Frases divertidas

A maior tristeza de um jardineiro é ter um filho florzinha e uma filha trepadeira. 

Uma vantagem dos sem-teto é de nunca levar desaforo pra casa. 

Justo mesmo é o sutiã, oprime os grandes, levanta os caídos, protege e disfarça os pequenos. 

O homem um ser tão dependente que até pra ser corno precisa da ajuda da mulher.

Por maior que seja o buraco em que você se encontra, pense que, por enquanto, ainda não há terra em cima.

Ditabranda

A juventude e a Velhice

Creio que se pode traçar uma fronteira muito precisa entre a juventude e a velhice. A juventude acaba quando termina o egoísmo, a velhice começa com a vida para os outros. Continua >>

Amor Cego

Havia uma garota cega que se odiava pelo fato de não ver!

Ela também odiava a todos, exceto seu namorado!

Um dia ela disse que, se pudesse ver o mundo, se casaria com seu namorado. 

Um dia, alguém doou um par de olhos a ela!

Então seu namorado perguntou: Agora que você pode ver, se casará comigo?

A garota ficou chocada quando viu que seu namorado era cego!
Então disse: 

- Eu sinto muito, mas não posso me casar com um cego!

O namorado nada fez. Apenas virou as costas e foi embora, 

cabisbaixo olhou para trás e disse:

- Por favor, apenas cuide bem dos meus olhos !!!

Eles não gostam da fruta


Nunca vi alguém dizer que o Mané Mago (foto) é um animal bonito. Engraçado, esquesito, estranho é comum as pessoas disserem.

Também nunca vi um homem dizer que aquelas manequins de passarela são gostosas, boazudas, tesudas. Elegantes, bonitas (de rosto), simpaticas é comum as pessoas disserem.

Sabe quem endeusa elas? Os gays. E sabe por que?

- É que eles não gostam da fruta.

A mãe de todas as reformas

Para a maioria dos parlamentares, a perspectiva da renovação ou não dos mandatos nas eleições de 2010 é lembrança constante. 

Convém observar esse estado de espírito da maioria quando se avaliam as chances de votação das reformas política e tributária. 

Todos concordam que o principal item, a mudança do sistema eleitoral, é uma hipótese em que não se pode nem pensar. 

A maioria não admite essa mudança. 

O governo está pressionando suas lideranças para apressar a votação da reforma tributária, mas encontra todo tipo de dificuldade. 

Os governadores não vêem com bons olhos a proposta do Planalto, uma vez que persistem as divergências entre o poder central e os estados. 

No entanto, as duas reformas são fundamentais para a modernização do Brasil. 

A reforma política foi chamada de mãe de todas as reformas, pois o País precisa de um sistema político coerente e disciplinado, não a caricatura que temos hoje, que faz com que o presidente da República barganhe cargos e verbas para ganhar maioria parlamentar.

Amor Cego

Havia um garoto cego que se odiava pelo fato de não ver!

Ele também odiava a todos, exceto sua namorada!

Um dia ele disse que, se pudesse ver o mundo, se casaria com sua namorada. 

Um dia, alguém doou um par de olhos a ele!

Então sua namorada perguntou: Agora que você pode ver, se casará comigo?

O garoto ficou chocado quando viu que sua namorada era cega!

Então disse:

- Eu sinto muito, mas não posso me casar com uma  cega!

A namorada nada fez. Apenas virou as costas e foi embora, cabisbaixa olhou para trás e disse:

- Por favor, apenas cuide bem dos meus olhos !!!

Amor cego

Havia uma garota cega que se odiava pelo fato de não ver!

Ela também odiava a todos, exceto seu namorado!

Um dia ela disse que, se pudesse ver o mundo, se casaria com seu namorado. 

Um dia, alguém doou um par de olhos a ela!

Então seu namorado perguntou: Agora que você pode ver, se casará comigo?

A garota ficou chocada quando viu que seu namorado era cego!

Então disse:

- Eu sinto muito, mas não posso me casar com um cego!

