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Todos estão errados

Nenhum tipo de violência produz PAZ. Tanto Israel como os países ÁRABES estão errados. Não vejo nos blogs quando TERRORISTA PALESTINOS massacram judeus em suas aldeias, nenhum tipo de revolta. Ninguém escreve uma linha para condenar a matança promovida pelo PALESTINOS. 
A mesma revolta de hoje deveria ser também quando judeus morrerem em atentados suícidas pelo palestinos. Atenciosamente, Daniel (Pearl) Bezerra - editor do DESABAFO BRASIL, a coragem de dizer! 

Holocausto Izraelita

Diz-se que fazer perguntas é uma forma de tentar resolver problemas, então proponho uma questão:
Quais as variáveis que mais influenciam nas hostilidades entre israelenses e palestinos, ou seria entre judeus e mussulmanos?
1. Lítígio territorial.
2. Divergências religiosas.
3. Forças ocultas.
4. Antipatia etnica (preconceito, racismo mútuo).
5. Efeito inercial (já não sabem porque se hotilizam, mas continuam se hostilizando porque virou uma tradição).
6. Outros.
Talvez a ONU devesse retornar às raizes desse conflito e tentar recompor todo o processo. 


Natal - vendas do vajejo batem record

As vendas do varejo no Natal de 2007 foram as melhores dos últimos dez anos. As de 2008 estão acima do ano precedente. Os dados são da Associação Comercial de São Paulo.

Comércio registra alta de 2,8% nas vendas no país, diz Serasa.

Nos shoppings, o avanço das vendas foi de 3,5%

A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) divulgou os números das vendas nos shoppings no período do Natal, que mostraram um aumento real (já com o ajuste da inflação) de 3,5%.

Pois bem, a manchete no site da Globo é: “Vendas no Natal ficaram abaixo do previsto”. Na Folha Online é: “Vendas com carnê caem, mas cheque salva Natal”.

A Folha Online tem também outra informação:

“As vendas na temporada de compras de fim de ano nos EUA tiveram uma queda entre 5,5% e 8% em 2008, na comparação com 2007, segundo dados preliminares levantados pela SpendingPulse, divisão da MasterCard Advisors que compila dados de compras pagas com cartões de crédito e cheques.”

A população parece ter levado em conta a sugestão dada pelo presidente Lula no seu discurso de fim de ano:

“E você, meu amigo e minha amiga, não tenha medo de consumir com responsabilidade. Se você está com dívidas, procure antes equilibrar seu orçamento. Mas, se tem um dinheirinho no bolso ou recebeu o décimo terceiro, e está querendo comprar uma geladeira, um fogão ou trocar de carro, não frustre seu sonho, com medo do futuro.
Porque se você não comprar, o comércio não vende. E se a loja não vender, não fará novas encomendas à fábrica. E aí a fábrica produzirá menos e, a médio prazo, o seu emprego poderá estar em risco.
Assim, quando você e sua família compram um bem, não estão só realizando um sonho. Estão também contribuindo para manter a roda da economia girando. E isso é bom para todos.”

