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Êta presidenta estrategista


Dilma Bolada
Estou torcendo para a Aline ficar pois assim será menos um Bolsa Família se ela ganhar o programa!

O Dhomini e o Yuri precisam de um combo Bolsa Escola + EJA urgente! Tá vendo, isso que dá ter sido alfabetizado na era FHC!!!

No BBB de 2036 ninguém vai errar nenhuma palavra graças ao investimento de 100% dos royalties do petróleo para a educação graças a mim!

Um título pode dizer muito ou nada


“Amor” é uma palavra batida e banalizada que ganha uma dimensão épica no filme indicado, na semana passada, a cinco estatuetas do Oscar. Amor, do diretor Michael Haneke, Palma de Ouro em Cannes, retrata um casal de octogenários, Georges e Anne, professores aposentados de música clássica. A história narra nossa impotência diante da doença e da morte. 


Em duas horas de cinema ou um ano de vida real, dois atores magistrais, Jean-Louis Trintignant, de 82 anos, e Emmanuelle Riva, de 85 (a belíssima protagonista de Hiroshima meu amor em 1959), nos transformam em passageiros da agonia humana. A agonia diante do sofrimento da pessoa que amamos. O que fazer quando o doente nos faz prometer que nunca mais será hospitalizado? Estamos dispostos a adoecer junto? Será a doença mais forte que o amor?

À exceção de uma cena de concerto, o filme se passa inteiro dentro do apartamento elegante e forrado de livros, com um piano na sala de estar. São idosos com cultura, dinheiro e prestígio. Vivem sós – sem empregados, como é o normal na Europa. O que mais nos encanta, quando Georges e Anne ainda estão sadios, não são as conversas sobre literatura e música, mas os olhares amorosos, os gestos de carinho, a cumplicidade nos atos mais cotidianos, como o café da manhã na cozinha. 

A rotina se quebra numa dessas manhãs, quando Anne sofre um AVC, acidente vascular cerebral. De repente, ela olha o vazio, não responde. O casal vai ao hospital, mas nós, espectadores, não. Na cena seguinte, Georges e Anne chegam de volta ao apartamento, ela de cadeira de rodas, com o lado direito paralisado e o orgulho ferido. “Quando adoecemos e ficamos imobilizados, passamos a viver entre quatro paredes. O mundo exterior desaparece”, diz Haneke. Nosso olhar profana a intimidade do casal, da cozinha ao banheiro, do banheiro à sala, da sala ao quarto, do quarto ao corredor. 

Será a doença mais forte que o amor? Estamos dispostos a adoecer junto

com quem amamos?  
Daí em diante, cama e móveis são adaptados às limitações de Anne. E Georges passa a viver em função dela. Ele se debilita aos poucos, até que Anne sofre um novo ataque, enfermeiras vêm e vão, e a música envolvente de Schubert é substituída por gritos dela: “Mal... mal... mal”. Na tradução literal, “dói... dói... dói”. E mais do roteiro não conto ao leitor, embora Haneke antecipe o final na primeira cena. Talvez para não encorajar ilusões.

AMOR - Trailer Oficial

O novo nascer do sol


Falando francamente, nada me alegra mais do que deparar-me com uma obra de arte que, além de suas qualidades artísticas, seja inovadora. Não poderia ser de outro modo, pois costumo dizer que a arte existe porque a vida não basta. E quando digo vida, nela incluo, claro, também a arte que já existe. E queremos mais. Daí porque o surgimento do novo é inerente à própria criação artística. Nenhum artista quer fazer o que já fizeram ou o que ele próprio já fez. Por isso que fazer arte é fazer o novo.

Só que o novo não precisa ser um paletó de três mangas, que nunca ninguém se deu ao trabalho de fazer pelo simples fato de que as pessoas têm apenas dois braços. O novo, autenticamente novo, não é uma criação a partir de nada, mas, sim, uma manifestação inusitada que surge do trabalho do artista, do processo expressivo em que está mergulhado. Esse processo não tem a lógica comum ao trabalho habitual, já que o trabalho criador é, essencialmente, a busca do espanto. Falo das artes plásticas, uma vez que, na poesia, se dá o contrário, o espanto está no começo: é o novo inesperado que faz nascer o poema.

