O irmão de uma amiga minha, policial federal, odiava Lula. Para ele o ex-presidente era o diabo em forma de gente. Exatamente por essas "qualidades", públicas e notórias foi escalado para ser um dos carcereiros de Lula. Depois de três meses trabalhando na superintendência da polícia federal de Curitiba (PR), pediu transferência, pediu para sair daquele inferno.
O odio que ele tinha de Lula foi tranferido para os inimigos dele - mídia, judiciário, mpf e até mesmo a pf -.
Lá dentro, no dia-a-dia da carceragem pesquisou o processo, a condenação e testemunhou a farsa da prisão. Conviveu com um homem pacífico, educado, amoroso com todos. Procurou nele sinais de perigo e de desonestidade, não conseguiu achar. Viu perigo e desonestidade entre os que o comandavam. Todos fora da prisão, todos livres e sujos.
O irmão de minha amiga voltou à sua cidade, Fortaleza - Ceará, silencioso, triste, cabisbaixo. Disse que Lula tem uma coisa, um olhar, uma força que nao conseguia entender.
Enquanto ele falava, minha amiga chorava. E eu também.
Relato de Arthur Andrade
Via Gueth Car
Marina Ligia Ferreira
Vida que segue
Recebido por e-mail...