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Imprensa brasileira

O jornalista Luis Nassif (GGN) disse que "a Lava jato foi o momento mais vergonhoso da imprensa brasileira (...)". Eu digo que para o GAFE (Globo, Abril, Folha, Estadão) é impossível determinar o momento mais vergonhoso deles, é vergonha atrás de vergonha. 

A cobertura dessa quadrilha (GAFE) da participação do presidente Lula no encontro do G7 no Japão é deplorável, imunda, nojenta. Em vez de defenderem os interesses do Brasil esses amorais defendem os interesses dos EUA. 

Corja!

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Artigo do dia, por Luis Nassif

Como a Ucrânia censura as informações sobre a guerra 

Na guerra, a maior vítima é a verdade. Trata-se de uma verdade histórica, mas desconsiderada pelo jornalismo corporativo brasileiro. Aceitam-se todas as versões do Departamento do Estado dos Estados Unidos e rejeitam-se todas as informações da Rússia – embora seja mais que evidente que os dois lados mentem, como ocorre em toda guerra.

Recentemente, o portal OpenDemocracy trouxe um apanhado da luta interna na Ucrânia, pela liberdade jornalística durante a guerra.

O governo da Ucrânia aprovou uma série de normas, incluindo restrições ao acesso de jornalistas à linha de frente da guerra, assim como a censura ao canal estatal United News Maratahon.

Segundo a alegação das autoridades, a iniciativa visa combater a desinformação russa e, também, alinhar a legislação da mídia da Ucrânia com a União Europeia. 

“Por algum tempo, especialmente nos primeiros meses da guerra, realmente havia uma espécie de consenso entre a sociedade, os jornalistas e as autoridades em relação às ações na mídia”, disse Serhiy Shturkhetskyi, chefe do Sindicato de Mídia Independente da Ucrânia, ao OpenDemocracy.  “Os jornalistas ucranianos passaram este período com dignidade. Agora novas regras estão sendo estabelecidas”, acrescentou Shturkhetskyi, e “a situação não está se desenvolvendo a favor dos jornalistas”.

As zonas de guerra foram divididas em cores. As zonas vermelhas estão completamente proibidas. As amarelas são abertas a jornalistas credenciados, desde que acompanhados por assessores de imprensa do Ministério da Defesa. As zonas verdes estão abertas a todos os jornalistas credenciados – embora o credenciamento seja um processo demorado.

Os jornalistas também precisam negociar individualmente com unidades militares. Mas se a situação da guerra mudar, licenças e acordos tornam-se inválidos.

O que chamou mais a atenção é que as zonas vermelhas foram abertas para jornalistas selecionados, da TV estatal. 

Segundo o Ministério da Cultura ucraniano, “implementar uma política de informação unificada é uma prioridade para a segurança nacional”.

Além disso, valendo-se do clima de guerra, o governo da Ucrânia passou a interferir na mídia, mantendo certos canais fora do ar e lançando novos. 

Três canais de TV nacionais – Canal 5, Direct e Espreso – foram inesperadamente desconectados da principal rede de TV digital em abril do ano passado. Antes da desconexão, o governo ordenou que cooperassem com outros canais de televisão como parte da United News Marathon. Todos os três canais estavam associados ao ex-presidente Petro Poroshenko, um opositor de longa data do atual presidente, Volodymyr Zelensky.

No mês passado, a organização Repórteres Sem Fronteiras pediu às autoridades a reabertura dos canais. Em comunidade, sustentaram que o governo nunca foi transparente em relação à censura.

“Atualmente, a Ucrânia tem pelo menos três canais de TV estatais. O aparecimento de um quarto sinaliza a transição do país para um sistema de televisão controlado pelo Estado”, disse Syumar ao openDemocracy. “Isso anula a política de desnacionalização [na mídia] que seguimos desde 2014 de acordo com os padrões europeus.

A Fundação de Iniciativas Democráticas, uma organização de pesquisa ucraniana, realizou uma pesquisa com 132 jornalistas em janeiro. 62% dos entrevistados consideram a United News Marathon uma forma de “censura” (18% discordaram). Apenas 11% são a favor da continuação da Maratona, enquanto 65% acreditam que ela deve ser interrompida e as emissoras devem retornar ao seu trabalho normal.

A pesquisa também sugeriu que a autocensura por parte dos jornalistas está crescendo, medida em relação a pesquisas semelhantes de 2019. O número de jornalistas dispostos a esconder a verdade sobre a guerra passou de 12% em 2019 para 25%.

Aparentemente, apenas o jornalismo brasileiro continua acreditando nas versões da Ucrânia sobre a guerra.

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A mídia e “o museu de grandes novidades econômicas”, por Luis Nassif

 Menciono Malu Gaspar, porque é uma das melhores repórteres do país e sou seu leitor. Portanto, é um bom parâmetro para analisar a média.

