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Teste oral para aids com resultado em até 30 minutos estará disponível para usuários do SUS

Os usuários do SUS passarão a contar com um novo tipo de diagnóstico para a aids. Trata-se do teste oral, que está sendo distribuído aos estados pelo Ministério da Saúde. A previsão do governo federal é de que, no decorrer de 2015, o teste oral esteja disponível na rede pública de saúde.
saude
No início deste ano, o ministério enviou aos estados cerca de 140 mil testes. Estes testes estavam sendo utilizados dentro do projeto Viva Melhor Sabendo, parceria da Pasta com 60 organizações da sociedade civil de todo o País. As ONGs saem a campo para testar as populações-chave (transexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas que usam drogas e profissionais do sexo) em bares, parques e outros locais de concentração LGBT.
Nesse período, foram realizados 14 mil testes de HIV via oral, sendo 381 positivos para a doença. Desse total, 43% nunca haviam feito teste de HIV. O objetivo do projeto é reduzir as novas infecções pelo HIV nessas populações. Atualmente, das cerca de 750 mil pessoas que vivem com HIV/aids no Brasil, estima-se que 150 mil delas ainda não saibam serem portadoras do vírus. O número de testes positivos nas ações realizadas pelas ONGs mostra índice maior em relação aos dados da população em geral. Enquanto a taxa de prevalência do HIV na população geral do Brasil é de 0,4%, na de travestis é de 12%. Já nos grupos de transexuais, de gays e de profissionais do sexo masculino a prevalência é, em média, de 5%.


No teste oral não é necessário furar o dedo ou tirar sangue como nos testes rápidos e tradicionais disponíveis nas unidades de saúde do Brasil. O fluído para o teste é extraído da gengiva e o começo da mucosa da bochecha, com o auxílio da haste coletora. O resultado sai em até 30 minutos. A grande vantagem é a segurança e a confiabilidade, além de não necessitar de infraestrutura laboratorial. Quando o resultado dá positivo para HIV, a pessoa é encaminhada à rede de serviço de referência previamente organizada para diagnóstico e tratamento em cada município-sede do projeto.

