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Mensagem da Vovó Briguilina
Paulo Nogueira: o capanga da Globo se superou
O artigo de Ricardo Noblat sobre Lula merece figurar entre as piores coisas já publicadas pela imprensa brasileira.
Nas escolas de jornalismo, os professores poderiam usá-lo como uma amostra do que não se deve fazer.
Os problemas começam numa fonte – melhor, "fonte" – que conta uma história, ou pseudo-história, na qual Dilma aparece como um monstro.
Dilma, segundo essa "fonte", teria mandado alguém calar a boca mediante o argumento de que ela tem 50 milhões de votos.
Sei o quanto jornalistas fabricam fontes, e estamos diante de uma situação em que Wellington diria que quem acredita em Noblat acredita em tudo.
Pessoas do círculo íntimo de Dilma não contam histórias para jornalistas como Noblat, porque sabem o uso que será dado a elas.
Minha aposta, editor, é que Noblat criou uma fonte. A única alternativa que vejo é alguém ter contado a ele uma lorota para atacar, por ele, Dilma.
Mas isso não é o pior.
O que mais chama a atenção no texto é Noblat tratar Lula como "ameaça à democracia".
Deus, onde foi parar o pudor?
Noblat trabalha para uma empresa que tem um histórico terrível de conspirações contra a democracia.
Roberto Marinho tramou contra Getúlio. Foi peça vital na derrubada de João Goulart. Beneficiou-se extraordinariamente da ditadura, da qual foi porta-voz.
Era, antes dos generais, o dono de um jornal de segunda classe, o Globo. Ninguém admirava o Globo na era do Correio da Manhã e do Jornal do Brasil. Ninguém lia. Ninguém levava a sério.
Com a ditadura, Roberto Marinho, já sexagenário, recebeu de presente uma televisão e todas as mamatas possíveis para fazê-la crescer.
O pacto era assim: Roberto Marinho teria o que quisesse da ditadura, desde que desse a ela uma cobertura totalmente amiga.
Você vê como a Globo trata Lula e Dilma. Na ditadura, era exatamente o tratamento oposto. O Brasil era uma maravilha segundo a Globo.
Não vou nem colocar aqui a conta dos brasileiros mortos, torturados e perseguidos pela ditadura. E nem vou dizer que Roberto Marinho e a Globo jamais pagaram essa conta.
Também não vou falar dos privilégios dados à Globo com recursos públicos: publicidade em níveis abjetos, financiamentos de bancos estatais, compras de livros e de assinaturas de jornais e revistas, reserva de mercado etc.
Quer dizer: com todo esse histórico, Noblat tem coragem, em plena Globo, de falar em "ameaça à democracia".
Lula foi um cavalheiro com a Globo, e este foi um de seus maiores erros.
Boni, publicamente, se gabou trabalho que a Globo fez com Collor no debate que decidiu a presidência em 1988.
Todos sabem, depois, a edição do debate, e sua influência na vitória de Collor.
E o que Lula fez quando se tornou presidente? Compareceu, respeitoso, ao enterro de Roberto Marinho. Não compareceu apenas. Fez um elogio fúnebre a ele e decretou luto de três dias.
E mais importante que tudo para a Globo: manteve o mensalão milionário da publicidade federal.
Tudo isso para dar na perseguição impiedosa que a Globo moveu contra Lula e agora move contra Dilma.
Isso sim é ameaça à democracia – Lula antes e Dilma agora foram erguidos à base de voto popular.
Não espero nada da Globo e de seus capangas-jornalistas.
Mas Noblat se superou.
Burguesia não tem só preocupação com o PT, tem medo e ódio, diz ex-tucano
Insuspeito por ser até pouco tempo atrás um dos mais destacados quadros do PSDB – pediu desfiliação do partido em abril de 2011 – o ex-ministro Luís Carlos Bresser Pereira, quatro vezes ministro de Estado nos governos FHC e Sarney concedeu entrevista à Folha de S.Paulo, publicada no fim de semana (ontem), preocupante para os petistas e, mais do que isso, que merece uma profunda reflexão por parte dos políticos e de todos os brasileiros.
"Os ricos nutrem ódio ao PT e a Dilma". Esta frase do ex-ministro – utilizada, aliás, como título da entrevista pelo jornal – explica e justifica bem o porque desse sentimento, de parte dos brasileiros, da parcela rica, da elite, em relação ao nosso partido e ao governo da Presidenta da República.
Aos que não sabem ou não acompanham a vida do ex-ministro, é preciso destacar que Bresser é um profundo estudioso do país, da vida e história do Brasil como Estado e nação, uma paixão a que ele dedicou toda a vida. Inclusive sobre esta paixão ele está lançando agora mais um livro "A Construção Política do Brasil", no qual disseca a história, o desenvolvimento, a vida do país enfim da independência em 1822 aos nossos dias.
Porque o ódio aflorou tão forte e violento contra o PT
Na entrevista o ex-ministro fundamenta muito bem suas colocações acentuando que "o pacto nacional-popular articulado pelos governos do PT desmoronou pela falta de crescimento. Surgiu um fenômeno novo: o ódio político, o espírito golpista dos ricos." Na sequência, ele faz uma proposta com a qual este blog do ex-ministro José Dirceu e, por isso mesmo, tem repetido aqui a exaustão: a saída para retomar o desenvolvimento do país é um novo pacto nacional, reunindo empresários, trabalhadores, setores da baixa classe média e demais segmentos populares da nação.
"Uma união contra rentistas, setor financeiro e estrangeiros", prega Bresser Pereira. Para o ex-ministro dos governos Sarney e FHC, o ódio da burguesia ao PT decorre do fato de os governos do partido defenderem os pobres. Bresser fala do desencanto e desespero da burguewsia com os governos do PT, a expectativa da classe de ganhar a eleição do ano passado, de golpe e impeachment.
"(Concretizada a vitória do PT em 2014) surgiu um fenômeno que eu nunca tinha visto no Brasil. De repente, vi um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, contra um partido e uma presidente. Não era preocupação ou medo. Era ódio.Esse ódio decorreu do fato de se ter um governo, pela primeira vez, que é de centro-esquerda e que se conservou de esquerda. Fez compromissos, mas não se entregou. Continua defendendo os pobres contra os ricos. O ódio decorre do fato de que o governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres. Não deu (preferência) à classe rica, aos rentistas", assinala Bresser.
Não deixem de ler a íntegra da entrevista do ex-ministro na Folha deste domingo. Acessem aqui: "Ricos nutrem ódio ao PT, diz ex-ministro".
por Zé Dirceu