Em O Globo de hoje ela escreve a coluna “Na definição de ministros, Lula monta museu de grandes novidades“. E sintetiza uma das mais complexas discussões contemporâneas – sobre modelos de política econômica – com um julgamento definitivo e notável poder de síntese:

“Até agora, porém, o que se vê é um grande esforço para repetir um passado que já deu errado, com novidades que deveriam estar restritas aos museus da política brasileira”.

A frase ribombou no mundo econômico, provocou frisson na John Hopkins University, abalou os alicerces do Instituto Roosevelt, fez Paul Krugman rever o artigo em preparação para o The New York Times, derrubou o prestígio do Instituto Patterson, deixou os economistas do FMI arrependidos da tentativa de renovar seus conceitos..

Malu não explicou direito o que seria o pensamento econômico moderno. Mas, por certo, estava se referindo ao neoliberalismo vigente desde os anos 70 – e que está em xeque em todos os países do mundo.

Os defeitos do modelo estão mais explícitos do que nunca, para quem tem olhos para ver, e, se é repórter, e não um analista, e aprender a trabalhar com fontes diversificadas.

Problema 1 – hiper concentração de renda.

De um lado, levou a um aumento da pobreza e da exclusão social. De outro, ao aparecimento de hiperbilionários, interferindo diretamente no poder político e ajudando a alastrar a superstição de que qualquer outra política, que não contemple a maximização dos lucros, é coisa de museu.

Problema 2 – a ameaça à democracia.

Uma leitura de escritos contemporâneos sobre o renascimento do fascismo mostrará que, na raiz de tudo, está o fracasso das democracias ocidentais, por afastar cada vez mais o cidadão comum das definições da política — que passou a ser apropriada pelos grandes financiadores de campanha — e dos benefícios públicos.

Problema 3 – a segurança interna.

Vamos recorrer ao Nobel Joseph Stiglitz, que não tem as mesmas certezas férreas de Malu:

Há mais de 15 anos, em Fazendo a globalização funcionar , perguntei: “Cada país simplesmente aceita os riscos [de segurança] como parte do preço que enfrentamos por uma economia global mais eficiente? A Europa simplesmente diz que se a Rússia é o fornecedor de gás mais barato, então devemos comprar da Rússia, independentemente das implicações para sua segurança. . . ?” Infelizmente, a resposta da Europa foi ignorar os perigos óbvios na busca de lucros de curto prazo”.

A pandemia reforçou a necessidade de estímulo à produção interna. Não apenas pelo suprimento de insumos médicos, mas pela desestruturação das cadeias produtivas globais e pela polarização radical em curso, contrapondo Estados Unidos e China.

Problema 4 – a questão do desenvolvimento.

Aí se entra em uma seara simples de entender, mas para a qual há uma barreira ideológica na cobertura midiática: capital que gera emprego, arrecadação de impostos, inovação, geração de riquezas para o país é o capital produtivo. Isto é, aquele diretamente empregado na produção, na geração de empregos, na agregação de valor aos produtos.

O modelo que a Malu julga moderno, dá prioridade absoluta ao capital financeiro, tem mais de 50 anos, foi enterrado com as crises de 2008, do Covid e da guerra da Ucrânia, e foi responsável pela eclosão de bolhas especulativas pelo mundo. Tornou a humanidade mais pobre, acirrou as disputas políticas e espalhou a exclusão e o ódio pelo planeta.

Para entrar em um país, o capital externo produtivo precisa de:

  • câmbio competitivo e estável;
  • taxas de juros em padrão internacional;

Já o interesse do capital especulativo (o capital “moderno”, na concepção da Malu) é o câmbio volátil e taxas de juros enormes, o oposto.

Por isso, o capital financeiro só entra para arbitragem – comprar empresas baratas, trazer dólares baratos e aplicá-los em reais caros e assim por diante -, não para apostar no futuro do país.

Hoje em dia, há uma discussão acalorada em todos os centros acadêmicos internacionais, nos governos dos maiores países – inclusive com Joe Biden -, para mudar o modelo, para trabalhar as cadeias de produção internas, para fortalecer o mercado interno.

Com uma segurança invejável, Malu continua imbatível:

“Nas conversas com potenciais membros do governo, Lula cita como exemplos do que pretende fazer políticas como o conteúdo nacional, incentivos para a indústria naval, construção de refinarias e a manutenção de regimes especiais para determinados setores. Já não deu certo no passado, mas ele parece que não se recorda ou não entendeu”.

De Temer para cá não houve a construção de uma refinaria nova sequer, apesar das importações do produto. Em vez disso, a Petrobras limitou-se a vender refinarias por preços discutíveis. Ou seja, abriu grandes negócios para terceiros sem ampliar em um galão a produção de refinados. Foi esse modelo “moderno” que deu certo?

Quanto à PEC, é extraordinário o que ele considera como desvio de finalidade:

“A PEC da Transição não abre espaço apenas para pagar benefícios aos mais pobres. Na “licença para gastar” de R$ 145 bilhões aprovada pelo Congresso há um combo que vai além. Da barca de obras de infraestrutura a fundos de cultura e ciência e tecnologia”.