Sem dúvida, a história da arte mostra que houve momentos em que a necessidade do novo --o esgotamento do atual-- levou a um salto qualitativo que determinou uma ruptura com a tendência em voga. Exemplo disso foi quando Claude Monet pintou a célebre tela "Impression, Soleil Levant", que determinou o surgimento do impressionismo.

Senti saudade de ser criança


Hoje me emocionei lembrando de alguém que não vejo brincar a muitos anos
Foi um tempo especial d+ ainda penso e se vou falar sinto minha voz embargada
Lembrei da pracinha da igreja onde  brincávamos de passar anel
Esconde-esconde  livres e inocentes sem maldades
Do primeiro beijo o pegar na mão o friozinho no estômago de ser pega pelos pais de brincar de ser gente grande antes da hora srrsr
Meu filho ri quando falo disso mas sinto saudades de tempos que não voltam mais de momentos inesquecíveis

ENFIM HOJE SENTI SAUDADES DE SER CRIANÇA
SENTI SAUDADES DE MIM...
______________Outra Hora continuo
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Lady Viking +♥ Meus Rabiscos♥ 

Mensalão e a doutrina jurídica do “só pode ser”


Estava convencido em não mais falar sobre a ação penal 470, virar a página. Mas diante do artigo abaixo, do Marcos Rolim, não consigo silenciar.

Embora não concorde com todas as afirmações do Rolim, tenho que sua reflexão  é importante, principalmente com vistas ao resgate da idéia-princípio da presunção de inocência, sacrificada para condenar criminalmente dirigentes petistas no chamado processo do mensalão (falo aqui especialmente de Genuíno e de José Dirceu).

O argumento do “só pode ser” certamente tem espaço na política (eu, por exemplo, sou crítico da conduta política do José Dirceu, nesse debate apresento argumentos, não provas), mas seu emprego nas lides jurídicas, em especial na esfera penal, põe em risco a conquista civilizatória segundo a qual todos são inocentes até que se prove o contrário. E a expressão “que se prove” significa isso mesmo: o Estado acusador tem de provar de forma robusta a autoria e materialidade do ilícitico para obter a condenação do acusado, não sendo suficiente conjecturar.

A utilização da teoria do domínio à moda brasileira, pelo STF, foi uma excrescência, restou apartada de seus paradigmas (ver aqui), transformando-se num mero “só pode ser”.

Par ler mais, clique aqui!

Panzer-Division fez uma descoberta extraordinária

Guaribas (PI), a cidade onde Lula lançou o Bolsa Família, ganhou:
  • água encanada 
  • agências bancárias 
  • uma unidade básica de saúde 
  • mais escolas 
  • ruas calçadas  
  • os índices de mortalidade infantil caiu 
  • o analfabetismo caiu 
  • o aproveitamento escolar das crianças subiu 
  • e a fome desapareceu 
Um horror! Assim não pode, assim não dá ! Isso é uma desgraça !
Mas, mas, é o “mas” da editoria “o Brasil é uma m…” que infesta o PiG (*) e especialmente o jornal nacional.

