"EUA quer derrubar Putin e impor sua ideologia",
Fillippe de Valliers
O famoso político francês e líder do partido Movimento pela França, Philippe de Villiers, revelou ao jornal Le Figaro fragmentos da sua conversa com o presidente russo, Vladimir Putin, tida no Palácio de Livadia, na Crimeia.
Na sua ótica, “são absurdas as acusações lançadas à Rússia e ao seu presidente pelo Ocidente, enquanto a União Europeia está trabalhando para Washington”. Philippe adianta ainda que as sanções são “uma provocação e a humilhação dos povos que ainda tem dignidade”.
Em entrevista dada ao periódico Le Figaro salientou que os EUA estão deflagrando guerras por todo mundo para lidar com o problema de suas dívidas. Apelou para que a União Europeia não ceda à pressão e desenvolva a cooperação com a Rússia.
Philippe de Villiers se deteve na sua conversa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que se realizou na Crimeia. O encontro foi dedicado à assinatura de um protocolo sobre a criação conjunta de parques históricos, análogos ao famoso parque de recreio francês Puy du Fou, visando “pôr em destaque a história da Rússia e o significado da alma russa”.
Em palavras de Philippe de Villiers, fundador da companhia Puy du Fou, ele ficou pasmado com “o carismático líder russo que demonstra um vasto espectro de enfoques e atenção aos laços culturais” e que, ao mesmo tempo, “pretende manter a abertura da Rússia ao resto do mundo”. O presidente russo disse, por sua vez, que a Rússia se dispõe a receber investidores estrangeiros e franceses, frisando que encara a visita de Philippe de Villiers como “um sinal de diminuição da tensão”.
Por sua vez, o político e empresário da França salientou que o projeto russo se reveste de grande importância para sua companhia por poder atrair “eminentes artistas, pianistas, dançarinos e arquitetos russos, oriundos de um país da grande cultura e de sensibilidade impressionante”.
No parecer de Villiers, tal colaboração se vê como um gesto de paz: “Todas as pessoas amantes da paz que se preocupam com o destino da Europa e da Rússia, desejam pôr fim ao fomento da tensão. Eles compreendem que as sanções são uma provocação e a humilhação dos povos que ainda não perderam a sua dignidade. E isto se refere à Rússia”, acentuou.
Na sua conversa com Putin, Villiers realçou que o futuro da Europa “deve ser definido no continente europeu e não americano”, já que a União Europeia “não pode passar sem a Rússia”. Em suas palavras, todos os dias, ele costuma ouvir dos seus compatriotas uma frase interessante: “Na França de hoje, precisamos de um político como Putin em vez de Hollande”. Dito de outra maneira, os franceses necessitam de um líder patriota que possua uma visão clara da situação e esteja pronto a tomar decisões”.
De Villiers lembra que o presidente russo tinha recebido 63% dos votos nas eleições democráticas, razão pela qual desfruta de uma enorme popularidade em Moscou e na Crimeia.
“Os EUA se portam de forma absolutamente insensata, querendo transformar, à maneira da OTAN, o mundo inteiro e jogando fogo em toda a parte. Washington deseja arrastar a Ucrânia para a Aliança Atlântica e derrubar Putin para tomar sob seu controle a Rússia e implantar nela a sua ideologia de multiculturalismo, globalismo e consumismo. Os EUA tentam impor seu próprio modelo social, sobretudo, nos países tradicionais com as fortes raízes que lhes opõem a resistência”, enfatizou.
O homem de negócio francês ressaltou “estar lutando pela paz e amizade entre a Rússia e a França”. Mas a direção da União Europeia, infelizmente, não trabalha hoje para si, mas sim para os políticos norte-americanos: “A Europa se transformou em 51ª estrela da bandeira nacional dos EUA. Eu acuso os EUA de estarem deflagrando guerras pelo mundo inteiro, pelo que só dessa maneira podem resolver o problema da sua tamanha dívida, gerada pelo globalismo, preconizado por seus dirigentes”, acentuou.
Finalizando a entrevista concedida ao Le Figaro, Philippe de Villiers se pronunciou de novo pelo desenvolvimento da cooperação com a Rússia, criticando duramente a situação política no seu país: “O nosso atual rumo político me provoca náuseas, bem como a muitos outros franceses. Os círculos políticos da França, privados de trâmites ideológicos, perderam qualquer ligação com a sociedade francesa, se transformando numa cloaca fedorenta. Parece haver uma briga de galos numa pilha de estrume. Não quero voltar para esse estábulo. Que os galos resolvam seus litígios. Viva a amizade entre a Rússia e a França!”