Desenhando para quem não entendeu: ela está afirmando que investimentos em infraestrutura, cultura e ciência e tecnologia são gastos supérfluos. E, aí, volto ao primeiro parágrafo, onde a considerei uma das melhores repórteres do país, e pergunto: como é possível tamanha estultice?

Problema 5 – as falsas relações de causalidade.

Há uma enorme dificuldade em definir relações de causalidade na economia. Por isso mesmo, há uma baita exploração ideológica dessas interpretações.

Por exemplo, o Lula de 2003 a 2007 seguiu o modelo de política econômica de Fernando Henrique Cardoso. A economia andou de lado, apesar dos esforços da diplomacia comercial em ampliar mercados externos.

A partir de 2008, a crise obrigou Lula a mudar o estilo, para apagar incêndios. Valeu-se do BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, de estímulos fiscais e gastos públicos para irrigar a economia; criou incentivos fiscais bem pensados; atuou politicamente com um discurso visando infundir confiança nos consumidores, para que não reduzissem o consumo.

O resultado foi a melhor performance econômica em muitos anos, desmontando as teorias “modernas”, que tanto encantam a Malu, mesmo que, delas, ela só capte os bordões.

Depois veio o governo Dilma, com dois anos mantendo o ritmo de crescimento. A partir de meados de 2013, houve uma queda nos preços dos commodities, e Dilma não soube tratar com a nova situação. Provocou desequilíbrios nos preços do petróleo, afetando diretamente a produção de etanol, promoveu isenções tributárias irresponsáveis e assim por diante.

Mas o grande desastre foi quando, no início do segundo governo, cedeu às pressões dos “modernos” e aplicou o pacote Joaquim Levy, um programa neoliberal clássico – e desastroso.

A malícia ideológica consiste em atribuir os desastres de 2015 à herança do Lula de 2008/2010.

Não há relação de causalidade possível. A política econômica é função, também, das circunstâncias do momento.

Problema 5 – as críticas corretas.

De certo que o modelo não é perfeito. No anterior havia um problema nítido na política de construção de campeões nacionais. Desenvolvimento exige uma ação integrada, envolvendo pequenas e micro empresas, redes de fornecedores, políticas científico-tecnológicas, tratando o ambiente econômico como um todo.

Em muitos mercados, como o de alimentos, os campeões nacionais ganharam um poder excessivo sobre os fornecedores. Na construção civil, o poder das grandes empreiteiras permitiu-lhes uma ação de cartel.

Agora, tenta-se corrigir direcionando o BNDES para o fortalecimento das PMEs e para a preparação para o mundo digital.

Mas, obviamente, essa montanha de ângulos não resiste aos julgamentos definitivos de Malu.

Ah, e nem esperou os anúncios de hoje, para decretar: 

Com a escolha de petistas homens para Fazenda (Fernando Haddad), Educação (Camilo Santana), Casa Civil (Rui Costa), Relações Institucionais (Alexandre Padilha) e, agora, Desenvolvimento Social (Wellington Dias), o rol de pastas estratégicas a ser ocupadas por mulheres ou por figuras de fora do PT ou da esquerda lulista vai diminuindo”.

Lições da história: o preconceito e a implicância não são boa companhia para o jornalismo.


Xadrez de 29 de novembro, por Luis Nassif


O golpe está próximo da vitória

Vamos complementar o “Xadrez do dia 31 de dezembro de 2022” com a peça que faltava. No Xadrez anterior, apontei duas razões hipotéticas para a movimentação em frente os quartéis: a criação de um clima para explodir em 31 de dezembro, tirando os militares do quartel; ou um mero esperneio para manter a militância mobilizada.

Vamos a duas consequências mais objetivas, que explicam melhor a insistência em manter a mobilização à porta dos quartéis.

Peça número hum - as negociações com o Alto Comando
Peça número dois - as negociações com Bolsonaro Continue lendo>>>
É esperar para vê Nassif tem razão ou não?
O problema é nos textos dele o que tem de sobra é o SE.
Vida que segue>>>

Deltan Dallagnol foi estilingue, hoje é vidraça

No GGN o jornalista Luis Nassif mostra com detalhes o repentino e impressionante crescimento dos negócios da família Dallagnol, do famigerado ex-chefe da Farsa Jato. Em um breve espaço de tempo a famiglia abriu diversas empresas e adquiriu imóveis de luxo em Curitiba.

"Em setembro de 2018 – em pleno apogeu da Lava Jato – Deltan comprou um apartamento em um prédio de luxo de Curitiba, um por andar, pelo valor de R$ 1,8 milhão, pago em duas parcelas", lembrou Nassif, fazendo referência à revelação feita pelo Brasi 247. "No dia 12 de julho passado, a esposa de Dallagnol arrematou um segundo apartamento no mesmo edifício. Pagou R $2,1 milhões em um leilão judicial", destacou o jornalista. 
Como Dallagnol bancaria os custos dos apartamentos era uma dúvida, visto que somente a taxa de condomínio dos dois imóveis ultrapassa os R$ 10 mil. Havia boatos de que o ex-integrante do Ministério Público tinha adquirido quatro franquias da Hering para sua esposa. "Os boatos podem ter nascido das atividades de sua irmã, Édelis Martinazzo Dallagnol", diz Nassif, que mostra o perfil de Édelis no LinkedIn.

