Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

Blog do Charles Bakalarczyk: Jornalismo declaratório e preconceito de classe

Blog do Charles Bakalarczyk: Jornalismo declaratório e preconceito de classe: A narrativa que segue, do jornalista Paulo Henrique Amorim, testemunhando palestra do não menos jornalista (com "J" maiúsculo) Caco ...

O que mudaria se a remuneração real dos títulos do governo baixasse para 3%?

Alguém um dia tinha que tomar uma providência. Dilma Rousseff tomou. Deixou o Banco Central numa situação em que o Comitê de Política Monetária não teve como persistir na linha de sempre.

Guerras são assim. Por mais que se planeje, desenhe, considere, pondere, quando ela começa é sempre diferente do previsto. E quem precisa guerrear e fica esperando eternamente pelas condições ideais acaba derrotado sem luta.

Onze entre dez autoridades, economistas, empresários, consultores e jornalistas especializados dizem que o Brasil vai bem. Eu não chegaria a tanto, dado nosso crescimento modestíssimo, na comparação com os primos emergentes.

Mas é verdade que as finanças brasileiras estão razoavelmente em ordem, temos reservas, que aliás custam caríssimo. Temos inflação incômoda, mas o governo diz que vai colocar na descendente. A ser cobrado.

Então por que nossos juros são os maiores do mundo?

Não apenas os que o Estado paga para rolar sua dívida, mas também e principalmente os cobrados do tomador em banco. O infeliz que não conhece o endereço do BNDES nem está pendurado em subsídio.

Já tive oportunidade de escrever que parte da nossa saúde financeira deriva de uma doença.

Nossos bancos estão melhor que os de outras paragens porque emprestam de menos e cobram demais. O brasileiro deve relativamente pouco mas compromete muito da renda com o pagamento das obrigações financeiras.

Os últimos governos tiveram o mérito de controlar a inflação. Parabéns. Mas o controle da inflação não é a parada final do bonde. O objetivo de qualquer país é produzir prosperidade, oportunidades, bem estar.

O Brasil cresce pouco. As bravatas sobre como seria fácil subir o PIB potencial para além de 4% viraram fumaça. Em condições normais de temperatura e pressão, o governo Dilma estará condenado a um porvir medíocre e a um desfecho idem.

Ainda mais se for esperar pelas “grandes reformas” que nunca virão. É uma esperteza dos nababos. Pedir o impossível para justificar o injustificável. Já que não dá para desmontar o welfare state brazuca, melhor não mexer com a banca.

Errado. Um bom método na administração de encrencas é criar o problema para acelerar a solução. Em vez de esperar pelo dia de São Nunca, agir agora. Em vez de se atolar no pântano congressual das reformas supostamente indispensáveis, levantar e andar.

O Brasil pratica um juro básico real de 6%. Aqui, uma pergunta de leigo. O que mudaria se a remuneração real dos títulos do governo baixasse para 3%, num planeta em que os governos dos países desenvolvidos praticam juro real zero ou negativo?

Iríamos à breca? O mundo acabaria? Tenho minhas dúvidas.

Disseram que o mundo ia acabar quando a Constituinte enfiou um monte de direitos trabalhistas e sociais na Carta Magna. A licença-maternidade de quatro meses, por exemplo, provocaria o fim do emprego formal feminino.

Para 2012, o salário mínimo brasileiro tem previsão de ir a quase 400 dólares. Mesmo descontada a hipervalorização do real, é um número glamoroso.

O país, felizmente, não esperou pela solução estrutural definitiva de todos os problemas da previdência para aumentar decididamente o valor do mínimo.

E o Brasil não acabou. Nem vai acabar.

A decisão do Copom de baixar a taxa básica de juros em meio ponto percentual é animadora, ainda mais se for somente o início da caminhada. Pois falta muito. Falta principalmente acabar com a espoliação das pessoas e empresas pelos bancos.

Se Dilma quiser mesmo avançar nessa trilha, e se conseguir, nem que parcialmente, já terá justificado o mandato dela.

Autonomias

Ouvem-se lamentos pela suposta perda de autonomia do Banco Central.

A autonomia não é um fim em si. Qualquer instituição da República recebe o bônus ou paga o ônus pelo exercício das atribuições.

Se age bem, fortalece-se. Se age mal, enfraquece-se.

A Câmara dos Deputados, por exemplo, exerceu sua autonomia ao absolver na terça-feira a deputada Jaqueline Roriz. Os que não gostaram pediram uma limitação na autonomia dos deputados.

Pediram o fim do voto secreto.

O voto no Copom também é secreto. Sabe-se o resultado das votações, mas não se sabe quem votou como.

Contra esse voto secreto não se notam tantas reclamações assim.

Curioso. 
Alon Feurwerker

Blog do Charles Bakalarczyk: Mídia contra financiamento público de campanha: su...

Blog do Charles Bakalarczyk: Mídia contra financiamento público de campanha: su...: Os sofismas do jornalismo brasileiro contra o financiamento público de campanha Por Idelber Avelar Aqui...

