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#PergunteaoFachin

Caído ou caiado?
Seco ou molhado?
Pêra, uva ou maçã?
Beatles ou Rolling Stones?
Cheque ou cartão de crédito?
Com colarinho ou sem colarinho?
Manga com leite faz ou não faz mal?
Você sabe o que é caviar ou só ouviu falar?
Com quantos Fhcs - farsantes, hipócritas, canalhas - conta a oposição?

Tucanalhice

Este é o nome que dou ao Trabalho que temos para revelar a sociedade, a canalhice que todo tucano tem e tenta esconder - com o a cumplicidade da grande, corrupta e corruptora mídia -.

Censo

Um pesquisador do IBGE chega numa casa e começa a fazer a pesquisa:

- Seu nome?

- Adão.

- O nome da sua esposa?

- Eva.

- Pra não perder a piada o pesquisador pergunta:

- E o nome da cobra?

- Sei não. Mas, um instante que ela te responde...Sogra!!!

Cabo eleitoral da oposição é um bandido

Triste!

Sem citar diretamente o nome de Alberto Youssef, ex-presidente diz ser "inacreditável" que o Brasil seja "refém de um criminoso notório e reincidente, de um réu que negocia depoimentos" e que ainda garanta a ele "palco para atacar e caluniar, sem nenhuma prova, algumas das principais lideranças políticas do país"; em crítica dura, por meio de nota, ele lamenta ainda "que parte da imprensa brasileira venha tratando bandidos como heróis" e anuncia sua volta em 2018 quando diz que "tais pessoas [da imprensa] se prestam a acusar, sem provas, os alvos escolhidos pela oposição" e a "difamar lideranças que a oposição não conseguiu derrotar nas urnas e teme enfrentar no futuro"

Dilma Invocada, Luis Fachin, o Senado e o STF

Briguilino:
Dilma Invocada, e se os senadores não aprovarem a indicação do senhor Luis Fachin para Supremo Tribunal Federal?

Dilma Invocada:
Que eles indiquem e aprovem o nome que desejarem. E aproveitem e ampliem a idade da aposentadoria compulsória dos magistrados dos tribunais superiores para 80 anos...por que não para 90?



Pra desopila




Corruptos, banguelas e bengalas

Sabe a PEC da bengala, aquela que garante mais 5 anos de mamata dos togados dos tribunais superiores?...
Tem ADIN no STF questionando. Mas, tu pensa que é a PEC como um todo?...
É, não inocente.
A AMB - Associação dos Magistrados do Brasil - e a Ajufe - Associação dos Juízes Federais -, tão quetionando apenas o que lhes convém. Para mim, nenhuma novidade. Essa casta não cansa de previlégios.
Corja!


Lula: bandido tem palco para acusar, sem provas

É inaceitável que uma grande democracia como o Brasil, com 200 milhões de habitantes, uma das maiores economias do mundo, seja transformada em refém de um criminoso notório e reincidente, de um réu que negocia depoimentos – e garante para si um percentual na recuperação do dinheiro que ajudou a roubar.

É inacreditável que um bandido com oito condenações, que já enganou a Justiça num acordo anterior de delação premiada, tenha palco para atacar e caluniar, sem nenhuma prova, algumas das principais lideranças políticas do país, legitimadas democraticamente pelo voto popular. Que se dê crédito a criminosos para apontar quem é e quem não é honesto neste País.

É uma pena que parte da imprensa brasileira venha tratando bandidos como heróis, quando tais pessoas se prestam a acusar, sem provas, os alvos escolhidos pela oposição; quando se prestam a difamar lideranças que a oposição não conseguiu derrotar nas urnas e teme enfrentar no futuro.

O Brasil merece ser tratado com mais responsabilidade e seriedade.