Édelis se apresenta como gestora do Hering Kids de Curitiba. "Na página da empresa, fica-se sabendo que se trata de uma 'extensão infantil da renomada Hering, voltada ao publico de 0 a 16 anos'".

Édelis, na rede social, diz ter começado a trabalhar na empresa em julho de 2021. Um mês antes, a família Dallagnol - o pai do ex-procurador, Agenor Dallagnol, e a mãe ,Vilse Salete Martinazzo Dallagnol, - abriram cinco empresas diferentes. Na mesma época, a esposa de Deltan Dallagnol, Fernanda Mourão Ribeiro Dallagnol, também abriu uma empresa, a Delight Consultoria Gerencial e Empresarial Eirelli, com capital social de R$ 110.000,00. Além disso, ela "adquiriu em leilão da Caixa Econômica Federal um imóvel de escritório, no Edifício Vega Business Center, pelo valor de R$ 143 mil. Todos esses negócios realizados em um mesmo curto espaço de tempo", conta Nassif."
Vida que segue

Frase dominical

Bolsonaro é filho direto da irresponsabilidade dos Barrosos, Moros e Dallagnols, dos diretores de redação, dos donos de grupos de mídia, de militares que perderam o pudor, de lideranças políticas que não tiveram paciência de retomar o poder pelo voto.
Luis Nassif

A marcha da insensatez de um país em processo de destruição, por Luis Nassif


Há uma ameaça latente ao futuro do país como Nação. O sistema político foi destruído. Há um avanço sistemática das organizações criminosas, controlando espaços cada vez maiores do território. As disputas não são mais entre poder formal e organizações, mas guerras entre elas. Sem a estruturação formal dos partidos, aumenta a influência deletéria de grupos setoriais, como os neopentecostais, ruralistas, mercado. E, a cada dia que passa, o Estado construído pós-Constituição vai sendo desmontado, sob a lógica exclusiva do benefícios a grupos específicos.

Políticas científico-tecnológicos, universidades federais, sistema de saúde, saúde mental, educação inclusiva, tudo é soterrado por visões ideológicas que visam mascarar os grupos de interesse que se apossaram do governo. Na ponta, Supremo se apropria de funções legislativas, o Congresso se perde sem uma voz de comando, órgãos de controle assumem cada vez mais funções policialescas. Sem o papel coordenador de uma liderança, sem o conjunto articulado de ideias de um partido, cada instituição, cada ator vai abrindo espaço a cotoveladas, desmontando qualquer ideia de disciplina institucional.

Onde começou esta loucura auto-destrutiva?

No final da ditadura, o país passava por desafios similares. O sistema bipartidário desmoronava, a herança militar legara um país quebrado, com hiperinflação, moratória; a miséria era avassaladora e visível nos semáforos das grandes cidades, no campo, no interior quebrado.. Havia um oceano de turbulências apontando para uma dissolução do país.

É nesse quadro que emergem algumas lideranças fundamentais. No centro, Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Mário Covas.

Mas o ponto essencial foi o aparecimento de uma nova liderança, o metalúrgico Luiz Ignácio Lula da Silva.

Com um discurso explosivo, e uma ação conciliadora, Lula conseguiu canalizar todas as insatisfações dos abandonados para o jogo político formal.

Sem terras, sem tetos, sem comidas, sem Estado, a imensa multidão dos desassistidos seria massa de manobra fácil para organizações criminosas, para candidatos a guerrilha. Ao organizar o Partido dos Trabalhadores, Lula deu consistência política às demandas, teve grandeza para aguardar o momento de ser eleito, perdendo eleições sucessivas sem questionar seu resultado e estendendo o papel civilizatório do partido para todos os rincões.

Ao mesmo tempo, criou a possibilidade de uma polarização produtiva, com o aparecimento do PSDB. O partido se estruturou como uma alternativa racional das classes médias intelectualizadas contra a esquerda não radical representada pelo PT.

Quando explodiu a crise internacional, tem 2008, ornou-se mais nítida a grandeza de Lula. Tornou-se um símbolo internacional da tolerância, da busca da paz, um pacifista do nível de um Mandela, um Ghandi – conforme reconhecimento internacional.

O que não presta para Petrobras é ótimo para Chevron

A aquisição da refinaria de Pasadena, pela Petrobras, foi um lance brilhante de estratégia comercial. A maior parte da produção da Petrobras era de petróleo pesado. E a refinaria servia para o refino desse tipo de petróleo.