Solange, a indemissível

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fracassou novamente na missão de prevenir os transtornos nos aeroportos nas festas de fim de ano. Desta vez o problema foi com a Gol. Há dois anos tinha sido com a TAM. Blog tem arquivo e é possível recordar (leiaDesmilitarização) que no fim das contas a TAM foi absolvida pela Anac das acusações de overbooking de dois anos atrás. Na época do "caos aéreo" eu me irritei (leia Uma conversa de bar sobre Caim e Abel). Hoje, quando a Anac ameaça ir para cima da Gol, eu simplesmente dou de ombros. 
A Anac é mesmo uma comédia, pelo menos para quem não anda de avião. Para quem anda, é uma tragédia. Como as demais agências reguladoras em seus respectivos ramos. 
A Anatel, por exemplo, nada faz para impedir que o brasileiro pague um serviço de telefonia celular entre os mais caros do mundo. Minha proposta é conhecida. Uma maneira eficaz e imediata de conter os gastos de custeio seria extinguir as agências reguladoras. Que no Brasil não regulam nada. Pelo menos nada de bom. Escrevi em Madame de casaco de peles no calor:
    O argumento mais consistente que os defensores das agências apresentam para justificar sua posição, depois da evidente crise da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), é que as agências funcionam, sim, dependendo que quem for nomeado para elas. Ora, mas se o bom funcionamento da agência depende de quem é indicado para ela, e se essa indicação é invariavelmente política (como tem que ser), para que então serve mesmo a agência? Para acrescentar uma estação no calvário de quem precisa se relacionar com o estado para vender produtos ou serviços? Ademais, quem nomeia o diretor de agência é o Executivo. Por isso também é que a coisa é toda meio surreal. Verdade que depois de indicada a pessoa precisa passar por uma sabatina no Senado. Na maior parte dos casos trata-se apenas de uma formalidade. O exame que vale mesmo é o de QI. Quem indicou. Infelizmente, o Brasil é assim. Aí pegam um modelo que pode tar dado certo não sei onde e transplantam para cá. É como aquelas madames que andam de casaco de peles em Teresina (PI), Cuiabá (MT) ou Ribeirão Preto (SP). No caso desta última, no verão. Antes que briguem comigo advirto que as cidades foram escolhidas pela alta temperatura, e não por qualquer critério regionalístico. Madames de casaco de peles suando num calor de 40 graus, é isso que somos, brincando de agências "reguladoras" enquanto a vida dos consumidores é um inferno. Nossas agências reguladoras convivem bem, por exemplo, com uma telefonia celular caríssima para o consumidor, que precisa comprar um aparelho que só funciona em determinada operadora e não pode transportar o número quando resolve mudar de empresa [isso mudou parcialmente desde que o texto foi escrito]. As agências reguladoras são emblemáticas de uma certa ideologia, que busca "blindar" o estado contra as supostas más influências da política. A pessoa perde a eleição porque "o povo não sabe votar", mas deixa os seus amigos lá, nos cargos, para continuar influindo. Eu penso ao contrário, penso que o estado deve ser cada vez mais permeável à política.
As agências reguladoras são uma herança maldita dos anos 90, quando se acreditava que o mercado deveria ser vacinado contra os excessos da política, para acrescentar eficiência ao Estado e conforto ao cidadão. Não aconteceu nem uma coisa nem outra. Criaram se novos cabides de empregos e duplicou-se o guichê. Isso não deixou o Estado mais eficiente e tampouco melhorou a vida do consumidor. Já que não deu certo, é preciso mudar. 
O caminho é simples e óbvio. Reabsorver na esfera governamental as funções das agências. Sem estabilidade de emprego para os encarregados de zelar pelo interesse público. Se eu, por exemplo, achar que a presidente da Anac, Solange Vieira, deve ser demitida, hoje não tenho o que fazer. Ela goza de estabilidade no emprego. Nem o presidente da República pode mandá-la embora. Teoricamente, é claro. 
As agências reguladoras acabaram dando nisso, viraram um abscesso. Coisa que não se trata com antibiótico, mas com bisturi. 
Solange não tem exibido a necessária competência, mas aposto que não será pressionada a sair. Não vai se passar com ela o que aconteceu com o antecessor, impelido a cair fora. Sabem por quê? Porque Solange é a favor da privatização dos aeroportos (dos lucrativos, é claro). 
Acontece agora o que se previu aqui no blog tempos atrás, depois que mudou o ministro da Defesa (leia Bravata e dinheiroOu vende a Infraero ou paramos o Brasil). 
A infraestrutura para viajar de avião no Brasil não melhorou, mas a cobrança da assim chamada opinião pública está bastante atenuada. 
Depois, quando eu digo que Luiz Inácio Lula da Silva é um gênio da política, as pessoas acham ruim. 
Lula acenou com um brinquedinho lucrativo para os amigos da opinião pública (leia Lula pede água a quem deseja o seu sangue). E a opinião pública acalmou-se. 
Os passageiros de avião no Brasil continuam à mercê do oligopólio, mas a perspectiva de bons negócios ajuda a desanuviar o ambiente.
POR ALON FEUERWERKER

Prisão em Marte

Chamei Maria a um canto, e enquanto fazia apressadamente as minhas malas, dei ciência a ela da minha fuga apressada. A nave espacial partiria dali a três horas, em direção a Marte, com escala no Abalaikisthan.
 
Resolvi sacrificar meu Gzerbo, um animal que havia trazido de Saturno. Não podia deixá-lo na Terra, sob pena de vê-lo alimentado pelos ignorantes que não entendem desse tipo de bicho de estimação. Quanto mais você alimenta um Gzerbo, mais ele emagrece, definha e morre. E, o pior, quanto mais carinho se lhe dá, mais feroz ele fica. Um Gzerbo precisa apanhar, levar chibata todo dia e quase morrer de fome para ficar forte. Assim são as criaturas de Saturno e exatamente por isso, decepei a cabeça do meu Gzerbo e triturei seu corpo cheio de escamas, penas e couro grosso. O Gzerbo gritava de felicidade e teve gente que chegou a pensar que eu estava maltratando o animal.
 
— ´Você volta, bem?´ — perguntou-me Maria. 
- Não sei. O Salman Rushidie me aconselhou ficar em Marte por uns tempos, já que havia uma jihad lançada contra a minha pessoa. Estava acabando de fazer as malas quando ouvi a gritaria histérica lá fora: ´Mata! Mata! Mata!´, seguido de ´ignorante, imbecil, medíocre, etc.!´ — tudo por conta de uns posicionamentos relacionados com a teoria quântica dos elementos subjetivos das porções hidrotérmicas dos qualifásicos.
 
