Como ser atual no discurso
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Discurso, oratória ou poesia?
Na formatura de curso de direito UFSC, os professores ficaram boquiabertos com o discurso do orador da turma. Confesso que eu também fiquei. Assista:
Discurso de Ciro Gomes na convenção do PDT
O Brasil precisa mudar!
Quer se observe nossa realidade com a inteligência de nosso povo, ou se sinta seu sofrer com o coração, o Brasil precisa mudar!
Para quem não aceita, como nós, colocar uma pedra no peito em lugar da alma, há de entender, como nós, que o Brasil precisa mudar!
E o tamanho, a gravidade e o caráter múltiplo da crise que passamos, recomenda que não alimentemos ilusão de que a mudança de que precisamos trata-se apenas de trocar Francisco, Manoel ou Rita, por Pedro, João ou Maria.
Estamos vivendo o fim de um ciclo histórico. E estou convencido de que, para seguir adiante, precisamos de um novo PROJETO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO!
Um grande acordo que devemos celebrar entre todos nós brasileiros em torno de algumas metas que o país pode e deve alcançar: voltar a crescer, se reindustrializar, reduzir desigualdades, acabar com a extrema pobreza, devolver a segurança às famílias e às ruas, avançar na educação e garantir uma saúde que atenda com dignidade o nosso povo. Afirmar a nossa identidade cultural e investir em Ciência e Tecnologia.
Tudo isso é possível, acreditem! O Brasil é um grande país e tem recursos e riquezas suficientes para oferecer uma vida feliz ao nosso povo. O que está faltando é coesão, um debate franco, fraterno e sem ódio sobre o Brasil que queremos.
Não é possível continuar do jeito que estamos.
Um país com uma das maiores desigualdades sociais do mundo, que só no ano passado viu a extrema pobreza crescer 11%. Isso significa que a fome voltou a rondar os lares e as vidas de mais de 14 milhões de irmãs e irmãos nossos.
Lula: Esse pescoço aqui não baixa
Vou cumprir o mandado. E quantos mais dias mais me deixarem lá, mais gente vai querer ser Lula
Eu não estou escondido. Não tenho medo deles. Pra saberem que não vou correr. Vou provar a minha inocência
- os poderosos podem matar uma duas, três flores, mas não podem impedir a chegada da primavera
- a morte de um combatente não para a revolução
- o problema não se chama Lula, mas são vocês!
- eu não sou um ser humano, eu sou uma ideia... misturada com vocês
- cada um de vocês vai virar um Lula
- o tesão da Veja, da Globo é ver a minha fotografia preso
- vão ter orgasmos múltiplos
- vou dizer ao delegado: estou à sua disposição
- vou atender ao mandado deles vou transferir a responsabilidade para eles. Eles não diziam que eu era a culpa de tudo?
- em 1979, esse sindicato fez uma das greves mais extraordinárias e conseguimos fazer um acordo com a indústria automobilística que foi talvez o melhor
- começamos a colocar o acordo em votação na assembleia e 100 mil pessoas no estádio de Vila Euclides não aceitavam o acordo
- era o melhor acordo possível, mas a peãozada estava radicalizada e queria 83% de aumento ou nada
- não conseguimos aprovar a proposta que eu considerava boa
- passamos um ano sendo chamados de pelegos pelos trabalhadores
- e eu ia na porta de fábrica e ninguém parava. E a imprensa escrevia "Lula fala para ouvidos moucos dos trabalhadores"
- levamos um ano para recuperar nosso prestígio junto à categoria
- fiquei pensando: os trabalhadores dizem que podem fazer 400 dias de greve? Pois vou testá-los em 1980. E fizemos a maior greve da nossa história!
- 41 dias de greve! Com 17 dias de greve eu fui preso e os trabalhadores começaram, depois de alguns dias, a furar greve
- e eu dizia: não vou acabar com a greve! Os trabalhadores vão decidir por conta própria!
- na prática, o trabalhador tinha que pagar as contas em casa. E não aguentou
- é engraçado porque na derrota a gente ganhou muito mais, sem ganhar economicamente, do que quando a gente ganhou economicamente
- não é dinheiro que define uma greve. É o que está embutido de teoria política!
- estamos quase na mesma situação agora
- eu estou sendo processado e tenho dito claramente: o processo do meu apartamento... eu sou o único ser humano que sou processado por ser um apartamento que não é meu
- ele sabe que o Globo mentiu! A PF mentiu quando fez o inquérito! O MP mentiu dizendo que era meu ao fazer a acusação
- pensei que o Moro fosse resolver, mas mentiu que era meu
- e me condenou a 9 anos de cadeia
- por isso estou indignado. Não os perdoo por terem passado para a sociedade a ideia de que sou um ladrão
- deram a primazia pros bandidos fazerem um pixuleco pelo Brasil inteiro. De chamar a gente de petralha. De negar a política
- digo todo dia: nenhum deles dorme com a consciência tranquila da honestidade com que eu durmo
- não estou acima da Justiça
- se eu não acreditasse na Justiça, não tinha feito partido político. Tinha feito uma revolução
- acredito numa Justiça justa, que vota um processo baseada nos autos do processo, nas provas concretas
- mas não admito um procurador que fez um power point e foi pra televisão dizer que o PT é uma organização criminosa que nasceu pra roubar o brasil e o Lula é o chefe
- portanto, se o Lula é o chefe, diz o procurador, eu não preciso de provas. Eu tenho convicção
- quero que ele guarde a convicção dele para os comparsas dele, para os asseclas dele, e não pra mim!
- certamente um ladrão não estaria exigindo prova. estaria de rabo preso, boca fechada e torcendo pra imprensa não falar dele
- tenho mais de 70h de jn me triturando, mais de 70 capas de revista me atacando, vários jornais me atacando
- eles não se dão conta: quanto mais me atacam, mais cresce a minha relação com o povo brasileiro
- eu não tenho medo deles
- eu até já falei que gostaria de fazer um debate com o Moro. Gostaria que ele me mostrasse alguma prova
- já desafiei os juízes do TRF-4 que eles fossem pra um debate provar qual é o crime que eu cometi
- há muito tempo sonhei que era possível governar este país envolvendo milhões de pobres na economia, nas universidades, criando milhões de empregos... sonhei que era possível um metalúrgico sem diploma universitário cuidar mais da educação que os diplomados e concursados
- sonhei que era possível diminuir a mortalidade infantil
- sonhei que era possível pegar os estudantes da periferia e colocá-los nas melhores universidades para que a gente não tenha juízes e procuradores só da elite
- daqui a pouco vamos ter juízes e procuradores nascidos na favela, na periferia
- vamos ter gente do MST e da CUT formados
- esse crime eu cometi! O crime que eles não querem que eu cometa mais!
- se for por esses crimes, de colocar pobre e negro na universidade, eu quero dizer: eu vou continuar sendo criminoso, porque vou fazer muito mais!
- em 1986, fui o deputado constituinte mais votado na história
- e nós ficamos descobrindo que dentro do PT havia uma desconfiança que só tinha poder no PT quem tinha mandato
- quando eu percebi que o povo desconfiava que só tinha valor no PT quem era deputado, deixei de ser deputado, porque eu queria provar ao PT que continuaria sendo a figura mais importante do PT mesmo sem mandato
- se alguém quiser ganhar de mim no PT, tem que trabalhar mais que eu e gostar do povo mais que eu
- agora estamos num trabalho delicado
- eu talvez viva o momento de maior indignação que um ser humano vive
- não é fácil o que sofre a minha família, os meus filhos, o que sofreu a Marisa
- a antecipação da morte da Marisa foi a safadeza e a sacanagem que a imprensa e o MP fizeram contra ela
- essa gente não tem filho, não tem alma e não tem noção do que sente uma mãe ou um pai quando vê um filho sendo massacrado
- resolvi levantar a cabeça
- não pensem que sou contra a Lava Jato. Se pegar bandido, tem que pegar e prender bandido
- todos queremos isso
- dizíamos a vida inteira que só prendem pobre e não prendem rico
- mas o problema é que você não pode fazer julgamento subordinado à imprensa, porque você destrói a imagem das pessoas na sociedade e depois os juízes vão julgar e falam que não podem ir contra a opinião pública
- quem quiser julgar com base na opinião pública largue a toga e vá ser candidato!
- a toga é um emprego vitalício
- o cidadão tem que julgar apenas com base nos autos do processo
- ministro do STF não deveria dar declaração sobre como vai votar!
- nos EUA você não sabe em quem o Ministro julgou, exatamente para não sucumbir à pressão
- o juiz tem que ter a cabeça mais fria, mais responsabilidade na hora de condenar
- o MP é uma instituição muito forte, por isso esses meninos precisavam conhecer um pouco da vida e da política para fazer o que fazem!