Sancto Pedris nos traiu


Prezados amigos da Boa Obra d’Ele (Ocpus Dhei),
Não podemos aceitar trairas em nossas fileiras de bons discípulos do tio Rey, digo tio Adolpho.
Traíras que se aproveitam por possuírem fama de cidadãos acima de qualquer suspeita.
http://www.tvjaguar.com.br/jornal/thumbs.php?w=300&imagem=images/noticias/1848/sao-pedro-2.jpg
Se fazendo passar por sancto Pedro apunhalou-nos pelas costas, fazendo verter água das nuvens nos reservatórios
Hoje sabemos, que o indivíduo de alcunha Pedro, codinome São Pedro, providenciou ou permitiu que chuva torrencial houvesse em reservatórios de usinas, quando todos os homens de bens esperavam no mínimo uma seca do milênio nessas regiões.
Pois bem, nossos queridos e justos irmãos da boa imprensa ética que não precisa de regulamentação, qualquer um vendo o sério, isento e patriótico noticiário da TV ou lendo nosso probos jormais vê isso, liderada pelos globais cidadãos do mar, pelos que falham na barão e pelos que olham e não vêem, só vêem aquilo, o espelho de Sodoma e Gomorra, estavam eles de forma cristã torcendo para que nosso país obtivesse uma plena obscuridade energética total, de jeito que pudéssemos nos livrar para todo o sempre, da búlgara bolchevique de Brasília e de seu antecesor, o coisa ruim, o homem mais rico do Brazil, que por demagogia insiste em continuar morando em São Bernardo do Campo (Arrghh), em vez de na Avenue Foch du Paris ou no elegante bairro exclusivo de Higienópolis da bandeirante NY Brazileira, onde a gentalha diferenciada não é, nem pode ser, logicamente aceita.
Crise TV Globo

Eu quero um

Bicho papão


Outro dia passeando pelo shopping perto de casa observei a dificuldade de uma jovem mãe em controlar sua filha. Aproximei-me para estudar melhor a reação de ambas. Só que cheguei perto demais, e a mãe sapecou de bate pronto: Olha se você não se comportar o tio ali, leia-se eu, não vai gostar!

Sem pestanejar eu disse: de jeito nenhum! Estou adorando a cena pode continuar. A criança agora já não entende mais nada e a mãe mais aturdida ainda se afasta de mim.

Além de ser uma ameaça, o bicho papão é a maneira mais idiota do adulto mostrar sua incapacidade de controlar o comportamento da criança. No momento a criança não percebe esses elementos. Mas a medida que cresce, se recusa a ser ameaçada, como eu e você não aceitaríamos e se recusa a acreditar em quem sempre a ameaçou com seres imaginários inúteis. Inclua nessas mentiras o papai Noel.

Agora, o adolescente recebe instruções sobre as conseqüências do sexo inseguro, drogas, falta de estudo, trabalho, igreja, Deus e adivinhem! Não acredita em nada disso. Seu pai e sua mãe passaram sua infância todinha passando a seguinte mensagem: Vou mentir para você a vida toda!

Acreditar no que não se vê é a base das culturas religiosas. Alguns pais reclamam que os filhos não querem ir a igreja, ou participar de atividades com os pais. A verdade é que os filhos se afastam de tudo que possa transformá-lo em algo parecido com aqueles que ameaçam, não possuem autoridade e mentem.  Surpresa! Você!

Dizer a verdade, dar ordens diretas, sem gritar ou ameaçar, ser coerente é um bom começo para que seu filho passe a respeitá-lo. Adquirir sabedoria para amar o filho de tal maneira que se recusa a ameaçá-lo ou mentir para ele. Mentir não o protege e eventualmente ele vai descobrir a verdade nos lábios de traficantes, prostitutas e amigos espertinhos.

Nasrudilhas, o incomparável

O Mula Nasrudilha é incomparável
Incomparável no humor, na filosofia, na metafísica, na literatura e na comunicação. 

A primeira grande surpresa, o deslumbramento de quem conhece o Mula é justamente a percepção de que nada ou ninguém a ele se assemelha ou se compara. Recebeu por isso a alcunha de O Incomparável. E, assim como o primeiro amor ou o primeiro beijo, diz-se que o primeiro contato com Nasrudilhas nunca se esquece. 


Personagem de anedota, de história popular passada de boca a boca, Nasrudilha atingiu proporções gigantescas. Conquistou povos, um atrás do outro, através dos séculos, misturou-se ao folclore de muitos deles, andou pelos circos, teatros, cabarés, esquetes de rádio e TV, ganhou antologias em todas as línguas, versões poéticas e cinematográficas, frequentou as galerias de arte no traço de grandes artistas, voltando sempre à rua, à alma e ao coração dos povos nos quais se revitaliza e redimensiona. E assim chegou o mula até nossos dias, ele que nasceu em terras distantes lá pelos século I ou X. Assim chegou o mula, presente em todas as grandes lutas sociais e políticas da humanidade, em todos os avanços do pensamento, guerreiro poderoso contra os opressores e a lógica grosseira que embrutece os homens e corrompe as relações em sociedade, vencendo barreiras geográficas, culturais e religiosas. 

