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Economia: É a crise!

Balança comercial do agronegócio brasileiro tem superávit comercial de 8,1 de dólares em Julho

Jornal GGN - A balança comercial do agronegócio fechou o mês de julho com um superávit de US$ 8,1 bilhões, de acordo com números divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento.
Ao longo do período, as exportações do agronegócio atingiram o montante de US$ 9,61 bilhões, o que representou um crescimento de 3,3% em relação aos US$ 9,30 bilhões negociados no mesmo mês do ano anterior, além de uma participação de 41,7% no total das vendas externas brasileiras no período. No que se refere às importações do agronegócio, houve queda de 0,5% em comparação a julho de 2013, atingindo-se a cifra de US$ 1,51 bilhão.
No período, o principal setor da pauta exportadora foi o complexo soja, com vendas de US$ 3,94 bilhões (-0,3%) e embarque de 7,44 milhões de toneladas (+0,8%), representando 41% do total das exportações do agronegócio. O principal item do setor foi soja em grãos, com incremento de 3,0% sobre o mês anterior e valor negociado de US$ 3,15 bilhões. O quantum exportado foi de 6,04 milhões de toneladas, com expansão de 6,8%. As vendas do farelo de soja chegaram a US$ 657 milhões (-14,6%), com a comercialização de 1,25 milhão de toneladas do produto (-21,8%). Já o óleo de soja foi responsável por uma receita de US$ 131 milhões (+7,9%) e pelo embarque de 146 mil toneladas (+20,3%).
Os dados mostram que, apesar de o ingresso financeiro e da quantidade vendida continuarem elevados, o comércio de soja iniciou uma desaceleração, já que os embarques do produto costumam concentrar-se nos meses de maio e junho.
O segundo principal setor exportador do mês de julho foi o setor de carnes, com o valor de US$ 1,66 bilhão e crescimento de 14,0% em relação ao mesmo período de 2013. Já em quantidade, o incremento foi de 5,7% para as 586 mil toneladas comercializadas. Com a receita de US$ 772 milhões e aumento de 13,9%, a carne de frango foi o principal produto do setor no mês. Houve aumento também tanto na quantidade exportada (+9,4%) quanto no preço médio do produto (+4%).
Em seguida, destacou-se a carne bovina, com a cifra de US$ 690 milhões (+19,7%) e 145 mil toneladas embarcadas (+9,2%), além de valorização de 9,6% no preço médio do produto no mercado internacional. Completando as exportações do setor, a carne suína gerou um montante de US$ 139 milhões (+10,8%), enquanto a carne de peru apresentou queda de 56,0% em relação a julho de 2013, com vendas externas de US$ 19 milhões.
O complexo sucrolacooleiro foi o terceiro principal setor exportador do mês, com US$ 1,05 bilhão em vendas e embarque de 2,56 milhões de toneladas. A receita das exportações é 11,3% inferior à de julho de 2013, enquanto o embarque caiu 0,7%. Segundo nota do Ministério da Agricultura, houve queda de 10,7% no preço médio cobrado no mercado internacional. O açúcar foi o principal item comercializado, com 94,5% das vendas do setor em julho de 2014, e contribuiu com US$ 996 milhões (+3,3%) e 2,49 milhões de toneladas exportadas (+8,3%).
Os outros itens de destaque na balança agrícola foram os produtos florestais e o café. Nos produtos florestais, as vendas somaram US$ 882 milhões, crescendo 6,5%, e os embarques atingiram 1,46 milhão de toneladas, 13,2% mais que em julho do ano passado. Papel e celulose lideraram as vendas do grupo, com ganhos de US$ 652 milhões, 4,7% superiores aos de 2013, e embarques de 1,15 milhões de toneladas, 17% maiores que no ano passado.
Já no setor cafeeiro, a receita com as exportações totalizou US$ 583 milhões, 65,2% acima do registrado em julho de 2013, para 174 mil toneladas comercializadas, 42% mais que no ano passado. De acordo com o Ministério da Agricultura, o preço médio atingiu US$ 3.340 por tonelada, com alta de 16,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
No que se refere às importações do agronegócio realizadas em julho de 2014, os principais produtos adquiridos no mercado externo foram trigo (US$ 202 milhões); papel e celulose (US$ 176 milhões); pescados (US$ 97 milhões); lácteos (US$ 46 milhões); e borracha natural (US$ 46 milhões).