- fui presidente, indiquei 4 procuradores e fiz discurso em todas as posses
- MP não pode condenar pela imprensa!
- quando fui prestar depoimento em Curitiba, disse ao Moro que ele não podia me absolver porque a Globo exigia que ele me condenasse
- acho que tanto o TRF-4 quanto o Moro, a Lava Jato e a Globo têm o sonho de consumo de, primeiro, o Golpe não terminar com a Dilma; só vão concluir quando conseguirem convencer que o Lula não possa ser candidato à presidência
- eles não querem nem que eu participe
- não querem o Lula de volta, porque pobre, na cabeça deles, não pode ter direito, não pode comer carne de primeira, andar de avião, fazer universidade... pobre nasceu pra comer e ter coisas de segunda
- outro sonho de consumo deles é a fotografia do Lula preso
- eles decretaram a minha prisão
- já fui condenado a 3 anos de cadeia porque juiz de Manaus entendeu que eu não preciso de arma. tenho uma língua ferina!
- "tá chegando a hora da onça beber água". Acham que mataram um fazendeiro por causa dessa frase
- já tentaram me prender por obstrução de justiça, não deu certo
- agora tentam a prisão preventiva
- eles sabem que tem muita gente
- não adianta tentar evitar que eu ande por esse país, porque tem milhões e milhões de Lulas, Boulos, Manuelas e Dilmas pra andar por mim
- minhas ideias já estão pairando no ar e não tem como prendê-las
- quando eu parar de sonhar, sonharei pela cabeça de vocês
- não achem que tudo vai parar o dia em que o Lula tiver infarto. bobagem: meu coração baterá pelo coração de vocês
- companheiros do MTST, do MST, da CUT sabem: essa é uma prova. Vou cumprir o mandado e vocês vão ter que se transformar em Lulas! E vão andar por esse país fazendo o que tem que fazer!
- todo dia! Eles tem que saber que a morte de um combatente não para a Revolução!
- vamos fazer uma regulação dos meios de comunicação para que o povo não seja vítima das mentiras
- fazer ocupações no campo e na cidade!
- eu estava no Uruguai. tive a chance de atravessar a rua e ficar no Uruguai pra pedir asilo político
- falaram que eu podia ir em alguma embaixada
- eu não tenho mais idade! Na minha idade, é enfrentá-los olho no olho, aceitando cumprir o mandado
- quero saber quantos dias vão pensar que estão me prendendo
- quanto mais dias me deixarem lá, mais Lulas vão nascer
- porque a Democracia não tem limite
- faço isso de modo consciente. Se dependesse da minha vontade, eu não iria, mas vou
- diriam a partir de amanhã que estou escondido
- vou lá pra eles saberem que não tenho medo, que não vou correr e que vou provar a minha inocência
- façam o que quiserem!
- queremos mais casa, mais escola, menos mortalidade, não queremos repetir a barbaridade que fizeram com a Marielle no RJ, que fazem com meninos negros nas periferias
- não queremos a volta da desnutrição
- não queremos mais que um jovem não tenha esperança de entrar na universidade
- esse país é tão cretino que foi o último a ter uma universidade, porque não queriam que a juventude estudasse
- inteligência é quando você tem lado, quando não tem medo de discutir o que é prioridade
- a prioridade desse país é garantir que esse país volte a ter soberania
- não vão vender a PEtrobras! Vamos fazer uma Constituinte e revogar o que eles estão fazendo!
- vamos fortalecer a agricultura familiar
- é com essa crença, de cabeça erguida, que quero chegar lá e dizer ao delegado: estou à sua disposição
-a História vai provar que quem cometeu o crime foi o delegado que me acusou, o juiz que me julgou e o MP que foi leviano comigo
- se tem uma coisa que aprendi a gostar é da minha relação com o povo
- quando pego na mão de vocês ou beijo um de vocês, faço isso porque, quando eu era presidente, dizia que vou voltar pra onde vim e sei quem são meus amigos de verdade
- os de gravatinha desapereceram; os que continuam são os que comiam rabada e frango com polenta comigo!
- aqueles que têm coragem de invadir um terreno pra fazer casa!
- que têm coragem de fazer greve!
- os que precisam do Estado
- sairei dessa maior, mais forte e mais verdadeiro! E inocente! Vou provar que eles é que cometeram o crime político de perseguir um homem que tem 50 anos de vida política
- não tenho como pagar a gratidão, o carinho e o respeito que vocês têm por mim
- Boulos e Manuela: pra mim, é motivo de orgulho pertencer a uma geração que está, no final dela, vendo nascer dois jovens disputando o direito de ser presidente
- esse pescoço aqui não baixa!
- vou de cabeça erguida e sair de peito estufado de lá!
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Reprodução não literal do discurso que o ex-presidente Lula fez hoje (07/04/2018) em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP). Isso é história, preserve.Clicar somente se o anúncio interessar. Clicar somente se o anúncio interessar. Obrigado!
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Discurso de resistência, por Michele Maria Batista Alves
Compartilho discurso que Michele Alves fez na colação de grau do Curso de Direito da PUC-SP - Pontífice Universidade Católica de São Paulo.
Ela fez dedicatória pública a família, aos colegas Beatriz, Marilia, Luis e um agradecimento especial a Sofia Sebti
Vale a pena ouvir, curtir, comentar e compartilhar:
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Ela fez dedicatória pública a família, aos colegas Beatriz, Marilia, Luis e um agradecimento especial a Sofia Sebti
Vale a pena ouvir, curtir, comentar e compartilhar:
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Discurso da Presidenta Dilma Rousseff na abertura da 1ª reunião ministerial do 2º mandato
Minha primeira recomendação a vocês, que compartilharão comigo a responsabilidade por este novo mandato que nos foi confiado, é trabalhar muito para dar sequência ao projeto político que, desde 2003, está mudando o Brasil. Mudando para muito melhor, com menos pobreza, mais oportunidades, mais igualdade, mais direitos e cada vez mais democracia.
Na campanha, pedi o voto dos brasileiros para conduzir o país a uma nova etapa do processo de desenvolvimento iniciado em 2003. Mostramos que esta proposta estava baseada em uma política econômica consistente e políticas sociais geradoras de oportunidades e em uma conquista extraordinária, a superação da miséria, alcançada ao criarmos condições para que 22 milhões de pessoas ultrapassassem a linha de extrema pobreza.
Deixei claro, durante a campanha, que o novo mandato teria como objetivo principal a preparação do Brasil para a era do conhecimento – com prioridade absoluta para os investimentos em educação, geradores de mais e melhores oportunidades para as brasileiras e os brasileiros, e da necessária elevação da competitividade de nossa economia, base para um desenvolvimento duradouro. Propus fazer do Brasil uma Pátria Educadora.
Foi nisso que a maioria dos brasileiros votou. Este é o meu compromisso com o Brasil. Nos próximos 4 anos, tomarei todas as medidas para manter íntegra a estratégia de construir um país desenvolvido, próspero e cada vez menos desigual. Tudo o que estamos fazendo visa manter e fortalecer o modelo de desenvolvimento que mostrou ser possível conciliar crescimento econômico, distribuição de renda e inclusão social.
A população brasileira votou também por mudanças e nós as faremos.
Juntos, faremos um governo que é, ao mesmo tempo, de continuidade e de mudanças. Nossa tarefa será manter o projeto de desenvolvimento iniciado em 2003, mas com as mudanças que lhe darão mais consistência e ainda mais velocidade.
Os ajustes que estamos fazendo são necessários para manter o rumo, ampliar oportunidades, preservando as prioridades sociais e econômicas do nosso governo.
As medidas que estamos tomando e que tomaremos vão consolidar e ampliar um projeto vitorioso nas urnas por quatro eleições consecutivas e que está transformando o Brasil.
Como disse na cerimônia de posse, as mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade na economia. Precisamos garantir a solidez nos nossos indicadores econômicos.
A economia brasileira vem sofrendo os efeitos de dois choques. No plano externo, a economia mundial sofreu uma redução expressiva nas suas taxas de crescimento, com a China apresentando as menores taxas de crescimento em 25 anos, o Japão e a Europa em estagnação, e os EUA só agora começando a se recuperar da crise. Além disso, há uma queda nos preços das commodities – uma queda de 58,8% do petróleo (de jun/14 a 20 de jan/15) e de 53% do minério de ferro (de dez/13 ajan/15) – e uma apreciação do dólar.
No plano interno, enfrentamos, em anos sucessivos, um choque no preço dos alimentos, devido ao pior regime de chuvas de que se tem registro.