Assessoria de Imprensa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Cuba: o tempo mostra que a estratégia brasileira foi acertada

A visita de Raul Castro ao Papa Francisco e a de Francois Hollande a Cuba marcam o momento de não retorno para os USA. A Cúpula das Américas, com a presença de Cuba e o encontro Raul e Obama, indicava que o reatamento das relações entre os dois países era real. Falta o fim do bloqueio econômico, que na prática ainda existe apesar dos avanços em áreas importantes, e que estrangula Cuba e sua economia. Daí o pedido público do presidente francês pelo fim do odioso embargo. O tempo prova como foi acertada e estratégica nossa política externa com relação a Cuba. Hoje somos um interlocutor privilegiado e ocupamos um lugar especial nas relações políticas e comerciais com o país, entrada do Caribe e amanhã porta de entrada para os mercados dos Estados Unidos — começando pelo da Flórida, onde o Brasil já tem uma presença marcante.

José Dirceu


Charges




Séneca Entre a Vida e a Morte novo

Sugestão de JNS
 "O sábio prolongará a sua vida enquanto dever, e não enquanto puder"
                    - Séneca
                    
                    Peter Paul Rubens (1577-1640), Morte di Seneca, Alte Pinakothek, München.
"Não é a última gota que esvazia a clepsidra, mas toda a água que anteriormente foi escorrendo" - Séneca
A meditação sobre a vida se resume, no fundo, a uma meditação sobre a morte. Assim, num pequeno ensaio intitulado Acerca da Brevidade da Vida, Séneca afirma que "é preciso a vida inteira para aprender a viver e – o que talvez vos surpreenda mais – é preciso a vida inteira para aprender a morrer."
Carta 26, ao referir-se a Epicuro, sublinha que ele "nos aconselha a 'meditar na morte' ou a atribuir a maior importância à aprendizagem da morte". Indo ainda mais longe, a Carta 70 considera mesmo que "nenhuma meditação é tão imprescindível como a meditação da morte", devendo concentrar-nos nela em vez de nos prendermos/distrairmos "com assuntos que, afinal, talvez sejam supérfluos". Sem queremos aqui analisar exaustivamente a "meditação da morte" levada a efeito por Séneca, indicaremos no entanto algumas das suas linhas fundamentais (...)


i) A morte é um processo intrínseco à própria vida, de tal forma que viver é sempre, ao mesmo tempo, morrer. Como diz Séneca de forma metafórica, "não é a última gota que esvazia a clepsidra, mas toda a água que anteriormente foi escorrendo".
 ii) Não se pode viver bem sem aprender a desprezar a vida – saber viver implica saber morrer, morrer com "serenidade de espírito", aceitando a morte. Por isso mesmo, "a preparação para a morte tem prioridade sobre a preparação para a vida"; só tal preparação permitirá evitar a situação de muitos "que andam miseravelmente à deriva entre o medo da morte e os tormentos da vida, sem querer viver nem saber morrer".
iii) Temos de viver como se estivéssemos para morrer, não adiando a nossa vida para o futuro, organizando "cada dia como se fosse o final da batalha, como se fosse o limite. O termo da nossa vida."
    Manuel_Domínguez_Santos_Prado_madrid
    Manuel Domínguez Sánchez, Morte di Seneca, 1871, Museo Nacional del Prado, Madrid
iv) A morte tem de ser uma morte corajosa, tem de ser vivida como um momento de grandeza, tem de, no fundo, ser a "bela morte" por outros meios - já que "a coragem perante a morte é uma fonte de glória, é uma das maiores façanhas do espírito humano". Como observa Séneca em relação a dois casos bem conhecidos, "foi a cicuta que deu grandeza a Sócrates! Tira a Catão o gládio com que assegurou a sua liberdade, e tirar-lhe-ás grande parte da sua glória!"
 v) Viver bem, com qualidade e dignidade, é mais importante do que viver muito sem qualidade e dignidade. Por isso mesmo, diz Séneca, "o sábio prolongará a sua vida enquanto dever, e não enquanto puder".
Extraido de "O Suicídio considerado como uma das Belas Artes" ∗ J. M. Paulo Serra Universidade da Beira Interior; com imagens da Internet



O Google vai Glooglar a Globo e a Netflix vai Netflixar a Globo !