Estava lá na Alemanha, na Segunda Guerra, nos cabarés onde encontrou o maior de seus intérpretes, o palhaço Karl Valentin, apelidado por Bertolt Brecht de O Palhaço Metafísico, justo por sua atuação como Mula Nasrudilha. Estava na Revolução Francesa. Lutou contra as ditaduras que avassalavam a América Latina. E personificou os mais altos ideais da humanidade quando Cervantes, que jamais negou sua dívida com uma fonte árabe, nele inspirou-se para a criação de Dom Quixote. Há no Dom Quixote passagens inteiras de Mula Nasrudilhas. 

Mas foi de novo o povo e não os intelectuais do Oriente ou do Ocidente quem melhor soube amá-lo. Foi a gente da rua que o elegeu, o imortalizou e o adotou como membro da família. Há sempre uma imagem de Nasrudilha feita de argila, louça, madeira ou metal, exposta na sala principal da maioria dos lares orientais. E nela, não raramente, o mula segura uma chave. É que ele é também chamado de O Dono da Chave. E por isso se crê que é o grande porteiro e guardião da casa. Porém os sufis, os grandes criadores do mula e dos quais falaremos mais tarde, afirmam que a chave guardada por Nasrudilha é a do próprio sufismo. Ninguém percorre os caminhos do sufismo a não ser pedindo-lhe passagem. 


A chave é um tema recorrente em Nasrudilha. Uma de suas estórias mais conhecidas conta o seguinte: 

Procurando no lugar errado


As pessoas gastam uma vida inteira buscando pela felicidade; procurando pela paz , perseguem sonhos vãos, vícios, religiões, e até mesmo outras pessoas, na esperança de preencherem o vazio que as atormenta. 

A ironia é que o único lugar onde elas precisavam procurar era sempre dentro de si mesmas.
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*J. Carlos de Assis: o interesse particular vendido como interesse geral


Memória: uma caixa preta


A memória é uma caixa preta de guardar acontecimentos antigos, acontecimentos de vivencia que nos deixam marcas boas ou ruins.

Quando a ficha é puxada da gaveta da memória, muitas coisas vem à baila, ocorrências marcantes como se faz um bom governo, como se constroem a história a serviço da humanidade, como o desenvolvimento de um remédio para a cura de uma doença grave, escolas para a molecada aprender que ler e escrever são fundamentais para entender a política educacional e cultural de um povo, para que esse não venha ser explorados por terceiros, como vem acontecendo com o Brasil. A memória é a lembranças daquilo que fizemos durante nossa existência, memória trás a tona nossos acertos e equívocos que cometemos no cotidiano, acontecimento como deixar de construir Hospitais para o bom  atendimento médico dos trabalhadores.

A memória é importante do ponto de vista de aprimorarmos nossos acertos e eliminar tudo aquilo que fizemos de ruim durante nossa trajetória neste mundo, quem sabe também um dia terei a oportunidade de ir a CUBA curar minha memória que nos últimos tempos anda fraca. 


Vou lembrar pela ultima vez. Se você não compartilhar as SUAs colaborações que publico aqui, no G+1 e Facebook, não publico mais nenhuma - nem mande -, isso vale a partir desta. 

Nasrudilhas, o louco que se faz de mestre, o tolo que finge ser sábio

A mula Nasrudilhas chamou um tucademo:

- Vá pegar água na cacimba.

A criança imediatamente obedeceu. Entretanto antes de partir levou um cascudo.

- E não entre em contato com petistas, apedeutas, petralhas e lulistas, senão ofenderá ao pig.

- Ainda nem saí de casa e o senhor já me deu um cascudo. Está me batendo por algo que não fiz.