Essa seca teve também mais recentemente impactos no preço da energia em todo o Brasil e na oferta de água em algumas regiões específicas.
Diante destes eventos internos e externos, o governo federal cumpriu seu papel. Absorvemos a maior parte das mudanças no cenário econômico e climático em nossas contas fiscais, para preservar o emprego e a renda. Reduzimos nosso resultado primário para combater os efeitos adversos desses choques sobre nossa economia e proteger nossa população.
Agora atingimos um limite.
Estamos diante da necessidade de promover um reequilíbrio fiscal, para recuperar o crescimento da economia o mais rápido possível, criando condições para a queda da inflação e da taxa de juros no médio prazo. Garantindo, assim, a continuidade da geração de emprego e renda.
Tomamos algumas medidas que têm caráter corretivo, ou seja, são medidas estruturais que se mostram necessárias em quaisquer circunstâncias. Vamos adequar o seguro-desemprego, o abono-salarial, a pensão por morte e o auxílio-doença às novas condições socioeconômicas do País.
Essas novas condições mostram que, nos últimos 12 anos, foram gerados 20,6 milhões de empregos formais.
A base de contribuintes da previdência Social foi ampliada em 30 milhões de beneficiários. O valor real do salário mínimo, que é a base de todo o sistema de proteção social, cresceu mais de 70%.
Além disso, a expectativa de vida dos brasileiros com mais de 40 anos aumentou, passando de 73,6 anos para 78,5 anos, ou seja, quase 5 anos a mais de vida.
Nestes casos, não se trata de medidas fiscais, trata-se de aperfeiçoamento de políticas sociais para aumentar sua eficácia, eficiência e justiça.
Aliás, sempre aperfeiçoamos nossas políticas, e o Bolsa Família é um excelente exemplo. No ano passado, ano eleitoral, 1milhão 290 mil famílias deixaram o programa por não mais se enquadrarem seja por razões cadastrais, seja por aumento de renda.
Outro conjunto de medidas é de natureza eminentemente fiscal, indispensáveis para a saúde financeira do Estado brasileiro. Contas públicas em ordem são necessárias para o controle da inflação, o crescimento econômico e a garantia, de forma sustentada, do emprego e da renda.
Vamos promover o reequilíbrio fiscal de forma gradual.
Nossa primeira ação foi estabelecer a meta de resultado primário em 1,2% do PIB.
Esta meta representa um grande esforço fiscal, mas um esforço que a economia pode suportar sem comprometer a recuperação do crescimento e do emprego.
São passos na direção de um reequilíbrio fiscal que permitirá preservar as nossas políticas sociais – falo, por exemplo, do Bolsa Família, do MCMV, do Mais Médicos, do Pronatec, das ações para garantir acesso ao ensino superior, do Ciência sem Fronteiras, do combate à violência contra a mulher.
A razão de ser da gestão responsável e consistente da política econômica é estimular o crescimento e dar meios para a execução de políticas que melhoram o bem estar da população.
Em relação à inflação, quero lembrar que em nenhum momento de meu primeiro mandato descuidamos de seu controle e, por isso, ela foi mantida sempre no limite fixado pelo regime de metas.
O Banco Central vem adotando as medidas necessárias para reduzir ainda mais a inflação.
Decidimos também reduzir previamente nossos gastos discricionários, enquanto o Congresso Nacional discute o Projeto de Lei Orçamentária de 2015. Por essa razão, reduzimos em 1/3 o limite orçamentário de todos os Ministérios,neste início de ano.
Lembro a cada um dos ministros que as restrições orçamentárias exigirão mais eficiência no gasto, tarefa que estou certa todos executarão com excelência. Vamos fazer mais gastando menos.
Estamos atuando também pelo lado da receita. Adotamos correções nas alíquotas da CIDE sobre combustível e do IOF sobre o crédito pessoal. Também propusemos uma correção do PIS/COFINS sobre bens importados e do IPI sobre cosméticos.
Além das medidas de política fiscal, estamos também construindo medidas para viabilizar o aumento do investimento e da competitividade da economia.
No campo tributário, estamos finalizando nossa proposta de aperfeiçoamento do SUPERSIMPLES, que irá estabelecer um mecanismo de transição entre sistemas tributários para enfrentar a barreira hoje existente ao crescimento das micro e pequenas empresas.
Estamos preparando a Reforma do PIS/COFINS para simplificar e agilizar o aproveitamento de créditos tributários pelas empresas.
Vamos apresentar um Plano Nacional de Exportações, para estimular o comércio externo. O foco de nossa política industrial, baseada na ampliação da nossa competitividade, será o aumento da pauta e dos destinos de nossas exportações. Se nossas empresas conseguirem competir no resto do mundo, elas conseguirão competir facilmente no Brasil, onde já desfrutam de vantagens locais.
A melhora da competitividade depende, entre outras coisas, da simplificação e da desburocratização do dia-a-dia das empresas e dos cidadãos.
Para avançar nesta direção, lançaremos um grande programa de desburocratização e simplificação das ações do governo. Trata-se de agilizar e simplificar o relacionamento das pessoas e das empresas com o Estado e do Estado consigo mesmo. Menos burocracia representa menos tempo e menos recursos gastos em tarefas acessórias e secundárias, mais produtividade e mais competitividade. Toda a sociedade ganha!
Já iniciamos também a definição de uma nova carteira de investimentos em infraestrutura. Vamos ampliar asconcessões de infraestrutura ao setor privado. Vamos continuar com as concessões de rodovias e as autorizações de portos, viabilizar as concessões de ferrovias, e ampliar as de aeroportos. Realizaremos concessões em outras áreas, como hidrovias e dragagem de portos, por exemplo.
O MCMV contratará a construção de mais três milhões de moradias até 2018, ampliando sua penetração em grandes centros urbanos.
Com o programa Banda Larga para Todos vamos promover a universalização do acesso a um serviço de internet de banda larga barato, rápido e seguro.
O Brasil continua sendo uma economia continental e diversificada, com grande mercado interno, e com empresas e trabalhadores versáteis e habilitados a aproveitar as oportunidades que temos diante de nós.
Somos hoje a 7ª economia do mundo, o 2º maior produtor e exportador agrícola, o 3º maior produtor e exportador de minérios, o 5º que mais atrai investimentos estrangeiros, o 7º em acúmulo de reservas cambiais e o 3º maior usuário de internet.
O Brasil continua sendo um país com grandes oportunidades de investimento. O Brasil continua sendo um país com instituições sólidas e regras estáveis, uma sociedade livre e democrática.
Depois de 12 anos de políticas de inclusão e desenvolvimento social, o Brasil é hoje um país melhor. Um país com menos pessoas na pobreza e mais pessoas na classe média. Um país com milhões de novos estudantes, do ensino fundamental à universidade. Um país com milhões de novas pequenas empresas e empreendedores individuais. Um país com milhões de novos trabalhadores no mercado formal. Um país com mais crédito, tanto para as empresas quantos para os consumidores.
Estamos confiantes na força do nosso povo, nos fundamentos econômicos, sociais e culturais de nosso País.
Em 2016, os olhos do mundo estarão mais uma vez voltados para o Brasil, com a realização das Olimpíadas.
Temos certeza que mais uma vez, como na Copa, vamos mostrar a capacidade de organização dos brasileiros e, agora, numa das mais belas cidades do mundo, o nosso Rio de Janeiro.
Caras ministras e caros ministros,
Devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação sempre e permanentemente. Sem tréguas.
Não permitam que a falsa versão se crie. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação, levem a posição do governo à opinião pública. Sejam claros, precisos, se façam entender. Não deixem dúvidas.
Por exemplo, quando for dito que vamos acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, respondam em alto e bom som: Não é verdade! Os direitos trabalhistas são intocáveis, e não será o nosso governo, um governo dos trabalhadores, que irá revogá-los.
Quando se levantar a questão da mobilidade urbana em nossas cidades, falem dos R$ 143 bilhões que estamos investindo em 118 municípios de grande e médio porte, em todos os Estados.
Quando for mencionada a crise da água, lembrem-se que desde o início da maior estiagem das últimas décadas, o Governo Federal apoiou e está apoiando,de todas as formas, inclusive com investimentos elevados, as demandas dos Governos estaduais, responsáveis constitucionais pelo abastecimento de água.
No Nordeste, temos uma carteira de investimentos de R$ 34 bilhões que, além da Integração do São Francisco, inclui a perenização de 1.000 Km de rios, novos sistemas de adutoras, açudes e obras que vão assegurar a segurança hídrica na região.
Em São Paulo, estamos autorizando, a partir das solicitações do Governador, asgrandes obras para ampliar a oferta de água e vamos fortalecer ainda mais nosso apoio a São Paulo.