Economia e política

Como a crise vai influenciar as eleições em 2016?

1. Há 3 vetores que tendem a envolver a decisão de voto para prefeitos nas eleições de 2016. O primeiro é a situação econômica entendida como riscos de desemprego, redução de renda real e inadimplência, que desde já é sentida.

2. O segundo é o ambiente moral afetado pela sensação de ampla corrupção associada à política, exponenciada pelo Petrolão. Basicamente foi este o impulsionador das manifestações nas ruas, panelaços e especialmente as vozes sistemáticas nas redes sociais.

3. O terceiro é a crise política sublinhada pela entressafra de lideranças políticas. Sem referências e alternativas, as pessoas não conseguem ver luz no fim do túnel e a indignação vem acompanhada de ansiedade.

4. Quanto e de que maneira os prefeitos atuais serão atingidos por estes vetores, sejam candidatos à reeleição ou referenciais de seus sucessores? Nos Estados em que os desdobramentos dos 3 vetores são maiores -como o Rio de Janeiro e São Paulo- as repercussões eleitorais serão maiores. Mas apenas maiores, pois o ambiente de opinião pública já mensurado pelos principais institutos de pesquisa mostra que é generalizado, seja por região, seja pelo tamanho da cidade, seja pelos cortes etários, níveis de renda e de instrução.

5. A probabilidade que o NÃO VOTO, ou seja, a soma de abstenção, brancos e nulos, seja recorde em 2016 é muito grande, o que aumenta o grau de imprevisibilidade dessas eleições. É um campo farto para a oposição. Mas não para a oposição partidária tradicional, mas para os candidatos que emitam sinais ante os 3 vetores e que os comuniquem construindo alternativas e confiança.

6. Por isso, as forças políticas que disputarão as eleições em 2016 devem antecipar as pesquisas de opinião política para já. Normalmente elas começam um ano antes da eleição. Agora devem começar um ano e meio antes das eleições.

7. E aprimorar a comunicação direta, tornando-a sistemática desde já. A comunicação direta deve tratar de temas locais e do cotidiano e deve agregar a abordagem pessoal nas ruas e a virtual nas redes.

8. Em ambos os casos não deve emitir os tradicionais sinais de interesse partidário, sombreando a comunicação. E, ao mesmo tempo, evitar o oportunismo da antipolítica, porque se essa levar a vitória, não terá sustentabilidade. É um quadro complexo e, por isso mesmo, exige antecipar as análises e reflexões como nunca.
by Cesar Maia - Ex-blog


Por que o Psdb se cala diante da corrupção no Paraná?

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Deputado estadual Requião Filho, do PMDB, encaminhou ofício a três lideranças do PSDB – os senadores Aécio Neves (PSDB/MG) e Alvaro Dias (PSDB-PR), assim como o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) – em que cobra um posicionamento sobre os escândalos de corrupção que atingem o governo paranaense, de Beto Richa; "por muito menos, o PSDB pediu o impeachment da presidente Dilma"; leia a íntegra da sua coluna Aqui

Por que o Psdb se cala diante da corrupção no governo do Paraná?