O namorado nada fez. Apenas virou as costas e foi embora, cabisbaixou olhou para trás e disse:

- Por favor, apenas cuide bem dos meus olhos !!!

Repúdio e Solidariedade

    Ante a viva lembrança da dura e permanente violência desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repúdio a arbitrária e inverídica revisão histórica contida no editorial da Folha de S.Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar ditabranda o regime político vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direção editorial do jornal insulta e avilta a memória dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratização do pais. Perseguições, prisões iníquas, torturas, assassinatos, suicídios forjados e execuções sumárias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no período mais longo e sombrio da história política brasileira. O estelionato semântico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma fraudulenta revisão histórica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensão das liberdades e direitos democráticos no pós-1964.     

    Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de redação, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta as cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria Victória de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razões ou argumentos, a Folha de S.Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrários e irresponsáveis a atuação desses dois combativos acadêmicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante as insólitas críticas pessoais e políticas contidas na infamante nota da direção editorial do jornal.     

    Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.

    Assinam:

    Antonio Candido, professor aposentado da USP
    Margarida Genevois. Fundadora da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos
    Goffredo da Silva Telles Júnior, professor emérito da USP
    Maria Eugenia Raposo da Silva Telles, advogada
    Andréia Galvão, professora da Unifesp
    Antonio Carlos Mazzeo, professor da Unesp
    Augusto Buonicore, doutorando da Unicamp
    Caio N. de Toledo, professor da Unicamp
    Cláudio Batalha, professor da Unicamp
    Eleonora Albano, professora do IEL, Unicamp
    Emir Sader, professor da USP
    Fernando Ponte de Souza, professor da UFSC
    Heloisa Fernandes, socióloga
    Ivana Jinkings, editora
    Marcos Silva professor titular da USP
    Sérgio Silva, professor da Unicamp
    Patricia Vieira Tropia, Universidade Federal de Uberlandia
    Paulo Silveira, sociólogo 

PARA ASSINAR, CLIQUE AQUI

Repúdio e Solidariedade

    Ante a viva lembrança da dura e permanente violência desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repúdio a arbitrária e inverídica revisão histórica contida no editorial da Folha de S.Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar ditabranda o regime político vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direção editorial do jornal insulta e avilta a memória dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratização do pais. Perseguições, prisões iníquas, torturas, assassinatos, suicídios forjados e execuções sumárias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no período mais longo e sombrio da história política brasileira. O estelionato semântico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma fraudulenta revisão histórica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensão das liberdades e direitos democráticos no pós-1964.     

    Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de redação, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta as cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria Victória de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razões ou argumentos, a Folha de S.Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrários e irresponsáveis a atuação desses dois combativos acadêmicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante as insólitas críticas pessoais e políticas contidas na infamante nota da direção editorial do jornal.     

    Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.

    Assinam:

    Antonio Candido, professor aposentado da USP
    Margarida Genevois. Fundadora da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos
    Goffredo da Silva Telles Júnior, professor emérito da USP
    Maria Eugenia Raposo da Silva Telles, advogada
    Andréia Galvão, professora da Unifesp
    Antonio Carlos Mazzeo, professor da Unesp
    Augusto Buonicore, doutorando da Unicamp
    Caio N. de Toledo, professor da Unicamp
    Cláudio Batalha, professor da Unicamp
    Eleonora Albano, professora do IEL, Unicamp
    Emir Sader, professor da USP
    Fernando Ponte de Souza, professor da UFSC
    Heloisa Fernandes, socióloga
    Ivana Jinkings, editora
    Marcos Silva professor titular da USP
    Sérgio Silva, professor da Unicamp
    Patricia Vieira Tropia, Universidade Federal de Uberlandia
    Paulo Silveira, sociólogo 

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Quando seremos um país melhor

Os programas sociais do governo têm lugar garantido entre os assuntos candidatos a virar polêmica na eleição de 2010. Segundo a oposição, uma suposta falta de “portas de saída” para os pobres beneficiários do programa Bolsa Família poderia levar —ou já está levando— a que a concessão do benefício acabe perenizando a dependência dos menos favorecidos em relação ao Estado, aos serviços públicos de assistência e promoção sociais.

