Um dos jeitos de aproveitar os tempos de Copa do Mundo é observar de perto o processo de glamourização do futebol. Esse clipe novo da Shakira eu acho que é um bom exemplo disso. A gente vê e dá vontade de sair jogando e “consumindo” futebol.
E nem falo com uma intenção de xingar o futebol e a Copa (ainda que eu veja como mais danoso do que benéfico), mas de sacar esse processo mais ou menos sutil que já vem acontecendo o tempo todo.
Ninguém só fuma, casa, joga futebol ou vai pra guerra. Cada engajamento nosso vem sempre acompanhado de seu respectivo “mundo de Marlboro” — são motivados também por algum tipo de encantamento estético e construção narrativa.
Enfim, vamos sendo cooptados pelo processo de glamourização da guerra, do heroísmo, da bebida, do cigarro, do consumo, do amor romântico, da ironia, da identificação por gênero, da posição política, da orientação sexual, da profissão, da religião, da família, da infância, da natureza, da ciência, da militância… A lista é infinita.
Xingar é até OK, mas acho que desenvolver um mínimo de clareza sobre isso é melhor. Até porque, se formos só xingar, o trabalho não vai acabar nunca.
Intencionalmente não linkei o clipe da Shakira porque na minha visão ele não vale seu tempo e é possível entender o texto sem vê-lo. Pra entender melhor essa decisão, recomendo os artigos:
Nota dos editores: esse é um post despretensioso, um formato rápido com o qual pretendemos experimentar para compartilhar com vocês ideias e recomendações que valem sua atenção.
FÁBIO RODRIGUES
Trabalha em espaços de aprendizado sobre como melhorar a vida e as relações, como ter melhor equilíbrio emocional e encontrar uma felicidade mais genuína – sem oba-oba, com o pé no chão da vida cotidiana. Coordenador do lugar e do CEBB Joinville, professor do programa Cultivating Emotional Balance, desenhista e professor de desenho, baixista na bandaVacine, pai do Pedro | www.fabiorodrigues.org