VioMundo: Delegados deixaram digitais, achavam que o golpe ia dar certo

por Conceição Lemes

Ontem, quinta-feira 13, a reportagem de Júlia Duailibi, publicada em O Estado de S. Paulo revelou: no período eleitoral, delegados da Polícia Federal (PF) usaram as redes sociais para elogiar Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, e para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff, que disputava a reeleição, bem como a replicar conteúdos críticos aos petistas.
Esses policiais, que mostraram ser anti-petistas militantes e radicais, são simplesmente os responsáveis pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, empreiteiras, doleiros, partidos políticos, funcionários e ex-funcionários da estatal.
Pela primeira vez os rostos desses delegados estão sendo mostrados. Para isso, contamos com a preciosíssima colaboração do NaMariaNews, que também nos ajudou na busca dos vídeos, das imagens e dos links que aparecem nos PS do Viomundo, ao final da matéria. Como os delegados mudam de nome dependendo da situação, a pesquisa foi bastante difícil.
São eles:
Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado
2 - 1- Igor Romario de Paula
As investigações da Lava Jato estão sendo conduzidas por delegados vinculados a Igor Romário de Paula, que responde diretamente a Rosalvo Ferreira Franco, superintendente da PF do Paraná.
Igor Romário de Paula, que atuou na prisão do doleiro Alberto Youssef, participa de um grupo do Facebook chamado Organização de Combate à Corrupção (OCC), cujo “símbolo” é uma imagem da Dilma, com dois grandes dentes incisivos para fora da boca e coberta por uma faixa vermelha na qual está escrito “Fora, PT!”
Márcio Adriano Anselmo, coordenador da Operação Lava Jato
10 - 9- Marcio Anselmo 2
Márcio Adriano Anselmo foi quem, no Facebook, afirmou: “Alguém segura essa anta, por favor”, em uma notícia cujo título era: “Lula compara o PT a Jesus Cristo”
Na reta final do 2º turno, fez comentários em outra notícia, na qual Lula dizia que Aécio não era “homem sério e de respeito”.
Escreveu: “O que é ser homem sério e de respeito? Depende da concepção de cada um. Para Lula realmente Aécio não deve ser”.
O delegado apagou há poucos dias o seu perfil no Facebook.
Maurício Moscardi Grillo, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários
15 - 12-Mauricio Moscardi Grillo em VIDEO 1-003
Maurício Moscardi Grillo é o responsável por apurar a denúncia de grampos na cela de Youssef.
Segundo a reportagem de Júlia Duailibi, ele aproveita a mensagem de Márcio Anselmo, para se manifestar sobre Lula: “O que é respeito para este cara?”
Grillo também compartilhou uma propaganda eleitoral do PSDB, como a que dizia que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobrás.
“Acorda!”, escreveu ele ao comentar a reportagem da Veja, que foi às bancas na quinta-feira anterior ao segundo turno: “Lula e Dilma sabiam de tudo”.
Erika Mialik Marena, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos do Paraná
Erica
Na delegacia de Erika Mialik Marena, estão os principais inquéritos da operação Lava Jato.
Em uma notícia sobre o depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás à Justiça Federal, ela comenta: “Dispara venda de fraldas em Brasília”.
No Facebook, usava o codinome “Herycka Herycka”. Após a reportagem de Júlia Duailibi,  seu perfil foi retirado dessa rede social.
A denúncia envolvendo esses quatro delegados da PF é gravíssima.
Estranhamente, a mídia deu pouca repercussão a ela.
Estranhamente também, até a hora do almoço da quinta-feira, 13 de novembro, a Polícia Federal, o Ministério da Justiça, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal (STF) não haviam se manifestado sobre a denúncia do Estadão.
Viomundo contatou então as quatro instituições, via suas respectivas assessorias de imprensa. Primeiro, por telefone. Depois, por e-mail, fazendo vários questionamentos.
Uma pergunta comum a todos:
–  Que providências pretende tomar em relação ao caso?
Ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, perguntamos também:
– A partidarização explícita dos delegados da PF envolvidos na Lava Jato não contamina o resultado da investigação, já que eles demonstraram evidentes objetivos políticos?
– A partir de agora a Lava Jato não fica sob suspeição?
Ao ministro Teori Zavascki , do STF, indagamos:
–  O comportamento dos delegados da PF não contamina a investigação, comprometendo o inquérito?
– A partir de agora a Lava Jato não fica sob suspeição, inclusive as delações premiadas?
À Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde fica a sua sede, perguntamos:
– O que a PF tem a dizer sobre os evidentes objetivos políticos desses delegados?
Na parte 1 da entrevista abaixo, o delegado Maurício Moscardi Grillo  fala aos 2,06 minutos sobre a PF e como deve deve agir em casos policiais. Imperdível.
Ele diz que a Polícia Federal é republicana. Exatamente o oposto do que fizeram os quatro delegados da PF durante as eleições de 2014.
Por isso, perguntamos também à Polícia Federal, via sua assessoria de imprensa:
–  Como a sociedade vai confiar numa Polícia Federal que não agiu de forma republicana nessas eleições, mas politicamente em favor do então candidato do PSDB, Aécio Neves, e contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Lula?
Do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quisemos saber, entre outras coisas:
– Quais seriam as medidas punitivas aos envolvidos no caso?
– Como a sociedade vai confiar numa Polícia Federal que não age republicanamente, mas sistemática e politicamente em favor do PSDB e contra o PT?
Nenhum respondeu. Insistimos por telefone.
Questionada de novo, a Polícia Federal disse que não se manifestaria sobre o caso.
O procurador-geral Rodrigo Janot também não respondeu. A assessoria de imprensa da PGR, em Brasília, alegou que ele estava em São Paulo e não tinha sido possível contatá-lo. Desculpa, no mínimo, estranha, já que existe celular hoje em dia e de de vários modelos. Não seria mais digno dizer que não iria se manifestar e pronto?
Como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não respondeu às nossas quatro perguntas, acrescentamos agora uma nova:
– O senhor concorda com a nota dos procuradores do Ministério Público Federal, seção Paraná, em apoio aos delegados da PF?
A íntegra da nota:
Operação Lava Jato: Membros da força-tarefa do Ministério Público Federal manifestam apoio a delegados, agentes e peritos da PF
Os Procuradores da República membros da Força-Tarefa do Ministério Público Federal, diante do teor da reportagem “Delegados da Lava Jato exaltam Aécio e atacam PT na rede”, publicada pelo jornal “O Estado de São Paulo” nesta data, vem reiterar a confiança e o apoio aos delegados, agentes e peritos da Polícia Federal que trabalham nessa operação.
Em nosso país, expressar opinião privada, mesmo que em forma de gracejos, sobre assuntos políticos é constitucionalmente permitida, em nada afetando o conteúdo e a lisura dos procedimentos processuais em andamento.
A exploração pública desses comentários carece de qualquer sentido, pois o objetivo de todos os envolvidos nessa operação é apenas o interesse público da persecução penal e o interesse em ver reparado o dano causado ao patrimônio nacional, independentemente de qualquer coloração político-partidária.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também nada respondeu.
No início da noite, a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça nos prometeu enviar o áudio da coletiva de Cardozo, dada um pouco antes em Brasília. Ficou na promessa. Mais uma vez o vazio.