Mas o que seriam as tais “portas”? Essa discussão é fácil de ser feita no plano abstrato. E no concreto? Qual é a porta de saída eficaz para um adulto pobre —ou miserável— cuja família sofre as consequências da degradação social? O que seria uma porta de saída viável para o núcleo familiar ferido pelo alcoolismo, pelas drogas ou pela prostituição de seus filhos?

Amiúde, o debate vem contaminado pelo preconceito. Devido a um elitismo ancestral, boa parte da sociedade brasileira olha os recursos públicos da proteção social, em particular o Bolsa Família, como um desperdício. Ou um mal necessário. Cuja vigência deve ser abreviada, e quanto mais cedo melhor. Como bem diz o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, o mesmo país que teve uma paciência de séculos para tolerar a escravidão agora se inquieta diante da perspectiva de o Estado precisar estender no tempo os programas sociais.

O Brasil é um país lindo, mas que continua a exibir algumas marcas tristes. Já conseguimos incluir maciçamente os pobres no sistema educacional, mas a criança pobre ainda recebe na escola pública um ensino inferior ao recebido pela criança rica e de classe média no ensino particular. Em outra área sensível, a saúde, as desigualdades são também enormes. Ainda que a vigência do Sistema Único (SUS) nas duas últimas décadas tenha conseguido o milagre de fazer do brasileiro pobre e doente um sujeito mais sortudo do que o seu congênere americano.

Aliás, uma pesquisa recente do jornal The New York Times e da rede de TV CBS dá pistas sobre o estado de espírito do cidadão daquele país quanto à necessidade de o poder público intervir na esfera social. A pesquisa perguntou às pessoas se o governo federal deveria prover um seguro de saúde nacional, ou se isso deveria ser deixado por conta de empresas privadas. A primeira opção teve 59% das preferências, contra 32% da segunda. O que mais impressiona é a mudança nas mentalidades. A mesma pesquisa feita há 30 anos dava à medicina privada uma vantagem de 48% a 40%.

Os Estados Unidos são um país admirável e admirado, mas em alguns aspectos nós estamos à frente. Um deles é a amplitude dos programas de apoio à população mais pobre e a rede de proteção e promoção social para os menos capazes. Os americanos construíram uma grande nação com base no princípio de cada um por si. Nós estamos ainda em fase de construção, mas já incorporamos à nossa obra nacional alguns elementos de cuja falta os nossos irmãos do norte se ressentem, por excesso de individualismo. Um defeito que agora, com Barack Obama, eles têm a oportunidade histórica de corrigir.

Será que deveríamos enveredar por um caminho do qual os americanos estão doidinhos para sair? O do individualismo exacerbado? Pois o incômodo diante da ajuda do governo aos pobres deita aí suas raízes. No fundo, ainda temos dificuldade de aceitar que os que podem menos sejam ajudados pelos que podem mais. Queremos a coesão social, a coesão nacional, mas resistimos a pagar o preço. Falamos em democracia, mas a democracia se enfraquece quando falta a noção de pertinência para uma parte.

Pensando bem, o Bolsa Família e as demais ações sociais do Estado brasileiro, nas suas diversas esferas, são um preço barato, que podemos pagar com tranquilidade. É uma fração pequena do orçamento público, diante de seus belos efeitos num país reconhecido mundialmente pela crônica e brutal desigualdade social. Melhor seria se essas políticas públicas fossem encaradas como um dado da realidade, um fato da natureza. No dia em que for assim, teremos nos transformado num país melhor.

Feijão, estrelas e sonhos

Aquele cheiro de feijão cozinhando foi demais para Eduardo. Depois de muito tempo nas ruas, comendo os restos do que conseguia, ele se deixou levar pelo aroma daquele feijão e, quando viu, estava batendo palmas naquela casa de onde provinha o aroma tão marcante. Uma senhora de cabelos brancos e com um avental na cintura, também branco, atendeu e não se assustou com a roupa dele, já muito gasta, nem pelos seus cabelos enormes, que há muito não via um corte.