Posteriormente, houve mudanças imprevistas. Primeiro, a descoberta e exploração do pré-sal, com produção de petróleo leve. Depois, a crise de 2008, que derrubou as cotações internacionais de petróleo.

Mesmo assim, do ponto de vista estratégico, Pasadena continuou sendo um grande lance, por permitir à empresa entrar no mercado americano com produto de valor agregado, especialmente depois que os conflitos diplomáticos com a Venezuela comprometeram sua posição de grande fornecedor de petróleo para os EUA.

O escândalo em torno da compra transformou a refinaria de Pasadena em um elefante branco. Mas apenas para uma cobertura midiática desinformada e partidarizada.

Em estudos de 15 de fevereiro de 2019, agora relevados, enquanto a Petrobras estava sendo desmontada, e a Pasadena era a alavanca para mostrar a suposta incompetência da empresa, a S&P Global, Marketing Intelligence publicava estudo mostrando a relevância da refinaria de Pasadena para a estratégia da … Chevron.

O setor enfrentava ameaças geopolíticas de oferta de petróleo pesado – problema que nunca afetou a Petrobras, como produtora de petróleo.

Segundo o estudo, a Chevron pretendia alavancar a produção expandindo seus ativos de refinaria na Costa do Golfo para processar petróleo bruto mais perto de suas operações de extração de óleo de xisto. Como parte desse plano, dizia o trabalho, “a Chevron comprará a Pasadena Refining System Inc., braço de refino da estatal brasileira Petróleo Brasileiro SA – Petrobras, com sede no Texas, em um negócio que inclui a refinaria de Pasadena ao longo do Houston Ship Channel, no Texas”.

“Um grande ponto de venda para [a refinaria de Pasadena] é sua localização adjacente ao Houston Ship Channel, que hospeda quatro refinarias e tem excelente acesso ao fornecimento doméstico de petróleo bruto e distribuição de produtos refinados”, dizia Sandy Fielden, consultor do projeto.

O episódio Pasadena é um dos grandes desastres do denuncismo irresponsável que tomou conta do país no período Lava Jato. Nem se fale das acusações infundadas a dirigentes, e da malícia de jogar o ajuste contábil da empresa – que deve refletir o preço do petróleo – na conta da corrupção. Mas de amarrar os braços da Petrobras em seus planos de expansão, no período em que a exploração de petróleo passou a ser assumido por empresas nacionais dos países produtores – trazendo para o país as vantagens de controlar o ciclo da produção.



por Luis Nassif - GGN

 Durma com mais esta revelação que mostra quão manipulados são muitos brasileiro. Babacas!


Luis Nassif, a melhor homenagem...


Caro jornalista Luis Nassif, entendo e valorizo tua opinião sobre o jovem que salvou a criança dos dentes de um pitbull. Mas discordo. Na minha modesta opinião a melhor homenagem que poderia ser prestada a ele e toda humanidade seria excluir na manchete, e no texto a palavra negro. 

Feliz Natal para todos nós!

Conversas com Lula, por Luis Nassif


A aparência de Lula é bem mais jovem e descansada do que no período pré-prisão. A voz está bastante rouca, mas o rosto está rosado e ele parece estar chegando de um spa e não de um longo período trancafiado em uma sala de 15 m², principalmente usando o indefectível chapéu Panamá. Mesmo rouco, é nítida a vontade de Lula em falar, explicar, relembrar.
Rebate quando alguém fala na inevitabilidade do fascismo da classe média. Diz que nem todos professam o discurso do ódio.
– Esse sentimento foi plantado pela Globo, não é natural do povo brasileiro.
Alguém sugere que seria relevante retomar o diálogo com a Globo. Lula refuga.
– Sempre conversei com a Globo e nunca adiantou.
Conta que em 2013 procurou João Roberto Marinho para falar sobre a campanha de descrédito da Copa, encetada pela própria Globo. Mostrou a ele que a Copa era da Globo, que não havia sentido em desmoralizar o evento antes mesmo que começasse. Não houve jeito. Conversou com o Itau, com patrocinadores, mas a Globo persistiu na campanha de descrédito, dando continuidade à convocação de manifestações de rua.
Tem mágoas, sim. Mágoas óbvias contra a Globo e contra a Lava Jato. Mas, no plano pessoal, a mágoa está focada em Fernando Henrique Cardoso. Relembra o início da redemocratização, quando foi até FHC garantir o apoio do PT às suas primeiras eleições.
Conta como impediu que o PT endossasse o  Dossiê Cayman, uma armação de Paulo Maluf preparada pelos irmãos Gilberto Miranda e Egberto Baptista, visando influenciar as eleições de 1998. Era uma suposta conta no paraíso fiscal de Grand Cayman, de suposta titularidade de Fernando Henrique, Sérgio Motta, José Serra e Mário Covas.
Lula foi procurado por Lafayette Coutinho, emissário de Maluf, tentando convencê-lo a encampar as denúncias. O país entrava em período eleitoral, com Mário Covas disputando a reeleição para governador de São Paulo com Maluf, e FHC disputando a reeleição contra o próprio Lula.
Não aceitou, porque o pacote atingia diretamente Mário Covas, a quem Lula devotava sentimentos de gratidão. Depois, pela falta de verossimilhança. Lula levou o pacote a Márcio Thomaz Bastos, que desaconselhou qualquer ato de endosso à armação.
Eram tempos em que PT e PSDB ensaiavam pactos políticos contra o que era a direita da época, representada por Maluf. Lula procurou Covas que, no segundo turno, foi apoiado pela candidata do PT Marta Suplicy contra o próprio Maluf.
– E sabe o que o Fernando Henrique fez? Disse que fazia questão que eu fosse na posse dele, se eu não aparecesse no Palácio, ele iria na sede do PT para me buscar. Fui lá e a única coisa que ele queria era saber o que mais havia no tal dossiê contra Covas e os demais.
A conversa evolui para as memórias de FHC, na qual o ex-presidente não poupa ninguém, nem amigos, nem aliados.

