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Sinais de trânsito


O Denatran - Departamento Nacional de Trânsito -, informa que dentro de poucos dias os novos semáforos serem colocados em uso.

A novidade serão as cores.

  • Azul = Verde - Liberado
  • Rosa = Amarelo - Atenção
  • Laranja = Vermelho - Parar

Está é apenas mais uma grande ideia do governo Bolsonaro

Vida que segue>>>

Não temos assinaturas, não recebemos doações, somos rentabilizados por Clik na propaganda


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Prefeito Haddad (PT) diminui em 30% mortes no trânsito de São Paulo




Mortes caíram de 101 para 70 em relação a outubro de 2014, afirma estudo. Entre janeiro e outubro também houve queda: de 1.502 mortes para 829.

O número de mortes em acidentes de trânsito caiu 30,7% na cidade de São Paulo em outubro de 2015, se comparado ao mesmo mês de 2014, aponta um estudo realizado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e divulgado nesta segunda-feira (4). Foram 31 mortes a menos, de 101 para 70.
Segundo o estudo, a maior redução foi registrada nos acidentes fatais envolvendo pedestres. De 44 mortes em 2014, o número caiu para 26 em 2015, ou 18 vítimas a menos. Entre os motociclistas, a redução foi de 12 vítimas, de 40 para 28.

Ainda de acordo com a CET, o número de mortes em acidentes de trânsito caiu 21,2% na capital entre janeiro e outubro de 2015, em comparação com o mesmo período do ano anterior. De 1.502 vítimas fatais registradas em 2014, os números caíram para 829 em 2015.

Foram 22,8% menos mortes entre os pedestres, 18,8% menos mortes entre os motociclistas, 18,3% entre os motoristas e passageiros e 36,6% entre os ciclistas. A pesquisa ainda apontou queda de 17,8% nas mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes da cidade.

Redução de velocidade

No fim de outubro, a Prefeitura de São Paulo divulgou balanço que mostra que a redução da velocidade máxima para 50 km/h em 14 km de vias da capital paulista diminui em 22,1% o número de acidentes, em 25,2% o de feridos e em 33,3% o número de mortos na cidade. A partir desses dados, a administração prevê a liberação de 60 leitos hospitalares por dia.

A Prefeitura projetou uma redução para os 700 km de vias com redução de velocidade prevista para o fim do ano. Isso permitirá uma redução de 2.800 acidentes, 3.700 feridos e 200 mortos. A redução da velocidade foi adotada porque o número de acidentes de trânsito com mortes na cidade voltou a subir depois de seis anos consecutivos de queda.



do G1

Trânsito

Espaços urbanos são para atender - prioritariamente - o interesse coletivo, não o particular


O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, toma a segunda medida importante para garantir a melhoria do trânsito – e da vida – na cidade. A primeira foi ampliar e fiscalizar o uso de corredores exclusivos de ônibus, medida iniciada por Marta Suplicy e descontinuada por Serra e Kassab. A segunda, eliminar cerca de quarenta mil estacionamentos de automóveis nas vias, para garantir espaço para ciclovias.
 
Sem precisar entrar em detalhes em relação ao problema, que é do conhecimento de todos, temos convicção em afirmar que a política a ser adotada, para melhorar o trânsito e a vida das pessoas em São Paulo, é a de restringir a circulação de automóveis particulares e - no curto, médio e longo prazo - investir em infraestrutura e legislação que priorize o transporte público. Essa restrição não é temporária, mas um caminho sem volta, em cidades como São Paulo. Fugir disso é querer aumentar o problema.
 
Os milhões de carros particulares que circulam diariamente em São Paulo se apropriam de grande parte dos espaços viários e urbanos, muitas vezes com apenas uma pessoa no seu interior. Enquanto isso, milhões de pessoas, nos transportes coletivos, são espremidas nos reduzidos espaços deixados por aqueles.
 
As tentativas de soluções, implantadas nos últimos quarenta anos, como viadutos, mergulhões, elevados e estacionamentos subterrâneos só fazem sentido se dentro de uma política de restrição ao automóvel e favorecimento dos ônibus, táxis, caminhões, motos, bicicletas e pedestres. Fora dessa política, é dinheiro jogado fora, já que a principal causa do problema não é atacada de frente. Quanto mais automóvel em circulação, mais congestionamento, mais obras para permitir a maior circulação de automóveis, mais automóveis em circulação. Esse é o ciclo vicioso que precisa ser quebrado, já que é finita e bastante limitada a capacidade de alocação de recursos pelo poder público.
 