Como bem observou Fernando Brito, do Tijolaço, no post  Cardoso, o Lento, pede sindicância sobre “delegados do Aécio”, o ministro da Justiça “resolveu agir 12 horas depois que o país tomou conhecimento de que os delegados federais da Operação Lava-Jato participavam, no Facebook, de animadas e desbocadas tertúlias sobre a investigação que conduzem”.
Cardozo determinou à Corregedoria da Polícia Federal que abra investigação sobre o caso.
Na coletiva de imprensa, ele disse:
Lava Jato - Cardoso 2
Cardozo mostrou mais uma vez que é inepto e incompetente, para o dizer o mínimo.
Em artigo publicado nesta sexta-feira 14, no GGN,  Luis Nassif acrescenta:
O Ministro chega às 11 no trabalho, sai às 12h30 para almoçar, volta às 16 e vai embora por volta das 18h. A não ser que se considere como trabalho conversas amistosas com jornalistas em restaurantes da moda de Brasília.
Será que é por isso que esta repórter não recebeu as respostas de Cardozo até agora?
As manifestações dos quatro delegados da PF são cristalinas.  Ou será preciso desenhar para Cardozo?
Nassif diz mais:
É  blefe a atitude do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, de pedir uma investigação para a Polícia Federal sobre o ativismo político dos delegados da Operação Lava Jato. O problema da Lava Jato não é o ativismo de delegados no Facebook, mas a suspeita de armação com a revistaVeja na véspera da eleição. Se Cardozo estivesse falando sério, estaria cobrando a conclusão das investigações sobre o vazamento.
Os quatro delegados têm o direito de ter as suas preferências políticas. A questão é que o comportamento desrespeitoso está longe de ser um caso menor. “É um ato político”, avalia Paulo Moreira Leite, em seu blog.
Na condição de ministro da Justiça, Cardozo, como bem observou Paulo Moreira Leite, deveria saber que o aspecto do caso está resolvido no artigo 364 no regimento disciplinar da Polícia Federal, que define transgressões disciplinares da seguinte maneira:
I - referir-se de modo depreciativo às autoridades e atos da Administração pública, qualquer que seja o meio empregado para êsse fim.
II - divulgar, através da imprensa escrita, falada ou televisionada, fatos ocorridos na repartição, propiciar-lhe a divulgação, bem como referir-se desrespeitosa e depreciativamente às autoridades e atos da Administração;
III - promover manifestação contra atos da Administração ou movimentos de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades;
A questão, portanto, é política. E  parece que Cardozo não quer se dar conta da gravidade do que aconteceu debaixo do seu nariz.
Nos últimos 12 anos, tivemos vários momentos em que a Polícia Federal agiu em benefício dos tucanos e contra os petistas. E sempre ficou por isso mesmo.
Em 2006, tivemos o caso do delegado Bruno, eleitor assumido do PSDB,  que vazou para a mídia fotos do dinheiro apreendido no caso dos “aloprados” do PT. A cena foi ao ar na quinta-feira anterior ao primeiro turno da eleição presidencial e ajudou a levá-la para o segundo turno. O delegado Bruno não foi punido por vazar fotos do dinheiro; pegou 9 dias de suspensão por mentir aos superiores.
Na campanha eleitoral de 2014, tivemos o caso de Mário Welber, assessor do deputado estadual  Bruno Covas, do PSDB paulista. Ele foi detido pela PF em Congonhas com R$ 102 mil em dinheiro vivo e 16 cheques em branco assinados por Bruno Covas. A Polícia Federal ocultou o quanto pode o caso e continua a fazê-lo.
Em compensação, em 7 de outubro de 2014, a PF de Brasília vazou imediatamente para O Globo a apreensão de avião que transportava dinheiro suspeitoEm seguida, que o detido no jatinho era da campanha do PT em Minas GeraisSão, como sempre, os dois pesos e duas medidas da mídia e da Polícia Federal.
Eis que na eleição presidencial de 2014, setores da PF aparecem, de novo, atuando em favor dos tucanos e contra os petistas. O vazamento seletivo da Operação Lava Jato já sinalizava o objetivo político e a Polícia Federal do Paraná como uma das possíveis fontes.
Agora, as manifestações no Facebook dos delegados PF em postos-chave na Lava Jato escancararam as suspeitas. Eles agiram de forma organizada para interferir no resultado das eleições presidenciais de 2014. Deixaram a PF nua.
O nome disso é golpe.
Aparentemente, tudo foi bem armado com setores da mídia, sobretudo, neste caso, com a revista Veja.
Ela antecipou para quinta-feira, 23 de outubro, a ida para as bancas na semana do segundo turno, para que a matéria sobre corrupção na Petrobras e a Operação Lava Jato tivesse mais tempo de  repercussão na televisão, principalmente no Jornal Nacional,   e, assim, influenciasse o resultado da disputa presidencial.
Veja trazia na capa as fotos de Lula e Dilma, com o título: “Lula e Dilma sabiam de tudo”.
Em 25 de outubro, véspera do segundo turno, o doleiro Alberto Youssef  foi hospitalizado. Surgiram então boatos de que ele havia morrido envenenado.
A PF sabia que o suposto envenenamento e óbito não eram verdadeiros. Porém, deixou que isso fosse disseminado durante horas nas redes sociais e nos programas televisivos de domingo sobre as eleições, especialmente os da Globo. Só foi desmentir no começo daquela tardeTal ação fazia parte do golpe em andamento, que acabou não dando certo.
“Os delegados, flagrados no Facebook,  tinham tanta certeza de que o golpe teria êxito que deixaram digitais e provas pelo caminho. Só isso explica o que disseram”, observa um experiente analista da política brasileira.
Talvez também porque nesses 12 anos do governos petistas outros delegados da PF ficaram impunes.
Paulo Moreira Leite alerta:
A campanha anti-PT dos delegados da Polícia Federal lembra os desvios do Inquérito Policial-Militar (IPM)  da Aeronáutica que emparedou Getúlio Vargas em 1954.
Em 1954, quando o major Rubem Vaz, da Aeronáutica, foi morto num atentado contra Carlos Lacerda, um grupo de militares da Aeronáutica abriu um IPM à margem das normas e regras do Direito, sem respeito pela própria disciplina e hierarquia.
O saldo foi uma apuração cheia de falhas técnicas e dúvidas, como recorda Lira Neto no volume 3 da biografia de Getúlio, mas que possuía um objetivo político declarado — obter a renúncia de Vargas. Menos de 20 dias depois, o presidente da República, fundador da Petrobras, dava o tiro no peito.
Mas atualmente é inconcebível, além de inconstitucional, que isso venha a acontecer novamente. Em hipótese alguma, pode-se encarar com naturalidade o anti-petismo militante e radical dos delegados denunciados.
Para o bem da democracia, é preciso investigar a fundo a tentativa de golpe do qual esses quatro delegados fizeram parte, assim como é preciso combater seriamente a corrupção.
Do contrário, a democracia corre o risco de ser golpeada de forma mortal mais uma vez.
PS 1 do Viomundo: Na coletiva de imprensa, o ministro José Eduardo Cardozo disse que a Corregedoria da PF deve apurar primeiramente se as manifestações dos quatro delegados são verdadeiras.
Mas como isso vai ser apurado se o site OCC foi quase que totalmente esterilizado após a publicação da denúncia do Estadão? As provas só podem estar com Júlia Duailibi. Será que a jornalista fez os print-screens das páginas? Ou será que ela só teve acesso às fotos daquelas páginas do Facebook?
PS 2 do Viomundo: É importante que os leitores saibam que os delegados usam seus nomes cada hora de jeito: ou completos, ou em partes. Isso dá uma grande diferença nas buscas.
PS 3 do Viomundo: Maurício Moscardi Grillo foi nomeado para o cargo em 25/08/2014 - Seção 2, página 54, de acordo com o Diário Oficial da União. Portanto, depois que as investigações da Lava Jato já estavam em andamento.
14 - 11- Mauricio Moscardi Grillo-DOU
Quem quiser ver a segunda parte do vídeo do delegado, ela está abaixo.

