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A piada do dia

Com sua modéstia habitual Michel Temer afirmou em entrevista:

"Não tentarei a reeleição. Seguirei minha carreira de jurista"

Quanto desapego ao poder, com a reeleição garantida - pelos números do Ibope e Datafolha, provavelmente no 1º turno -, eis que o estadista prefere fugir dos holofotes. Vaidade não combina com este exemplo de honestidade, moral e ética.

Mas, com certeza este exemplo de homem será reconhecido pela Nação e terá seu nome inscrito no panteão dos heróis da pátria.
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Carta a Michê, por J. Carlos de Assis

Você e seus asseclas do Planalto pagarão caro pela extrema aventura de destruírem os fundamentos morais da República. Seus cargos não serão eternos, assim como o controle dos recursos públicos que desviam do povo para simularem defesa. Quando se defrontarem com o julgamento que a maioria da Câmara dos Deputados manobrou para evitar, na base de favores espúrios, merecerão o que mais  de 90% dos brasileiros exigem, ou seja, a cadeia. Por isso não hei de me empenhar agora com o fora Temer. É perda de tempo. Vou esperá-los em 2018.
Suponho que, se caráter não for de origem genética ou por afinidade, você e seus asseclas terão de olhar diretamente, todos os dias, nos olhos de suas mulheres, de seus filhos e de seus amigos, sendo inevitável neles um rastro de desconfiança.  Por algum caminho, por uma conversa casual, por um pedaço de jornal, por um lance na internet vazarão informações de que algo muito suspeito terá acontecido com vocês, já que não podem explicar o inexplicável. O que farão? Vão comprá-los também como fez com dois terços da Câmara?


É certo que você, Temer, carregará a maldição histórica de levar as marcas indeléveis de Joaquim Silvério dos Reis. Em dois momentos, você submeteu o país a uma dupla humilhação. Primeiro, manipulou grande parte do Congresso para comprar o impeachment de Dilma, sem qualquer prova de crime. Segundo, manipulou grande parte do mesmo Congresso para evitar um julgamento a fim de esconder, estas sim, as provas de seus próprios crimes. É difícil encontrar exemplo similar na história de tal audácia  entre países civilizados.

Não vou chamar você e seus asseclas de bandidos. Isso ficará a cargo da Justiça brasileira depois de 2018, quando você será o maior cabo eleitoral de algum candidato que exprima a indignação do povo diante de seus crimes. Entretanto, como sua capacidade de manobrar o orçamento é quase infinita, é necessário extrema vigilância para que não acabe de vez com o país. A quantidade de favores que usa para manipular o Congresso e a mídia constitui um desafio para as denúncias da parte sã do Congresso e do Ministério Público.

Você, particularmente você, Temer, mudou não  apenas a geografia política de Brasília mas também sua expressão arquitetônica. O Planalto não é mais o lugar da extraordinária arte de Niemeyer e de Lúcio Costa, admirada em todo o mundo, mas o lugar da infâmia, da traição e do absurdo. Não é absurdo que, para comprar votos barrando denúncia conhecida pela população inteira, você promova venda de estatais e de aeroportos, retire impostos de petrolíferas, reduza a proteção ambiental e as proteções contra o trabalho escravo?

Como você traiu as centrais sindicais em relação à promessa de mudar na margem a infame lei aprovada contra a CLT, seus aliados explícitos, agora, são os ruralistas e a nata dos empresários retrógrados. Num acordo implícito com a grande mídia e o governo, Fiesp, Confederação do Comércio e Confederação da Agricultura queimam vastos recursos públicos em publicidade de promoção pessoal e institucional com o fim único de transferir dinheiro para televisões e jornais. É um total descalabro, ainda ignorado pelo Ministério Público.

Todos que tem conhecimento mínimo de história sabem que esses eventos, por mais extravagantes que sejam, são temporários. Sim, Temer, breve você irá para o lixo da história. Não importa a proteção que venha a ter do Legislativo a curto prazo. Nem confie muito na desídia do Judiciário. Como escreveu Max Weber a propósito da organização do judiciário a partir da Idade Moderna, o controle burocrático dele vai apenas até o ponto em que surge uma sublevação do povo. Nesse caso, sai o juiz comum e entra a justiça do cádi.