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Vamos seguir o conselho do Henfil

Se correr o bicho pega
Se ficar o bicho come


Vamos se unir que o bicho some

Henfil

Vida que segue

Henfil e o meu julgamento


Atualizando Henfil

Desembraguinho: Lula, você está envolvido na roubalheira dos governos tucanos?

Lula: Não!

Desembraguinho: Mas, o helicóptero apreendido com mais de meia tonelada de cocaína é teu?

Lula: Não!

Desembraguinho: Mas, pelo menos você tem um apartamento em Paris onde fica quando vai para lá.

Lula: Não!

Desembraguinho: Também nunca ameaçou o primo de morte, nem recebeu malas de dinheiro da JB S?

Lula: Não!

Como combinado entres os desembraguinhos, eles ratificaram a sentença do empregadinho dos EUA, Sérgio Moro. Logo, logo o chefe da quadrilha de Curitiba viaja para receber a recompensa.
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Ricardo Noblat tomando uma porrada no focinho


Esta foi bem na calda do Ricardo Noblat. Ele vai pensar três vezes antes de usar o trabalho de Henfil outra vez
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Luis Nassif - Chico Buarque a Globo que faz a diferença e o Fradinho do Henfil



Existem o João e seu cunhado Francisco. João, de alcunha Gilberto, é sempre pule de dez; Francisco também é Buarque, é uma seta certeira. Um ou outro já consagra a vida de qualquer foca. Basta uma frase, um bocejo, uma poesia do Tejo, um resmungo, um suspiro, qualquer coisa que se extraia de boca de um ou outro, é como a pepita rara bem no fundo da bateia, pouco importa a areia que sempre o editor coloca: quem entrevista o Chico, nunca mais será um foca.
Maranhão no fechamento pensando na roda de sexta, ouve o Ascânio gritar: esqueçam os bacharéis, esqueçam os empresários, deixem Temer e os sicários, data venia, e os infiéis, esqueçam a malta das ruas, as fontes indignadas, nem me fale em jogadores, em paspalhos ou atletas, parem as rotativas que quero ouvir os poetas chorando gotas de sangue, arrancando os cabelos, quero ouvi-los furibundos, maldizendo Deus e o mundo, lamentando o presente e a falta de futuro que aguarda seu presidente.
E ouviram os artistas de variada extração. Ouviram Silvia Buarque, e ouviram o Lobão, e também Beth Carvalho e o famoso Barretão. Ouviram até Zé Padilha que tratou de apurar o vocábulo com o mais chique que há, introjetando na frase a fineza de um “quiçá”.
Mas o Ascânio solene, bateu o pé e exigiu: quero aqui um peso pesado, dizendo o que quiser. Foi então que um anjo torto soprou na sua orelha: se o Globo agora ousar mostrar alguma isenção, e salvar a cobertura das torpezas de esquerdistas, suas verrinas, seus fuxicos, já temos a solução: bota alguém pra ouvir o Chico. Ele fala e sua frase fica no meio de outras, pagamos a penitência, mostramos a tolerância, não damos nenhum destaque e ela morre, feito traque.
E foi assim que de noite, por volta das 20 horas, saiu o jovem repórter atrás da sua matéria. Ligou para o intermediário que frequentava o Olimpo e tinha acesso a Zeus, e pediu a frase santa, que seria a água benta batendo em testa de ateu: se conseguisse a frase, nunca mais o purgatório da reportagem geral: iria direto pro céu.
O produtor cauteloso, levou o recado ao Chico. Ele negou de imediato, mas depois, considerou. Seus olhos brilharam muito, parecia estar a mil, andou de um lado a outro, abriu o baú de lembranças e de um Pasquim amarelo, saltou o Fradinho do Henfil. 
Sem demora esculpiu frase de quatro palavras: e não era de sua lavra, muito menos do Henfil.
O repórter reportou para o chefe de plantão que gritou para o Ascânio: temos a frase de Chico, e, para nossa surpresa, finalmente reconhece o mérito de nossa imprensa. E, em letras garrafais se lia o elogio mendaz: Globo faz a diferença.
Aí um velho fantasma, a alma de dr. Roberto, que sempre andava por perto vigiando as crianças, rugiu como vento cortante: Ascânio, ó seu demente, veja o que tem na sua frente e não me exponha ao ridículo, que a intenção do textículo é nos expor ao escárnio.
E foi assim que a frase não saiu e pouco importa. Para evitar mais atrito é possível que se torne um novo samba de Chico. 
Gente que faz a diferença
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Cazuza e Henfil


"Eu vejo um futuro de grandes novidades"...