Quais as principais ações, em nossa opinião e de muitos especialistas, a serem desenvolvidas pela Prefeitura e pelo Governo do Estado de São Paulo, tendo como referência o que foi realizado em grandes cidades, como Londres e Paris?
 
- Implantação do pedágio urbano, com a aplicação dessa receita na conclusão dos corredores de ônibus, ciclovias e melhoria das condições para o pedestre
 
- Completar a implantação de corredores exclusivos de ônibus
 
- Elevar as tarifas de estacionamento nas áreas centrais e redução das áreas disponíveis
 
- Ampliar a capacidade da malha física e as operações ferroviárias (trens e metrô)
 
- Implantar malhas de ciclovias e projetos semelhantes ao que existe no Rio e no DF, com a disponibilização de milhares de bicicletas para circulação nas áreas centrais
 
- Ampliar as restrições via rodízio, até a completa implantação do pedágio urbano
 
- Aumentar o rigor na fiscalização e retirar veículos irregulares de circulação
 
- Racionalizar a circulação e os horários de carga e descarga dos caminhões, lembrando sempre que eles são vitais para o funcionamento da cidade
 
- Concluir todo o anel rodoviário de São Paulo, já que uma grande quantidade de veículos tem origem e destino fora da cidade e que não há motivo para circular pelas suas ruas e avenidas
 
As medidas restritivas causarão algum incômodo inicial, especialmente naqueles que acabaram de ascender ao privilegiado círculo dos proprietários de automóveis. No entanto, como elas serão eficazes, não só melhorará muito o transporte público como essas pessoas poderão utilizar seu carro em inúmeras situações, regiões, dias e horários não atingidos pelas restrições e ter a sua mobilidade e conforto em grande parte atendida.
 
O principal: a vida melhorará para todos e a indústria automobilística poderá continuar seu atual nível de produção, sem levar a parcela de culpa que tentam, erroneamente, lhe imputar.
 
Há um entendimento – equivocado - de que primeiro os governos têm que providenciar transporte de massa para, só então, restringir a circulação de veículos particulares. É uma proposta bonita, mas inviável no médio prazo, por ser muito caro e demorado para viabilizar.
 
 
Em cidades como Londres, que têm extensa malha metroferroviária, muito pouca gente deixava o automóvel em casa para usar o transporte coletivo. Somente a restrição aos carros particulares poderia garantir mais espaço para o coletivo. O pedágio urbano e a restrição de estacionamento, em áreas de muito trânsito, foi o que resolveu.
______________
 
José Augusto Valente é especialista em Transportes e Logística.
 
Para ler mais de José, clique aqui.

by Augusto Valente - Carta Maior

Leis de trânsito

Abaixo onze imbecilidades criadas em países que se dizem do "Primeiro mundo", confira:
  1. Dinamarca - Todos os dinamarqueses devem olhar embaixo do carro antes de dar partida para ver se há alguém ali. Afinal, é super comum que pessoas se escondam debaixo de carros por aí.
  2. Chipre - Isto, sim, é Lei Seca. No Chipre, beber qualquer tipo de líquido é ilegal – inclusive água!
  3. Rússia - Os russos têm de manter seus carros limpos, caso contrário estão sujeitos a tomar multas por excesso de sujeira. 
  4. Alemanha- Os alemães podem usar a autobahn, a famosa autoestrada que não tem limites de velocidade, desde que não deixem os veículos ficarem sem gasolina no trajeto. Caso contrário, multa.
  5. Espanha - Os espanhóis são obrigados por lei a, caso usem óculos, ter um par reserva dentro do carro o tempo todo. Mesmo que eles já estejam usando um, é um item obrigatório.
  6. França - É chato ter de fazer o teste do bafômetro toda vez que a polícia te para? Os franceses têm de ter seus próprios bafômetros no carro. Se não tiverem, são multados em 11 euros.
  7. Sérvia- Um dos itens obrigatórios para os motoristas sérvios é uma corda de três metros. Pra quê?
  8. África do Sul - Animais têm o mesmo direito de estar na pista que um veículo. 
  9. Arábia Saudita - Mulheres são proibidas de dirigir neste país do Oriente Médio e podem ser presas se o fizerem. Será que os índices de acidentes de carros são mais baixos por lá?
  10. Tailândia - Por lei, os motoristas tailandeses devem usar camisetas.
  11. Alabama - No estado americano, é proibido dirigir com os olhos vendados. Que surpresa!