PS 4 do Viomundo:  O delegado Grillo também atuou na investigação do mensalão, em 2009. Veja aqui,aqui aqui.
PS 5 do Viomundo: A delegada Erika Marena trabalhou com o delegado da PF Carlos Alberto Dias Torres como responsáveis pelo inquérito que investigava Naji Nahas, o ex-prefeito paulistano Celso Pitta e outras 27 pessoas. Tudo derivado da Operação Satiagraha,que envolvia dois outros inquéritos, tendo como alvo o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Pode-se vê-la falando sobre a Lava Jato neste vídeo e neste outro.
PS 6 do Viomundo: Já que a Superintendência da PF em Brasília se recusou a responder nossas perguntas, o Viomundo gostaria de recorrer, em última instância, à boa vontade do superintendente da PF do Paraná, Rosalvo Ferreira Franco:
7- Rosalvo Ferreira Franco 1
– Doutor, o senhor sabia que os seus quatro subordinados estavam atuando politicamente no Facebook, jogando no lixo o caráter republicano da PF como um todo?
– Que medidas o senhor, como chefe geral, irá tomar?

O jogo da desinformação

Abaixo uma pequena mostra de como age a quadrilha midiática.

Postagem de Luis Nassif

O jogo da informação
É por aí que se entende a campanha da mídia em busca do impeachment.
Os vícios do modelo político brasileiro afetam todos os partidos. Mais ainda o governo FHC com a compra de votos e as operações ligadas ao câmbio e à privatização. A gestão Joel Rennó foi das mais controvertidas da história da empresa.
Ao tornar o noticiário seletivo, os grupos de mídia conspiram contra o direito à informação, centrando todo o fogo em uma das partes e blindando todos os malfeitos dos aliados.
Ontem, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou um e-mail a todos os chefes de núcleo com o seguinte conteúdo:
“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato
Atenção para a orientação
Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.
O recado se deveu ao fato da reportagem ter procurado FHC para repercutir as declarações de Pedro Barusco – de que recebia propinas antes do governo Lula.
No Jornal Nacional, o realismo foi maior. Não se divulgou a acusação de Barusco, mas deu-se todo destaque à resposta de FHC (http://migre.me/oyiwP) assegurando que, no seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual de Barusco com seus fornecedores; e no governo Lula, de acertos políticos.
Proibiu-se também a divulgação da denúncia da revista Época (do próprio grupo) contra Gilmar Mendes.


Justiceiro comete ato falho

Carlos Fernando dos Santos Lima - procurador da República -, que participa do grupo responsável pela Operação lava jato comete ato falho e revela que estão na fase de "semeadura de provas". 

Traduzindo:
Os procuradores da República, a Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro estão plantando provas. Agentes do Estado brasileiro assumem descaradamente que estão fraudando uma investigação. 

Plantar provas, é por exemplo: um policial colocar maconha na mochila ou no bolsa de quem ela vai revistar. É um agente de trânsito quebrar a sinaleira do carro de alguém para aplicar multa, e por aí vai. 

É essa gente que pretende combater a corrupção, usando estes metódos? Não demora e começam a torturar em praça pública. E ainda haverá gente aplaudindo.

Não Passarão!

Corja!



