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Diagnóstico político e econômico

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Não há condições mínimas para o desenvolvimento do Brasil abrindo-se mão da Petrobras, Eletrobra, domínio sobre o mar o territorial, sobre as terras, sobre os recursos hídricos e florestais. O que estão fazendo com o Brasil desde o golpe é um crime de lesa-pátria.

Roberto Requião de Mello e Silva é um advogado, jornalista, urbanista e político brasileiro. Atualmente é senador da República pelo estado do Paraná. É relator e defensor do Projeto de abuso de autoridade, atualmente em pauta no Senado Federal. Wikipédia

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Janio de Freitas: a noção perdida

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- A Nação perdida -
A privatização de partes da Petrobras, até deixar apenas o talo, é um dos poucos itens de política econômica confirmados pelos planejadores do futuro governo e pelo próprio Jair Bolsonaro, mas outra vez com dispensa de uma obrigação preliminar. Tal como nos negócios do governo Fernando Henrique com empresas do Estado. 

Por que à época vender a Vale, de alta lucratividade e, portanto, de dupla contribuição para os cofres públicos, em impostos e em rentabilidade de acionista? Não foi dito ao país. E o destino prometido para o resultado da venda era falso, jamais se informando ao país o fim dado à dinheirama. 

A ideia de esquartejar a Petrobras não é nova. Subiu à tona nas águas da Lava Jato e começou a se efetivar na ilusória salvação que Michel Temer impôs à empresa. A BR Distribuidora e as refinarias, agora citadas para iniciar a privatização das mutilações, são duas minas de lucros. Equipadas, organizadas, com matéria-prima e clientela garantidas, sem exigir investimento algum, não pedem mais do que a atividade atual para produzir altos lucros. Não dão motivo para sua venda.

A Petrobras as perderá com motivos para mantê-las. A rentabilidade da distribuidora e das refinarias deu forte contribuição às montanhas de recursos financeiros necessários à prospecção e à exploração do pré-sal. 

Reprimido no seu "tudo vai ser privatizado" —em resposta como candidato sobre o futuro da Petrobras—, Bolsonaro diz que "a empresa vai se dedicar só à produção de mais petróleo". Mas depois de perder duas fontes dos recursos necessários a tal objetivo. E os cofres públicos deixam de receber os lucros do Estado como acionista da Petrobras e suas subsidiárias. 

A sanha das privatizações, imposta pelo neoliberalismo e seu "capitalismo financeiro", já postos sob acusações graves por danos a muitos povos, tem muito o que privatizar, ou mesmo fechar, antes de suprimir fontes de recursos adicionais para a carente administração pública. 

Ainda assim, voltados para um lado, os neoliberais gritam pelo corte de gastos, por falta de recursos; viram-se, e berram pela extinção de fontes de recursos. Não é de economia, sua pretensa especialidade, que estão falando. É de política, de necessidades da população, de objetivos do país —e de interesses de grupos nacionais e internacionais. 

Chegar ao governo, seja por eleição ou nomeação, não autoriza a pensar e conduzir-se como novo possuidor do que, sob a guarda do Estado, continua a ser patrimônio público. No Brasil essa noção, fraca no passado remoto, esvaiu-se por completo em nosso tempo. 

Meia dúzia de governantes e planejadores decidem à vontade a destinação de patrimônios, vitais tantos deles, que custaram sacrifícios, esforços e muito tempo às gerações. 

É o caso do conhecimento e das riquezas alcançadas pela Petrobras. E de certa paz, mantida à distância a ferocidade das ambições e disputas dos grupos magnatas do petróleo. 

Integrados na brava campanha "O petróleo é nosso", que teve o Clube Militar como sua fortaleza, os militares foram decisivos para a existência da Petrobras e, daí, para a potência petrolífera que o Brasil é hoje. Não é irônico que sejam militares a ameaçar a existência da Petrobras e mesmo a riqueza petrolífera do pré-sal.