Oriento os ministros e os dirigentes de órgãos federais relacionados ao assunto que se engajem no esforço dos governos estaduais para vencer a atual situação de insegurança hídrica, com especial atenção para as regiões Sudeste e Nordeste.
Ao mesmo tempo, estamos tomando todas as ações cabíveis para garantir o suprimento de energia elétrica.
Vamos falar mais, comunicar sobre nossos desafios, iniciativas e acertos. Vamos mostrar a cada cidadã e cidadão brasileiro que não alteramos um só milímetro nosso compromisso com o projeto vencedor na eleição, com o projeto de desenvolvimento que estamosimplementando desde 2003.
O povo votou em nós porque acredita que somos os mais indicados para fazer o que for preciso para o Brasil avançar ainda mais.
O povo votou em nós porque acredita em nossa capacidade e em nossa honestidade de propósitos.
Caros Ministros e Ministras
Vamos, a partir da abertura do Congresso, propor uma alteração na legislação para tratar como atividade comum dos entes da federação as ações de segurança pública, permitindo a União estabelecer diretrizes e normas gerais válidas para todo o território nacional para induzir políticas uniformes no País e disseminar a adoção de boas práticas na área policial.
Quero fazer alguns comentários sobre um dos maiores desafios vivenciados por nosso País: o combate à corrupção e à impunidade.
Neste segundo mandato, manterei, sem transigir um só momento, meu compromisso com a lisura no uso do dinheiro público, com o combate aos mal feitos, com a atuação livre dos órgãos de controle interno, com a autonomia da Polícia Federal, e com a independência do Ministério Público. Vou chegar ao final deste mandato podendo dizer o mesmo que disse do primeiro: nunca um governo combateu com tamanha firmeza e obstinação a corrupção e a impunidade.
Todos vocês devem atuar sempre orientados pelo compromisso com a correção e a lisura. Espero que enfrentem com firmeza todo e qualquer indício de mau uso do dinheiro público nas áreas sob seu comando.
Gostaria de mais uma vez me manifestar sobre a Petrobrás.
A Petrobrás já vinha passando por um vigoroso processo de aprimoramento de gestão. A realidade atual só faz reforçar nossa determinação de implantar, na Petrobrás, a mais eficiente estrutura de governança e controle que uma empresa estatal já teve no Brasil.
Temos que apurar com rigor tudo de errado que foi feito.
Temos, principalmente, de criar mecanismos que evitem que fatos como estes possam voltar a ocorrer.
O saudável empenho de justiça deve também nos permitir reconhecer que a Petrobrás é a empresa mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no país.
Temos que saber apurar e saber punir, sem enfraquecer a Petrobrás, nem diminuir a sua importância para o presente e para o futuro.
Temos que continuar apostando na melhoria da governança da Petrobrás, no modelo de partilha para o pré-sal e na vitoriosa política de conteúdo local.
Temos que continuar acreditando na mais brasileira das nossas empresas, porque ela só poderá continuar servindo bem ao país, se for cada vez mais brasileira.
Ministros e ministras, toda vez que se tentou, no Brasil, condenar e desprestigiar o capital nacional estavam tentando, na verdade, dilapidar o nosso maior patrimônio – nossa independência e nossa soberania.
Temos que punir as pessoas, não destruir as empresas.
Temos que saber punir o crime, não prejudicar a economia do país.
Temos que fechar as portas para a corrupção, não para o crescimento, o progresso e o emprego.
Como venho dizendo estou propondo um grande pacto nacional contra a corrupção que envolve todas as esferas de governo, todos os núcleos de poder, tanto no ambiente público, como no privado.
Seremos ainda mais implacáveis com os corruptores e corruptos.
Em fevereiro, encaminharei ao Congresso as seguintes medidas:
Primeiro, transformar em crime e punir com rigor os agentes públicos que enriquecem sem justificativa ou não demonstrem a origem dos seus ganhos.
Segundo, incluir na legislação eleitoral como crime a prática de caixa 2.
Terceiro, criar uma nova espécie de ação judicial que permita o confisco dos bens adquiridos de forma ilícita.
Quarto, alterar a legislação para apressar o julgamento de processos envolvendo o desvio de recursos públicos; e
Quinto, criar uma nova estrutura, a partir de negociação com o Poder Judiciário, que dê maior agilidade aos processos movidos contra aqueles que têm foro privilegiado.
As brasileiras e os brasileiros esperam de nós um comportamento íntegro. Seremos, em cada um dos dias desse novo mandato, gestores públicos absolutamente comprometidos com a austeridade e a probidade. Vamos honrar cada cidadã e cidadão com uma gestão exemplar, que executa com celeridade e eficiência as políticas que vão manter o Brasil na trilha do desenvolvimento.
Caras Ministras e ministros
Há também uma grande expectativa da sociedade brasileira pela Reforma Política. Colocaremos como prioridade, já neste primeiro semestre, o debate deste tema com a sociedade. Esta é uma tarefa do Congresso Nacional, mas nos cabe impulsionar esta mudança, para instituir novas formas de financiamento das campanhas eleitorais, definir novas regras para escolha dos representantes nas casas legislativas, e aprimorar os mecanismos de interlocução com a sociedade e os movimentos sociais, reforçando a legitimidade das ações do Legislativo e do Executivo.
Espero de cada uma das ministras e ministros muito diálogo com o Congresso, com governadores, prefeitos, e com os movimentos sociais, tal como eu mesma farei. Devemos buscar, por meio do diálogo e da negociação, estabelecer os consensos e os caminhos que produzirão as mudanças de que o Brasil precisa. Só assim construiremos mais desenvolvimento e mais igualdade.
Espero de todos muita dedicação, cooperação entre os ministérios e muito trabalho. Desejo muita sorte e muito sucesso a todos.
O Brasil espera muito de nós e conto com vocês para honrar todas essas expectativas.
Muito obrigada.
Na campanha, pedi o voto dos brasileiros para conduzir o país a uma nova etapa do processo de desenvolvimento iniciado em 2003. Mostramos que esta proposta estava baseada em uma política econômica consistente e políticas sociais geradoras de oportunidades e em uma conquista extraordinária, a superação da miséria, alcançada ao criarmos condições para que 22 milhões de pessoas ultrapassassem a linha de extrema pobreza.
Deixei claro, durante a campanha, que o novo mandato teria como objetivo principal a preparação do Brasil para a era do conhecimento – com prioridade absoluta para os investimentos em educação, geradores de mais e melhores oportunidades para as brasileiras e os brasileiros, e da necessária elevação da competitividade de nossa economia, base para um desenvolvimento duradouro. Propus fazer do Brasil uma Pátria Educadora.
Foi nisso que a maioria dos brasileiros votou. Este é o meu compromisso com o Brasil. Nos próximos 4 anos, tomarei todas as medidas para manter íntegra a estratégia de construir um país desenvolvido, próspero e cada vez menos desigual. Tudo o que estamos fazendo visa manter e fortalecer o modelo de desenvolvimento que mostrou ser possível conciliar crescimento econômico, distribuição de renda e inclusão social.
A população brasileira votou também por mudanças e nós as faremos.
Juntos, faremos um governo que é, ao mesmo tempo, de continuidade e de mudanças. Nossa tarefa será manter o projeto de desenvolvimento iniciado em 2003, mas com as mudanças que lhe darão mais consistência e ainda mais velocidade.
Os ajustes que estamos fazendo são necessários para manter o rumo, ampliar oportunidades, preservando as prioridades sociais e econômicas do nosso governo.
As medidas que estamos tomando e que tomaremos vão consolidar e ampliar um projeto vitorioso nas urnas por quatro eleições consecutivas e que está transformando o Brasil.
Como disse na cerimônia de posse, as mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade na economia. Precisamos garantir a solidez nos nossos indicadores econômicos.
A economia brasileira vem sofrendo os efeitos de dois choques. No plano externo, a economia mundial sofreu uma redução expressiva nas suas taxas de crescimento, com a China apresentando as menores taxas de crescimento em 25 anos, o Japão e a Europa em estagnação, e os EUA só agora começando a se recuperar da crise. Além disso, há uma queda nos preços das commodities – uma queda de 58,8% do petróleo (de jun/14 a 20 de jan/15) e de 53% do minério de ferro (de dez/13 ajan/15) – e uma apreciação do dólar.
No plano interno, enfrentamos, em anos sucessivos, um choque no preço dos alimentos, devido ao pior regime de chuvas de que se tem registro.
Essa seca teve também mais recentemente impactos no preço da energia em todo o Brasil e na oferta de água em algumas regiões específicas.