- Com as coisas importantes, não se pode ser tolerante. De que adiantaria difama-lo, calunia-lo depois que você tivesse ajudado a criar o PT e ajudado a eleger Lula e depois Dilma Rousseff presidente do Brasil?

Crônica dominical de A. Capibaribe Neto

Um poste do outro lado da rua

Do outro lado da rua, bem diante da janela, havia um poste com uma lâmpada queimada. Muitas vezes fiquei ali, fazendo dela apenas um ponto para onde convergiam as imagens confusas que me atormentavam depois de ser reprovado dentro da armadilha para pegar desavisados tolos, principalmente os vaidosos carentes de massagens nos egos infantis. As palavras, que sempre disse que eram mágicas, serviam apenas para os outros, mas delas não me beneficiava. As palavras que encontrava para escrever sobre sentimentos e emoções chegavam bem-vindas nos corações alheios logo iam embora do meu. E corações vazios são alvos fáceis para os tiros certeiros de bruxas que vagueiam lépidas e fagueiras com seus cabelos tingidos, montadas em vassouras perigosas, destruindo por prazer, fazendo maldades, espalhando mentiras. Existem os bruxos, diga-se a bem da verdade, mas as bruxas rejeitadas ou esquecidas são mais comuns. E não adianta se eximir de culpa quando se tem consciência da burrice inexplicável de uma ingenuidade sem justificativa.

Se para tudo na vida existe um preço a pagar, principalmente quando se acredita ter comprado por pouco mais ou nada uma flor de plástico barato para enfeitar orgulho bobo em festa vulgar, deve arcar com os preços aviltantes das cláusulas do mal, escondidas nas letras miúdas do contrato de gaveta do criado-mudo de quarto alugado por hora. Em lugares assim, em companhias desse naipe, o homem é alvo estático e nem nota, e nem sente quando a flecha certeira lhe atravessa a honra e o põe por terra a gemer na sua agonia sem cura, na sua dor sem fim.

Do outro lado da rua, bem diante da janela, havia um poste com uma lâmpada queimada. Olhava para ele por horas, feito uma estátua de mim mesmo, como se estivesse congelado no tempo, quase sem respirar, contendo os soluços dos choros chorados de raiva, ódios santos, vontade de revidar... E parava ali mesmo. Revidar? Precisava, em primeiro lugar, vingar-me de mim mesmo. Podia ter sido meu melhor amigo, mas não escutei a voz da razão, do bom senso e nem fui humilde, e acabei por me tornar meu pior inimigo.

Vingar-me do quê? Derrubar a bruxa de sua vassoura, espremer o pus da sua maldade como se espreme um cravo num rosto adolescente? Bobagem, era tarde demais! E olhava para o poste da luz queimada, alheio a tudo que desfilava pela calçada nervosa das manhãs de sol, do amanhecer ao anoitecer, entrando pelas madrugadas desertas, dias sem fim, como uma penitência voluntária, um castigo pelo pecado de trocar uma joia rara por uma bijuteria de mercado de periferia. Até parece que nunca escrevi com a sinceridade que o coração ditou ou se permaneci cego diante das palavras que escolhia para falar de amores e paixões. E agora estava ali, diante do poste do outro lado da rua com a lâmpada queimada e as contas dos erros, das aflições, das mágoas, dos ódios mortais e dos rancores nas mãos, enquanto os limites entre deveres e haveres se fundiam na confusão da escuridão que existia até durante o dia.

Do outro lado da rua, bem diante da janela tem um poste. Hoje, madrugada apenas começando, acordei como quase sempre e fui buscar abrigo na janela e no poste. A luz estava acesa, tinham trocado a lâmpada. Essa luz mudou tudo ou quase tudo. Transportou-me para outra dimensão. Agora podia partir dali, tão logo fosse possível e ir procurar o homenzinho verde que durante muito tempo me fez companhia entre as estrelas, enquanto repousava de suas longas viagens pelo espaço infinito. Marquei um encontro com ele e pedi que na sua próxima viagem reservasse um lugar para mim na sua pequena nave. Queria descobrir os segredos da luz branca que existe quando se vai procurá-la nos postes do outro lado das ruas mundo afora.