Política

por Marcos Coimbra na CartaCapital
Janeiro foi um mês péssimo para o governo Dilma Rousseff. Nem é preciso enumerar as razões, da falta de chuvas à interminável agonia da Petrobras. Como se não bastassem, a presidenta enfrentou a hostilidade das esquerdas ao ministério e as malcriações da direita, que abusa de um discurso cada vez mais grosseiro. Para coroar os padecimentos, em 1º de fevereiro os deputados elegeram Eduardo Cunha presidente da Câmara.
Ruim? Com certeza, mas esse janeiro está longe de ser o pior primeiro mês de um segundo mandato presidencial em nossa história. O título continua nas mãos de Fernando Henrique Cardoso, no início de seu segundo mandato em 1999.
  • Para quem está impressionado com os problemas de Dilma no mês passado, a comparação com os de seu antecessor peessedebista é pedagógica. O que dizer de um mês no qual a inflação anualizada saltou de 1,78% para 20%? 
  • Do momento em que uma desvalorização não coordenada do real elevaria em pouco o tempo a cotação do dólar de 1,32 para 2,16? 
  • No qual as reservas internacionais haviam se exaurido após uma tentativa malsucedida de evitar o derretimento da moeda nacional? Calcula-se que o Brasil perdeu 48 bilhões de dólares naquele período, o que torna coisa miúda os desvios até agora denunciados na Petrobras.

Janeiro de 1999 foi um mês de tanta balbúrdia na economia que o Banco Central teve três presidentes, um dos quais preso pela Polícia Federal. Ficou evidente que o governo tinha “amigos” no mercado financeiro, pois alguns bancos e corretoras receberam informações privilegiadas e amealharam uma fortuna, enquanto o resto do País pagava a conta.
Inflação explosiva, erosão do real, fuga de capitais, descontrole administrativo, suspeitas de favores, policiais a vasculhar a vida do presidente do Banco Central. Assim foi o primeiro janeiro de Fernando Henrique depois da reeleição.
FHC, óbvio, tinha uma vantagem sobre Dilma, a simpatia dos barões da mídia e, por extensão, da maioria dos jornalistas empregados nesses meios de comunicação. Por mais que se inquietassem com o vendaval a vergar a economia e as denúncias de malfeitos, nada do que se vê hoje contra Dilma acontecia. Se você duvida, imagine como ela seria tratada pelas corporações midiáticas se um cenário como o de 1999 se repetisse agora.
A simpatia dos meios de comunicação pouco serviu, porém, a FHC. Todas as pesquisas feitas de janeiro de 1999 em diante mostraram quedas na popularidade e na avaliação positiva do governo. Em fevereiro daquele ano, um levantamento do Vox Populi revelou que a soma de “ótimo” e “bom” ficava em 19%, enquanto a de “ruim” e “péssimo” alcançava 47%. Em setembro, a positiva afundou a minguados 8% e a negativa saltou para estratosféricos 65%.
Dilma, como sabemos, ostenta índices muitíssimo melhores: nas últimas pesquisas disponíveis, sua avaliação positiva estava em 42%, enquanto a negativa era quase a metade, perto de 22%. Quisera FHC obter números como esses.
Os problemas do tucano e da petista no início de seus segundos mandatos não são iguais, mas a grande diferença entre janeiro de 1999 e o deste ano é outra. Por mais que tivesse de lidar com a oposição do PT e dos setores progressistas da sociedade, ninguém discutia, a sério, o impeachment do tucano. Depois dos erros cometidos no primeiro mandato, FHC meteu os pés pelas mãos no início do segundo, mas nunca enfrentou a onda golpista hoje em curso.
É natural emergir o golpismo na opinião pública brasileira, a se considerar quão presentes são os elementos autoritários e antipopulares em nossa cultura política. Nenhum país, particularmente aqueles com trajetória semelhante à nossa, em que a democracia sempre foi exceção e nunca regra, está livre desse fenômeno.
O problema não é existir na sociedade a oposição tosca e ignorante típica das velhas e novas “classes médias”, incapazes de entender os acontecimentos. Grave é o desembaraço com que se movimentam e se expressam lideranças políticas, empresariais e de instituições como o Judiciário, que deveriam ter compromisso com a preservação da democracia, mas, em vez disso, exibem um golpismo cada vez mais escancarado. Que saem derrotadas de uma eleição e, no dia seguinte, se põem a fazer o jogo antidemocrático.
O desafio deste começo de 2015 é saber sustar as fantasias golpistas à solta. Quem preza a democracia tem o dever de denunciá-las e combatê-las...

Esse é Dirceu!

​Enquanto uns petistas (?) engomadinhos estão cuidando de ocupar gabinetes refrigerados, o justiçado José Dirceu - sem direito a responder na primeira instância, condenado sob a teoria do domínio do fato, condenado sem provas cabal ​-. Mira o horizonte e aponta caminhos para o partido. Leiam com atenção:

"É preciso começar a preparar uma nova aliança política que, mesmo derrotada em suas propostas no Congresso, lance as sementes de um programa de frente para o futuro"...José Dirceu


Venham comigo. Estou com vocês!

​Até quando?​


Lula aos golpistas: "vão prestar contas à história"

Dilma: "temos força para vencer o golpismo".

Tenho ouvido muitas frases de efeito. Permitindo-me ser um pouco mais cruel, uma das campeãs:

"É para isso que existe controle remoto".

Só que desde 2005 vejo destruírem o PT.

Destruíram José Dirceu, José Genoino, Luis Gushinken...

O que nos restou?

Esse PT que está aí.

Arremedo do que foi um dia.

O PT de José Eduardo Cardozo, Aloisio Mercadante, Paulo Bernardo...

E tome frases de efeito.

E nós!!!

Estou cansado.