Diante destes eventos internos e externos, o governo federal cumpriu seu papel. Absorvemos a maior parte das mudanças no cenário econômico e climático em nossas contas fiscais, para preservar o emprego e a renda. Reduzimos nosso resultado primário para combater os efeitos adversos desses choques sobre nossa economia e proteger nossa população.
Agora atingimos um limite.
Estamos diante da necessidade de promover um reequilíbrio fiscal, para recuperar o crescimento da economia o mais rápido possível, criando condições para a queda da inflação e da taxa de juros no médio prazo. Garantindo, assim, a continuidade da geração de emprego e renda.
Tomamos algumas medidas que têm caráter corretivo, ou seja, são medidas estruturais que se mostram necessárias em quaisquer circunstâncias. Vamos adequar o seguro-desemprego, o abono-salarial, a pensão por morte e o auxílio-doença às novas condições socioeconômicas do País.
Essas novas condições mostram que, nos últimos 12 anos, foram gerados 20,6 milhões de empregos formais.
A base de contribuintes da previdência Social foi ampliada em 30 milhões de beneficiários. O valor real do salário mínimo, que é a base de todo o sistema de proteção social, cresceu mais de 70%.
Além disso, a expectativa de vida dos brasileiros com mais de 40 anos aumentou, passando de 73,6 anos para 78,5 anos, ou seja, quase 5 anos a mais de vida.
Nestes casos, não se trata de medidas fiscais, trata-se de aperfeiçoamento de políticas sociais para aumentar sua eficácia, eficiência e justiça.
Aliás, sempre aperfeiçoamos nossas políticas, e o Bolsa Família é um excelente exemplo. No ano passado, ano eleitoral, 1milhão 290 mil famílias deixaram o programa por não mais se enquadrarem seja por razões cadastrais, seja por aumento de renda.
Outro conjunto de medidas é de natureza eminentemente fiscal, indispensáveis para a saúde financeira do Estado brasileiro. Contas públicas em ordem são necessárias para o controle da inflação, o crescimento econômico e a garantia, de forma sustentada, do emprego e da renda.
Vamos promover o reequilíbrio fiscal de forma gradual.
Nossa primeira ação foi estabelecer a meta de resultado primário em 1,2% do PIB.
Esta meta representa um grande esforço fiscal, mas um esforço que a economia pode suportar sem comprometer a recuperação do crescimento e do emprego.
São passos na direção de um reequilíbrio fiscal que permitirá preservar as nossas políticas sociais – falo, por exemplo, do Bolsa Família, do MCMV, do Mais Médicos, do Pronatec, das ações para garantir acesso ao ensino superior, do Ciência sem Fronteiras, do combate à violência contra a mulher.
A razão de ser da gestão responsável e consistente da política econômica é estimular o crescimento e dar meios para a execução de políticas que melhoram o bem estar da população.
Em relação à inflação, quero lembrar que em nenhum momento de meu primeiro mandato descuidamos de seu controle e, por isso, ela foi mantida sempre no limite fixado pelo regime de metas.
O Banco Central vem adotando as medidas necessárias para reduzir ainda mais a inflação.
Decidimos também reduzir previamente nossos gastos discricionários, enquanto o Congresso Nacional discute o Projeto de Lei Orçamentária de 2015. Por essa razão, reduzimos em 1/3 o limite orçamentário de todos os Ministérios,neste início de ano.
Lembro a cada um dos ministros que as restrições orçamentárias exigirão mais eficiência no gasto, tarefa que estou certa todos executarão com excelência. Vamos fazer mais gastando menos.
Estamos atuando também pelo lado da receita. Adotamos correções nas alíquotas da CIDE sobre combustível e do IOF sobre o crédito pessoal. Também propusemos uma correção do PIS/COFINS sobre bens importados e do IPI sobre cosméticos.
Além das medidas de política fiscal, estamos também construindo medidas para viabilizar o aumento do investimento e da competitividade da economia.
No campo tributário, estamos finalizando nossa proposta de aperfeiçoamento do SUPERSIMPLES, que irá estabelecer um mecanismo de transição entre sistemas tributários para enfrentar a barreira hoje existente ao crescimento das micro e pequenas empresas.
Estamos preparando a Reforma do PIS/COFINS para simplificar e agilizar o aproveitamento de créditos tributários pelas empresas.
Vamos apresentar um Plano Nacional de Exportações, para estimular o comércio externo. O foco de nossa política industrial, baseada na ampliação da nossa competitividade, será o aumento da pauta e dos destinos de nossas exportações. Se nossas empresas conseguirem competir no resto do mundo, elas conseguirão competir facilmente no Brasil, onde já desfrutam de vantagens locais.
A melhora da competitividade depende, entre outras coisas, da simplificação e da desburocratização do dia-a-dia das empresas e dos cidadãos.
Para avançar nesta direção, lançaremos um grande programa de desburocratização e simplificação das ações do governo. Trata-se de agilizar e simplificar o relacionamento das pessoas e das empresas com o Estado e do Estado consigo mesmo. Menos burocracia representa menos tempo e menos recursos gastos em tarefas acessórias e secundárias, mais produtividade e mais competitividade. Toda a sociedade ganha!
Já iniciamos também a definição de uma nova carteira de investimentos em infraestrutura. Vamos ampliar asconcessões de infraestrutura ao setor privado. Vamos continuar com as concessões de rodovias e as autorizações de portos, viabilizar as concessões de ferrovias, e ampliar as de aeroportos. Realizaremos concessões em outras áreas, como hidrovias e dragagem de portos, por exemplo.
O MCMV contratará a construção de mais três milhões de moradias até 2018, ampliando sua penetração em grandes centros urbanos.
Com o programa Banda Larga para Todos vamos promover a universalização do acesso a um serviço de internet de banda larga barato, rápido e seguro.
O Brasil continua sendo uma economia continental e diversificada, com grande mercado interno, e com empresas e trabalhadores versáteis e habilitados a aproveitar as oportunidades que temos diante de nós.
Somos hoje a 7ª economia do mundo, o 2º maior produtor e exportador agrícola, o 3º maior produtor e exportador de minérios, o 5º que mais atrai investimentos estrangeiros, o 7º em acúmulo de reservas cambiais e o 3º maior usuário de internet.
O Brasil continua sendo um país com grandes oportunidades de investimento. O Brasil continua sendo um país com instituições sólidas e regras estáveis, uma sociedade livre e democrática.
Depois de 12 anos de políticas de inclusão e desenvolvimento social, o Brasil é hoje um país melhor. Um país com menos pessoas na pobreza e mais pessoas na classe média. Um país com milhões de novos estudantes, do ensino fundamental à universidade. Um país com milhões de novas pequenas empresas e empreendedores individuais. Um país com milhões de novos trabalhadores no mercado formal. Um país com mais crédito, tanto para as empresas quantos para os consumidores.
Estamos confiantes na força do nosso povo, nos fundamentos econômicos, sociais e culturais de nosso País.
Em 2016, os olhos do mundo estarão mais uma vez voltados para o Brasil, com a realização das Olimpíadas.
Temos certeza que mais uma vez, como na Copa, vamos mostrar a capacidade de organização dos brasileiros e, agora, numa das mais belas cidades do mundo, o nosso Rio de Janeiro.
Caras ministras e caros ministros,
Devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação sempre e permanentemente. Sem tréguas.
Não permitam que a falsa versão se crie. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação, levem a posição do governo à opinião pública. Sejam claros, precisos, se façam entender. Não deixem dúvidas.
Por exemplo, quando for dito que vamos acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, respondam em alto e bom som: Não é verdade! Os direitos trabalhistas são intocáveis, e não será o nosso governo, um governo dos trabalhadores, que irá revogá-los.
Quando se levantar a questão da mobilidade urbana em nossas cidades, falem dos R$ 143 bilhões que estamos investindo em 118 municípios de grande e médio porte, em todos os Estados.
Quando for mencionada a crise da água, lembrem-se que desde o início da maior estiagem das últimas décadas, o Governo Federal apoiou e está apoiando,de todas as formas, inclusive com investimentos elevados, as demandas dos Governos estaduais, responsáveis constitucionais pelo abastecimento de água.
No Nordeste, temos uma carteira de investimentos de R$ 34 bilhões que, além da Integração do São Francisco, inclui a perenização de 1.000 Km de rios, novos sistemas de adutoras, açudes e obras que vão assegurar a segurança hídrica na região.
Em São Paulo, estamos autorizando, a partir das solicitações do Governador, asgrandes obras para ampliar a oferta de água e vamos fortalecer ainda mais nosso apoio a São Paulo.
Oriento os ministros e os dirigentes de órgãos federais relacionados ao assunto que se engajem no esforço dos governos estaduais para vencer a atual situação de insegurança hídrica, com especial atenção para as regiões Sudeste e Nordeste.
