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O que diferencia a delação da JBS de tudo o que aconteceu até hoje na Lava a Jato?, por Mário Marona

O que diferencia é o fato de que, pela 1ª vez , ostensivamente, o país toma conhecimento que a PF - Polícia Federal -, agiu como polícia de verdade -- investigando sigilosamente, seguindo suspeitos, filmando crimes em flagrante.

Finalmente, vê-se uma PF buscando provas contra os suspeitos, em vez de refestelar-se preguiçosamente diante de delatores que acusariam a mãe para escapar da prisão em que são mantidos como reféns até que resolvam abrir o bico, pouco importando se estarão mentindo ou não.
Finalmente, o Ministério Público acusa sem precisar apoiar-se apenas em delações desesperadas, carentes de qualquer comprovação ou verossimilhança, além de documentos rasurados e sem assinatura, e-mails que nunca foram enviados ou projeções toscas de powerpoint.
Embora seja necessário provar, acima de qualquer dúvida razoável, que os acusados pela JBS cometeram os crimes de que são, ainda, apenas suspeitos, esta nova delação desmoraliza as acusações de ocasião da Odebrecht e da OAS. É possível que alguns dos acusados por essas duas empreiteiras sejam culpados, mas é inegável que, até agora, quase nada foi provado contra a maioria deles.
A nova delação rouba o protagonismo midiático e histriônico de Sérgio Moro, que, diante de uma inédita ação efetiva da polícia e do ministério público, fica identificado apenas pelo que ele mostrou ser até hoje: o juiz obcecado por um único réu. A delação da JBS retira de Moro o direito de usar para todos os investigados que não se chamem Lula o bordão “não vem ao caso”.
Vem ao caso, sim, e vem muito ao caso quando a polícia investiga e se esforça para reunir provas que amparem as acusações: subornos filmados, cédulas marcadas, chipes em malas e mochilas, agentes seguindo suspeitos. Tudo isto para apurar crimes que foram cometidos há menos de dois meses, quando a Lava a Jato fixava-se numa única direção e a pilantragem ainda corria solta longe dos olhos daquela região agrícola do Sul do país.
Que a nova prática encerre e era das acusações verbais cuja comprovação é impossível por falta de investigação e evidências materiais objetivas.
Basta de powerpoint. Basta de documento sem assinatura.Basta de emails secretos nunca enviados. Basta de vazamentos planejados apenas para alimentar obsessões do judiciário e da imprensa.
A imprensa sentiu o golpe, tanto quanto alguns dos acusados. Não passa de metáfora de uma corporação de editorialistas, colunistas e comentaristas de uma opinião só, mas pode-se dizer, em tom de brincadeira, que, diante de uma simples investigação de verdade, os mervais começam a abandonar o navio.
somais
Texto originalmente publicado no Facebook do jornalista***

Oba, Lula é cidadão comum, será investigado


O Ministério Público Federal vai investigar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com base na acusação feita pelo operador do mensalão, Marcos Valério, de que o esquema também pagou despesas pessoais do petista. 
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu remeter o caso à primeira instância, já que o ex-presidente não tem mais foro privilegiado. Isso significa que a denúncia pode ser apurada pelo Ministério Público Federal em São Paulo, em Brasília ou em Minas Gerais.
A integrantes do MPF Gurgel tem repetido que as afirmações de Valério precisam ser aprofundadas. A decisão de encaminhar a denúncia foi tomada no fim de dezembro, após o encerramento do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). Condenado a mais de 40 anos de prisão, Valério, que até então poupava Lula, mudou a versão após o julgamento.
Ainda sob análise do procurador-geral da República, o depoimento de Valério em setembro do ano passado, revelado pelo Estado, e os documentos apresentados por ele serão o ponto chave da futura investigação que, neste caso, ficaria circunscrita ao ex-presidente.
O procurador da República que ficar responsável pelo caso poderá chamar o ex-presidente Lula para prestar depoimento. Marcos Valério também poderá ser chamado para dar mais detalhes da acusação feita ao Ministério Público em 24 de setembro, em meio ao julgamento do mensalão. Petistas envolvidos no esquema sempre preservaram o nome de Lula desde que o escândalo do mensalão foi descoberto, em 2005.