Estamos cansados de tanta incoerência e tantos escândalos de corrupção no Paraná.
O PSDB Nacional pediu o impeachment de Dilma por menos do que tenta agora o atual DESgoverno do Paraná. Encaminhei um ofício aos líderes do PSDB nacional – Álvaro Dias, Aécio Neves e Carlos Sampaio – solicitando um posicionamento e uma atitude em relação à contradição adotada pelo governador Beto Richa. Após a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, ele copiou a manobra nacional para adequar o resultado ao rombo das contas que promoveu no estado em 2014, para garantir a aprovação do Tribunal de Contas. Ele não cumpriu o que prometeu e agora quer anular o que disse jogando para nós, deputados estaduais, a aprovação desta imoralidade.
É necessária uma interferência imediata da cúpula do PSDB no Estado do Paraná, no intuito de vetar que o governador aplique tal manobra, considerada ilegal e imoral com a população paranaense. A atitude adotada pelo Desgovernador PSDBista não apenas coloca em xeque o discurso de seu próprio partido, mas é capaz de rotular como ‘mentiroso’ todo o trabalho realizado pelo PSDB Nacional para evitar as alterações propostas pelo Executivo Federal.
O atual DESgoverno traiu o povo do Paraná. Após anos de propaganda mentirosa e um dos maiores estelionatos eleitorais da história política do Paraná… o famoso “o melhor está por vir” quando ele sabia que o Estado estava quebrado e agora cobra de nós paranaenses a conta de sua incompetência. Ontem entrou em vigor o aumento de impostos para mais de 95 mil produtos de consumo popular (alimentos, medicamentos, produtos de higiene e uso doméstico, calçados, vestuário, madeira, eletrodomésticos, entre outros). Esse é o resultado do primeiro “pacotaço” do governador, aprovado em comissão geral na Assembleia Legislativa, no dia 10 de dezembro do ano passado!
O segundo pacotaço que levou o Paraná a praticamente uma greve geral e teve que ser retirado às pressas da ALEP, com a promessa que não voltaria a ser apresentado e o que voltasse seria discutido agora volta fatiado, camuflado e sem ter sido discutido com a sociedade. A manobra continua. Vem aí o próximo capítulo da novela “O pacotaço”. O cenário será o mesmo, a Assembleia Legislativa do Paraná.
Além de todas estas incongruências, a corrupção se avizinha do Palácio Iguaçu. Notícia em cima de notícias demonstram que o Desgovernador não sabe escolher seus amigos e conselheiros. Todos os escândalos de corrupção, misteriosamente e de maneira suspeita, envolvem pessoas próximas ao Governador… envolve do primo ao co-piloto do seu carro de corrida passando pelo fotografo tatuado.
Está na hora dos políticos do Paraná mostrarem que estão do lado do povo e deixarem sua marca, ou serão fatalmente eliminados nas próximas eleições, como em paredões de reality shows, seguindo esquecidos e anônimos no meio da multidão.
Chega de enrolação!!! Vamos lançar um movimento contra a corrupção no Paraná, um moimento à favor da investigação das ligações entre os escândalos que tornam o nosso Estado notícia no Jornal Nacional e suas ligações com o atual Governo.
Vamos divulgar e noticiar os nomes daqueles que se opõe à corrupção e aqueles que se calam diante dela.
A distância entre o discurso e a prática é grande. Fala-se muito em combate a corrupção, mas as atitudes não correspondem aos discursos.
Queremos CPI da Receita, queremos a CPI da Corrupção.
Requião Filho - deputado estadual do Paraná



Sobremesa do dia


Profitelores com sorvete 
- receita Aqui -


Paulo Moreira Leite

imigração13Europa atrasou-se quinhentos anos
Proposta de desmantelar barcos que transportam africanos para fora do Continente deveria ter sido feita antes da escravidão

Brasil 247


Europa atrasou-se 500 anos

Com um certo cinismo, seria até possível considerar o apelo de Federica Mogherini, chefe da diplomacia da União Européia, para desmantelar o esquema de imigração de africanos para o Velho Mundo. Claro que mesmo assim seria preciso discordar de qualquer ação militar, contra homens e mulheres que não tem como se defender em alto mar. Mas a ideia tem um defeito anterior e essencial: um atraso de cinco séculos.

Aqueles barcos que hoje atravessam o Mediterrâneo são sucessores diretos de milhares de embarcações, de várias etapas da tecnologia de navegação, que deixaram a África a partir do momento em que a civilização européia organizou e explorou a escravidão de um Continente inteiro, mudando sua história e comprometendo seu futuro. Perdemos a conta dos milhões de seres humanos que foram transportados pelos oceanos, em porões sombrios, famintos, correntes nos pés. Mas sabemos que ali começou uma história que não volta mais e que deve ser encarada como aquilo que foi e é.