Publicado originalmente no Jornal Folha de São Paulo

Parente cai, gasolina sobe

Eu acho é pouco. Os coitadinhos dos rentistas tem de serem recompensados por aceitar gentilmente que o Estado tire dinheiro da educação e saúde para encher inda mais os bolsos deles.
Parabéns Brazil, nós merecemos.
Viva o deus mercado!


Sem Título-13.jpg
(Crédito: Aroeira)

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Pedro Parente, um entreguista de palavra

Na sua carta de demissão entregue a Michel Temer, o também entreguista Pedro Parente afirmou que "entreguei o que prometi.
Verdade seja dita, ele cumpriu a palavra:

  • Entregou parte do pré-sal
  • Destruiu a indústria naval
  • Vendeu parte do parque de refino
  • Vendeu parte da área de distribuição
  • Desmontou a indústria de plataformas
  • Desmontou o setor de gás e petróleo nacional
  • Dobrou a importação de derivados da empresa
  • Implantou a política de dolarização dos combustíveis
Como podemos vê, o capacho do deus mercado quase quebra de verdade a empresa e entrega o pré-sal as petroleiras internacionais.
Canalha!
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Mais pobres pagam conta da greve dos caminhoneiros (?)

"O Diário Oficial da União (DOU), na edição extra desta quinta-feira (31), traz medida provisória que estabelece o cancelamento dotações orçamentárias em diversas áreas, como programas de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), concessão de bolsas, aquisição de áreas para a reforma agrária e policiamento de rodovias, entre outras. No total, foram extintas despesas que somam R$ 1,2 bilhão. A meta é viabilizar recursos para o programa de subsídio do óleo diesel, que manterá preços fixos do combustível até o fim do ano.

O governo também vai usar recursos de reservas de contingência que não estavam sendo usadas porque extrapolam e emenda do teto dos gastos, no valor de R$ 6,2 bilhões, bem como uma outra reserva de capitalização de empresas públicas: R$ 2,1 bilhões.
Além disso, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, anunciou a sanção do projeto de reoneração da folha de pagamento para 39 setores da economia, que vai gerar economia de R$ 830 milhões, além da redução e eliminação de incentivos fiscais para exportadores e indústrias química e de refrigerantes, somando outros R$ 3,18 bilhões. No total, o governo espera arrecadar R$ 13,5 bilhões para viabilizar o desconto no diesel."
Traduzindo: O governo do canalha e golpista Michel Temer tira dos mais pobres, que necessitam dos serviços do Estado para garantir lucros para os rentistas da Petrobras.
Os coxinhas, seguidores de patos e paneleiros vão embolsar quanto mesmo?
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Cantiga da perua

Pior ainda que antes
Ao fim e ao cabo a desastrosa política de preços da Petrobras quedou intacta. Com o agravante de que quem vai pagar a conta, para preservar os lucros e dividendos dos acionistas da empresa, é todo o povo brasileiro através de uma câmara de compensação.
Ou seja, o orçamento público, já garroteado pela PEC do Teto, será ainda mais aviltado para subsidiar o preço do diesel. Como a política dos golpistas é a de importar combustíveis, principalmente dos EUA, e sucatear nossas refinarias, vale dizer que o dinheiro público estará preservando os lucros dos acionistas e, pior ainda, o diesel produzido nas refinarias estrangeiras.
A política do golpe é uma desgraça em si mesma. E agora é uma desgraça com requintes de crueldade pois traz um remédio grotesco para algo que já era também grotesco.
Confiam na burrice alheia; confiam que ninguém além deles próprios tenha percebido o absurdo inimaginável do "acordo" que foi feito para encerrar o movimento paredista.

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MP processa Dilma e assessores por preços baixos dos combustíveis

O mesmo MP não abre o bico contra política de preços extorsiva praticada hoje na Petrobras pelo tucano Pedro Parente. Mais alguma prova de qual lado estão os procuradores do país?


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Parente ataca novamente, amanhã gasolina sobe 0,94%

Enquanto a população sofre os efeitos da paralisação dos caminhoneiros Pedro Parente, presidente da Petrobrás debocha e mostra quem manda na empresa, ele e os acionistas dos fundos abutre (EUA).