Fernando Pimentel: o que a balança comercial revela


A despeito das análises negativas, o Brasil nunca exportou tanto quanto no último biênio. Alguns produtos tiveram recorde de exportação
O Brasil fechou 2012 com exportações da ordem de US$ 242,6 bilhões -o segundo melhor resultado da série histórica- e um superavit de US$ 19,4 bilhões, a despeito do agravamento da crise econômica internacional.
No entanto, foi a queda de 34,8% do saldo positivo da balança comercial na comparação com 2011 que concentrou a atenção dos analistas, impedindo que se enxergasse muitos outros aspectos do bom resultado de 2012.
Bom resultado? Sim, e vejamos por quê. Antes de tudo, em nenhum outro biênio, o Brasil exportou tanto quanto nos últimos dois anos.
Em 2012, mantivemos o patamar elevado de exportações atingido em 2011, ano de recorde das nossas vendas externas. É preciso lembrar que já em 2011 tínhamos aumento de 27% em relação ao ano de 2010. Ou seja, a queda de 5,3% das exportações em 2012 tem que ser vista no contexto de um patamar muito elevado no ano anterior.
A corrente de comércio de 2012 foi a segunda maior da série histórica, com o registro de que 82% do que o Brasil importou no ano passado foram insumos e bens de capital, ou seja, alavancas para o crescimento econômico.
É sabido que as importações -dentro de parâmetros leais- contribuem para a competitividade da indústria brasileira e para as próprias exportações do país. Prova disso é que na lista dos cem maiores importadores brasileiros em 2012, 94 também exportaram.
Pode ter passado despercebido o fato de que, entre todas as categorias, as exportações de manufaturados apresentaram a menor queda (-1,7%). Em outras palavras, a venda de manufaturados evitou uma queda maior nas exportações em 2012.
Num ano marcado pela crise externa, o Brasil bateu recorde de exportação de produtos como ônibus, bombas e compressores, motores e geradores elétricos. Também as exportações de aviões cresceram 21% em relação a 2011.
Não se pode ignorar o impacto da crise internacional -e, em particular, da queda de preços de commodities- sobre o nosso comércio exterior. Obviamente, não se trata de negar a redução do superavit, mas um simples exercício aritmético permite concluir que, mantidos os preços do minério de ferro praticados em 2011, só as exportações dessa commodity teriam agregado US$ 10,3 bilhões ao resultado de 2012.
Essa diferença teria elevado nosso saldo aos quase US$ 30 bilhões de 2011, praticamente zerando a queda das exportações.
Notem que outros países exportadores de commodities minerais experimentaram quedas relevantes em seus saldos. De janeiro a outubro, a Austrália registrou perdas de 63%. No Chile, a queda foi de 72% entre janeiro e novembro.
Convém ainda um comentário sobre a Argentina. Apesar de persistirem dificuldades administrativas para exportadores brasileiros, poucos analistas notaram que a maior parte da queda das vendas está relacionada ao desaquecimento da economia do país vizinho e do efeito preço de alguns produtos: minério de ferro (-43%), combustíveis (-71%), aviões (-100%), energia elétrica (-39%) experimentaram queda significativa apenas por motivos relacionados à situação econômica da própria Argentina e do mundo.
Num cenário em que o mundo ainda se ressente dos efeitos da crise, pode-se considerar claramente positivo o resultado das exportações brasileiras em 2012, que, repito, atingiram o segundo maior valor da série histórica. Uma leitura da realidade que não leve em conta as variáveis aqui mencionadas certamente não conta toda a história.
Em 2013, o início de recuperação da economia internacional, combinada aos resultados de medidas adotadas pelo governo brasileiro para aumentar a competitividade da indústria nacional, decerto vai produzir efeitos positivos sobre o nosso comércio exterior.
Agora é trabalhar para mais um ano de bons resultados.

Importação e Exportação


Desde 3ª feira, o Brasil determina que os importadores sejam obrigados a pedir licenças de importação não automáticas, só concedidas depois de análises técnicas do governo. O processo de importação, nesses casos, pode demorar até 60 dias.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), a reação do governo brasileiro é uma resposta a Argentina, que tem dificultado a entrada de nossos produtos em seu mercado. De acordo com a entidade, o Brasil tem 2,5 mil máquinas agrícolas paradas nos pátios das alfândegas daquele país.