Ao mesmo tempo, estamos tomando todas as ações cabíveis para garantir o suprimento de energia elétrica.
Vamos falar mais, comunicar sobre nossos desafios, iniciativas e acertos. Vamos mostrar a cada cidadã e cidadão brasileiro que não alteramos um só milímetro nosso compromisso com o projeto vencedor na eleição, com o projeto de desenvolvimento que estamosimplementando desde 2003.
O povo votou em nós porque acredita que somos os mais indicados para fazer o que for preciso para o Brasil avançar ainda mais.
O povo votou em nós porque acredita em nossa capacidade e em nossa honestidade de propósitos.
Caros Ministros e Ministras
Vamos, a partir da abertura do Congresso, propor uma alteração na legislação para tratar como atividade comum dos entes da federação as ações de segurança pública, permitindo a União estabelecer diretrizes e normas gerais válidas para todo o território nacional para induzir políticas uniformes no País e disseminar a adoção de boas práticas na área policial.
Quero fazer alguns comentários sobre um dos maiores desafios vivenciados por nosso País: o combate à corrupção e à impunidade.
Neste segundo mandato, manterei, sem transigir um só momento, meu compromisso com a lisura no uso do dinheiro público, com o combate aos mal feitos, com a atuação livre dos órgãos de controle interno, com a autonomia da Polícia Federal, e com a independência do Ministério Público. Vou chegar ao final deste mandato podendo dizer o mesmo que disse do primeiro: nunca um governo combateu com tamanha firmeza e obstinação a corrupção e a impunidade.
Todos vocês devem atuar sempre orientados pelo compromisso com a correção e a lisura. Espero que enfrentem com firmeza todo e qualquer indício de mau uso do dinheiro público nas áreas sob seu comando.
Gostaria de mais uma vez me manifestar sobre a Petrobrás.
A Petrobrás já vinha passando por um vigoroso processo de aprimoramento de gestão. A realidade atual só faz reforçar nossa determinação de implantar, na Petrobrás, a mais eficiente estrutura de governança e controle que uma empresa estatal já teve no Brasil.
Temos que apurar com rigor tudo de errado que foi feito.
Temos, principalmente, de criar mecanismos que evitem que fatos como estes possam voltar a ocorrer.
O saudável empenho de justiça deve também nos permitir reconhecer que a Petrobrás é a empresa mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no país.
Temos que saber apurar e saber punir, sem enfraquecer a Petrobrás, nem diminuir a sua importância para o presente e para o futuro.
Temos que continuar apostando na melhoria da governança da Petrobrás, no modelo de partilha para o pré-sal e na vitoriosa política de conteúdo local.
Temos que continuar acreditando na mais brasileira das nossas empresas, porque ela só poderá continuar servindo bem ao país, se for cada vez mais brasileira.
Ministros e ministras, toda vez que se tentou, no Brasil, condenar e desprestigiar o capital nacional estavam tentando, na verdade, dilapidar o nosso maior patrimônio – nossa independência e nossa soberania.
Temos que punir as pessoas, não destruir as empresas.
Temos que saber punir o crime, não prejudicar a economia do país.
Temos que fechar as portas para a corrupção, não para o crescimento, o progresso e o emprego.
Como venho dizendo estou propondo um grande pacto nacional contra a corrupção que envolve todas as esferas de governo, todos os núcleos de poder, tanto no ambiente público, como no privado.
Seremos ainda mais implacáveis com os corruptores e corruptos.
Em fevereiro, encaminharei ao Congresso as seguintes medidas:
Primeiro, transformar em crime e punir com rigor os agentes públicos que enriquecem sem justificativa ou não demonstrem a origem dos seus ganhos.
Segundo, incluir na legislação eleitoral como crime a prática de caixa 2.
Terceiro, criar uma nova espécie de ação judicial que permita o confisco dos bens adquiridos de forma ilícita.
Quarto, alterar a legislação para apressar o julgamento de processos envolvendo o desvio de recursos públicos; e
Quinto, criar uma nova estrutura, a partir de negociação com o Poder Judiciário, que dê maior agilidade aos processos movidos contra aqueles que têm foro privilegiado.
As brasileiras e os brasileiros esperam de nós um comportamento íntegro. Seremos, em cada um dos dias desse novo mandato, gestores públicos absolutamente comprometidos com a austeridade e a probidade. Vamos honrar cada cidadã e cidadão com uma gestão exemplar, que executa com celeridade e eficiência as políticas que vão manter o Brasil na trilha do desenvolvimento.
Caras Ministras e ministros
Há também uma grande expectativa da sociedade brasileira pela Reforma Política. Colocaremos como prioridade, já neste primeiro semestre, o debate deste tema com a sociedade. Esta é uma tarefa do Congresso Nacional, mas nos cabe impulsionar esta mudança, para instituir novas formas de financiamento das campanhas eleitorais, definir novas regras para escolha dos representantes nas casas legislativas, e aprimorar os mecanismos de interlocução com a sociedade e os movimentos sociais, reforçando a legitimidade das ações do Legislativo e do Executivo.
Espero de cada uma das ministras e ministros muito diálogo com o Congresso, com governadores, prefeitos, e com os movimentos sociais, tal como eu mesma farei. Devemos buscar, por meio do diálogo e da negociação, estabelecer os consensos e os caminhos que produzirão as mudanças de que o Brasil precisa. Só assim construiremos mais desenvolvimento e mais igualdade.
Espero de todos muita dedicação, cooperação entre os ministérios e muito trabalho. Desejo muita sorte e muito sucesso a todos.
O Brasil espera muito de nós e conto com vocês para honrar todas essas expectativas.
Muito obrigada.
Aécio prepara discurso para 2014
Arko Advice
O senador e provável candidato do PSDB ao Palácio do Planalto em 2014, Aécio Neves (MG), emite sinais de qual deve ser o tom de seu discurso na próxima disputa presidencial. Assim como ocorreu na propaganda de seu partido apresentada recentemente na TV, Aécio voltou a escolher o tema da transparência, por conta de sua participação na Frente Parlamentar da Gestão Pública como vice-presidente.
Durante o lançamento da Frente, Aécio ensaiou um possível discurso, ao elogiar o desempenho do governo federal na área social e criticá-lo na gestão. “Somos uma nação inserida no contexto internacional de forma positiva e, do ponto de vista social, os avanços têm ocorrido. No entanto, infelizmente, no campo da gestão pública nós andamos a passos de cágado.”
Ao escolher a área da gestão pública como alvo, Aécio Neves busca trazer para a agenda sua exitosa experiência como governador de Minas Gerais, quando foi escolhido o governador mais bem avaliado do país. Não por acaso, em seu discurso, lembrou que em seu governo os servidores passavam por qualificação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e recebiam 14º salário se cumprissem metas.
Apesar de estarmos distantes da sucessão presidencial, Aécio tentará trazer para o debate político a questão da meritocracia no governo, com o objetivo de relacionar a gestão Dilma Rousseff com uma suposta “ineficiência administrativa”.
Ao escolher uma bandeira (eficiência administrativa) bem-sucedida em sua gestão, Aécio Neves dá um passo no que diz respeito à construção de um discurso para o PSDB.
Porém, é importante lembrar que o tema tem pouco apelo entre o eleitorado. Vale ressaltar que, para a maioria dos eleitores, sentir as consequências do bom estado da economia em seu dia a dia é mais importante e fácil de ser entendido do que debater eficiência x ineficiência na gestão pública.
Mesmo que os movimentos realizados por Aécio ultimamente sejam politicamente importantes, apenas uma forte turbulência na economia, um eventual racha na base aliada ou um sério escândalo político seria capaz de abalar o favoritismo da presidente Dilma Rousseff, provável candidata à reeleição em 2014.
Dilma é a expressão do projeto político, da liderança do Lula e do nosso acúmulo desses 30 anos
Assino embaixo.
A eleição da Dilma é mais importante do que a eleição do Lula, porque é a eleição do projeto político, porque a Dilma nos representa. A Dilma não era uma liderança que tinha uma grande expressão popular, eleitoral, uma raiz histórica no país, como o Lula foi criando, como outros tiveram, como o Brizola, como o Arraes e tantos outros.
A direita teve também aqui mesmo uma liderança que foi o próprio ACM, independente do fisiologismo, do abuso de poder, contudo era uma liderança popular, tanto é que era popular na Bahia. Tinha força político-eleitoral.
Então, ela é a expressão do projeto político, da liderança do Lula e do nosso acúmulo desses 30 anos, porque nós acumulamos, nós demos continuidade ao movimento social.
