Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

Vegetal ou animal?

Por Carlos Chagas

Para ficarmos em lembranças, agora que o Congresso entra em recesso e deixa momentaneamente de produzir indignações, vale continuar com JK. Não como testemunhas, pois não somos tão velhos assim, mas por termos ouvido o episódio da voz do próprio presidente, já nos seus anos finais de vida.

Ele ainda governava Minas, já com seu nome lançado para presidente da República e convivendo com o apoio de uns e a intolerância de outros. Um de seus maiores adversários era o então presidente Café Filho.
Precisando ir ao palácio do Catete para tentar resolver grave problema dos cafeicultores mineiros, decidiu que não falaria de política, muito menos de sucessão, dada a má vontade que o chefe do governo lhe dedicava.
Qual foi sua surpresa quando, ao entrar no gabinete presidencial, Café era todo sorrisos, conduzindo-o até um grupo de poltronas e indagando sobre sua saúde, a família e sucedâneos. Em certo momento, o anfitrião levantou-se, pediu-lhe que também se levantasse e fosse até a mesa de despachos. Lá, afastando a cadeira presidencial, Café pediu-lhe que sentasse nela.
Espantadíssimo, Juscelino sentou, sem saber o que falar. Foi quando o presidente deixou cair a máscara e revelou-se como era. Em tom agressivo, pontificou: “Essa foi a primeira e a última vez em que você se senta nessa cadeira! Os militares não aceitam sua candidatura,e eu também não!”
JK contava haver deixado a sala com muita raiva, sem sequer haver tratado da questão dos cafeicultores mineiros. No andar térreo foi abordado pelos jornalistas, que ignoravam o episódio de minutos antes. Foram perguntando: “então, governador, resolveu o problema do café?”
Resposta imediata de quem, como ele dizia, Deus o havia poupado do sentimento do medo:
“De que café você está falando, meu filho? Do vegetal ou do animal?”

Não seja maldosa


Übermensch_XV

Véia Síndica, não seja maldosa, não tem motivo algum para duvidar da independência do Noblat, afinal o contrato da radio era legal e somente um engano do funcionário do congresso e que não preencheu corretamente o nome Noblat, provavelmente deve o mesmo funcionário que errou e omitiu informações de outros políticos recentemente.

O fato do
Virgílio ter conseguido a vaga de estagiaria junto ao Noblat não interferiu na independência do Noblat junto com os tucanos, ela nunca existiu mesmo!

E acho que foi um gesto
humanitário, o Noblat ter comprado o peixe como foi vendido, daquela moça infeliz na suiça, eu mesmo achei verossímil a estoria dela!