Mas, não são só os produtos automotivos brasileiros que aguardam a liberação não automática na Argentina. Até ovos de Páscoa fazem parte de uma lista de produtos que sofrem restrições naquele país. Para piorar, recentemente, a relação de produtos nossos que não precisavam de licença prévia para entrar lá passou de 400 para 600 itens.

Três recados foram dados

Como os automóveis de passageiros representam quase 1/4 das mercadorias vindas de lá para cá a decisão brasileira pretende ser um recado duro à Argentina. Não é de hoje que estes atritos comerciais estão em pauta entre os dois países.

A Folha de S. Paulo traz reportagem hoje ressaltando que a presidenta Dilma Rousseff em três ocasiões mandou comunicados à Casa Rosada, queixando-se da retenção de produtos brasileiros nas alfândegas do país. Neles, a nossa presidenta expressou sua “grave preocupação” com o andar das negociações.

Todo o apoio à atitude do governo brasileiro de ter mão firme com a Argentina - e com todo país que venha a discriminar nossas exportações. No caso do nosso vizinho cisplatino, é particularmente grave o fato de estar se recusando a qualquer tipo de negociação. E ele ainda reage classificando como "intempestiva" a decisão brasileira! Não tem como não retaliar. Assim é a vida.

Economia e Desenvolvimento

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Fernando Nogueira da Costa 



Os defensores da hipótese de que houve continuísmo da política econômica  do Governo FHC no Governo Lula argumentam que se manteve o mesmo “tripé” baseado no regime de metas de inflação, que garantiu a estabilidade inflacionária, a política fiscal com meta de superávit primário, que garantiu a solvência da dívida, e o regime de câmbio flutuante, que enfrentou os choques externos. Isto é apenas a aparência da realidade.

Na essência, determinado regime de política econômica se estabelece sempre através da combinação de apenas quatro instrumentos básicos: política monetária e/ou de crédito, política fiscal, política cambial e grau de mobilidade do capital. Como pode se estabelecer quatro hipóteses quanto à abertura comercial-financeira do país – economia fechada (ou imobilidade absoluta), reservas de mercado, mobilidade imperfeita, mobilidade perfeita –, a análise combinatória entre esses instrumentos resulta em dezesseis situações possíveis. Elas se distinguem em termos de eficácia para alcançar o equilíbrio externo com simultâneo crescimento da renda e do emprego, ou, se houver inflação de demanda, recessão econômica para buscar a estabilidade dos preços.

Modelo keynesiano de Macroeconomia Aberta deduz que a política fiscal expansiva é ineficaz para retomar o crescimento com câmbio flexível e forte mobilidade de capital, condições atualmente necessárias para obter relacionamento proveitoso com o resto do mundo. Sugere também que a opção, nessas condições, deve ser por política fiscal mais rígida e política de crédito expansiva. Este último instrumento-chave de política econômica não foi utilizado nos dois mandatos de FHC. A preocupação maior era controlar a demanda agregada e sanear os bancos públicos, preparando-os para futura privatização.

Apesar da flagrante melhoria de seu desempenho, a economia brasileira opera com arranjo ineficiente, combinando taxa de juros reais muito altas e taxa de câmbio apreciada. Para se alcançar a eficiência econômica, é necessário observar se não há outros usos possíveis para os recursos produtivos que aumentem o grau de satisfação da sociedade. Na atual conjuntura, as exportações e as importações estão, respectivamente, abaixo e acima do que seria economicamente eficiente. Se o volume de importações está excessivo, há perda de bem-estar para a sociedade com alguns recursos empregados na indústria exportadora sendo desocupados.

No debate sobre o que virá de novo em termos de política econômica, possivelmente, em Governo Dilma, surgiram duas propostas para iniciar o processo de transição para novo arranjo com taxa real de juros menor e moeda nacional menos apreciada. A primeira seria constituir maior coordenação entre as políticas fiscal e monetária. Apesar de garantir solvência, a atual política fiscal tem caráter nitidamente pró-cíclico, já que o aumento da receita, em momentos de forte crescimento, incentiva aumentar as despesas, pressionando a demanda agregada e forçando o Banco Central a ser mais duro com a política monetária. A segunda proposta é manter o superávit primário em 3,3% do PIB como meta da política fiscal rígida, de maneira que até o final do primeiro mandato da Dilma o déficit nominal seja zerado. Segundo estimativas do Ministério da Fazenda, assim seria viável a dívida pública cair para 28,7% do PIB em 2014.