Que tal conhecer projetos crowd que trabalham cidadania na veia?


Aqui você vai se deparar com uma iniciativa que quer promover um processo de co-criação com os habitantes de São Paulo, coletar opiniões e pensar no planejamento urbano de um bairro inteiro. Vai conhecer também como uma galera em Manaus vai hackear o uso de outdoors e busdoors para fazer comunicação de cidadão para cidadão, e espalhar educação no trânsito da cidade com bom humor!
Confira:



Um caminhoneiro e seu lema

O lema do profissional era:

Meu nome é Tão, sou do Maranhão, sou gostosão e entrou na minha boleia, não tem perdão.

Ele já estava na estrada há mais de dois meses e nada de pegar ninguém, um jejum brabo. Eis que de repente uma freira novinha e bonitinha aparece na beira da estrada e lhe pede carona.
- Meu filho poderia me dar carona?
- Claro. Mas, é o seguinte:
Meu nome é Tão, sou do Maranhão, sou gostosão e entrou na minha boleia, não tem perdão.
- Sem problema meu filho. Na frente tá impedido. Mas, atrás tá livre, se quiser...o João traçou a freirinha. Percorreram alguns quilômetros e a religiosa pediu para descer. O caminhoneiro arrependido disse:
- Me perdoe pelo que fiz. É que estava seco a bastante tempo e, homem a senhora sabe como é.
- Tudo bem: 
Meu nome é Juvenal, sou de Natal, homossexual e esta é minha fantasia de carnaval.



Transporte: Bicicleta é prioridade só para ambientalista ver

A cada aumento de estoque de automóveis, a CUT, o Governo Federal e a Indústria Automobilística se juntam para pedir a redução dos impostos e vender mais. Nos encontros internacionais, reclamam que os engarrafamentos são insuportáveis nas grandes cidades em função da qualidade de automóveis circulando, que cresce a cada mês.
       
Mas não se lembram de estimular, com as mesmas reduções de impostos, as Bicicletas. Uma loja quando vende uma Bicicleta, no preço estão embutidos 23% de substituição tributária do ICMS e 15% de IPI, ou 40% na origem.

E quando surgem problemas de acidentes de trânsito, as bicicletas passam a ser culpadas. No Diário Oficial do Estado de SP (12), saiu a seguinte matéria de capa: 



“Mais Ciclistas, Mais Acidentes”, o jornal afirma que a cada dia, nove ciclistas são internados em hospitais públicos do estado, vítimas do trânsito, e pelo menos um deles morre. A matéria vai contra as várias ações do governo para estimular o uso das bicicletas como meio de transporte na capital.
Cesar Maia

Na contramão

O senador Aécio Neves, na contramão do país, diz chega de PT, e tem o desplante de gritar chega de corrupção. Ele deve estar se referindo ao escândalo do PSDB de Goiás. Governo e PSDB goianos estão envolvidos até o pescoço nas denúncias que geraram a instalação no Congresso da CPI do Cachoeira. Aécio falou em trabalho e em nome de Minas Gerais, mas seu sucessor, o governador Antônio Anastasia (PSDB), eleito por ele, vai de mal a pior. As pesquisas não lhe são nem um pouco favoráveis - nem ao seu governo, nem ao PSDB das Geraes. Contam com a máquina do governo para enfrentar o PT na eleição municipal deste ano, mas sabem que não terão no Estado esses 90% de votos contabilizados e apregoados por Aécio. Nem neste 2012 e nem para presidente da República em 2014. Continua>>>

Fernando Haddad: Transporte público é prioridade

A sete meses das eleições municipais o pré-candidato do PT, Fernando Haddad, ainda não fechou acordo com nenhum partido, revela desconhecer os planos do PSB e reconhece que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz falta nas negociações.