O pacto nacional

Luis Nassif: Xadrez das evidências contra Paludo e Zucolotto


1ª peça  
Evidências contra Januário Paludo: 75% de probabilidade de serem verdade

2ª peça 
A delação do hacker: 81,25% de probabilidade de serem verdades

3ª peça
O elo Renato Duque 

4ª peça
O fator Marlus Arns

5ª peça
Marlus Arns e Tacla Duran

Aplicando a lógica da quadrilha de Curitiba - Moro, Dallagnol, TRF4, Barroso, Fachin, Fux e Cia -, fica provada que todos não passam de corruptos protegidos por togas e grande imprensa.

Leia a matéria completa Aqui

Artigo do dia, por Luis Nassif


Como a Lava Jato [farsa jato] inventou um segundo crime para prender Lula
 A cada dia que passa, exposta à luz do sol [Vaza Jato], a Lava Jato vai se desmanchando.
Desde o começo da Lava Jato estava nítido que uma das formas mais usuais de manipulação era jogar com o fator tempo político.
A primeira lista de Rodrigo Janot tinha delações contra Aécio Neves. O próprio Janot não recomendou o seu indiciamento. A relação, do doleiro Yousseff, era sobre a lista de Furnas, e tinha apresentado as seguintes informações:
  • A quantia mensal destinada a Aécio.
  • A conta que recebia o valor, de Andrea Neves.
  • A forma como o dinheiro era lavado, através de uma empresa de Bauru.
Nada foi considerado. Ao mesmo tempo em que denunciava Lindbergh Faria e outros políticos do PT com indícios muito mais frágeis.
Agora, a revelação de que, desde o início do processo do impeachment, a Lava Jato dispunha da proposta de delação de Engevix, atingindo diretamente o vice-presidente Michel Temer. E aí, os mesmos procuradores que rejeitaram a delação da Engevix, “por não atender o interesse público”, lembram do “anexo-bomba”. Ou, ainda, as inúmeras provas contra Eduardo Cunha, só sacadas depois do impeachment consumado.
Não apenas isso. É estatisticamente  impossível que não tenha havido manipulação dos sorteios do STF e do Tribunal Superior Eleitoral, com todos os julgamentos-chave caindo em mãos de Ministros que, de antemão, já se sabia de posições contrárias ao reconhecimento de qualquer direito dos “inimigos”. Mesmo nas votações com placar apertado, os legalistas votavam, mas com a garantia de que os anticonstitucionalistas ainda detinham a maioria.
O fato mais relevante foi o voto de Rosa Weber na votação da prisão após 2º turno. Votou contra suas convicções, para “respeitar a colegialidade”. Respeitar a colegialidade significa acompanhar a maioria. Mas se o seu voto formaria uma nova maioria, respeitar o quê, afinal? O medo, habilmente manobrado pelo General Eduardo Villas Boas.
Como alerta o leitor Paulo Calmon, o Informativo 955 do STF, disponibilizado no dia 18/10, traz uma decisão da 1ª turma do STF que consagra o óbvio,  aquilo que sempre prevaleceu na jurisdição nacional: não há crime autônomo de lavagem de dinheiro (conduta posterior) quando se dá na fase final da corrupção. O caso se refere ao assessor de parlamentar flagrado com dinheiro escondido sob as vestes.
No caso do triplex de Guarujá, a denúncia diz que a suposta corrupção se materializou pelo “branqueamento” via reforma do apartamento que seria destinado ao ex-presidente, que se viu condenado por ambos os fatos, o que gerou uma pena quase “dobrada”.
Bastaria a correção dessa interpretação abusiva, para caber de imediato o regime aberto para Lula.
E toda essa manobra da 2ª Turma do TRF4, visou agravar a pena para evitar a prescrição, devido à idade de Lula.