O uso contra-ciclo de instituições financeiras públicas via política de crédito com recursos para-fiscais expõe ainda mais esse problema de coordenação. Além do mais, conjuntura de retomada de crescimento e juro real elevado gera forte entrada de recursos externos, apreciando a moeda nacional.

A proposta é a de retomar instância coordenadora mais ampla, como era antes o Conselho Monetário Nacional (CMN) com a participação dos ministros da Economia (Fazenda, Planejamento, MIDC, Trabalho, Agricultura, dirigentes dos bancos públicos federais e do Banco Central do Brasil), para coordenar a execução da política fiscal, cambial, monetária e de crédito. Assim, retiraria da política monetária (ou de juros) todo o ônus de garantir a estabilidade, muitas vezes freando quando a política fiscal e a de crédito aceleram. O Banco Central passaria a ter meta de inflação e também meta de crescimento, decididas de maneira coordenada por essa instância do Governo. Os diversos instrumentos de política econômica teriam seu planejamento orientado por política realmente desenvolvimentista ou, se for o caso, estabilizadora.

As autoridades monetárias não devem, nem podem, escapar da responsabilidade por obter também resultados macroeconômicos reais. Uma razão é política: o Banco Central não pode desprezar objetivos altamente valorizados pela sociedade à qual serve. Outra razão é econômica: seus dirigentes não podem esperar por vida fácil, administrando regras mecânicas, independentemente das condições econômicas vigentes e prospectivas.

Os economistas neoliberais defendem a tese de que o Banco Central deve ser independente para alcançar a meta apenas em relação à inflação. Adversários dessa posição acham que quem deve definir o objetivo de toda a política econômica não é o Banco Central, mas sim o governo eleito.

A questão da independência do Banco Central está mais afeita ao plano da ação da política econômica. Não deve haver qualquer limitação regulamentar ou institucional que, nas crises graves, coloque obstáculo à ação discricionária. Na realidade, o debate regra versus política discricionária é a respeito de quanto de autoridade deve ser delegada ao formulador de política monetária. 

A recente política brasileira de estabilização inflacionária demonstrou que ter Banco Central independente não é nem condição necessária nem suficiente para combater a inflação. Para o sucesso dessa política, houve sim necessidade de política macroeconômica abrangente e coordenada, envolvendo política de abertura comercial e financeira, política fiscal, política de rendas, política cambial e política de juros, em condições internacionais propícias ao acúmulo de reservas internacionais e à taxa de câmbio favorável às importações.



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A lei dos resíduos

Lixões
Proíbe o lançamento de resíduos sólidos ou rejeitos a céu aberto – os chamados lixões.
Logística reversa
Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes terão de dar destinação adequada aos produtos que fabricaram, após o uso pelo consumidor.

Habitações
Proíbe nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos a fixação de habitações temporárias ou permanentes.

Importação
Proíbe a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos.

Incentivos
União, Estados e municípios poderão conceder incentivos fiscais e financeiros para indústrias e entidades dedicadas a tratar e reciclar os resíduos.

Financiamento
Poder público poderá instituir linhas de financiamento para cooperativas de materiais reutilizáveis e recicláveis.


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Brasil - 6º em potencial de crescimento


O Brasil está entre os 10 países emergentes com maior capacidade de acelerar seu ritmo de crescimento e se desenvolver. A conclusão é de um estudo feito por economistas do Banco Asiático de Desenvolvimento.
O estudo considera quatro características principais - e algumas divisões das mesmas - na pauta de exportações: sofisticação; diversificação; características únicas e potencial de vender outros produtos com vantagem comparativa para o exterior.
Do cruzamento dessas informações, do período entre 2001 e 2007, surgiu o Índice de Oportunidades.
“A ideia do índice é que no longo prazo a renda de um país é determinada pela variedade e sofisticação dos produtos que ele faz e exporta e pela acumulação de novas capacidades para desenvolver outros produtos”, disse Jesus Felipe, economista do ADB e coordenador do estudo, à Folha.
Entre os 130 países em desenvolvimento analisados, o Brasil aparece em sexto lugar, atrás de China, Índia, Polônia, Tailândia e México.
O Índice de Oportunidades é inspirado em trabalhos de economistas como Ricardo Hausmann e Dani Rodrik, de Harvard, que mostram que a composição da pauta exportadora de um país influencia sua capacidade de crescimento e desenvolvimento.
Segundo Felipe, os países que estão bem posicionados no índice são aqueles que conseguiram ampliar e diversificar suas pautas de exportações em produtos mais elaborados (como máquinas e químicos).
“A China desenvolveu uma obsessão por industrialização. No caso do Brasil, as políticas de substituição de importações do passado ajudaram a construir capacidades para desenvolver certas vantagens comparativas.”
Dentre as categorias analisadas, o Brasil se destaca em diversificação da pauta de produtos sofisticados e potencial para desenvolver novos bens exportáveis.
A existência de uma grande variedade de produtos competitivos no setor de máquinas também ajuda a explicar a boa colocação do Brasil no ranking.