Os insaciáveis


Enquanto se espalha aos quatro ventos a versão (verdadeira ou não, não sei) de que José Serra está amarelando na disputa à Presidência, o PMDB avança na sua aproximação da candidatura Dilma Rousseff. E sobre os cargos do governo.
Primeiro, Lula subjugou o PT no Senado para salvar José Sarney na presidência. Agora, vai arregaçar as mangas para fazer o mesmo nos Estados, para que os candidatos petistas engulam suas pretensões e abram as vagas majoritárias para os pemedebistas. Que, como nós bem sabemos, são insaciáveis.
O lance da vez é do presidente da Câmara e presidente do PMDB nacional, Michel Temer, que defende a nomeação do super-aliado Henrique Eduardo Alves, líder do partido na Câmara, para a Articulação Política de Lula. O atual ministro, José Múcio (PTB), vai ser despachado para uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União). E Temer quer empurrar Henrique Eduardo para a vaga.
São vários os motivos de Temer:
1) ter um homem em tempo integral dentro do Planalto para trabalhar sua própria (a de Temer) candidatura a vice na chapa de Dilma à Presidência. Ela quer que ele seja o candidato a vice, para furar a aliança Quércia-Serra ou PMDB-PSDB em São Paulo. E ele está mesmo louco para ser;
2) ter alguém forte do PMDB para garantir mais e mais espaços, digamos, "verticais", do partido na administração federal em ano eleitoral;
3) mapear, em gabinete próximo ao de Lula, os votos dos Estados na convenção do PMDB que vai decidir o rumo do partido na sucessão presidencial. Neste momento, é mínima a possibilidade de o partido apoiar Serra ou um outro tucano; viável a do "liberou geral", em que cada Estado pode fazer o que quiser; e forte a tendência pró-Dilma. Para ser exata: pró-Lula.
4) ajudar o presidente no seu empenho pessoal, direto, de tirar o PT e botar o PMDB na cabeça de chapa das disputas para os governos estaduais.
Falta, evidentemente, acertar com os adversários. Um deles é o próprio Henrique Eduardo Alves, que resiste à ideia e tem demonstrado a intenção de concorrer à reeleição como deputado e, depois de uns 40 anos na Casa, virar seu presidente em 2011.
Os outros são o PT, que, depois de tão machucado no Senado, não vai engolir calado (ou será que vai?) Lula dar o sétimo ministério ao PMDB -- que já tem Agricultura, Integração, Defesa, Saúde, Minas e Energia e Comunicações. E logo a Articulação, um ministério essencialmente político e eleitoral.
Pelo PT, os dois candidatos mais fortes parecem ser o deputado Antonio Palocci, se conseguir se safar de todos aqueles rolos com a Justiça que o defenestraram da Fazenda, ou o personagem em ascensão na bancada parlamentar petista: o líder na Câmara, Cândido Vacarezza (SP).
Faça suas apostas. Depois que Lula humilhou o PT no Senado para ficar bem com o PMDB, tudo é possível. Inclusive a nomeação de um peemedebista para a Articulação e até mesmo o desempate pró-PMDB em Estados chaves, como Minas e Pará, onde PT e PMDB estão se matando. É Lula quem quer decretar qual dos dois morre e qual dos dois vive. Tudo, claro, pela candidatura Dilma, que nada mais é do que a manutenção do próprio Lula no poder.
Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta governos, política interna e externa, defesa, área social e comportamento. Foi colunista do Jornal do Brasil e do Estado de S. Paulo, além de diretora de redação das sucursais de O Globo, Gazeta Mercantil e da própria Folha em Brasília.
E-mail: elianec@uol.com.br

Razão e emoção

Por Carlos Chagas

Juscelino Kubitschek havia assumido pouco antes a presidência da Republica. A capital era no Rio e a União Nacional dos Estudantes iniciou mais uma de suas badernas ideológicas, protestando contra a permanência de Roberto Campos no BNDE, contra o aumento nas passagens dos bondes, contra a derrota do Flamengo para o Madureira e até contra o abandono dos gatos cegos na Praça da República. Claro que estamos exagerando, mas o espírito libertário da juventude explodia, encontrando a maior receptividade no novo governo.

A sede da UNE funcionava na praia do Flamengo, a poucas quadras de distância do Catete, sede do Poder Executivo. Os jovens saíram em passeata, numa gritaria dos diabos. Foram entrando, a ponto de ocuparem os jardins do palácio. JK desceu de seu gabinete para ouvir os protestos. Oradores aos montes, diante dele, desancavam o governo, os Estados Unidos, a Humanidade e quem sabe o Universo.
Um deles era estudante de Direito, Sepúlveda Pertence, hoje ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal. Se ainda agora elogiamos seus dotes oratórios, imagine-se como era o seu arrebatamento verbal, há mais de cinquenta anos.
Quanto o jovem terminou sua saraivada de diatribes, o presidente, ao lado, quis saber o seu nome. E logo depois o desarmou perguntando: “você não é filho do José Pertence, lá de Belo Horizonte? Como você é desaforado, meu filho!”
Daquela singular confraternização saiu a decisão do presidente da República de dialogar com os estudantes, propondo uma visita à UNE para explicar o seu governo, marcada para poucos dias depois.
Na manhã aprazada, Juscelino chegou de carro. A calçada estava coalhada de jovens, que começaram a manifestar-se antes mesmo que ele pisasse o chão. Vaias ensurdecedoras, que o acompanharam no saguão do primeiro andar, na escadaria, e, em especial, no auditório lotado. Posta uma pequena mesa no palco, o presidente não sentou. De pé, recebia os protestos sem demonstrar irritação nem surpresa.
Como tudo na vida passa, as vaias também passaram. JK, então, num amplo gesto, arregaçou a manga do paletó, consultou o relógio de pulso e falou:
“Bendito o país em que os seus estudantes podem vaiar o seu presidente da República durante quatro minutos, na certeza de que nada lhes acontecerá.”
Seguiram-se cinco minutos de aplausos muito mais entusiasmados, depois dos quais, como mascate do desenvolvimento, Juscelino detalhou planos, programas e metas que vinha executando. No final, diante de anteriores críticas da imprensa de que só pensava em obras, descuidando do ser humano, completou:
“Para quem estamos fazendo tudo isso? Para os fenícios?”
Na volta ao palácio do Catete, os estudantes acompanharam o carro presidencial entre gritos de alegria e de entusiasmo.
Essa historinha se conta por quem foi sua testemunha, numa evidência de que quando emoção e razão conseguem acoplar-se, conclui-se que nem tudo está perdido...

