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Companhia

Dize-me com quem dormes e dir-te-ei o que escreves. Foi a frase que me ocorreu quando li página de Danuza Leão, ex-mulher de Samuel Wainer, fundador de "Última Hora", e de Antonio Maria, cronista e compositor imortal, criticando, acerbamente, nossas festas juninas como algo cafona. Só faltou dizer que elegante é apenas o réveillon, a halloween ou o dia de ação de graças dos americanos. Fiquei pensando que seu leito, aquecido no passado por gente como Wainer, como Maria, deve de estar muito mal frequentado. Ou nada frequentado. Porque a solidão é má conselheira. Talvez esteja ela por detrás de tal amargura. Nesse ponto, quem melhorou muito foi Hermes da Fonseca que, em casando no Catete, com a jovem Nair de Teffé, floresceu de novo. E admitiu que ela promovesse, no palácio do governo, a festa dos corta-jaca em que se dançou maxixe, para escândalo dos que não podiam aceitar música brasileira em solenidade oficial, só valsas e polcas. Ruy Barbosa, não se sabe, se por mal dormido ou despeitado porque o outro lhe arrebatara a Presidência da República, teve a cara de pau de subir à tribuna do Senado Federal para profligar dança popular brasileira na residência oficial do chefe da Nação. Insurgiu-se contra nossa formação cultural e nossa tradição histórica.

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Lula e a imprensa

Já identifiquei aqui antes uma rachadura na lógica do presidente da República quando trata da imprensa. Umas horas diz que ela não tem mais tanto poder quanto antes. Mas se isso é fato por que gastar tanta saliva com o assunto?



O que mudou na relação entre a imprensa e seus leitores, telespectadores, ouvintes? Hoje há bem mais fontes de informação, e essas fontes são fiscalizadas em tempo real pela internet. O sistema de freios e contrapesos funciona para valer, cada vez melhor.



O que não mudou? A razoável independência entre o que acham e dizem os jornalistas e o que pensa o eleitor.



Lula de vez em quando parece imaginar que está diante de uma baita novidade. Menos, presidente. A História do Brasil já teve outros episódios de dissonância entre o poder e a opinião pública, nos quais a maioria da população seguiu o primeiro e não a segunda. É só pesquisar. Um bom exemplo está no livro “Minha Razão de Viver”, na parte em que Samuel Wainer (com a redação de Augusto Nunes) conta da campanha que levou Getúlio Vargas de volta ao poder em 1950.



O papel dos “formadores de opinião” foi e é limitado. Em geral, quando alguém busca uma ideia é para poder defender melhor o que já desejava defender. O sujeito gosta de um governo ou não gosta. Mas sempre por razões objetivas. Depois vai buscar a explicação.

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