- Mora?
- Moro!

Eis que hoje temos Gilmares e Dallagnois. Parecem diferentes, mas na essência são o retrato de Doryan Gray.

Corja!

Gênio Total (roiautis para Neno Cavalcante)


\o/Enviado por Antonio Francisco

Livro - Henfil detalha seu método de criação humorística


A ideia não é nova. O humor pode matar o humorista. Ou, como tão bem sabia Henrique de Souza Filho, o Henfil, o humor pode matar o humor. Por decorrência das artes da criação, o personagem concebido pelo artista ganha o entendimento que for de seu público. Mais do que isso, obrigado a refazer constantemente a natureza de seu personagem, o humorista dará ao ser fictício a vida que este exigir. E o que o artista terá imaginado engraçado no início corre o risco de jamais o ser.

Neste pequeno grande livro, o crítico musical e colaborador de CartaCapital Tárik de Souza conversa com o amigo, “frequente sparring de embates políticos, religiosos, estéticos, futebolísticos, mulherísticos”, quatro anos antes de sua morte, aos 44 anos, em 1988. Era para ser um compêndio em que a Editora Vozes indicasse um caminho para a construção do humor político. Mas Henfil cismou com o “como” contido no título sugerido e não conseguiu escrever. A Tárik, então, detalhou seu método de corrigir pelo escárnio o ridículo país ditatorial.


Henfil
Na Disneylândia corrosiva e nada lucrativa de Henfil, o cangaceiro Zeferino, criado para ser herói, com o tempo ganharia o fim da fila. Seu segundo personagem seria Bode Orelana, o filósofo. O Cabôco Mamadô, personagem que mais feriu o artista, segundo ele conta, e que no cemitério dos mortos-vivos enterraria de Maluf a Elis Regina, um dia sepultaria o próprio Henfil (e a si). Baixim talvez fosse ele próprio. E, embora a Graúna tivesse nascido para o comentário lateral, receberia asas de avião. “Hoje, a Graúna é o principal personagem, o Bode é o segundo e o Zeferino virou aquilo que a Graúna ia ser. E eu não controlo a Graúna. Eu controlo o Zeferino”, anotou.

A criação de Ubaldo, o Paranoico, foi-lhe sugerida por Tárik, a quem Henfil atribuía uma característica “de paranoia, de gozação”. Principalmente, o artista fala sobre a necessidade de “pegar o bonde” da história para fazer o riso funcionar. “A chave para fazer humor engajado é estar engajado. Não há chance de você ficar na sua casa vendo os engajamentos lá fora e conseguir fazer algo. Esse talvez seja o humor panfletário. Aquele que você faz de fora.”

O paranoico do Henfil

[...] 
Não é à toa o sucesso do professor Hariovaldo de Almeida Prado. 
A parte mais interessante do fenômeno não é a capacidade do professor em caricaturizar a paranoia. É o fato dos paranoicos levarem-no a sério porque, na paranoia, não há como diferenciar a ficção do real.

Mordam o rabo

O que dá pra rir, só dá pra rir
Divirto-me quando deparo com o inconformismo de invejosos que se enraivecem com a vitória de Tiririca, eleito com votação consagradora em São Paulo. São sempre os mesmos, que nunca se conformaram com a ascensão de um operário e ainda por cima nordestino ao mais alto posto do País. E ficam ainda mais irritados com o sucesso dos dois mandatos de Lula e o respeito que ele conquistou no mundo.


Respeito é bom

E não apenas Lula, porém o Brasil, que antes só era conhecido via Pelé e alguns outros atletas, além de astros da música, como Heitor Villa-Lobos.


Só pedaço de papel

O preconceito pode ser notado a partir do injustificável dissabor de ver um metalúrgico e ainda por cima nascido no sertão nordestino, repito, ter chegado onde Lula chegou. E a frustração decorre do fato de que eles, que passaram pelos bancos universitários, não são lá grande coisa. Porque o diploma, sem aprendizado, sem o olhar para o social, é papel inútil.


Arremate

Se o grande e saudoso escritor e cartunista Henfil ainda estivesse entre nós, e vendo o indisfarçável despeito que gente como Lula e mesmo Tiririca provocam em certas pessoas, diria para essas mesmas pessoas o seguinte: "Riam, almôndegas"! Em outras palavras: "Mordam o rabo"!

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