- "Que foi meu jovem, em que posso ajudá-lo?".   

Eduardo ficou mudo diante daquele rosto tão bondoso. Sua voz não saía, e ele gaguejou: 
- "Bom...bom...bom dia. Sabe, é que eu senti o cheiro do feijão cozinhando e lembrei me da minha mãe, lembrei-me da fome e resolvi pedir um pouco, se a senhora puder. Pode ser num copo plástico mesmo, só para eu poder matar a vontade de comer esse feijão tão cheiroso. 

Dona Benedita ficou surpresa com o desejo daquele menino. Sim, apesar das roupas velhas e sujas, do rosto marcado pela sujeira, aquele rapazote não deveria ter mais do que 15 ou 16 anos. Até hoje ela não sabe o por quê daquele gesto tão incomum nos tempos atuais, onde a violência está em cada esquina. O fato é que ela se comoveu com aquele menino e pediu para que entrasse. 

Eduardo não sabia o que fazer. Nunca alguém o convidara para entrar em uma casa. O máximo que faziam era dar uma comida misturada em latas de goiabada ou em embalagem plástica de sorvete, que normalmente as pessoas nem queriam de volta, como se ele tivesse alguma doença contagiosa.

Timidamente ele entrou naquele quintal enorme e, seguindo aquela senhora tão amável, entrou em uma cozinha muito bonita, simples, com azulejos azuis claros nas paredes, piso vermelho brilhando, uma mesa e 4 cadeiras brancas. Na mesa, uma toalha muito branca e já sobre ela, arroz em uma travessa, água fresca, pratos e copos."Ah, meu Deus, o paraíso deve ser assim!", pensou Eduardo. 

Sem saber o que fazer, ficou ali, na porta, em pé, observando aquele ambiente que lhe deu uma paz indescritível. Ele já estava andando pelas ruas há mais de 4 anos, desde que sua mãe morreu, lá naquele Estado distante, Sem nenhum parente, Eduardo lembrava-se apenas da mãe dizendo que teve um paizinho muito querido, que morava em São Paulo, lá pelas bandas da Vila Maria, que ela amava muito e queria tanto ver.  
Lembrava da mãe chorando todas as noites, falando baixinho para ele não acordar, da saudade do pai e da mãe tão amada, que morreu de uma doença nos pulmões, sem rever os parentes. 

Dona Benedita, voltou de um dos cômodos trazendo uma toalha e algumas roupas usadas mas muito limpas, e foi falando para ele tomar um bom banho e se trocar, enquanto ela acabava o feijão. Sem saber muito o que fazer, Eduardo entrou naquele banheiro e tomou o banho mais gostoso da sua vida. Ele também nunca viu tanta água encardida sair de uma pessoa...  

Aos poucos, aquela marca e aquela casca impregnada das ruas foram saindo. Junto iam as dores, as mágoas, e ele se pegou cantando. Quando saiu do banheiro, Dona Benedita ficou parada olhando para aquele rosto, os cabelos ligeiramente alourados, cheios de cachos...  

Dona Benedita imediatamente lembrou-se da sua filha, que saíra de casa numa briga com o pai. Ela engravidara de um rapaz que não quis assumir a criança. Seu Vicente, homem das antigas, não soube entender a filha caçula, grávida e sem marido, e, num gesto impensado, a mandou embora. Os dois discutiram e moça falou que ela não era mais a sua filha. Ela saiu naquela noite de setembro e nunca mais deu notícias.  Aquilo foi demais para o velho pai, que, apesar do modo grosseiro de tratar os filhos, rude, acostumado somente ao trabalho, amava como louco a sua filha, e todos os dias, depois que ela partiu, saia às ruas atrás de notícias, de alguma pista que o levasse até ela. Arrependido, seu Vicente foi definhando, definhando e morreu 4 meses depois, sem nunca mais a ver.   

E ali estava aquele rapazote, com o rosto parecido com o da filha. Mas, Dona Benedita voltou à realidade do feijão na mesa, e o mandou sentar. Quando o rapaz colocou a primeira garfada na boca, grossas lágrimas escorreram pelo seu rosto. Dona Benedita, percebendo a situação, perguntou: "Que foi filho? O feijão tá tão ruim assim que te fez chorar?". 