Veja que epopeia, desde aquela fase da evolução humana que os autores europeus chamam de Descobrimento, povoando nossa imaginação com homens de olhar intrépido, lunetas e calças de almofada.
A riqueza daquele período se encontrava na América mas o braço que tinha músculos para explorar o ouro e a prata — e depois colher o café, plantar o algodão — erguendo tantos degraus de civilização e de cultura, vinha da África. Foi dali que saiu a mão-de-obra cativa e baratíssima que permitiu os primeiros séculos de globalização.
Talvez fossem embarcações maiores, muito mais infectas e menos seguras. Mas eram os mesmos barcos com as mesmas pessoas, os bisavós, trisavós, tataravós. Não adianta negar: chegaram até hoje. Estão aí, na nossa frente, ao nosso lado.

Naquele período tardio e muito menos glorioso, que deve ser compreendido como o primeiro e colossal o holocausto da história da humanidade — a observação é da judia Hannah Arendt — o inesquecível Rei Leopoldo, da Belgica, mandava decepar mãos, braços e pernas de negros que não entregavam uma cota fixa de diamantes para o império colonial.
Quando este colonialismo selvagem, sem pudores, parou de funcionar, inventou-se o apartheid, o colonialismo interno, protegido pelos heróis do conservadorismo contemporâneo, adorados por jovens economistas de senho franzido: Ronald Reagan e Margaret Thatcher.

O projeto de ataque militar aos barcos que hoje atravessam o Mediterrâneo expressa um momento de regressão cruel da história humana, quando uma diplomacia imperial controla, corrompe e derruba governos, inviabiliza Estados nacionais, planeja transformar nações inteiras em campos de exploração e enriquecimento rápido.

Mas a dificuldade não vêm da África. Está na Europa.
Enfrentando a pior crise econômica dos últimos 80 anos, respondida com políticas suicidas de austeridade, os povos europeus assistem ao ressurgimento do fascismo — em diversas variações — em suas fronteiras. A prolongada crise econômica mundial não está na China, nem nos Estados Unidos. Mas no enfraquecimento da Europa, região que abriga o maior e mais rico mercado consumidor do planeta.
Em cada país, os ataques aos direitos dos trabalhadores e da população pobre são questionados, dia após dia. No plano externo, vigora uma diplomacia da pilhagem e da exploração, sem qualquer perspectiva de estimulo ao desenvolvimento e combate a miséria — ainda que dentro dos marcos tradicionais da divisão mundial da riqueza.

É essa falta de perspectiva que expulsa os africanos de seu continente, novamente assaltado pela História dos outros. A violência política é consequência. O fanatismo também.

Sejam ou não capazes de aceitar a ideia, os povos europeus tem uma imensa responsabilidade política e moral com o destino dos povos africanos. O mesmo vale para o império norte-americano, principal promotor e beneficiários das últimas etapas de globalização, que tudo controla e vigia.
Não é caridade. Têm o dever de devolver uma parte do que tomaram no momento em que se decidiu transformar o mundo numa realidade integrada e a humanidade numa grande massa, heterogênea e mesmo desigual, mas interdependente. E quem discorda precisa admitir que já passaram cinco séculos para se defender outra ideia.
Paulo Moreira Leite


Jânio de Freitas

Passos além
A fase da hostilidade pela hostilidade contra Dilma e o governo, para afirmação de liderança sobre o que há de pior no Congresso, está superada, ou quase. Substituída por algo mais baixo, claro, já que se passa na atual composição do Congresso. Começa a predominar uma conduta bastante mencionada no Código Penal, que, no entanto, não chegará a ser invocado como resposta por insuficiência de seriedade nacional para tanto.

Com o retorno dos 75 anos, e não mais 70, para aposentadoria compulsória dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o presidente do Senado, Renan Calheiros, produziu uma ideia oportuna: exigir que os ministros passem por sabatina e aprovação do Senado, como fizeram para entrar no Supremo, a pretexto de se tratarem os cinco anos de nova investidura.