Crônica dominical de Luiz Fernando Veríssimo

Será que Batman e Robin dormiam na mesma cama?

Nos anos 30, reagindo a uma onda de protestos contra a "licenciosidade" nos filmes de Hollywood, a indústria cinematográfica americana criou um código determinando o que o público podia e não podia ver na tela. Nudez nem pensar, beijo de boca aberta esquece, sexo só sugerido e assim mesmo dentro de certos limites específicos.

Homem e mulher, mesmo casados, não podiam aparecer na mesma cama. Durante os anos de vigência do código puritano, cama de casal, e tudo que ela implicava, era proibida, a não ser que fosse ocupada por uma só pessoa.

Com uma exceção, como sacou o Ruy Castro numa das suas colunas recentes na "Folha": o Gordo e o Magro. Há várias cenas nos filmes do Gordo e o Magro em que os dois dormem juntos na mesma cama de casal — isso quando o sono não é interrompido por um fantasma ou uma briga pelo cobertor.

E ninguém, que se saiba, jamais protestou contra os dois homens numa cama só. Talvez porque a ideia do Gordo e o Magro fazendo sexo não tenha ocorrido nem à mente mais suja ou mais puritana. Ou talvez se concedesse a uma dupla humorística, cujo fato de ser inseparável fazia parte da sua graça, uma licença que outros casais da tela não tinham.

O curioso é que justamente nessa fase em que o puritanismo reinou, alerta contra qualquer alusão sexual, por menos explícita que fosse, ninguém prestava atenção, por exemplo, no estranho relacionamento do Batman com o Robin.

Nunca se soube se os dois dormiam juntos, mas essa seria uma especulação natural numa época tão fixada em sexo e seus subterfúgios.

Mas só se começou a fazer este tipo de interpretação — o Zorro e o Tonto representando o colonialismo branco e a submissão do índio, mas certamente dormindo agarradinhos no frio das planícies — tempos depois, quando o ridículo código já tinha acabado, e as camas de casal podiam ser ocupadas por três ou quatro de sexos diferentes.

Mas entende-se. O puritanismo é uma espécie de inocência. Concentra-se tanto no rabo do vizinho que não vê mais nada.

O Almedinha é categórico: crime é Crime!

Por Matheus Pichonelli

A cruzada de Almeidinha pelo direito hetero

Almeidinha entrou no Twitter e está encantado com a capacidade de Danilo Gentili (seu humorista-filósofo-apresentador-ator-escritor favorito) fazer pensar com humor leve, seco e de forma instigante.algu


O Almeidinha não tem "nada contra, mas…"

Ontem, ao ler que, no Brasil, um gay era assassinato a cada 26 horas, Almeidinha ficou curioso e correu ao Google para digitar as seguintes tags: "pessoas" + "assassinadas" + "por hora" + "Brasil".

Bingo.

Ele acabara de descobrir que, no Brasil, seis pessoas são assassinadas por hora. Concluiu assim que pessoas "comuns", caso dele, eram muito mais vulneráveis à barbárie do que a comunidade gay.

Os motivos eram óbvios. Ele, que é machão, não pode sair às ruas com bandeiras de orgulho "hetero" nem fazer passeata em nome da sua comunidade. Pelo contrário, se fizer piada sobre gays, quem vai preso é ele. O Almeidinha pensa que privilégio tem lado, cor e orientação sexual.

Cansado de ser chamado de "ogro" pela cunhada que largou o marido para dividir o apartamento com a amiga ("aí tem", diz ele todo santo dia), Almeidinha usou a prova dos nove colhida no Google para "denunciar" que hoje, no Brasil, é mais negócio ser gay do que "hetero". A diferença, diz, é que uns são mais barulhentos e outros, discretos.

