Uma análise bem feita - na minha opinião - pelo jornalista Josias de Sousa, sobre o que a última pesquisa do Ibope diz a tucademopiganalhada. Confiram abaixo:
"...Um pedaço da sociedade (28%) nem se lembra do noticiário sobre corrupção que eletrificaram a Esplanada.
A roubalheira só interessa a jornalistas e à oposição, eis a evidência que salta da pesquisa. A imprensa, por dever de ofício, continuará imprensando.
E quanto à oposição? Bem, a sondagem informa os antagonistas de Dilma desperdiçam seu tempo. Adicionar raiva à receita nunca foi tão fácil. E nunca tão inútil.
O discurso entra por um ouvido e sai pelo outro. O pedaço das galerias que se interessa ouve um tucano criticando Dilma pela aliança com ladravazes.
Depois, olha para o retrovisor e enxerga os operadores da Era FHC em conciliábulos com a mesma turma de salteadores.
Na sequência, o sujeito repara ao redor. A maioria vê o crediário em dia, o Bolsa Família entrando na conta e a geladeira abastecida. A moralidade vira resto.
Suponha que a crise mastigue parte da sensação de prosperidade nos três anos que restam a Dilma.
Nessa hipótese, na hora em que faltar dinheiro e a conta de luz começar a atrasar, o brasileiro buscará alguém que lhe ofereça esperança, não raiva.
Quer dizer: se tudo der mais ou menos certo para Dilma, a reeleição está no embornal. Se tudo der errado, o eleitorado talvez enxergue em Lula uma re-opção.
À oposição já não basta se opor. Se quiser virar alternativa, terá de reler a história com alguma dose de inteligência.
No Brasil, dois políticos chegaram à Presidência cavalgando a raiva: Janio Quadros e Fernando Collor. Ambos resultaram em desastres.
Lula só triunfou depois de se livrar do discurso envenenado que lhe rendera três derrotas.
Antes, o país encantara-se, em 19884, com Tancredo Neves. Embora eleito por via indireta, o velho lobo foi chorado nas ruas porque via-se nele a esperança... "