Mais à vontade quando a conversa migra para suas propostas de governo, diz que o melhor da gestão Gilberto Kassab são alguns de seus projetos de reurbanização de favelas feitos em parceria como PAC federal, que pretende expandir. E o pior, os transportes. Pretende dobrar os investimentos feitos nos últimos oito anos no setor com metas para corredores de ônibus e transferência de recursos para o metrô, desde que o governo estadual se comprometa a dar mais celeridade às obras de expansão da malha metroviária.
Na educação, o ex-ministro da Pasta defende ideias que o aproximam do PSDB e do pré-candidato do PMDB, Gabriel Chalita, como a meritocracia e a bonificação de professores de acordo com o desempenho dos alunos. Evita criticar a progressão continuada, outro ponto que sempre colocou em campos opostos PT e PSDB, e diz que terá metas para o ensino em tempo integral.
Na saúde, o petista se distancia do PSDB e da gestão Kassab, ao defender o modelo federal para hospitais e postos de saúde que construirá, em detrimento da gestão terceirizada a organizações sociais. A seguir, trechos da entrevista concedida ao Valor na tarde da quarta-feira na sede do diretório municipal do PT.
Valor: O senhor começa a campanha num patamar muito baixo de conhecimento e intenção de voto. O PT teve programas de TV cassados. Qual é sua a estratégia para alavancar a campanha?
Haddad: Tivemos percalços. Um deles foi a doença do [ex] presidente Lula, que ninguém esperava. Agora essa falta de tempo de televisão. Vamos ter que nos dedicar ao que estamos nos dedicando: conhecer os problemas da cidade, elaborar o plano de governo e, quando tivermos a chance, apresentá-lo à sociedade.
Valor: Não há uma estratégia delineada de como aumentar a sua exposição?
Haddad: Olha, a estratégia é a que todos vão adotar…
“Fizemos a parte mais difícil que foi o Bilhete Único, enquanto eles não investiram na expansão dos corredores”
Valor: Mas sua candidatura tem um perfil diferente, com taxa de conhecimento muito mais baixa.
Haddad: É muito mais baixa. Mas vou participar dos eventos para os quais eu for convidado. Tenho entrevistas e visitas agendadas, mas numa cidade de 11 milhões de habitantes, imaginar que há alternativas equivalentes à exposição de televisão…
Valor: Então o senhor não vai intensificar a campanha de rua?
Haddad: Não é uma campanha de rua. Não estou indo à periferia, aos bairros, às subprefeituras para encontrar pessoas que não me conhecem ainda. Pelo contrário. Estou me dedicando a falar com quem entende dos assuntos e vive os problemas da cidade para que o diagnóstico esteja o mais perto possível da realidade. São lideranças, gestores públicos, técnicos da prefeitura que me conhecem e que estão me subsidiando para a confecção de um plano de governo.
Valor: A presidente Dilma, que era pouco conhecida quando pré-candidata, teve mais exposição do que o senhor terá. Essa estratégia de apostar muito no horário eleitoral, que tem curta duração, não o prejudica?
Haddad: Temos um projeto para a cidade. Tenho certeza de que vamos apresentar a melhor plataforma. Isso pesa na decisão do voto. Confio nessa estratégia, não em qualquer outra.
Valor: Qual o perfil adequado para o seu vice?
Haddad: Estamos em etapa que antecede essa. Se não soubermos com quem estaremos no primeiro turno – e isso pode demorar semanas – não há como definir o perfil de antemão.
Valor: Como será a composição da coordenação da sua campanha? Marta Suplicy terá papel de destaque?
Haddad: Vamos discutir isso na semana que vem. Essas coisas às vezes se resolvem em maio, junho e estamos resolvendo em março. Não discuti com ela [Marta] os termos de sua participação. Ela vai definir e vou respeitar a decisão que tomar, qualquer que seja o alcance da participação, se será agora ou daqui a três meses.
Valor: O senhor contava com Lula na articulação das alianças e a defecção do PSD fez partidos com que o PT contava já não serem mais tão certos. Na ausência de Lula, como se dará a confecção da aliança?
Haddad: Estabelecemos uma relação de diálogo com esses partidos. Não estamos nos propondo a fazer as barganhas que estão sendo noticiadas. Não vamos proceder dessa maneira.
Valor: Mas a ida do senador Marcelo Crivella para o governo já não foi uma barganha?
Haddad: Absolutamente. Tanto é que não houve consequência nenhuma no cenário local. É uma composição antiga com o PRB, que remonta aos tempos do vice José Alencar.