Maio vai fechar com aumento de 9,42%.

Parabéns!

Viva o Brazil zil!

P.S: enquanto isso a máfia do judiciário decreta que a greve dos petroleiros que defendem os interesses da empresa e do consumidor brasileiro é ilegal. Merecemos!


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Parente aumentou em 100% importação dos EUA

"A compra de gasolina junto a multinacionais, por exemplo, saltou 53% em 2017. Já a importação de diesel subiu 63,6 % no mesmo período. A participação dos Estados Unidos é central nesse processo: entre 2015 e 2017, as importações de diesel norte-americano dobraram, passando de 41% para 82% do total importado"
Fonte: Brasil de Fato

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Bob Fernandes: os poderes divinos do Deus Mercado

bobcam
Até uma semana antes, diante de um país ajoelhado e crente, pregavam os poderes divinos do “Deus Mercado”.
“Mercado” é imemorial engrenagem da vida econômica-social. Mas, nestes tempos, vendido e comprado como ente onipresente, Supremo.
Esse “Mercado” tornado divino foi atropelado. Junto, atropelado o país crente e ajoelhado.
Atropelado por outra entidade apresentada como sobrenatural: “Os Caminhoneiros”. Na vida terrena seriam 1,5 milhão entre sindicalizados e autônomos.
Obviamente de todos os credos. Mas é fato que Bolsonaro os atiçou publicamente.
É fato que muitos “Caminhoneiros” juraram amor a Bolsonaro… E que trancaram estradas para derrubar Dilma.
E fato que agora, sem perceber o que avançava no rastro do caos, esquerdas embarcaram nessa.
Só depois se perceberia: “Caminhoneiros” são peões. E seus patrões exploraram suas pautas e misérias. Tramaram e pilotaram essa “greve”; o “locaute”, ilegal.
Razões são infindáveis: a geopolítica dos produtores mundiais de petróleo. Tensões múltiplas no Oriente Médio. Trump ameaçando o Irã…
Valorização do dólar de apostadores externos diante do real…
Política de preços da Petrobras; para corrigir retenção via subsídios do governo Dilma, a diarréia mercadísta: em 30 dias, 16 aumentos da gasolina e diesel…
País refém de caminhões em rodovias, sem sistema ferroviário, hidroviário etc.
Mas não faltaram avisos, por escrito. Dos patrões e peões. Para governo que inexiste. Por ser ilegítimo, produto de uma Farsa.
Farsa porque depôs governo acusando-o de corrupção sabendo que empossaria quadrilhas.
Farsa porque berros anticorrupção silenciariam. Porque seletivos, mesmo diante da mais escancarada corrupção.
Farsa porque tantos que comandaram espaços, vozes e atos não resistem às próprias histórias. E a de seus negócios.
Farsa por venderem que “o Estado” é só “O Mal”. E que “O Mercado” é “Divino”.
Agora, 10 bilhões de subsídios… Do Estado…contribuintes. E prejuízos estimados em mais de 10 Bilhões.
Farsa com entreatos de comédia; como pizzas sendo entregues a cavalo em São Paulo.
Farsa que, com ou sem “Caminhoneiros”, não acabará… Farsas podem se transformar em tragédia.
Comentário do jornalista Bob Fernandes no Jornal da Gazeta, ontem a noite. O resumo perfeito do momento nacional.
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Luis Nassif: xadrez como Parente prepara-se para o golpe do século

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, virou o fio. E não propriamente pela política de preços com reajuste diário. Sua estratégia de esvaziamento da Petrobras se tornou muito óbvia, tornando-o vulnerável a qualquer investigação, assim que o país sair do torpor atual
A lógica:
Passo 1 – Petrobras é uma empresa sem problemas de crédito, cujas colocações de títulos no exigente mercado norte-americano tiveram uma demanda várias vezes superior. Mesmo assim, Parente optou por vender ativos para antecipar pagamento de dívidas, comprometendo a receita futura da empresa.