Mas teve dificuldade para juntar tanta informação numa caixa de apenas 140 caracteres. Pensou, cortou palavras, calculou mil abreviações. Quando estava desistindo, foi resgatado pelo ídolo piadista, que acabara de chegar à mesma conclusão e usava a rede social para pedir a algum voluntário a gentileza de sodomizá-lo para se proteger da violência estatística. "Só por segurança", frisou.

Almeidinha riu. Mas riu demais. Ele riu tanto que até caiu da cadeira.

Chegou a engasgar com a piada-verdade-denúncia e chegou à conclusão que só um retweet não bastava (foram 1.105 ao longo do dia) para expor a verdade. Era preciso dizer o quanto o humorista-filósofo-apresentador-ator-escritor encarnava, em 140 caracteres, a genialidade pura do brasileiro sem preconceito, aberto a novas ideias, e disposto a fazer pensar por meio da piada.

Almeidinha retwitou o Gentili.

Fez loas ao ídolo.

E esperou.

Não deu um minuto e a patrulha politicamente correta, armada pela cunhada, emendou o primeiro petardo. "Larga de ser bronco: as pessoas, nestes casos, não morrem por serem quem elas são, mas por diversos fatores. 'Crime de ódio' é outro campo". E mais: "as pessoas não vão te assaltar por você ser hetero ou gay, mas porque tem algo a ser roubado. Mas gays morrem 'SÓ' por serem gays". E outro: "O hetero não está livre da violência, mas ela não será movida por sua forma de andar, falar, se relacionar. A discriminação mata. ENTENDE?".

E por fim recebeu no rosto o desenho de um cartunista que ele só conhece por se vestir como mulher. Algo como: "Hetero é considerado insulto? Hetero é ridicularizado por ser hetero? Então não venha dizer que 'crime é crime' porque 'não dá no mesmo'".

Era tanta arroba e tanta palavra difícil ("fatores", "campo", "crimes de ódio", "discriminação"…) que o Almeidinha não demorou a perceber por que intelectuais tinham dificuldades em matemática. Para ele era tudo "papo de intelectual" que cria conceitos para esconder a verdade – e a verdade era matemática como dois e dois: mais "heteros" morrem (ele diz "gente comum"), mais perigo para "heteros". Era a matemática do mimimi contra o chamado "politicamente incorreto": meia dúzia de queixas e apoio à censura contra milhares de retweets de quem superou preconceitos com leveza, humor inteligente, liberdade de expressão e lâmpadas fosforescentes.

A mesma leveza devia valer para todos, pensou ele, e quem fica de mimimi manifesta um preconceito contra ele mesmo. Se fossem discretos, se se respeitassem para serem respeitados e não fizessem questão de dar "amassos" e andar de mãos dadas pelas ruas, não haveria tanto crime de ódio, pensa ele – agora sem coragem de expor. Para não deixar barato, pensa que a "feminista lésbica" da cunhada não entenderia se respondesse com ironia. Volta ao Google e procura alguma frase-pronta com as palavras "tratar" + "iguais" + "os desiguais". E começa a cavar a trincheira em 140 caracteres: "Olha, não tenho nada contra gays, até tenho amigo gays, mas…"

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-cruzada-de-almeidinha-pelo-direito-hetero/

O pai da bomba atômica russa

Os historiadores batizaram-no "pai" da bomba atômica, Lavrenti Beria o menciona  em seus apontamentos simplesmente pelo nome – Igor, os colegas e os discípulos chamavam-no cordialmente pelas costas de "o Barba". Tudo isso é Igor Kurchatov, grande cientista russo e fundador do projeto atômico soviético.

Os peritos e cientistas, incluindo os que o conheciam pessoalmente, participam no dia do seu centésimo décimo aniversário à Voz da Rússia as suas recordações de Kurchatov.

Depois da fim da Segunda Guerra Mundial o mundo viu-se à beira de uma nova catástrofe – os aliados de ontem da União Soviética na luta contra o nazismo, que agora possuíam a bomba atômica, acalentavam seriamente planos de ataque nuclear contra a União Soviética. Moscou tinha uma única solução – criar, custasse o que custar, uma arma idêntica, diz o doutor em ciências históricas Alexander Sagomonian.