Valor: O PR e o PDT querem mais ministérios e ao mesmo tempo têm negociado com o PT…
Haddad: O PR e o PDT estão em ministérios. O que às vezes incomoda é o partido não se sentir representado por um filiado, o que é natural. Mas estão na base do governo e representados no ministério. É uma aliança que remonta ao governo Lula, no primeiro mandato.
“Ninguém é contra a meritocracia, minha única recomendação foi de houvesse diálogo com os docentes”
Valor: O PT não corre o risco de ficar isolado?
Haddad: Na cidade o jogo duro com o PT sempre foi a regra, não exceção. A Marta, que concorreu três vezes, nunca teve moleza para compor aliança. A máquina do Estado sempre atuou no sentido de tentar nos isolar.
Valor: Marta teve o apoio do bloquinho e do PR, mas agora até o PCdoB ameaça com candidatura própria. Com quem o PT já conta?
Haddad: Não temos aliança fechada com nenhum desses partidos. Penso que as coisas não devem se desdobrar no curto prazo.
Valor: Com o PSB, o governador Eduardo Campos disse que o apoio não será fechado agora. O PT ainda tem algo a oferecer?
Haddad: Não foi pedido nada para mim. [O PT] vai atrair como Lula atraiu, como a presidente Dilma atraiu, como a Marta em uma eleição atraiu – na outra não conseguiu. Tem um tabuleiro montado no país, muitas variáveis em jogo. Mas a decisão cabe ao PSB.
Valor: Informalmente, Kassab atribuia a culpa de o PSD não ter fechado aliança ao fato de o PT ter demorado a aceitá-lo. Houve essa demora?
Haddad: Ele nunca procurou o PT formalmente. Nunca se sentou com o presidente nacional do partido, nem com o municipal. Sempre deixou claro que se Serra fosse o candidato ele o apoiaria. Fizemos oposição ao governo dele durante oito anos. Ele estava oferecendo apoio sem pedir nada em troca, num primeiro momento. Mas isso foi feito pelos jornais.
Valor: Mas era uma aliança bem vista por Lula e pela direção estadual do PT. O acordo teria evitado o apoio do PSD ao Serra?
Haddad: O [ex] presidente Lula, quando conversou comigo, estava muito animado com a possibilidade de termos na chapa, como vice, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Isso realmente sensibilizou o presidente Lula e foi nesses termos que ele tocou no assunto comigo, na única vez que conversamos sobre o tema, em decorrência da visita que o prefeito Kassab tinha feito a ele. Houve a ideia de que nosso projeto nacional estaria bem representado na cidade se tivéssemos dois representantes de seu governo com perfis complementares.
Valor: PT e PMDB têm acordo de apoio mútuo no segundo turno. O senhor acha que Chalita ajuda mais a sua candidatura saindo como candidato separado agora?
Haddad: Temer me explicou que [o PMDB] está sem representação na cidade, com pouca representação no Estado e que há necessidade de lançar um nome novo. A estratégia do PMDB de se recolocar no Estado me parece mais do que legítima. Temer me disse: nós estaremos juntos no segundo turno.
Valor: Além da oposição a Kassab o que o aproxima de Chalita?
Haddad: O país está vivendo um momento de ouro, somos vitrine no mundo. E São Paulo não figura como cidade inovadora do ponto de vista do poder público. Ao contrário do setor privado que mostra uma pujança incrível, uma vontade de investir, de progredir, o poder público local está muito intimidado. A perspectiva comum que nos anima é essa. A ideia de que podemos colaborar com a cidade.
Valor: No passado o PT teve grandes diferenças com Chalita na bonificação dos professores que teve a oposição do PT. Na gestão Kassab a meritocracia virou regra. Qual será sua posição?
Haddad: Ninguém é contra a meritocracia. Muito pelo contrário. Se tem uma coisa que não há como negar é que quem implementou no país plano de meta em qualidade de educação foi o governo Lula. Ninguém sonhava com isso antes de 2005, quando criamos a Prova Brasil e houve resistência do governo do Estado de São Paulo, que não aplicou a Prova Brasil naquele ano.
Valor: Houve grande resistência do PT também.
Haddad: Sofri resistência de todo mundo. Ninguém queria quebrar esse paradigma. Eu apliquei a primeira Prova Brasil, dei transparência aos dados. Criei o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb. Quem inventou esse sistema de metas de qualidade fomos nós. Fixamos diretrizes e metas de qualidade pela primeira vez no Brasil. Todos os governadores e prefeitos aderiram. A única recomendação, no que diz respeito a docentes, é que se tentasse construir em comum acordo com a categoria as medidas de mérito.
