos.
Então como explicar o crescimento brasileiro? Óbvio, só não vê quem não quer: pelas políticas adotadas pelo governo Lula, pelas mudanças que realizamos no modelo de desenvolvimento que devemos aprofundar, e não dar marcha à ré como pretendem tanto a Folha quanto o Estadão com sua eterna ladainha de corte de gastos e/ou aumento de juros.
O Brasil está no rumo e caminho certos. Tem que enfrentar as crises internacionais crescendo e aumentando a integração com a América do Sul. Temos de crescer para dentro e para fora, investir cada vez mais, fazer as reformas e reduzir os custos de nossa economia.
O problema: câmbio e juros altos e não a crise global
Nosso problema é o câmbio valorizado e os juros altos e não a crise internacional - o que não quer dizer que ela não deve ser levada em consideração. Deve sim, e com muita atenção.
Mas daí a reverter nossa política, ou considerar que só crescemos por uma situação internacional que, segundo os jornalões e os nossos conservadores - uns sinônimo dos outros - é ilusória porque a recuperação global não se deu tão rapidamente quanto o necessário e o esperado, não passa de discurso.
É um discurso bom só para uma campanha eleitoral e uma eleição que já acabaram e cujos resultados todos conhecem. Mas que, infelizmente, alguns, ao invés de enxergarem a realidade e investirem no futuro, não querem reconhecer.
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