Se nós queremos aprofundar as mudanças, temos que cuidar do partido e temos que cuidar dos movimentos sociais, da organização popular. Temos que cuidar da consciência política, da educação política e temos cuidar das instituições, fazer reforma política e temos que nos transformar em maioria.
Nós não somos maioria no país, nós temos uma maioria para eleger o presidente até porque fazemos uma aliança ampla. Vamos lembrar que nossa aliança é PC do B, PDT, PSB, PMDB, PT, PRB e PR. Eu digo assim das grandes expressões, dos partidos que têm força política-eleitoral.
O PP é um partido de centro-direita, muito regional, é verdade, não tem nacional, tanto é que só tem um senador, governador talvez não eleja nenhum. Independente de nós termos essa coalização, o PT é a base dela.
A mídia agora já começa a discutir a nossa política, se vai fazer ajuste, se não vai; se vai estatizar ou não vai; se vai fazer concessão ou não vai. E começa a discutir se o PT está sendo desprestigiado ou não. Aquilo que nós temos de maior qualidade, que é o Lula, eles querem apresentar como negativo, porque o Lula é maior que o PT. Eles é que não têm ninguém maior que o partido deles.
Ainda bem que nós temos o Lula, que é duas vezes maior que o PT. Mas nós temos que transformar o PT num partido (inaudível).
O PT teve 17% de voto em 2002/2006 para a Câmara, que calcula a força de um partido no mundo todo. Não é o voto majoritário. Vai ter agora 21, 23%, eu espero, tudo indica. Tem que ter 33% em 2014.
O PT tem que se renovar, tem que abrir o PT para a juventude (aplausos).
Eu dou o exemplo do Padilha, que há alguns anos era dirigente da UNE, era médico voluntário social no Pará, estava fazendo trabalho social como médico, e hoje é ministro de um dos ministérios mais importantes que tem.
O Orlando, do PC do B, Orlando Silva para não ficar só no PT, que aliás é nosso, era presidente da UNE alguns anos atrás...O Lindberg, que vai ser senador agora.
Então, nós temos que voltar a transformar o PT em uma instituição política. Uma instituição política tem valor, programa, instrumentos, sedes, atividades cultural, social, tem recursos que auto sustentam, com o fundo partidário, porque nós temos que defender que existe o fundo partidário.
O fundo partidário brasileiro teria que ser duas, três vezes maior, que é a média do mundo. Então, nós temos que transformar de novo o partido, para o que ele foi criado.
É lógico que o PT é um grande partido político, tem força político-eleitoral, social. Nós já temos um acúmulo de políticas públicas, de experiência. Então, nós temos que fazer essa mudança no partido. Essa é a principal. E consolidar as nossas organizações populares, porque eles estão consolidando a deles.
Você viu que agora eles criaram, eles estão criando através das empresas instituições para fazer disputa político-cultural e político-eleitoral, fundações, centros de estudo. Fora o que eles têm da mídia, do poder econômico. Podem observar. E estão mandando as pessoas para o exterior.
Agora mesmo tiveram uma série de bolsistas, jornalistas, que vão para os Estados Unidos, inclusive este que escreveu essa última matéria da "Veja". Nós temos que fazer isso também.
Mas nós temos que fazer sempre com alianças. Uma coisa que eu sempre defendo: nós vamos criar um jornal do sindicato, do partido? Não. Porque quando nós falamos aqui dos grupos econômicos, do empresário brasileiro, nós temos que lembrar a etapa que nós estamos vivendo, o momento histórico que estamos vivendo.
Nós não podemos fazer política sem olhar a história do Brasil e o acúmulo de forças e o crescimento nosso. Nós não vivemos um período em que nós somos hegemônicos na sociedade, que nós temos maioria na sociedade, muito menos um período ou ciclo revolucionário no mundo.
Nós vivemos um ciclo no mundo de grande defensiva, de grande (inaudível) do movimento socialista internacional. de repensar o socialismo, nós temos Vietnã, China, Cuba nós temos que olhar para tudo isso.
Quando nós pusemos o Alencar como vice do Lula, nós ganhamos a eleição. Como nós ganhamos essa eleição quando o PMDB não ficou com o PSDB.
Aquele movimento anti-Renan Calheiros, anti-Sarney... vocês não vão acreditar que eles são éticos, né? Eles, evidentemente, o que queriam era romper a aliança nossa com o PMDB. Um mês depois, o Serra estava fazendo aliança com o PMDB.
O presidente estava indicando o vice, porque em 2002 a Rita Camata foi a vice dele. Nós criamos uma distensão no PMDB, foi o Jader, o Sarney, o próprio Quércia em São Paulo, o Itamar em Minas Gerais, foi um trabalho que nós fizemos, o Eunício no Ceará.
30%, 40% apoiou o Lula já no primeiro turno e, depois, no segundo turno, ampliou isso. O Rigotto no Rio Grande do Sul. Nós colocamos uma cunha dentro do PMDB. O que eu quero dizer é o seguinte: as alianças não são político-partidárias, não são parlamentares. As alianças são na sociedade. O parlamentar é a expressão.
Nós, quando fizemos a aliança com o Zé Alencar, nós fizemos a aliança com (inaudível), empresário. O Zé Alencar, apesar de ser um grande empresário, de ter sido presidente da Federação da Indústria de Minas várias vezes, vice da CNI, e de ser um líder - ele é um líder, não era um burocrata sindical - porque também tem os pelegos sindicais, não é só nós que temos esse problema. Eles também têm as burocracias sindicais deles, poderosíssimas.
Aqui vocês conhecem no Nordeste muitas federações e confederações que têm muitos empresários. O Albano Franco, por exemplo. O nosso aliado, Armando Monteiro Neto está saindo agora, vai se eleger senador, tudo indica. Como aqui, nós vamos eleger os dois lá.
Qual era a aliança? Aliança produtivista, nacionalista, desenvolvimentista e aliança de voltar para dentro, para o mercado interno, de decolar o Brasil no mundo, e a sociedade entendeu isso. As alianças são, no fundo, expressão de programas econômicos e de políticas de investimento.
E o estágio que nós vivemos no Brasil é de reorganização do Estado nacional. Porque ele foi desmontado durante 20, 30 anos. Ele sempre foi golpeado pela direita. Tudo o que o Getúlio fez, o Dutra assumiu e desmanchou. Tudo o que nós tínhamos construído em 40 anos, a ditadura militar começou a desmanchar.
Mas aí dentro das Forças Armadas assume uma ala do governo que tem uma visão nacionalista estatal também, que foi o governo Geisel, que é um governo ditatorial, mas não antinacional, não é um governo privativo.
O BNDES está consolidando, fundindo a base dos setores, senão nós não conseguimos competir no mundo, como foi (inaudível). Nós temos que fortalecer o Brasil, o estado, a política econômica e distribuir renda, acabar com a pobreza e resgatar de novo o papel do estado no Brasil. E vamos ter que reformar a burocracia brasileira que nós só começamos.
Não é verdade essa "discursera" do Serra. Fomos nós que voltamos a fazer planos de cargos e carreiras, que voltamos a valorizar o servidor, a dar condições de novo. Eles falam: os sindicalistas dirigiam as empresas estatais. É verdade, nós indicamos sindicalistas mesmo.
Agora, vamos ver o balanço da Funcef nos oito anos do Fernando Henrique e nos oito anos do Lula, vamos ver a Petrobras nos oito anos do Fernando Henrique e nos oito anos do Lula, o Banco do Brasil nos oito anos do Fernando Henrique e nos oito anos do Lula. Saneamos a empresa, recuperamos a gestão e a eficiência, não fizemos nenhum investimento como eles fizeram vários absolutamente desastrosos.
(...) Reforma política e educação, quer oportunidades, evidente que é um pouco mistificação dizer que você vai dar igualdade oportunidade na educação você viabiliza uma maior igualdade social na sociedade. Depende das outras condições.
Mas é evidente que a educação é fundamental. Nós estamos mal nisso. Nós fizemos muito no nosso governo, mas vocês sabem, nós temos filhos nas escolas, nós sabemos disso. Nós conhecemos, somos professores, muitos de nós e sabemos da situação.
É como policial militar, um agente da PF ganha inicial quase 9 mil reais, agente, não o delegado, que ganha 13, 14 mil. Quanto ganha uma professora de fundamental? Agora nós demos um piso de 1.200 reais. Na verdade, esse piso tinha que ser 2.500, para começar. Então, olha como nós temos que mudar.
Lógico que nós mudamos muito. O orçamento da educação multiplicou por três, que é o dobro tirando a inflação. Mas como a Dilma diz tem que investir 7% do PIB na educação.
