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Valor: A Pátria Educadora é só um lema ou será o grande salto que há anos se espera na educação?

Mangabeira Unger: O projeto que comecei a formular e discutir tem quatro grandes eixos. O primeiro é organização da cooperação federativa em educação. O governo federal só pode avançar em educação organizando a maneira de cooperar com os Estados e municípios. Nós não temos na educação algo semelhante ao SUS em Saúde. O SUS é o exemplo mais acabado de federalismo cooperativo. O segundo eixo é a transformação do paradigma curricular e pedagógico. O terceiro é um conjunto de iniciativas para qualificar os professores e diretores para administrar o ensino analítico. Estamos discutindo a construção de centros regionais de qualificação avançada de professores em meio de carreira. O quarto eixo do projeto é o aproveitamento de tecnologias e técnicas como são as aulas em vídeo e os softwares progressivos e interativos

Valor: Isso vai se transformar numa proposta, em que prazo? 

Mangabeira Unger: Já é uma proposta. É uma obra em construção que está sendo debatida no governo. Eu tenho confiança que o novo ministro da Educação vai participar com entusiasmo da construção desse projeto. É um projeto com o qual a presidenta se comprometeu, inclusive em discurso público. É ela que vai conduzir esse projeto.



Mangabeira Unger e os déspotas administrativos

O nosso direito ambiental não existe. Não existe um direito ambiental substantivo. Existe um direito quase exclusivamente processual, que delega poderes discricionários praticamente ilimitados a um elenco de pequenos déspotas administrativos. Não estou tratando nem de um outro aspecto, que são os órgãos de controle como os tribunais de contas, o Ministério Público. É uma perseguição permanente à atividade criativa do país. Empoderamos esta elite política e judiciária, ao mesmo tempo em que criamos um vácuo de regras, e portanto nos colocamos sob a ditadura desses juízes sem lei. Isto é um impedimento intransponível à democratização da economia de mercado e ao produtivismo includente.


SOBRE O AJUSTE:
Há duas narrativas a respeito do ajuste. Uma é falsa.

Ela está resumida na doutrina da confiança financeira. Segundo essa visão, o ajuste seria necessário para ganhar confiança financeira para trazer o investimento para gerar crescimento. A doutrina da confiança financeira é uma magia que não tem respaldo na realidade, basta ver a situação da Europa, entregue agora, simultaneamente, à austeridade e à estagnação. A narrativa correta a respeito do ajuste é o inverso da doutrina da confiança. O ajuste é para permitir ao governo e ao país não depender da confiança financeira.