Passo 2 -  Praticou uma política de preços para derivados visando viabilizar a competição dos importados, gerando uma capacidade ociosa de 25% nas refinarias próprias. Ou seja, entregou mercado de graça (ou não) para a concorrência, ao mesmo tempo que está colocando refinarias à venda.
Passo 3 – Fechou um acordo bilionário, de US$ 3 bilhões, com acionistas norte-americanos, muito superior ao que o próprio mercado esperava.
Passo 4 -  agora, entra-se na fase final, que consiste em inviabilizar o mercado de títulos para a Petrobras e, com isso, forçar a venda das reservas do pré-sal.
Como fica nosso quebra-cabeças:

Peça 1 – a jogada da Eletrobras

Pedro Parente segue o mesmo modelo de atuação da 3G – de Jorge Paulo Lehmann – na Eletrobras. No artigo “A 3G e o negócio do século com a Eletrobras” detalhei essa estratégia.
Primeiro, fincou posição na empresa, tendo acesso ao conselho. Depois, divulgou estudos para justificar um valor contábil ridículo. Uma companhia com ativos avaliados em 400 a 600 bilhões de reais, com dividas de 39 bilhões e passivos ocultos de 64 bilhões, mas que podem ser liquidados por um terço disso, cujo controle poderia ser comprado por R$15 bilhões.
A 3G é um sócio minoritário da Eletrobrás. A empresa está sendo preparada para ser vendida aos chineses. No plano de privatização está embutido a descontratação da energia. Ou seja, a possibilidade de toda a energia produzida pela empresa ser jogada no mercado livre – com a previsível explosão das tarifas.
Sem investir um tostão, os grandes acionistas, como a 3G e o grupo Jabbur, ganharão literalmente bilhões de dólares com a mera valorização de sua participação.

Peça 2 – a jogada da Petrobras

Charge da tarde

- Camarada, onde posso encontrar diesel barato e um país governado por um presidente eleito democraticamente?


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Caminhoneiros: o maior impacto na História do Brasil, por Aldo Fornazieri


"O medo tem alguma serventia, mas a covardia, nenhuma" 
Nenhum acontecimento da história do Brasil teve um impacto tão avassalador sobre o conjunto da sociedade e do Estado, em todas as suas dimensões, tal como este produzido pelo movimento paredista dos caminhoneiros. Nem a Independência, nem a proclamação da República, nem a Revolução de 1930, nem a Segunda Guerra, nem o golpe militar de 1964, nem o Plano Collor, nada produziu um efeito tão universal sobre todos os aspectos da vida nacional. Com exceção de poucos lugares remotos do país, todos os demais lugares setores foram afetados. Nem mesmo uma guerra teria um efeito tão avassalador. Foi como se o Brasil fosse atacado em todo o território nacional, em todas as suas cidades, em todos os ramos de atividade, em todas as linhas de  abastecimento. A singularidade que o movimento dos caminhoneiros produziu talvez não tenha similaridade em nenhum outro país.
O movimento dos caminhoneiros revelou o grau de abandono do povo brasileiro e desnudou a mediocridade da política nacional - da direita, do centro e da esquerda; do governo e da oposição. Pôs à luz do sol a falência das instituições do Estado, dos partidos e das lideranças políticas. Espatifou a autoridade do Executivo, do Legislativo e do Judiciário reduzindo-os à impotência. Emudeceu os falsos moedeiros do mercado e ensinou aos movimentos populares como se para o país. Comprovou os equívocos das nossas opções estratégicas de desenvolvimento. Ninguém tinha nada a fazer e ninguém tinha nada a dizer. O povo, mesmo sacrificado pelo desabastecimento, na sua sabedoria espontânea, fez o que era certo: apoiou o movimento porque suas demandas são justas e o que é justo precisa ser apoiado.