Por favor, alguém diga a Lula que só os grandes homens se preocupam com a história.

Por acaso ele está lidando com algum grande homem?

Por favor, alguém diga a Dilma que temos sim força para vencer o golpismo.

Mas está faltando quem a use e diga:

VENHAM COMIGO. ESTOU COM VOCÊS.

Como pedir aos ministros para fazerem a batalha da comunicação?

É com ela ou por ela?

Até quando o Coração Valente vai continuar achando que os cargos estancarão essa sangria?

Será que ela espera que fotos, sorrisos e cargos paralisem esse processo, cada vez mais perigosamente perto do objetivo maior?

Ainda que tenhamos essa força, nós que estamos brigando no dia-a-dia, não estamos suportando mais tamanha covardia do governo e do PT.

Enquanto dizemos frases de efeito e sopramos velinhas, a mídia, judiciário e grupos fortíssimos (percebam que não falo da oposição, essa é um desastre, aberração política) estão destruindo o governo, o PT, a Petrobras e o país.

Aproveitem e relembrem a Lula que quem tem como objetivo destruir a Petrobras e o país por interesses que todos conhecemos, jamais estará ´preocupado com a história.

Nesse passo, com essa covardia, não contem com a militância.

Estão tão fora da realidade que sequer perceberam que a perderam.

Corrijo.

Os militantes ainda estão aí.

Mas cada vez mais sem encontrar porque lutar.

Como dizer a petistas que não desistam se vocês desistiram?

O que mais se ouve são as pessoas dizerem que estão cansadas das "coisas do PT".

Vocês perderam a noção de tudo.

Estamos tristes.

Muito tristes.

Estamos perdendo um governo.

Estamos perdendo um partido.

Estamos perdendo a nossa história.

Briguilinks

Um pequeno exemplo da Onestidade dos ditadores e Udenistas

Projeto Sete Quedas - Em 1964 o presidente Jango negociou com os russos a compra de turbinas para a hidreelétrica de Itaipu ao custo de 1, 3 bilhões de dólares. 

A UDN, a mídia e os militares o depusseram sob acusação de ser corrupto.

Pois bem, quando os militares tomaram o poder cancelaram a compra das turbinas aos russos. Preferiram comprar da Multinacional Siemens - a mesma envolvida nas roubalheiras dos tucanos no mêtro de São Paulo -, por a bagatela de 13 bilhões de dólares, apenas dez vezes mais caro.

Os ditadores e udenistas eram tão Onestos quanto são os tucanos hoje em dia. 

As famílias maviosas continuam as mesmas.

Corja!




Psdb, Aécio, Fhc, Moro e o golpismo udenista


  • Quão honesta é a luta contra a corrupção na Petrobrás? 
  • A investigação vale para todos, ou é apenas mais um capítulo da novela exibida pelos grandes grupos de mídia para criminalizar Lula, Dilma e o PT?

É uma investigação que tem parcialidades demais.

  • Delegados e procuradores declaradamente aecistas. Conforme registrou o jornal O Estado de São Paulo na matéria “Delegados da Lava Jato exaltam Aécio e atacam PT na rede”, ´publicada em 13/11/2014.
  • Um juiz cuja mulher é advogada da Shell. Conforme revelou o jornalista Paulo Nogueira, no seu site Diario do Centro do Mundo, em 06/12/2014.
  • Um delator que faz sua segunda delação premiada ao mesmo juiz e que pode receber mais de R$ 10 milhões ao final do processo. Conforme matéria nos portais Terra e Uol de 24/01/2014.
Delatores que não apresentam provas.

Empresários que são presos e coagidos a confessar, aquilo que se quer que se confesse, numa brutal violação do devido processo legal e do amplo estado de defesa.


  • É assim que se faz Justiça? 
  • Repetindo a República do Galeão, que em 1954 conduziu um julgamento arbitrário, parcial e fraudulento contra o presidente Getúlio Vargas levando-o ao suicídio?
É preciso discutir seriamente a corrupção no Brasil. Nenhum governo, nenhuma empresa estatal, nenhum ente público pode continuar refém de corruptos e corruptores. Mas o Brasil é guiado por uma elite apátrida, por oligopólios de mídia e por setores ultraconservadores do Judiciário. O objetivo destes segmentos não é a faxina moral no país. O que se quer de fato é que o país não mude. Assim como no romance “Leopardo”, de Guiseppe Tomasi di Lampedusa, Aécios, Fernando Henriques e Moros repetem o mantra de que única mudança permitida é aquela sugerida pelo príncipe de Falconeri: “tudo deve mudar para que tudo fique como está”.

  • O que temem estes setores mais atrasados do PSDB, do Judiciário e da mídia?
  • O sucesso do segundo mandato da presidenta Dilma?
  • O retorno do presidente Lula?
  • A incrível mobilidade social que nos últimos 12 anos retirou 40 milhões de brasileiros da miséria absoluta?
  • Ou há outros interesses explicados pela geopolítica?
Durante sua campanha à presidência dos Estados Unidos em 1992, James Carville, então assessor da campanha de Bill Clinton, criou a frase “É a economia, estúpido!”. O slogan, que adornava o Q.G. de campanha de Clinton, captou o espírito do tempo. Hoje, no Brasil, a frase poderia ser “É o petróleo, estúpido”. O Brasil tem hoje uma das maiores reservas de petróleo do mundo numa área não conflagrada, ou seja, sem risco de guerras, atentados, sabotagens.