Valor: Mas o Ideb ajuda as escolas que estão em uma situação ruim, enquanto a política de meritocracia de São Paulo premia quem vai bem…
Haddad: Criamos isso também. Nós criamos as duas coisas. Para aquelas escolas que cumpriam as metas, o recurso era destinado automaticamente e recebia um recurso adicional. As que não cumpriam metas não eram penalizadas, mas para receber recursos tinham que apresentar um plano de reforma pedagógica. Os Estados aderiram e copiaram o mecanismo, cada um à sua maneira.
Valor: Em relação à progressão continuada, o senhor pretende mantê-la? O PT mostrou-se contrário na eleição estadual de 2010, com Mercadante.
Haddad: O que falta nas políticas públicas, em geral, não é o conceito de progressão continuada. Faltam as aulas de recuperação. Não há preocupação com a recuperação das crianças com defasagem de aprendizado, o que só é possível com a ampliação da jornada para um segundo turno, com atividades diferentes do primeiro, incluindo aula de recuperação específicas. [O PT] é contra a aprovação automática. Eu já assinei resolução do Conselho Nacional de Educação sobre esse assunto, disciplinei esse assunto no país.
Valor: O senhor tem meta de escolas em dois turnos?
Haddad: Vamos fixar no plano de governo metas específicas. Hoje o município não tem nenhuma meta.
Valor: Qual sua avaliação sobre a política de internação compulsória em São Paulo?
Haddad: Internação compulsória sem autorização judicial é uma temeridade. Sou contra. Não vislumbro possibilidade de dispensar o Judiciário para uma discussão que tem a ver com liberdades individuais e que abre perspectivas de uma jornada muito autoritária em relação aos indivíduos. Na forma da lei, com laudos médicos, em casos onde há risco efetivo, com prazos, providência assistencial, é uma coisa que as sociedades civilizadas contemplam.
Valor: A internação compulsória tem apoio de 80% da população, segundo pesquisas. Como o senhor vai trabalhar isso?
Haddad: Penso que a pergunta não foi corretamente feita pela pesquisa. Quero crer que o cidadão não tenha sido devidamente esclarecido sobre os riscos de uma autoridade internar uma pessoa sem critério. Duvido que as pessoas, uma vez esclarecidas, deem apoio para medidas arbitrárias que podem levar a um regime de força e a um quadro de exceção no país.
Valor: A internação compulsória não tem apelo junto a um eleitorado de histórico conservador que o senhor precisa conquistar?
Haddad: Não posso abdicar das minhas convicções por conveniência eleitoral. Qual é o partido que não defende a segurança pública? Alguém contra a internação judicial quer a desordem? Daí não estamos falando de democracia.
Valor: O senhor concorda com a atuação da prefeitura na Cracolândia? Qual sua política para a região?
Haddad: A prefeitura não tem força policial. A ocupação do território ali era importante. A Polícia Militar tem que atuar onde há tráfico e envolvimento de crianças e mulheres grávidas com drogas, mas acompanhada de uma visão assistencial e de saúde pública, para evitar a disseminação de cracolândias pelos bairros, que é uma reclamação de moradores que não estavam sofrendo esse problema e agora estão. Houve um descompasso. Poderia ter sido diferente se houvesse a concorrência do setor da saúde e da assistência.
Valor: Em São Paulo as organizações sociais ganham terreno na administração da saúde. Qual será sua política em relação às OSs?
Haddad: Em primeiro lugar, nesse debate me manifestei contrário à privatização dos leitos do SUS que se tentou fazer no governo do Estado. Os leitos públicos têm que ser 100% SUS. Uma segunda questão é a gestão. Reconheço a excelência de trabalho de algumas OSs, mas tenho preocupação com o relatório do Tribunal de Contas do Município em relação a algumas delas, com irregularidades. As regras de prestação de contas, de controle social precisam ser organizadas. Caso contrário, vai se investir cada vez mais na saúde e não veremos o retorno na qualidade.
Valor: O senhor aprova esse sistema de gestão?
Haddad: Há OSs que têm modelo de excelência. Agora os hospitais que vamos construir eu não pretendo terceirizar. Vamos adotar o modelo federal.