Brasil refém de um desgoverno golpista

"O tic de fechar a boca, como quem está engolindo a saliva que escorre do beiço; as mãos magras, desossadas, melífluas, espelhos da alma; a dissimulação de disfarçar a leitura do teleprompter com observações vazias, e, principalmente, o tom impositivo, ridículo para cenas de rendição, como que estivesse batendo em retirada de costas, para não levar projéteis no traseiro. Todo esse conjunto ajuda a compor a mais execrável personalidade política da história da República." Leia mais Aqui

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Luis Nassif: A rendição do Michê e a não solução para a greve

O tic de fechar a boca, como quem está engolindo a saliva que escorre do beiço; as mãos magras, desossadas, melífluas, espelhos da alma; a dissimulação de disfarçar a leitura do teleprompter com observações vazias, e, principalmente, o tom impositivo, ridículo para cenas de rendição, como que estivesse batendo em retirada de costas, para não levar projéteis no traseiro. Todo esse conjunto ajuda a compor a mais execrável personalidade política da história da República.
Depois de ameaçar os caminhoneiros com processo e prisão, depois de anunciar o fim dos bloqueios várias vezes, o presidente Michel Temer encerra o dia pedindo pelo amor de Deus para os caminhoneiros voltarem ao trabalho. E paga a conta com recursos fiscais, sangrando ainda mais um quadro fiscal desastroso. Aliás, em todos esses movimentos, não foi notada a presença do Ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
A subordinação da política energética à lógica de mercado atropela o próprio documento legal que dispõe sobre o tema, a Lei 9478/97, como informa a economista Ceci Juruna. Aliás, a posição de parte majoritária da velha mídia, não aceitando qualquer decisão que possa impor algum custo aos acionistas da Petrobras, ainda que à custa do bolso do contribuinte e do consumidor, é significativa desses tempos de profunda ignorância jurídica, de desconhecimento sobre o chamado interesse nacional e de adesão cega ao mercadismo mais irresponsável.
É um tratamento escandaloso, a começar do mega-acordo da Petrobras, nas ações propostas por minoritários norte-americanos. Diz a lei:
CAPÍTULO I - Dos Princípios e Objetivos da Política Energética Nacional

Art. 1º As políticas nacionais para o aproveitamento racional das fontes de energia visarão aos seguintes objetivos: 
- preservar o interesse nacional;
II - promover o desenvolvimento, ampliar o mercado de trabalho e valorizar os recursos energéticos; 
III - proteger os interesses do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos; (...)

Com margem de lucro de 50% para Petrobrás, diesel custaria apenas 2,30

Em artigo publicado há pouco no site da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), o engenheiro e especialista no setor de petróleo, Paulo Cesar Ribeiro de Lima, que também já foi consultor Legislativo, tanto do Senado Federal, quanto da Câmara dos Deputados.

A breve análise de Ribeiro Lima reforça o que se tem exaustivamente dito sobre a oneração que se teve no preço dos combustíveis, desde que a estatal passou a enviar petróleo bruto para o exterior e importar derivado dos EUA.

O artigo traz dados que tornam o argumento como imbatível para se entender a questão que levou o Brasil à crise do diesel que estourou esta semana no país. Se o objetivo é compreender tudo aquilo que envolve a questão do preço do diesel no Brasil, você não pode deixar de conferir o artigo e guardar as referências.

A produção e refino de petróleo como utilidade pública
Lavra e refino são monopólios da União
Paulo César Ribeiro Lima [1]

Como bem estabelece a Constituição Federal, em seu art. 177, tanto a lavra quanto o refino são monopólios da União, que, por sua vez, pode contratar essas atividades com empresas estatais ou privadas. Transcreve-se, parcialmente, esse artigo:

“Art. 177. Constituem monopólio da União:

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
(...)
      § 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
(...)”

Também é importante destacar que o abastecimento nacional de combustíveis é considerado atividade de utilidade pública, nos termos da Lei nº 9.847 de 26 de outubro de 1999:
“Art. 1º A fiscalização das atividades relativas às indústrias do petróleo e dos biocombustíveis e ao abastecimento nacional de combustíveis, bem como do adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e do cumprimento do Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis, de que trata a Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, será realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ou, mediante convênios por ela celebrados, por órgãos da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 1º O abastecimento nacional de combustíveis é considerado de utilidade pública e abrange as seguintes atividades:

I - produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, comercialização, avaliação de conformidade e certificação do petróleo, gás natural e seus derivados; (...)”