BOAS POLÍTICAS
Na conclusão do estudo, os economistas ressaltam brevemente que uma boa colocação não é garantia de sucesso. Dizem que “boas políticas e incentivos importam”.
Em estudo de 2008 sobre o Brasil, o próprio Hausmann disse que o crescimento do Brasil vinha sendo “surpreendentemente baixo”, considerando que o país tem uma pauta exportadora sofisticada para sua renda. Esses dois fatores combinados tendem a resultar em alta expansão econômica.
Em entrevista recente à Folha, Hausmann reforçou o ponto. Disse que o Brasil poderia ter uma posição de maior destaque no comércio global. Mas que esse potencial é prejudicado por políticas inadequadas que têm levado a uma excessiva valorização do real, criando o risco de desindustrialização.
“A Samsung por exemplo é uma empresa muito grande no Brasil, mas é coreana. Não há muitas “Samsungs brasileiras”. Há a Vale e a Petrobras, mas o Brasil não conseguiu sustentar um modelo de crescimento industrial que leve uma variedade maior de empresas globais”, disse Hausmann.
Para Ernesto Lozardo, professor de economia da FGV, o Brasil tem as condições necessárias para continuar se transformando em uma economia de “competências comparativas”. Mas ressalta que “a produção e a vocação” do país não se concentram em commodities.
O peso crescente de produtos básicos -e o correspondente declínio dos manufaturados- na pauta de exportação brasileira tem estado no centro do debate econômico atual.

ÉRICA FRAGA – FOLHA SP

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De casas a copa algumas desonerações

Lula assinou ontem uma medida provisória que reduziu alguns tributos. Veja algumas das providências: 

1Casas populares: Ampliou-se de R$ 60 mil para R$ 75 mil o preço máximo dos imóveis financiados pelo programa do Minha Casa, Minha Vida com direito a isenção de tributos.

Entram na desoneração o PIS-Cofins, a CSLL e o Imposto de Renda. Vigora imediatamente. Vale para os contratos já assinados.

2Copa: Concedeu-se às empresas que executarão obras de construção e reforma de estádios para a Copa de 2014 isenção tributária para materiais, bens e serviços.

Nessa conta entram PIS-Cofins, IPI e II. O governo estima que, até o ano da Copa, a renúncia fiscal vai somar algo em torno de R$ 350 milhões.

3Autopeças: Criou-se um calendário para a eliminação do desconto de 40% do II (Imposto de Importação) para autopeças.

O desconto será eliminado gradativamente, em quatro etapas, até ser eliminado, em maio de 2011. Já em agosto, cai de 40% para 30%.

Os maiores beneficiários serão os fabricantes nacionais de peças para automóveis.

4Inovação tecnológica: Empresas que investirem na pesquisa de novas tecnologias serão estimuladas com a desoneração de Imposto de Renda e CSLL.

O estímulo vai cobrir projetos voltados à tecnologia da informação, energias renováveis, nanotecnologia, biotecnologia, saúde e área social.

5Estímulo à exportação: Hoje, ao importar insumos para a fabricação de produtos destinados à exportação, o empresário dispõe de isenção do Imposto de Importação.

O produto é tributado depois de pronto, no ato da exportação. Com a medida provisória, o exportador ganhará um crédito no mesmo valor do imposto, para a aquisição de novos insumos.

Embora sujeita ao crivo do Congresso, a medida provisória entra em vigor imediatamente. Se sofrer alterações no Legislativo, os ajustes são feitos a posteriori.

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