A desestabilização do governo brasileiro ameaça fazer retornar no país as teses privatistas que prosperaram durante os oito anos de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

O jornalista Hayle Gadelha, analisa na sua página (Blog do Gadelha) esta tentativa de volta ao passado proposta por FHC, e também com Aécio, que tramam golpe pelas mãos do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ):

“Fernando Henrique é esperto. Bem formado e informado, usa as palavras astutamente na busca de vender o seu pássaro, digo, o seu peixe. No artigo que publicou domingo, 'Inovar na política', tenta convencer que inovar significa retroceder ao passado tucano. Aponta suas penas em várias direções, na esperança de provar que os tucanos não voam para trás. E nesse afã acaba, com todo o respeito, cometendo algumas papagaiadas.

Diz que “na última década renasceu no Brasil a ilusão de que tudo seria feito e ‘salvo’ pelo Estado”. Quem afirmou algo assim?

Está cabendo ao Estado fazer o que é preciso fazer e que não era feito (ou não era bem feito) nem pelo Estado nem pelo não-Estado. Alguém tinha que fazer. E os governos dos últimos 12 anos fizeram o possível e o impossível para preencher lacunas deixadas. Conseguiram alguns sucessos importantes. 

  • Por exemplo, quando Fernando Henrique deixou o governo, o analfabetismo era 11,9% – em 2013 (os dados da última administração publicados pelo Globo no dia 1º são praticamente todos de 2013) tinha caído para 8,5%. 
  • A mortalidade infantil era de 26,04% – caiu para 15,02%. 
  • A população com acesso à rede de esgoto era 44% – subiu para 55,9%. 
  • A inflação estava em 12,53% – caiu para 6,38%. 
  • A taxa de desemprego, 9,1% – caiu para 6,5%. 
  • O PIB per capita era R$ 8.382,24 – subiu para R$ 24.065,00. 
  • O investimento estrangeiro direto era de US$ 16,6 bilhões – subiu para US$ 60 bilhões. 
  • O salário mínimo era de 200 reais– chegou ao final de 2014 a 724 reais (em 2015 já está em 788 reais). 
  • Isso sem falar do Minha Casa Minha Vida, que antes não existia nada similar. 
Você vai perguntar agora – e o crescimento econômico? Realmente o crescimento econômico sobre o PIB está longe do desejado – era de 2,7% em 2002 e a previsão para 2014 é de 0,14%. E houve outros problemas sérios. Corrupção e reação neoliberal muito forte (no Brasil e no mundo). Mas nada justifica bater asas rumo ao passado, a não ser a decisão pura e simples de aninhar-se na ideologia tucana”

Diz uma lenda dos índios norte-americanos que a águia, quando chega aos 40 anos, apresenta-se com o bico, unhas e asas muito desgastados. Então, ela recolhe-se ao alto de um montanha, e bate com os bicos na rocha até este cair. Em seguida nasce um novo bico e então ela arranca as unhas, esperando-as crescerem de novo. Com estes, arranca as penas das asas. Por fim, com todas essas partes renovadas, após 120 dias, ela vive ainda mais 30 anos, atingindo a longevidade de 70 anos.

O PSDB também é representado por uma ave, o tucano. Mas, ao contrário da águia, o caminho proposto ao partido por Fernando Henrique Cardoso e pelo ex-presidenciável Aécio Neves, não é um ritual que leve ao rejuvenescimento. O caminho golpista aproxima o PSDB da velha UDN, que sem votos para chegar ao poder tramou o golpe contra os presidentes Getúlio Vargas (1954) e João Melchior Goulart, o Jango em 1964. O tucano, ao invés de se transformar em águia, caminha para virar o corvo, aquele nesmo que em 1964 enterrou a democracia nas trevas por 21 anos.




Marcus Vinícius
- jornalista e economista, ex-presidente da Agência Goiana de Comunicação.

Judiciário

por IV Avatar do Rio da Meia Ponte

Salve-se quem puder, tomara que a "República da Polícia Federal" não termine por levar o próprio ministro da Justiça debaixo de vara para depor por ter sido citado na Lava Jato por algum delator que já sabe muito bem o que deve falar para ser libertado. Não duvido se Moro fizer isso, pois chegamos a uma situação inusitada, em que um juiz de primeira instância adquiriu jurisdicção nacional, muito mais que o próprio presidente do STF. Para que Moro mande prender qualquer cidadão nesse pais, inclusive a República, basta que algum delator apavorado com a prisão a cite como condição para se libertar do xilindró. Provas materiais não serão necessárias, basta a palavra do bandido, e mais: O delator não pode ser desmentido porque neste caso o delator deixa de ser delator, pois uma das condiçoes para que ele continue sendo delator é não mentir e por isso não pode ser desmentido por quem for citado por ele, eu heim....