Em resumo, a produção e o refino de petróleo não podem ser tratados como um simples negócio privado com foco no lucro empresarial e no mercado, como tem ocorrido, ilegalmente, no País.

O Brasil, com a descoberta da província petrolífera do Pré-Sal, tem oportunidade única de se tornar autossuficiente tanto em petróleo quanto em combustíveis. Importa ressaltar que o País é exportador líquido de petróleo, mas importador líquido de derivados de petróleo.

Nos anos recentes, o Brasil tem sempre exportado petróleo pesado e importado petróleo mais leve para gerar uma carga adequada para as refinarias. No entanto, nos últimos anos, foi muito grande o aumento das exportações de petróleo, conforme mostrado na Figura 1.

Figura 1 – Evolução das exportações de petróleo cru.

Em 2005, o Brasil exportou cerca de 100 milhões de barris; em 2017, as exportações foram superiores a 350 milhões de barris. Se esse petróleo exportado, produzido a partir da exploração de um bem da União, nos termos do art. 20 da Constituição Federal, fosse refinado no Brasil, seriam gerados empregos e autossuficiência em derivados de petróleo, tão importantes para o desenvolvimento sustentável do País.

A consequência das exportações de petróleo cru e a pouca importância dada às atividades de refino é o aumento das importações de derivados, como mostrado na Figura 2.

Figura 2 – Evolução das importações de derivados básicos.

Em 2005, o Brasil importou apenas cerca de 15 milhões de barris de óleo diesel; em 2017, a importação desse derivado ultrapassou 80 milhões de barris. No passado, o País era exportador de gasolina; em 2017, o Brasil importou mais de 28 milhões de barris desse combustível. Também grande foi o aumento das importações de gás de cozinha, o chamado gás liquefeito de petróleo (GLP), cujas importações aumentaram de cerca de 5 milhões de barris em 2005 para mais de 20 milhões em 2017.

Essas importações de derivados provocam um grande impacto nos preços aos consumidores brasileiros, pois são comprados a preços de mercado internacional em dólares e sujeitos a variações cambiais. Além disso, há um custo de internação para trazer esses combustíveis para o Brasil.

As licitações de blocos da província do Pré-Sal são, então, uma grande oportunidade para fazer com que o Brasil se torne autossuficiente em derivados básicos como óleo diesel, gasolina e GLP.

Bastava que as resoluções do CNPE e os editais da ANP, que estabelecem as condições contratuais, condicionassem as exportações de petróleo cru ao abastecimento do mercado nacional com combustíveis produzidos no Brasil. Se isso ocorresse, estariam resolvidos os graves problemas do mercado nacional de combustíveis.

Atualmente, o custo de extração do Pré-Sal já é inferior a US$ 7 por barril. O preço mínimo do petróleo para viabilização dos projetos do pré-sal (break-even ou preço de equilíbrio), que era de US$ 43 por barril no portfólio da Petrobrás de três anos atrás, caiu para US$ 30 por barril no plano de negócios em vigor, o que representa uma redução de 30%. Adicionados ao custo de extração outros custos como depreciação e amortização, de exploração, de pesquisa e desenvolvimento e de comercialização, entre outros, o custo total de produção pode chegar a US$ 20 por barril.

Mas não é apenas o custo de produção do Pré-Sal que é baixo, o custo médio de refino da Petrobrás no Brasil também é baixo, muito inferior ao do exterior, conforme mostrado na Tabela 3. Nos últimos quatro trimestres, o custo médio de refino da Petrobrás foi inferior a US$ 3 por barril.

Figura 3 – Custo médio de refino da Petrobrás.

O custo total de produção somado ao custo de refino totaliza apenas US$ 23 por barril. Se o preço de equilíbrio for somado ao custo médio de refino, em vez do custo total de produção, chega-se a um custo médio de US$ 33 por barril de combustível.

