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ITA: Ceará é 1º Lugar


O fim de ano será ainda mais especial para os 43 cearenses que foram convocados para ingressar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos (SP). O Ceará é o Estado com maior número de estudantes que passaram no exame neste ano. Ficando à frente de São Paulo, que teve 19 classificados, e Rio de Janeiro, com 12 aprovados. O resultado foi divulgado ontem.
Ao classificar 19 estudantes, o Colégio Farias Brito se tornou a instituição de ensino do Ceará que mais classificou alunos para o ITA. Segundo o diretor do colégio, Tales de Sá Cavalcante, esse número expressivo se deve ao trabalho feito individualmente com cada um desses jovens.
"Cada um dos estudantes é acompanhado por um grupo de professores para saber no que ele precisa melhorar. Além disso, temos mestres de muita qualidade e um sistema focado no ITA", afirmou Cavalcante.

Ele acrescentou que algo que não faltou aos estudantes que se classificaram foi motivação e bom astral. "Uma semana antes da prova temos uma programação toda voltada para que eles tenham um astral muito elevado quando forem fazer a prova".

Ele fez questão de destacar a participação dos cearenses. Principalmente porque outras grandes cidades como Porto Alegre e Curitiba conseguiram colocar, no máximo, dois jovens no Instituto Tecnológico de Aeronáutica. "É difícil conseguir uma vaga", frisou.

Cavalcante ressaltou que vai acompanhar todos os estudantes do Farias Brito até São José dos Campos para que realizem a matrícula. "Me sinto muito orgulhoso", concluiu.

Brasil nos trilhos

O trem bala e o eixo Rio [São Paulo] Campinas 

No próximo dia 29 – a 30 dias do fim do governo – deve ocorrer a maior licitação da Era Lula: 33 bilhões de reais é o preço mínimo da licitação do trem-bala entre Rio e São Paulo.

Eu disse entre Rio e São Paulo? Esse é um erro comum. Mas a verdade é outra: no projeto do moderno trem, São Paulo é “apenas” passagem. O velho eixo Rio/SP já não dá conta da diversidade do Brasil. É simbólico que o traçado do novo trem seja Rio-Campinas, com paradas no Vale do Paraíba e na capital paulista.

Símbolo, eu diria, de um país que avança para o interior. Durante 4 séculos, incluindo os trezentos anos de colonização portuguesa, as principais cidades brasileiras ficavam – todas elas – na nossa imensa costa atlântica. Só no limiar do século XX é que o Brasil – já republicano – veria sua primeira metrópole longe (mas nem tão longe) do litoral: São Paulo. Depois, viriam Belo Horizonte e  – graças ao planejamento dos anos JK – Brasília. Durante a ditadura, nova metrópole longe do litoral: Manaus, cidade encravada no meio da Floresta Amazônica. Até hoje me surpreendo quando chego de avião à capital amazonense. É espantoso ver a dimensão daquela cidade (cheia de problemas, diga-se) que os brasileiros foram capazes de construir.

O traçado do trem-bala é o reconhecimento desse Brasil que caminha – a passos lentos, mas sem retorno - para o interior. O trem ajuda a estruturar e a ampliar esse eixo que já foi Rio-SP, mas hoje avançou cem quilômetros rumo ao interior paulista.

Um eixo que terá, numa das pontas, o atrativo do turismo carioca e da fortíssima indústria do petróleo (a restaurar, espera-se,  o vigor da economia fluminense). E, na outra ponta, o agronegócio, a indústria e os centros de inovação do interior paulista (Campinas, lembremos, é polo de conhecimento e inovação – com a  Unicamp).

Por fim, é bom não esquecer, o Vale do Paraíba, onde o trem deve parar, é sede da indústria de aviação brasileira (e também um território de inovação e conhecimento, com o ITA).

Simbólico que o trem passe por uma área que já foi tomada pelos cafezais no século XIX. Os morros valeparaibanos sem vegetação (a mata foi derrubada pra ceder lugar ao café) são testemunho daquela época. Sobraram os pastos e algumas belas fazendas – históricas – que vale a pena conhecer, tanto do lado fluminense como do lado paulista.

Dali partia o café que sustentou a República Velha e que forneceria os capitais para a incipiente industrialização paulista no entre-guerras do século XX. Agora, esse pode ser o eixo da nova economia do século XXI.

E a capital paulista? Virou passagem. Cidade de serviços (mais do que indústria) São Paulo vai mediar os contatos entre Rio e Campinas. São Paulo seguirá importante. Mas é simbólico – também – que o projeto do trem-bala Rio-Campinas seja obra de um governo (de Dilma) que deve ser o primeiro em 16 anos a afastar a centralidade paulista do poder.

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FIEC e Sinduscon juntos pelo ITA

Está mais perto o sonho cearense de ver instalada em Fortaleza uma unidade do famosíssimo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), um centro de referência nacional no ensino superior voltado para a tecnologia. 

A intenção do time que trabalha nesse sentido é de que o ITA abra e mantenha aqui cursos de especialização, de mestrado e de doutorado nas diferentes áreas da engenharia, preparando pessoal para as demandas das grandes indústrias que vão chegar - a refinaria e a siderúrgica incluídas. 

No próximo dia 18 de novembro, o reitor do ITA, doutor e brigadeiro Reginaldo dos Santos, receberá em seu gabinete o presidente da Federação das Indústrias do Ceará, Roberto Macedo, que estará acompanhado do diretor do Senai do Ceará, Francisco Rocha Magalhães, do presidente e do vice-presidente de Tecnologia do Sinduscon, Roberto Sérgio e Eugênio Montenegro, e do coordenador do Centro de Tecnologia da UFC, Barros Neto. 

Há a expectativa de que, nesse encontro, seja, finalmente, viabilizado o projeto de atrair o ITA para o Ceará. 

A Fiec - por meio do Senai - e o Sinduscon estão dispostos a encarar o investimento inicial, incluindo a localização da unidade. 

O reitor do ITA já declarou que admira o Ceará e, principalmente, os jovens cearenses, que, anualmente, pela via do seu rigoroso exame vestibular, se apossam da maioria das vagas oferecidas pelo instituto. 

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