Pig silencia sobre crime da Veja no hotel Nahoum


José Dirceu rebateu ontem as acusações de tráfico de influência e de que trabalhe nos bastidores contra o governo Dilma Rousseff. 
Em entrevista de 17,53 minutos a Record News, Dirceu disse que é governista, que sempre defendeu a candidatura de Dilma e que mantém relações com ministros e políticos influentes porque ainda atua na política. "Sou uma liderança do PT e sou ouvido", admitiu o ex-ministro.
Nesta semana, reportagem da revista Veja revelou que o ex-ministro mantém um "gabinete" num hotel de Brasília, onde "despacha" com homens do Planalto e o acusa de conspirar contra a presidente da República, o que ele negou. "É como dizer que eu deixei de ser corintiano", respondeu o bem-humorado. De acordo com o ex-ministro, houve uma tentativa de invasão de seu quarto, mas só decidirá sobre uma ação contra a publicação após as investigações policiais.
Dirceu confirmou os encontros revelados pela revista e admitiu que mantém relações próximas com pessoas influentes. 
"Por que não posso me encontrar com ministros?", questionou ao se referir ao encontro com Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento. 
“Governadores do PSDB me procuram, conversam comigo naquele hotel.”

Durante a entrevista, o ex-ministro também se posicionou sobre temas polêmicos. Para Dirceu, autoridades não devem utilizar jatinhos particulares por haver conflito de interesses. "Autoridade não deve usar aviões particulares de empresas", defendeu o ex- ministro ao negar ter se utilizado do favor de empresários durante o período em que foi o homem mais poderoso do governo Lula. "Nunca peguei".


Sobre a "faxina" ministerial da presidente, José Dirceu defendeu a postura de Dilma. "A presidente adotou a atitude que precisava adotar", avaliou. De acordo com ele, o Brasil precisa de uma reforma política, caso contrário, poderá viver períodos de turbulência com manifestações nas ruas."Essa estrutura que temos aí vai cair nas ruas porque está fadada ao fracasso", concluiu.


Perguntado sobre a absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), Dirceu afirmou que a decisão da Câmara no caso foi política.


 "Fui cassado pela Câmara e não havia provas contra mim. Foi uma cassação política e essa absolvição foi política", afirmou. Dirceu disse que é contra os processos de cassação no Legislativo.

O muro das lamentações dos porta-vozes da agiotagem

 Daqui a algumas décadas, quando se voltar os olhos para esse fim de ciclo financista, o escândalo que armaram coma decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de baixar em meio ponto a taxa Selic será um dos pontos centrais do anedotário malicioso nacional. O país tem disparado a mais alta taxa de juros do planeta – 12,5% ao ano. O Copom decidiu reduzi-la em meio (0,5!) ponto. Permaneceu uma taxa imensa, de 12% ao ano, contra praticamente zero dos Bancos Centrais de países avançados.

Parecia que o mundo iria acabar. O estardalhaço foi inacreditável. Economistas ouvidos meia hora depois já ensaiavam o muro das lamentações, sustentando que a decisão marcava o fim da autonomia do Banco Central.  Comentaristas que dias atrás admitiam que o câmbio estava excessivamente apreciado, e que os juros poderiam ser baixados, de repente revisaram suas opiniões e dispararam a metralhadora vesga contra a decisão.

E todos absolutamente incapazes de traçar correlação mais sofisticadas sobre os efeitos da crise internacional na economia brasileira – inclusive para rebater os argumentos do BC.

***

Depois de anos e anos de cantilena mercadista, depois do fracasso mundial do modelo de desregulamentação do mercado, das reações universais contra essa visão estreita de mercado, depois dos inúmeros levantamentos sobre a forma de atuação do lobby financeiro, o mise-en-scène desses atores serve apenas como material didático, para comprovar como a economia – pelo menos na discussão pública – é apenas uma ferramenta visando legitimar interesses de grupos específicos, através de um linguajar pretensamente técnico.

***

Quando se critica essa visão financista, não se pense no sistema bancário, os fundos de investimento em geral. Trata-se de um segmento restrito de rentistas que só sabem viver das benesses dos juros altos e do câmbio baixo.

***

O mercado financeiro e de capitais são peças relevantes para o desenvolvimento do país. E ambos ficaram por anos atrofiados pela política de juros altos.

Bancos comerciais têm a importante tarefa de emprestar dinheiro. Quanto maior a taxa de juros, menos útil será sua função de emprestar. Não se empresta a longo prazo e se restringe a financiamento ao consumo e ao crédito consignado.

Já o mercado de capitais é fundamental para reciclar a poupança, aplicar em novos setores que surgem, em infraestrutura, na reestruturação da economia. Mas com taxas de juros elevados, a poupança se concentra no financiamento da dívida pública e se torna preguiçosa, mesquinha, ilegítima.

***

No curto período em que a taxa Selic caiu abaixo de dois dígitos, houve um frenesi em muitos gestores de fundos, pela brecha que se abrir para que o capital privado migrasse dos títulos públicos para outras formas de aplicação, inclusive em investimentos de risco em infraestrutura.

***

Os pretensos porta-vozes mercadistas não representam o lado mais dinâmico e moderno do mercado. Representam apenas o lado viciado do rentista, do sujeito que aprendeu a viver de juros e não tem ânimo sequer para correr riscos em atividades mais úteis.



A alma do vinho

The Soul of Wine ou les femmes damnées
Un soir, l'âme du vin chantait dans les bouteilles :
Homme, vers toi je pousse, ô cher déshérité,
Sous ma prison de verre et mes cires vermeilles,
Un chant plein de lumière et de fraternité !

 


Apenas...


O que ora me abala
Ora me agita
É a palavra que cala
E silencia aflita...

O silêncio que dói
Na voz que murmura
Num aquietar que destrói
Não aceita, atura...