Eduardo sorriu timidamente e disse que não. Era apenas a lembrança da mãe que ele amava tanto... 
Em silêncio eles comeram e, notando o apetite do rapaz, ela mesma o serviu mais duas vezes. Depois, ela passou um café; perguntou o seu nome; quis saber um pouco da sua história. Ele só falou o nome e saiu agradecendo a sua melhor refeição dos últimos tempos.  

Meia hora depois, com roupas limpas, banho tomado e barriga forrada, Eduardo acabou descobrindo que já estava na Vila Maria e isso acendeu a sua esperança. Mas, quando a noite chegou, ele viu, pelas luzes que se acendiam, que aquele lugar era muito grande, e sem maiores detalhes do avô e da avó que nunca tinha visto, imaginou que seria impossível encontrar os parentes.  

Enquanto isso, Dona Benedita, estava no seu quintal, observando a noite. Tem sido assim desde que a filha sumiu no mundo. Sempre olhando para o céu, ela sempre nota que uma estrela se destaca das outras, É para essa estrela que ela se dirige há muitos anos, como se fosse para a própria filha. Nessa noite, seu coração estava inquieto. Aquele rapaz na cozinha mexeu com ela. Ao olhar para a sua estrela favorita, notou que ela parecia girar, brilhando mais forte. Dona Benedita imediatamente reviu a imagem do Eduardo e ficou pensando...   

No dia seguinte, Dona Benedita sai cedo, sem destino. Passou pelas ruas perguntando se alguém tinha visto um andarilho, descrevendo-o. Ela precisava tirar uma dúvida e não podia perder a chance.  
Encontrou-o numa praça, sendo abordado por dois policiais, que o agarravam com ares de poucos amigos. Dona Benedita chamou-o pelo nome e, ao olhar para ela, os policiais o soltaram e perguntaram se ela o conhecia. Ela respondeu afirmativamente, o que fez com que o menino fosse liberado.   

Assustado, Eduardo agradeceu pela gentileza e Dona Benedita o fez sentar no banco e contar a sua história. Conforme ele ia contando, a mulher percebia os pontos em comum com a história da sua filha: o tempo decorrido e a sua idade, os cabelos cacheados e aqueles olhos, que agora ela parecia ver como um espelho, que refletiam os olhos do seu amado marido. Quando ele falou o nome da sua mãe, Dona Benedita começou a chorar. Chorou tanto e abraçava tanto Eduardo que ele ficou com medo de ela morrer: "Mas, dona, o que foi que eu fiz?... Por favor, me fale... Pare de chorar. 

Dona Benedita secou as lágrimas e contou a história da filha. Então, Eduardo percebeu que a sua busca tinha acabado. Ela acabou de encontrar a sua família e foi a vez de ele se entregar naquele colo e chorar.   
O tempo passou... 
Mais de 12 anos já se passaram desde aquele "reencontro". Eduardo é arquiteto de muito prestígio na construtora onde trabalha. Casou-se e tem dois filhos e, mesmo podendo morar no seu elegante apartamento, preferiu ficar naquela casa que o abrigou, ao lado da sua avó, que sempre faz aquele feijão cheiroso que o conquistou.  

Toda noite Dona Benedita ainda sai para o quintal, olha para o céu e fala com a filha, olhando para aquela mesma estrela, que agora, desde o dia em que Eduardo apareceu, tem outra estrela ao lado. Dona Benedita tem certeza que pai e filha se reencontraram no céu, no lugar onde o amor venceu e sempre vencerá.    

E, se essa história te parece impossível, talvez seja por isso que você ainda sofra com algumas decepções e deixe de lutar pelos seus sonhos. Talvez você tenha esquecido de amar um pouco mais, de dar mais dois passos em direção à sua estrela e descobrir que, apesar da noite escura e chuvosa, ela jamais deixou de brilhar. 

Paulo Roberto Gaefke