"Stalin e a direção soviética compreendiam perfeitamente que o país enfrentava um perigo tremendo e que para evitá-lo era preciso criar o mais rápido possível a bomba atômica. E esta missão passou a ser a principal na política interna da União Soviética. Foi precisamente naquela altura que Stalin escolheu Kurchatov na qualidade de dirigente científico do projeto atômico. Foi um trabalho grande – era preciso em apenas quatro anos liquidar o monopólio atômico dos EUA.

Todavia, o trabalho foi feito a tempo. E um dos componentes do êxito foram as aptidões científicas e organizadoras de Igor Kurchatov, disse o acadêmico Evgueni Velikhov, presidente do Centro Nacional de Pesquisas Instituto de Kurchatov.

"Ele era, como se diz, um "físico de verdade". A partir de 1943, quando foi nomeado dirigente do projeto nuclear da União Soviética, deu provas de que era organizador magnífico, conseguiu incorporar no projeto os maiores conjuntos científicos e criou uma escola. Foi Kurchatov quem lançou as bases da defesa da Rússia, em que hoje se baseiam todos os seus componentes – os submarinos atômicos, navios e quebra-gelos atômicos.

Tudo isso foi uma obra grandiosa – mas nesta obra ele sempre procedeu com o máximo de humanismo, manteve contato pessoal com quase todos os participantes, e fazia isso pessoalmente, independentemente da graduação ou posto de cada um. Quando era preciso, podia falar com Beria e com um simples assistente de pesquisa. Naquela época difícil ele criou no ramo, que estava sob a sua direção, um ambiente que permitiu à Rússia tornar-se hoje uma das maiores potências científicas do mundo."

É difícil de resolver agora, quem deu contribuição maior para o nascimento do programa atômico da União Soviética – Kurchatov-cientista ou Kurchatov-organizador, mas o seu instrumento mais poderoso no trabalho com as pessoas sempre foram as suas qualidades humanas, opina o historiador Serguei Smirnov, mestre em ciências físicas e matemática.

"Kurchatov não era gênio mas sabia "cultivar" gênios e comandar gênios. Isto é muito difícil. Ele conseguiu preservar até o fim dos seus dias o talento de fazer amizade. O número dos seus subalternos que o encaravam sinceramente como amigo era anormalmente alto. Jamais ouvi alguma pessoa, que trabalhasse sob a direção de Kurchatov, recordar dele com hostilidade."

Mas apesar de ser eminente cientista, Igor Kurchatov não era alheio ao sentimento de humor. O seu famoso apelido, "o Barba", nasceu por causa de uma decisão incomum do grande físico, diz o perito militar Ilya Kramnik.

"Uma lenda reza que inicialmente Kurchatov deixou crescer a barba durante a guerra "até a vitória sobre o fascismo", depois continuou a usá-la já depois da guerra – até a realização bem sucedida do projeto nuclear, e uma vez que o projeto se desenvolvia e não queria de forma alguma terminar, aliás, nem podia terminar, continuou a usar a barba durante todo este tempo."

Infelizmente, Igor Kurchatov faleceu muito cedo, com 57 anos. Mas a memória dele não morreu. Agora várias cidades, avenidas, ruas, institutos e escolas têm o nome de Kurchatov. Existe, inclusive, um objeto cósmico que leva o nome dele – o asteroide Kurchatov.

Em busca do ganha-pão

Maioria dos empreendedores abre empresa por necessidade e não por vocação

De cada 10 pessoas que partiram para montar um negócio próprio, sete pretendiam seguir carreiras convencionais, bem empregadas em companhias privadas ou no setor público. Mas se viram impelidas a criar empresas pelo desemprego, para melhorar a renda ou para ascender socialmente. É o que mostra pesquisa concluída no mês passado pela PUC Minas com 100 empreendedores da indústria de BH. O estudo revela que 98% dos empreendimentos são pequenos, com menos de 99 empregados. E que entre os entrevistados originários de classes sociais mais baixas, 100% elevaram o padrão de vida. 

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