Somados outros custos administrativos e de transporte, o custo médio de produção de óleo diesel, por exemplo, seria de, no máximo, US$ 40 por barril. Utilizando-se uma taxa de câmbio de 3,7 Reais por Dólar e que um barril tem 158,98 litros, o custo médio de produção do diesel é de apenas R$ 0,93 por litro.

Ocorre que a Petrobrás, antes da redução de 10% no preço do óleo diesel por 15 dias, estava praticando um preço médio nas refinarias de R$ 2,3335 por litro, o que representa uma margem de lucro de 150%. Depois dessa redução, o preço do óleo diesel nas refinarias reduziu-se para R$ 2,1016 por litro.

Mesmo após essa redução de 10%, a margem de lucro da Petrobrás de 126% seria altíssima Assim sendo, não faz sentido a estimativa de que a União poderia ter que repassar R$ 4,9 bilhões à estatal até o final do ano. Em relação ao óleo diesel produzido a partir do petróleo nacional, essa redução de 10% representa apenas uma diminuição nas margens de lucro de 150% para 126%, ambas altíssimas.

Se todo o óleo diesel consumido no Brasil fosse produzido internamente a um custo de R$ 0,93 por litro, o preço nas refinarias, mesmo com uma margem de 50%, seria de R$ 1,40 por litro, valor muito inferior ao praticado pela Petrobrás, de R$ 2,3335 ou R$ 2,1016 por litro.

Estima-se, a seguir, qual seria o preço nos postos se o preço de realização da Petrobrás, nas refinarias, fosse de R$ 1,40 por litro. A esse valor têm que ser acrescidas as seguintes parcelas, por litro:

- Cide: R$ 0,05;
- Pis/Cofins: R$ 0,298;
- Margem de distribuição e revenda (cerca de 9%): R$ 0,207;
- ICMS (15%, em média): R$ 0,345.

Observa-se, então, que se o petróleo do Pré-Sal for refinado no Brasil, ele poderá ter um preço nos postos de combustíveis de R$ 2,30 por litro; preço muito menor que o atualmente praticado que é superior a R$ 3,50 por litro.

Conforme mostrado na Figura 4, a carga tributária incidente sobre o óleo diesel, de apenas 29%, é muito baixa quando comparada a outros países. Na Europa, a carga tributária sobre esse combustível é bem superior a 50% e mesmo o diesel sendo importado, o valor pago na refinaria é menor que no Brasil. Os tributos cobrados chegam a ser três vezes maiores que no Brasil.

Nesse contexto, não faz sentido que a União deixe de arrecadar, anualmente, cerca de R$ 14,9 bilhões, relativos a Pis/Cofins, como aprovado pelo Plenário da Câmara dos Deputados, no dia 23 de maio de 2018, e R$ 2,5 bilhões, relativos à Cide. Registre-se que 29% da Cide é repassada a Estados e Municípios.

Os dados mostrados na Figura 4 demonstram, claramente, como a atual política de preços no Brasil é tecnicamente equivocada.

Figura 4 – Composição do preço do óleo diesel em diversos países.

Dessa forma, não se justifica reduzir tributos sobre esse combustível, que podem ser importantes para a consecução de políticas públicas em quadro de crise fiscal. A grande parcela, e que precisa ser reduzida, é o valor pago na refinaria, que representa 55% do preço nas bombas.

O alto preço de realização nas refinarias do Brasil decorre do fato de a política de preços da Petrobrás acrescentar ao preço no Golfo (Estados Unidos) um custo de transporte, de taxas portuárias e de margem de riscos. Assim, o preço da estatal é mais alto que o preço no mercado internacional.

Está também sendo repassada para os consumidores, até diariamente, a volatilidade tanto dos preços no mercado internacional quanto do câmbio para a população, o que não faz, tecnicamente, o menor sentido. A redução dessa volatilidade pode ocorrer por diversos métodos, como bandas ou médias móveis, como ocorre nos países não autossuficientes em derivados. Nesses países, os períodos de amortecimento variam de semanas a meses.