O Santo e o pecador

Havia uma vez um derviche devoto que acreditava que sua tarefa era admoestar à aqueles que faziam coisas malvadas e oferecer-lhes pensamentos espirituais para que pudessem encontrar o caminho correto. O que este derviche não sabia era que um mestre não é aquele que diz aos outros que devem fazer as coisas atuando através de princípios fixos. Se o mestre não souber exatamente qual é a situação interna de cada estudante, ele pode obter o efeito contrário ao que deseja.
Um dia, este devoto encontrou um homem que jogava excessivamente e que não sabia como se curar deste mau hábito. O derviche se acomodou em frente à casa do jogador. Cada vez que via o homem encaminhar-se à casa de jogos, o dervixe colocava uma pedra para marcar cada pecado formando um pequeno monte que ia acumulando como recordação visível do mal.
Cada vez que o homem saía, se sentia culpado. Cada vez que regressava, via outra pedra sobre o monte. Cada vez que adicionava uma pedra ao monte, o devoto sentia nojo contra o jogador e prazer pessoal (do que ele dizia ser pelo bem de “Deus” por haver registrado um pecado).
Este processo durou vinte anos. Cada vez que o jogador via o devoto, se dizia si mesmo: “Quisera compreender o bem. Como trabalha este homem santo pela minha redenção. Quisera arrepender-me e, mais ainda, ser como ele, pois seguramente estará entre os eleitos quando chegar a hora final.”
Aconteceu que, por uma catástrofe natural, ambos morreram ao mesmo tempo. Um anjo veio pela alma do jogador e disse suavemente:
- Deverás vir comigo ao Paraíso.
- Mas como pode ser assim? - disse o jogador - Eu sou um pecador e devo ir ao inferno. Deves estar buscando ao devoto, que se sentava próximo da minha casa e tentou reformar-me durante duas décadas.
- O devoto? - disse o anjo - Não, êle está sendo levado às regiões profundas, pois tem que assar na fornalha.
- Que justiça é essa? - disse o jogador, esquecendo sua situação -. Deves ter confundido as instruções.
- Não, é assim - disse o anjo -. Agora te explicarei. O sucedido é como segue: o devoto se gratificou durante vinte anos com sentimentos de superioridade e de mérito. Agora chegou o momento de ajustar a balança. Na verdade, ele colocou essas pedras sobre o monte para êle mesmo, não para você.
- E o que me dizes do prêmio que eu ganhei?
- Tu receberás o teu porque cada vez que passavas por onde estava o derviche, primeiro pensavas no bem e, em segundo lugar, no derviche. E é o bem, não o homem, quem te está premiando por tua fidelidade.

Diogo Costa: Quem de fato massacrou a classe média?

- Virou senso comum, teleguiado pelos meios desinformativos, dizer que o Partido dos Trabalhadores "massacra" a classe média em Pindorama.
Um dos pontos levantados para defender a esdrúxula e estapafúrdia tese é a questão do Imposto de Renda. Mais uma vez é preciso derrocar o senso comum teleguiado e analisar o que de fato houve desde a implantação do Plano Real de Itamar Franco.
Vejamos:
Defasagem na correção da tabela do Imposto de Renda (1995/2014)
1) Governo FHC-PSDB (1995 a 2002)
-Inflação acumulada: 100,6%;
-Correção acumulada da tabela do Imposto de Renda: 33,01%;
-Defasagem: 67,59%.

2) Governo Lula-PT (2003 a 2010)
-Inflação acumulada: 56,6%;
-Correção acumulada da tabela do Imposto de Renda: 41,67%;
-Defasagem: 14,93%.

3) Governo Dilma Rousseff-PT (2011 a 2014)¹
-Inflação acumulada: 27,0%;
-Correção acumulada da tabela do Imposto de Renda: 19,25%;
-Defasagem: 7,75%.

4) Governos Lula-Dilma-PT (2003 a 2014)
-Inflação acumulada: 99,0%;
-Correção acumulada da tabela do Imposto de Renda: 68,9%;
-Defasagem: 30,1%.

Cumpre destacar que até 1995 existiam 03 faixas de contribuição do Imposto de Renda. O governo FHC alterou e diminuiu o número de faixas, para apenas 02.
Em 2008 (passou a vigorar em 2009) o governo Lula duplicou o número de faixas, passando para as atuais 04 que temos até hoje. A alteração de 2008, sem dúvida alguma, aumentou a progressividade do imposto.
Apenas para citar um exemplo, basta dizer que quem recebe R$ 2.500,00 paga 7,5% a título de imposto de renda. Sem a alteração de 2008 essa pessoa pagaria hoje o dobro, ou seja, uma alíquota de 15%.
Constata-se, portanto, que de fato existe uma defasagem na correção da tabela do Imposto de Renda. Contudo, a maior defasagem desde a implementação do Plano Real, de longe, foi a que ocorreu no governo do PSDB.
Isto sem falar que o governo FHC, como vimos anteriormente, praticou uma política regressista ao eliminar as 03 faixas existentes em 1995 e ao adotar apenas 02.
O PT, ao contrário, melhorou significativamente a justiça tributária através do aumento na progressividade do imposto, em 2008, quando duplicou o número de faixas de contribuição (de 02 faixas para 04).
Para além do tema da defasagem, seria preciso insistir para que o governo Dilma criasse pelo menos mais 02 faixas, fechando um total de 06. Assim seria possível manter a justa consigna: quem tem mais, paga mais; quem tem menos, paga menos.
¹ Se mantiver a política de correção anual de 4,5% na tabela do Imposto de Renda, Dilma terminará os seus mandatos, em 2018, com uma correção acumulada de 42,21% (a maior de todo o Plano Real).