Renan Calheiros está sob investigação no Supremo, no rol de políticos envolvidos nas delações da Lava Jato. A reação de Renan não se limitou a negar o envolvimento e oferecer-se para esclarecimentos. Acusou o governo de mandar incriminá-lo, portanto acusou Rodrigo Janot, o juiz e os procuradores de subserviência e improbidade. De quebra, acusou o ministro Teori Zavascki de servir a essa trama, ao autorizar a investigação. A reação de Renan Calheiros oferece uma medida preliminar da sua preocupação com o caso, ou seja, com seu possível resultado. O histórico de Renan Calheiros ajuda a compreender a sua preocupação.

E a reação à investigação faz compreender sua projetada exigência de nova sabatina para os ministros do Supremo. Quando menos, os julgadores de Renan estariam sujeitos a situações de extremo desagrado. E conquanto não se saiba o que o senador pensou, políticos do seu estilo raciocinam e agem em função de pressões e negociações, de toma lá-dá cá, do vulgarizado dá-ou-desce.

O Supremo não é uma praça para esses expedientes. A política é. A ideia de Renan Calheiros por certo seria ou será bem acolhida na Câmara, cujo presidente Eduardo Cunha, aliás, e não por mera coincidência, também é investigado pelo Supremo.

Até pelo método implícito, a Câmara atual é receptiva ao projeto de Renan. Para não haver dúvida, Paulinho da Força atesta-o em dose dupla. Quer a convocação do procurador-geral Rodrigo Janot pela CPI da Petrobras, onde os lanceiros de Eduardo Cunha podem submetê-lo ao que os ministros do Supremo estariam sujeitos, com a iniciativa de Renan Calheiros. E, de sua lavra ou do próprio Eduardo Cunha, com quem a ideia se parece mais, promete um projeto de emenda constitucional para extinguir o segundo mandato permitido a procurador-geral. O de Rodrigo Janot expira daqui a quatro meses.

Esse é outro projeto a que a Câmara de Eduardo Cunha está pronta para dar boa recepção. Por seus efeitos, é mais perigoso que os anteriores. Alterar o funcionamento da Procuradoria Geral da República não seria só represália ou pressão. No caso, seria invadir o território institucional por motivo torpe. Passaria muito de todos os limites.
na Folha de São Paulo


Política

Sem mobilização, reforma política será um arremedo para pior
A reforma política continua sem maioria na Câmara dos Deputados. Na comissão especial analisa propostas de emendas constitucionais o relator, deputado Marcelo Castro (PMDB/PI), se opõe abertamente ao voto distrital defendido pelo partido, pelo Vice Presidente Michel Temer e pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha. Segundo notícias, isso poder levar a sua destituição do cargo, por iniciativa do partido.

Matéria no Valor informa que a maioria do PMDB é favorável ao “distritão”, o voto majoritário em substituição ao proporcional, um sistema que liquida com os partidos e minorias e pode tornar sem validade mais da metade dos votos dados aos candidatos. O “distritão” favorece o poder econômico e põe fim ao voto proporcional.

É um erro avaliar que a reforma não é aprovada por interesses menores ou apenas partidários ou de parlamentares. Pelo contrário, ela não forma maioria porque cada proposta tem conseqüências para a democracia. Um exemplo: o voto distrital misto proporcional é diferente do distrital puro, porque não e majoritário. Isso faz uma diferença brutal. O financiamento público, misto ou privado por pessoas físicas e/ou jurídicas com tetos mínimos faz toda diferença com relação ao peso do poder econômico. Idem a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais, que defendemos. Reeleição ou não, eleições a cada dois anos ou coincidências de todas a cada cinco — todas as opções são legítimas mas cada uma significa mudar ou piorar o atual sistema já comprovadamente superado.

Sem mobilização e participação popular, sem pressão e luta não haverá reforma política. Teremos, no máximo, um arremedo como o “distritão” — o pior dos modelos propostos.




por Zé Dirceu