-´Vai logo, bem; vai logo antes que eles arranquem a tua cabeça...´ — aconselhou-me Maria. 
Saí pelos fundos, peguei o táxi-foguete e fui para o campo de lançamento da minha nave hiper-super, triplamente veloz, capaz de viajar dez vezes a velocidade da luz. Pela escotilha da nave estelar ainda pude ver um dos manifestantes, mais radical entre os xiitas da manifestação que pedia a minha cabeça, agarrada à fuselagem. Fosse coisinha pouca mais magra e menos feia, teria conseguido seguir-me até o meu destino. Numa fração de segundo ela desprendeu-se da asa do navio espacial e sumiu na estratosfera, ganindo, gritando, rosnando, vomitando seu ódio. Menos de cinco horas depois, cheguei a Marte. Fui recebido pelo conselho de imigração que seleciona os banidos de outros planetas, de outros mundos, de outras galáxias. Fizeram todos os exames para a minha admissão e me conduziram a uma cela onde já havia um senhor de respeitável semblante.
 
- ´Antonio!´ — apresentei-me. 
- ´Jorge!´ — respondeu-me com um aperto de mão forte. 
- ´Por que vieste parar aqui?´ - perguntou-me Jorge. 
- ´Escrevi uma crônica que abalou a minha cidade, parte do meu país e um mundo de radicais caiu de pau em cima de mim. Uma coisa horrorosa!´ — respondi-lhe. 
- ´E o senhor?´ — dei-me ao direito de perguntar. 
- ´Ah, matei um dragão! Você foi perseguido apenas na sua cidade, no seu país. E eu, recentemente, estou condenado por um monte de associações que defendem os dragões...
- ´ Como é mesmo seu nome, insisti.
— Jorge, São Jorge!
— Ah! Pois então, tá!

A. CAPIBARIBE NETO

Talentarrão

Uma das personalidades de ´Os Maias´, inimitável retrato da cena portuguesa de seu tempo, de autoria de Eça de Queiroz, é João da Ega, um ´talentarrão´, como se dizia, àquele tempo, um cara destinado a ser gênio da literatura. De fato, brilhante, cheio de frases e ditos de espírito, passou a vida anunciando ´o livro´. Obra prima que deixaria Cervantes, Shakespeare, Homero no chinelo. A vida passou na janela, ele roeu heranças familiares e chegou à velhice sem nada haver produzido, a não ser belas desculpas.

Tipo conhecido

Tal tipo é muito conhecido nosso. Chega a ter grande cultura e imensa preguiça. Passa a vida, sem deixar traço de sua passagem. Quando muito, profere alguns ditos de sobremesa, algumas frases de efeito nas mesas de bar. Nada mais. Lembro-me de, ao chegar a Fortaleza, conhecer, de longe, figura deste tipo. Era professor de variada cultura que era aplaudido, pelos jovens, quando disputava (e perdia) cadeiras na Faculdade de Direito. Morreu e não deixou página escrita que lembrasse sua existência.

Não produzem

Falei que muitos destes que, até acumularam leituras e cultura, não publicam obra, livro que fale desse preparo, por preguiça. Existem, ainda, os orgulhosos. Os inseguros. Que não se arriscam a reunir, em volume, suas criações, com medo da crítica. Não confiam em si mesmo e receiam que os outros percebam que sua leitura era pouca ou insuficiente e a cultura não tão vasta e profunda como se pensava. Aí vivem e morrem em silêncio.

Nada devolvem

Grande número destes talentosos estéreis custou caro à sociedade e ao Estado, que lhes custeou estudos na cidade, fora dela, até no exterior. Não se acham na obrigação de devolver aos contemporâneos um pouco do que receberam, à custa deles.

Produziram

Sempre se falou muito mal de Josué Montello que deixou mais de 100 livros publicados e por isso será lembrado. Temos, em nosso meio Eduardo Campos que chegou a quase 70 de obra vasta na ficção, na pesquisa, na história, na sociologia que, como em toda obra muito grande, há altos e baixos e não podia ser doutra forma. Quem produz, deixa seu recado à posteridade e pode sofrer críticas. Só quem não as recebe são os estéreis, os que nada produzem. De qualquer maneira, sua herança é imortal. Será lembrado por ela.

Reconheço

É claro reconheço deficiências de meus livros. De qualquer maneira, já publiquei mais de 20, inclusive três deles em Portugal. Por conta deles, lá e aqui entre nós, se falará de Sobral, sua saga e sua gente, porque são meus temas obsessivos. Por menor seja meu papel literário, alguém, no futuro, lembrará um jornalista que publicou crônicas, pesquisas históricas, contos e um romance tendo a Princesa do Norte como cenário. Pode não ser a imortalidade, acredito e temo, será, pelo menos uma lembrança.
Lustosa da Costa