Valor: E os postos de saúde como as AMAs?
Haddad: O que está pactuado nós vamos manter, a não ser no caso de irregularidade comprovada. Há casos em que incidiremos para corrigir distorções. As novas unidades vão seguir o modelo federal, de empresa pública.
Valor: O senhor disse que o que está pactuado será mantido. E os contratos com as empresas de ônibus, que são objeto de tantas reclamações de usuários, o senhor se dispõe a revê-los?
Haddad: Obrigatoriamente, porque o prazo para revisão é 2013. Não há como prorrogar. Não foi feito absolutamente nada no transporte em ônibus de oito anos para cá. Não tem investimento em terminais, em corredores, na operacionalização e racionalização do sistema. Se publicarmos o edital para a renovação das concessões esse edital vai ter que prever regras para repactuar o sistema. Fizemos a parte mais difícil da remodelagem do sistema, que foi o Bilhete Único. De lá para cá, o que era mais fácil – racionalizar, otimizar, expandir os corredores -, não foi feito. Por quê? Abandonaram o sistema multimodal. A velocidade média vai cair ainda mais se essa decisão não for revertida.
Valor: O senhor pretende mudar a política municipal em relação ao metrô? Kassab prometeu investir no metrô, entrou com parte dos recursos prometidos. A prefeitura tem capacidade financeira?
Haddad: Temos condição, sim, de ajudar o metrô. Temos que repactuar essa relação, auxiliar o metrô e exigir um pouquinho mais de ritmo. Com dois quilômetros por ano estamos na lanterna do mundo emergente. O aporte em troco do quê a mais para São Paulo? O aporte em troca do mesmo não me parece muito justo. Os custos estão aumentando e a quilometragem do metrô anda no mesmo passo, de dois quilômetros por ano.
Valor: Qual sua opinião sobre pedágio urbano?
Haddad: A restrição tem que se justificar pela oferta de transporte público e isso está fora de cogitação pelo simples fato de que a cidade não está fazendo o dever de casa. Se tivéssemos 250, 300 km de corredores de ônibus, 100 km de metrô, teríamos condições de até inibir não só com pedágio, mas com outras maneiras como o rodízio.
Valor: Quando fala em restrição, o senhor apoia a medida tomada por Kassab de proibir a circulação de caminhões na Marginal em determinados horários?
Haddad: Vamos pagar caro o fato de termos errado no abandono do modelo de sistema de transporte [em 2005]. Não se abre mão de um modal tão importante, tão capilarizado por um capricho partidário. Tem que reconhecer que foi tomada uma medida errada e é preciso acelerar o passo trazendo o PAC. Temos que investir dobrado depois desses oito anos para recuperar o tempo perdido.
Valor: O prefeito engordou o caixa e chegou neste ano com R$ 6 bilhões para investir. Se esse dinheiro estivesse nas suas mãos, como investiria?
Haddad: Teria ampliado os corredores, investido muito em transporte público, construído centros de educação infantil, creche e pré-escolas, para dar conta do déficit que é enorme. Teria construído hospitais, robustecido o sistema de saúde para responder mais prontamente à demanda por exames; provavelmente [investiria] em profissionais especialistas. Na questão ambiental, a coleta seletiva praticamente estagnou. Não houve investimentos. O mesmo aconteceu com as ciclovias. Temos que pensar a bicicleta como alternativa concreta, não apenas como lazer.
Valor: Qual seria o principal problema da gestão Kassab?
Haddad: É quase unânime que houve um erro estratégico no transporte público e mobilidade urbana. Temos que aproveitar as eleições para admitir esse erro e recuperar o tempo perdido. A parceria com o governo federal é essencial.
Valor: E qual é a melhor política pública da atual gestão?
Haddad: Gosto de parcerias que foram feitas com o governo federal na urbanização de favelas, mas foram muito poucas.
Valor: Como o senhor pretende levar essas propostas de mudança para uma população que resiste ao PT?
Haddad: Não sei se é vício de professor, mas acredito na tese do melhor argumento. Dou aula porque acredito que você pode transmitir conhecimento, quando se aprofunda nos debates em que se envolve. Acredito que vamos apresentar os melhores argumentos para vencer estas eleições. Não posso assegurar que serão suficientes, mas eu acredito que possam ser suficientes. A cidade está aberta, preparada para ouvir.

Cristiane Agostine e Maria Cristina Fernandes