O ocaso do coronel

As mais recentes denúncias sobre as estripulias do senador José Sarney estão longe de ser as últimas e apontam na mesma direção de todas as anteriores: a privatização de recursos e espaços públicos em benefício próprio. Ou de sua família. E o desprezo às leis do país.

Senão vejamos. Distraído, Sarney não reparou que recebia mensalmente R$ 3,8 mil de auxílio-moradia, mesmo tendo mansão em Brasília e tendo à disposição a residência oficial de presidente do Senado.

Culpa da burocracia do Senado.

Distraidíssimo, Sarney esqueceu de declarar sua mansão de R$ 4 milhões à Justiça Eleitoral.

Culpa do contador.

Precavido, requisitou seguranças do Senado para proteger sua casa em São Luís – embora seja senador pelo Amapá.

Milionário (embora o Maranhão continue paupérrimo), não empregou duas sobrinhas e seu neto em suas inúmeras empresas. Preferiu que se empregassem no Senado.

Milionário generoso, não quis deixar a viúva de seu motorista ao relento. Empregou-a para servir cafezinho no Senado, em meio expediente, com salário de R$ 2,3 mil. Ah, e alojou-a em apartamento na quadra dos senadores.

Generoso, não impediu que seu outro neto fizesse negócios milionários com crédito consignado no Senado.

Ainda generoso, entendeu que um agregado da família deveria ser também empregado como motorista do Senado – salário atual de R$ 12 mil – mas trabalhando como mordomo na casa da madrinha, sua filha e então senadora Roseana Sarney.

Aliás, Roseana considerou normal convidar um grupo de amigos fiéis para um fim de semana em Brasília – com passagens pagas pelo Congresso.

Seu filho, Fernando Sarney, o administrador das empresas, que sequer é parlamentar, considerou normal ter passagens aéreas de seus empregados pagas com passagens da quota da Câmara dos Deputados.

Patriarca maranhense, ocupou as dependências do Convento das Mercês, jóia do patrimônio histórico, e ali instalou seu mausoléu. O Ministério Público já pediu a devolução, mas está complicado.

Não é um fofo?

Um dos mais recentes escândalos cerca justamente a Fundação José Sarney, que se apoderou das instalações do Convento das Mercês. Consta que R$1.300 mil captados através da Lei Rouanet junto à Petrobrás, para trabalhos culturais na Fundação José Sarney foram... desviados.

Não há prestação de contas, há empresas-fantasmas, notas fiscais esquisitas.

Enfim, marotice, para dizer o mínimo. Mas Sarney alega que só é presidente de honra da Fundação.

Culpa dos administradores.

E o escândalo mais recente (na divulgação, não na operação): Sarney seria proprietário de contas bancárias no exterior não declaradas à Receita Federal. Coisa do amigão Edemar Cid Ferreira, amigão também da governadora Roseana Sarney a quem, dizem, costumava emprestar um cartão de crédito internacional. Coisa de gente fina.

Em suma, acompanhando as peripécias de José Sarney podemos revelar as entranhas do coronelismo, do fisiologismo, do clientelismo. Do arcaísmo.

Tudo isto demora a morrer. Estrebucha, solta fogo pela venta. Mas um dia desaparece.

Tal como os dinossauros.

Lucia Hippolito

Papapaulo dadada Sississilva

Uma rádio estava selecionando um novo locutor e eis que o primeiro candidato é chamado:
- Qual é o seu nome, por favor?
- Papapaulo dadada Sississilva.

- P?, mas como é que eu vou contratar um gago para ser locutor?!
- Sou gago não, amizade! Gago era meu pai.... e o cara do cartório era um filho da puta!

Cliente paciente

"Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se à mesa e pacientemente espera, enquanto o garçom faz tudo, menos o meu pedido.

Eu sou o homem que vai a uma loja e espera calado, enquanto os vendedores terminam suas conversas particulares.