O jogo foi escandaloso:
  1. Para poder enquadrar Lula em organização criminosa, Moro fixou 2009 como início da conduta criminosa.
  2. Só que se esqueceu que Lula faria 70 anos, e com isso haveria a redução pela metade da prescrição – calculada a partir do início dos supostos crimes até a sentença judicial.
  3. O que o TRF4 fez foi simplesmente somar o crime de lavagem ao da corrupção, atropelando a jurisprudência, para aumentar a pena a escapar da prescrição.
Foi essa manobra que definiu a prisão e o afastamento de Lula das eleições.
PRIMEIRA TURMA
DIREITO PENAL – LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lavagem de dinheiro e exaurimento da infração antecedente
A Primeira Turma recebeu denúncia oferecida contra deputado federal pela suposta prática de crime de corrupção e a rejeitou quanto ao delito de lavagem de dinheiro.
No caso, o inquérito foi instaurado para apurar o cometimento, por parlamentar federal e seu assessor, dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ante a apreensão de vultosa quantia em espécie, na posse do último, quando tentava embarcar em avião, utilizando passagens custeadas pelo primeiro.
A procuradora-geral da República apresentou denúncia em desfavor do deputado, imputando-lhe o cometimento dos delitos tipificados nos arts. 317, § 1º (corrupção passiva com causa de aumento em razão de infringir dever funcional), do Código Penal (CP) e 1º, V (lavagem de dinheiro proveniente de crime contra a Administração Pública), da Lei 9.613/1998, com redação anterior à Lei 12.683/2012, na forma do 69 (concurso material) do CP.
Segundo a denúncia, o parlamentar, na condição de líder de partido, teria recebido, por intermédio de assessor, vantagem indevida visando obter apoio para manter determinada pessoa na Presidência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU. A denúncia assevera ter o parlamentar deixado de praticar ato de ofício consistente na fiscalização das atividades do Poder Executivo e da Administração Pública indireta, infringindo deveres funcionais atinentes ao mandato de deputado federal. Além disso, o investigado, com a finalidade de ocultar a natureza, a origem, a disposição e a propriedade da quantia ilícita recebida, teria ordenado que o assessor movimentasse o dinheiro, camuflando as notas pelo corpo, sob as vestes, nos bolsos do paletó, junto à cintura e dentro das meias, de modo a dissimular a natureza, a origem e a propriedade dos valores, caso fosse surpreendido, o que veio a acontecer.

A Turma, inicialmente, afastou as preliminares suscitadas.
No mérito, quanto ao delito previsto no art. 317, § 1º, do CP, reputou que a denúncia atendeu às exigências versadas no art. 41 do Código de Processo Penal (CPP): conter descrição do cometimento, em tese, de fato criminoso e das circunstâncias, estando individualizada a conduta imputada ao acusado.
Afirmou haver indícios de participação do denunciado no suposto fornecimento de sustentação política com a finalidade de obter vantagens ilícitas oriundas da aquisição de bens e serviços no âmbito da mencionada sociedade de economia mista. Ficou demonstrada, nos autos, a intensa troca de mensagens e de ligações efetuadas entre o assessor do deputado e o beneficiário que pretendia se manter na presidência da mencionada companhia no dia da apreensão do numerário.
Ressaltou que cumpre viabilizar, sob o crivo do contraditório, a instrução processual, para que o tema de fundo da imputação, atinente à omissão de ato de ofício com vistas à obtenção de vantagem ilícita, seja analisado.
No que se refere ao delito de lavagem de dinheiro, no entanto, não vislumbrou narrativa fática a ensejar a configuração típica da infração, surgindo relevante o articulado pela defesa acerca da ausência de justa causa.

Esclareceu que o crime de branqueamento de capitais corresponde a conduta delituosa adicional, a qual se caracteriza mediante nova ação dolosa, distinta daquela que é própria do exaurimento da infração antecedente. Entretanto, a procuradoria-geral da República limitou-se a expor, a título de conduta reveladora de lavagem de dinheiro, a obtenção da vantagem indevida proveniente do delito de corrupção passiva.
Asseverou que o ato de receber valores ilícitos integra o tipo previsto no art. 317 do CP, de modo que a conduta de esconder as notas pelo corpo, sob as vestes, nos bolsos do paletó, junto à cintura e dentro das meias, não se reveste da indispensável autonomia em relação ao crime antecedente, não se ajustando à infração versada no art. 1º, V, da Lei 9.613/1998.
Também se mostram atípicas as condutas apontadas como configuradoras do delito de lavagem de dinheiro na modalidade de dissimulação da origem de valores, visto que ausente ato voltado ao ciclo de branqueamento. A falta de justificativa a respeito da origem da quantia ou a apresentação de motivação inverossímil estão inseridas no direito do investigado de não produzir prova contra si, sem implicar qualquer modificação na aparência de ilicitude do dinheiro.
Inq 3515/SP, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 8.10.2019. (Inq-3515)

Luis Nassif: xadrez da natureza do governo Bolsonaro


Peça 1 – elite, povo e lumpem

Uma das peças centrais do governo Bolsonaro é o desmonte de qualquer forma de proteção social e de regulação capitalista da economia. Embrulha tudo isso na embalagem do empreendedorismo e da liberdade de atuação das empresas.
Mas não se trata nem de um representante da elite, nem do proletariado, nem do empreendedorismo. A divisão é outra: é entre a economia formal e a economia da zona cinza, ou irregular ou criminosa.