Como nós vamos ter que reestruturar a saúde pública também, consolidar o SUS e aperfeiçoar, porque a situação ainda é muito difícil na saúde pública. Você vai num posto de saúde, o Brasil tem melhorado muito nestes dez anos, mas tem muito o que melhorar.
A política, o que a direita faz? Quem pode ter poder?
Primeiro o poder econômico, as forças armadas. As forças armadas estão hoje profissionalizadas, o poder econômico se aliou com qual poder? Com a mídia. E qual é o poder que pode se contrapor ao poder econômico e ao poder da mídia no Brasil? É o poder político, que tem problemas graves de fisiologias, de corrupção, tem desqualificação, mas eles não fazem contra o poder econômico e da mídia, quando surgem problemas de corrupção, de problemas graves, o tipo de campanha que eles fazem contra o parlamento e contra os partidos políticos.
Mesmo levando em conta os graves problemas de nosso sistema político, problema de caixa 2, os graves problemas de corrupção que têm na administração pública, em grande parte para financiar campanha eleitoral, porque o sistema está apoiado nisso, no poder econômico. Não tem campanha de menos de 3 ou 5 milhões de reais, 7 ou 8 milhões hoje no Brasil. Campanha de governador é 40,50,60. Campanha de presidente é 200, 300 milhões.
Ora, quem vai financiar isso? As pessoas físicas? Não, as empresas. Aí começa: nomeação dirigida, licitação dirigida, emenda dirigida, superfaturamento, tráfico de influência. Não é que vai acabar, mas o financiamento público, o voto em lista, mandato talvez de seis anos para senador. Nós temos que repensar o sistema político brasileiro. E nós somos o maior interessado porque a direita está usando isso para desqualificar a política e para afastar o povo da política. (...)
(...)As outra reformas, a tributária, a democratização dos meios de comunicação, o problema da terra, das forças armadas, que são questões que não estão equacionadas no Brasil ainda hoje, elas dependem da nossa maioria, depende do pais se consolidar porque o país só resolve problemas quando são maduros (...)
Nós somos um partido e uma candidatura que coloca em risco o que eles tão batendo, todos articulistas da Globo escrevem e falam na TV, todos os analistas deles: a noção das garantias individuais e da constituição, que nós queremos censurar a imprensa, que o problema no Brasil é a liberdade de imprensa?
Gente do céu. Como alguém pode afirmar do Brasil é(...). Não existe excesso de liberdade. Pra quem já viveu em ditadura(...)
Dizem que nós queremos censurar a imprensa. Diz que o problema é a liberdade de imprensa.
O problema do Brasil é excesso, bom, é que não existe excesso de liberdade, mas o abuso do poder de informar, o monopólio e a negação do direito de resposta e do direito da imagem. Que está na Constituição igualzinho a liberdade, a Constituição não colocou o direito de resposta e de imagem, a honra, abaixo ou acima da proibição da censura e da censura prévia, corretamente, ou do direito de informação e da liberdade de imprensa, de expressão. São todas cláusulas pétreas.
Mas os tribunais brasileiros estão formando jurisprudência, se vocês lerem os discursos do Carlos Ayres Britto, que aquilo não é voto é discurso político, a liberdade de imprensa está ameaçada no Brasil que é um escândalo.
Mas eles estão preparando a agenda deles para o primeiro ano de governo. Como a imprensa já está pressionando pela constituição do governo, já está disputando a constituição do governo. Pode começar a ler nas entrelinhas, quem quer que ela empurra para ser ministro disso, ministro daquilo, e já está disputando para fazer ajuste fiscal....
Como a gente está vendo, a mídia como está se comportando com a Dilma, já dá para imaginar como vai ser comigo no dia do julgamento. Estou até fazendo dieta, mantendo os 80 quilos para me preparar para o debate.(...)
(...) Já começou a apresentar uma série de ideias e de propostas do PMDB, que nós necessariamente não concordamos com o partido. Não que elas sejam incompatíveis com o nosso programa, mas são abordagens diferentes que nós temos para a questão da educação, do ajuste fiscal, da política macroeconômica.
Então, sim. O governo sempre é disputado. E nessa disputa do governo, as forças políticas de oposição, elas pesam também. Por que com o apoio da imprensa, eles tentam formar a opinião pública forçando determinadas definições ou tentar impedir que nós apliquemos determinadas políticas. Ou paralisando no Congresso ou criando um clima na sociedade contrário, basta ver a ação já que nós estamos aqui numa casa das estatais, participação ampla dos petroleiros.
O que a Folha de S. Paulo fez com a capitalização da Petrobras em qualquer país do mundo poderia dar um processo contra o jornal. Poderia dar uma intervenção da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), ou de organismo de regulação que existe no país. Mas ela fez a campanha.
Da mesma maneira, que eles estavam contra o pré-sal. Toda a mídia se posicionou contra a nova regularização do pré-sal. O Fundo, a empresa, a apropriação da receita do petróleo, da nova forma que nós vamos fazer, por partilha e não por concessão.
O governo é sempre disputado e é disputado entre os aliados e dentro do PT também.
A melhor maneira de nos preparar é agora eleger uma grande bancada do PT de deputados e senadores, que você começa sendo um partido majoritário na Câmara e tendo uma bancada que garante com mais um partido maioria simples no Senado.
O ideal é que o PT e o PMDB fizesse maioria de 41 no Senado, mas não vai acontecer isso. Nós vamos fazer entre 32 a 36 senadores, os dois partidos. Mas com PDT, PSB e PC do B talvez a gente faça.
Depois do pós, o 1º de janeiro, durante o governo, a força do partido e a presença do partido se expressa muito pela participação do partido na vida política do país. Um partido com 30% de votos não pode ser desprezado por nenhum presidente da República. Nós temos que chegar para discutir com propostas. As decisões tem que ser acertadas. Tem uma disputa contra nós na comunicação.
Vejam a campanha que eles fizeram esses anos todos contra o Bolsa Família. Eles não combatiam a política externa do presidente. Porque eles não tinham ideia do peso dela, da integração sul-americana a ferro e fogo.
Nós temos que nos preparar para a disputa dessa fixação da mídia comigo. Primeiro é que eu disputo, eu enfrento. Eu não deixo nada sem resposta. Eu faço a disputa política na sociedade, no meu blog, dentro do PT.
Segundo é que eu continuei participando da vida política do país, da vida do PT.
Terceiro que eles querem que eu seja condenado, eles querem me banir da vida política do país. Eles tentaram, inclusive, me impedir de exercer minha profissão. Eles me cassaram, eu saí do governo, fiquei inelegível, depois começaram uma campanha contra minhas atividade de advogado e consultor.
Fizeram durante esses cinco anos, e no ano de 2008, quatro vezes em conluio com a PF, com o MP e o Poder Judiciário, eles tentaram me prender. Sendo que não há nada contra mim.
Isso faz parte da disputa política. Como eu representava o PT, eu fui alvo. Quem tem que provar é o MP, que não conseguiu provar nada. O processo já terminou. Só falta ser julgado.
Eu pelo menos nunca senti ou me programei em ser candidato. Eu nem ia ser candidato em 2006. Eu combinei com o Gushiken. Felizmente teremos nossa candidata que vai ser eleita. E nós vamos fazer isso com prazer. Eu pelo menos vou votar com prazer. E depois falar para eles: Ó, não adiantou nada. Estamos aí mais quatro anos(...)
Quando se fez o balanço da agenda, a maioria dos companheiros que estão dirigindo a campanha e a própria candidata cancelaram vários compromissos. Na minha avaliação foi um erro o cancelamento, mas ele é justificado.
Mas a nossa candidata estava num momento muito difícil, muito cansada, tendo que se dedicar aos programas de televisão. Tendo que ir aos estados, porque a campanha estava em crise em MG, em SP, PR, SC, a presença dela era importantíssima. Ela praticamente não foi ao Norte do país, vocês já perceberam isso?
Do Maranhão até o Acre alguém aqui tem notícia de que a Dilma tenha ido a esses estados? Isso é inédito em campanha eleitoral no Brasil.
Porque, primeiro nós temos mais de 40 anos de idade, segundo que ela passou por um câncer. Ela sente muito isso ainda. E a tensão dessa campanha foi muito grande. Se vocês observarem a responsabilidade dela é enorme. Tomamos com dor essa decisão.
Infelizmente aconteceu isso, o cancelamento da agenda. Várias agendas. Ela, por exemplo, ela não tinha ido a SC. A Ideli estava sendo ridicularizada pelos adversários. O Lula ainda não tinha gravado para ela, pro Lessa, pro Iberê(...) Imagina governar o país e fazer campanha?
E com essa pressão toda que nós estamos sofrendo. Por que o pau tá comendo em cima de nós.
Eles não estão recuados, né? Eles estão lutando.
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