Eu sou o homem que entra num posto de gasolina e nunca toca a buzina, mas espera pacientemente que o empregado termine a leitura do seu jornal.

Eu sou o homem que, quando entra num estabelecimento comercial, parece estar pedindo um favor, ansiando por um sorriso ou esperando apenas ser notado.

Eu sou o homem que entra num banco e aguarda tranqüilamente que as recepcionistas e os caixas terminem de conversar com seus amigos, e espera.

Eu sou o homem que explica sua desesperada e imediata necessidade de uma peça, mas não reclama pacientemente enquanto os funcionários trocam idéias entre si ou, simplesmente abaixam a cabeça e fingem não me ver.

Você deve estar pensando que sou uma pessoa quieta, paciente, do tipo que nunca cria problemas.

Engana-se.

Sabe quem eu sou???

Eu sou o cliente que nunca mais volta!!!

Divirto-me vendo milhões sendo gastos todos os anos em anúncios de toda ordem para levar-me de novo à sua firma.

Quando fui lá, pela primeira vez, tudo o que deviam ter feito era apenas a pequena gentileza, tão barata, de me enviar um pouco mais de cortesia.

Clientes podem demitir todos de uma empresa, do alto executivo para baixo, simplesmente gastando seu dinheiro em algum outro lugar".


Matraca o homem do demo

A revista IstoÉ desta semana traz matéria revelando que tramita na 12ª Vara Federal de Brasília, em segredo de Justiça, um processo que revela um personagem chave que começa a jogar luz sobre a caixa-preta em que se transformou a primeira-secretaria do Senado, controlada há 12 anos com mão de ferro pelo antigo PFL, hoje DEMO.

Trata-se de Aloysio de Brito Vieira, conhecido como Matraca, ex-presidente da Comissão de Licitação da Casa, que se tornou o operador de um esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de propinas que funciona com a conivência ou participação de alguns senadores do DEMO, de acordo com a revista.

Ainda segundo IstoÉ, o 1º secretário Efraim Morais (PB) recebeu R$ 300 mil/mês do esquema. Quem pagava era a empresa Ipanema, que manteve contrato no valor de R$ 30 milhões até março passado, para fornecer mão-de-obra à agência, TV e rádio Senado. Vamos aguardar o fim do processo e ver o destaque que será dado na mídia.
Zé Dirceu

PF rastreia 700 milhões do Opportunity


O relatório final do Inquérito 235/08 - Operação Satiagraha - revela que a Polícia Federal rastreia, agora, uma fortuna de R$ 700 milhões que o Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, investiu na agropecuária. Gráfico apreendido na sede do grupo indica que Dantas foi diretamente responsável pelo aporte de mais de 20% do valor.

"Os fatos apurados apontam para a existência de uma organização criminosa", assinala o relatório. À página 214, o relatório destaca: "Além de todo o complexo sistema que criou com a finalidade específica de lavar recursos ilícitos, a organização fez uso de uma série de outras ferramentas para manter-se fora do alcance da lei, seja para obter vantagens e favorecimentos indevidos, seja para manter-se impune. Por trás dessa atuação, encontra-se sempre o poderio econômico."(Informações de O Estado de S.Paulo)

Coitado do DvD. Era tão honesto nos tempos bicudos...
Foi só Lula chegar ao planalto e começou a ser perseguido, não é mesmo Laguardia?...

Multinacionais investem no Brasil

Até maio, entrada de recursos somou US$ 11,2 bi, a segunda maior da década

O mercado consumidor brasileiro virou alvo das multinacionais.

Na contramão do investimento total, que vem encolhendo, o investimento estrangeiro direto somou, de janeiro a maio deste ano, US$ 11,2 bilhões, que foram utilizados na indústria, no comércio, na agricultura e no setor de serviços.

"É a segunda maior cifra da década para o período", lembra o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luis Afonso Lima.

A crise mudou o perfil dos investimentos, favorecendo setores cujo mercado não foi tão afetado pela retração da atividade econômica.

A indústria automobilística e a metalurgia, por exemplo, concentraram 35,3% dos recursos que entraram no Brasil até maio.

No inicio do ano, houve uma “parada tática" no investimento da multinacionais, que aumentaram as remessas às matrizes, sufocadas pela crise global.

Agora essas companhias já retomaram os investimentos no País.