Peça 2 – desregulação e economia do crime

Sua última decisão, de proibir que as Juntas  Comerciais comuniquem suspeitas de crimes na constituição de empresas, somado ao apoio às restrições do COAF, visam justamente abrir espaço para a ocupação da economia pelas organizações clandestinas, algumas nitidamente criminosas.
Vão na mesma direção o desmonte da Funai, da ICMBio, a flexibilização dos agrotóxicos pela Agência Nacional de Saude,  a abertura para importação de armas, e a liberação de armas para a população, até temas menores, como a proposta dos Bolsonaro de anular as multas das vans que trafegam em faixa de ônibus no Rio de Janeiro.  Sua última decisão foi permitir a distribuição de gás em botijão semi-cheio e sem  menção  à distribuidora.
Não se pense em motivação ideológica ou qualquer forma de pensamento elaborado. A escola de Bolsonaro são as milícias. Vez por outra, ele vai buscar no neoliberalismo selvagem motes para o desmonte do Estado formal.

Peça 3 – desmonte de toda forma de organização

Assim como em outros movimentos fascistas, Bolsonaro não admite o contraditório ou qualquer forma de organização, seja social seja de corporações públicas.
É o que explica o fim dos conselhos, os ataques às organizações sociais, o fato de colocar Supremo, Procuradoria Geral da República e Lava Jato de joelhos. E também a iniciativa de acabar com as contribuições ao sistema S, ou o processo descontrolado de abertura da economia.
Incluem-se aí as disputas com as corporações públicas, com o Judiciário, especialmente com a elite do funcionalismo público, possível próxima etapa do desmonte bolsonarismo. O golpe final será sobre as Forças Armadas.

Peça 4 – a apropriação dos serviços públicos pelo lumpem empresariado

Uso o termo lumpem empresariado para diferenciar dos setores empresariais modernos e dos tradicionais. São os que exploram nichos como bingo, manicômios, clínicas psiquiátricas, escolas para deficientes e, no caso das milícias, transporte público, construções irregulares em áreas de preservação, venda de gatos e de gás, venda de proteção privada.
A última decisão do governo foi retirar médicos, psiquiatras especialistas e conselhos das decisões sobre saúde mental.

Peça 5 – o preconceito contra os miseráveis e contra a elite

Uma característica da classe média baixa, em seu processo de ascensão econômica, é a ampla ojeriza a qualquer forma de miséria que possa lembrar suas origens, e a revolta contra qualquer grau de hierarquia social, como expressão da revolta pelas humilhações sofridas.

A negação de qualquer forma de solidariedade aos mais pobres é um instrumento de afirmação da sua condição social, de quem saiu da pobreza, mas não chegou a elite.
O resultado é um tipo com profundo preconceito em relação aos mais pobres, é uma repulsa contra os salões da elite, aos quais nunca teve acesso.
A família Bolsonaro enquadra-se perfeitamente nesse perfil. O pai sempre demonstrou uma raiva descontrolada em relação à memória do ex-deputado Rubens Paiva, cujo pai era grande fazendeiro na cidade em que Bolsonaro foi criado.

Por isso, é tolice considera Bolsonaro como aliado das elites. Ele é um representante típico do lumpem. Fica à vontade com o lumpem, as formas de expressão são típicas do lumpem, assim como as demonstrações de machismo, o símbolo fálico das armas, as piadas escatológicas. E o ódio a qualquer forma de conhecimento especializado, visto por eles como um sinal de prepotência do intelectual em relação ao ignaro.

Peça 6 – o horror a qualquer tipo de divergência

O horror à divergência é consequência automática do complexo de inferioridade que os acompanha a vida toda, seja pelas vulnerabilidades de origem, seja pela fraqueza intelectual.
Só confiam nos seus. Dai a exigência de obediência absoluta, que faz os espíritos mais fracos se comportarem de forma vergonhosamente subserviente. Como bem anotou Jânio de Freitas, Bolsonaro tem a compulsão da morte.
Não há saída democrática nesse perfil. A cada dia que passa, mais aprofundará as posturas autoritárias, o atropelo das instituições e das normas, até o confronto final, a hora da verdade, quando se irá conferir se as forças que aglutinou em seu apoio serão superiores ou não ao grande pacto que começa a se formar de resistência às suas loucuras.
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Pitaco do Briguilino: de fato o desgoverno Bolsonaro se sustenta na agenda ditada pela banca - bancos, rentistas, agiotas nacionais e internacionais -. Este é o resumo da ópera bufa que a mídia e o ministério público e o judiciário ajudaram a eleger e manter.