A Figura 5 mostra os preços de realização nas refinarias da Petrobrás do óleo diesel S-10 e S-500, assim como o óleo diesel de baixo enxofre nos Estados Unidos (Golfo).

Figura 5 – Evolução dos preços do óleo diesel depois da nova política da Petrobrás.

Como mostrado na Figura 5, além de voláteis, os preços nas refinarias do Brasil são mais altos que nos Estados Unidos (Golfo), em razão da atual política de preços da Petrobrás.

Em suma, mesmo que a Petrobrás tivesse uma margem de lucro de 50%, o óleo diesel poderia ser vendido nos postos a R$ 2,30 por litro, desde que o petróleo fosse produzido e refinado no Brasil. Daí a importância de se combater o Edital da 4ª Rodada de Licitações do Pré-Sal, por não fazer qualquer exigência relativa a refino no País.

Se os contratos assinados com as empresas petrolíferas estabelecessem esse tipo de exigência, por certo não estaríamos vivendo a dramática crise de abastecimento que ora assola o País.

Referências do autor e gráficos (figuras):
[1]Paulo Cesar Ribeiro Lima foi engenheiro da Petrobrás, Consultor Legislativo do Senado Federal e Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados.

[2] Disponível em http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/vamos-bater-meta-de-producao-e... Acesso em 24 de maio de 2018.

[3] Disponível em  http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/preco-do-diesel-tem-reducao-de... Acesso em 24 de maio de 2018.

[4] Disponível em http://www.petrobras.com.br/pt/produtos-e-servicos/composicao-de-precos-... Acesso em 25 de maio de 2018.

Fonte: Site da Aepet no link: http://www.aepet.org.br/w3/index.php/artigos/artigos-da-aepet-e-colabora

Guilherme Boulos sobre a crise dos combustíveis

A Petrobras tem de servir ao público [cidadãos brasileiros] e não para dá lucro a rentistas estrangeiros

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Destaque dominical


A Petrobrás é a raiz do golpe, por André Araújo

Não há nenhuma grande petrolífera estatal à venda no mundo e elas são 13 das 20 maiores empresas globais de petróleo. Especialmente não há nenhuma estatal petroleira à venda com grandes reservas de petróleo. É muito menos há estatais à venda com reservas de petróleo no Hemisfério Ocidental.
Nesse sentido a PETROBRAS  é única. Não só tem as reservas como tem os meios de extrai-la já prontos,  ganha-se três anos que levaria para explorar um campo virgem. Nesse quadro a PETROBRAS é o objetivo estratégico numero 1 na área de petróleo, especialmente com a elevação do nível de conflitos no Oriente Médio. Nada melhor que um governo frágil para permitir a execução desse projeto de privatização que já começou com a venda de ativos estratégicos da empresa, como oleodutos e a BR Distribuidora, já se anuncia a venda de refinarias, uma empresa em liquidação, a venda final será do pré-sal.

A assunção do grupo Temer ao poder só foi possível com o aval do “mercado”. O preço foi a entrega da totalidade da área econômica a delegados do mercado, Meirelles e Goldfajn na linha de frente, Paulo Pedrosa no Ministério de Minas e Energia, Maria Silvia no BNDES, Wilson Ferreira na ELETROBRAS.

Meme do dia

Não há comparação entre um governo que está a serviço do cidadão com um desgoverno que está a favor do patrão.

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As manifestações em quadrinhos

"(...) se alguém ainda tinha qualquer dúvida sobre a natureza da "greve", esta foi eliminada pelo acordo CRIMINOSO feito entre o "governo" de Temer, o Pequeno, e os "grevistas". Basicamente, o governo concordou em subsidiar o mercado, usando dinheiro público para manter o valor da Petrobrás para os acionistas (com grande número de estrangeiros) ao mesmo tempo em que diminui o valor do diesel para o patronato, os donos das frotas (que compõem a maioria da malha de transporte rodoviário)", Pablo Villaça

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